6 de setembro de 2013

Os mesmos problemas de sempre, o mesmo herói de sempre; Ronaldo ultrapassa Eusébio dando a vitória (4-2) a Portugal

Irlanda do Norte 2 - 4 Portugal (McAuley 36', Ward 52'; Bruno Alves 21', Ronaldo 68' 77' 83')

  Selecção - Não nos livrámos de um susto, mas Cristiano Ronaldo lá safou a equipa das Quinas que assim mantém acesa a esperança de marcar presença no Brasil em 2014. Os problemas foram os mesmos de sempre - as opções de Paulo Bento desde a convocatória à escolha do seu inquebrável onze, a falta de um fio de jogo - aos quais se juntou uma bizarra arbitragem.

    O jogo começou e, num jogo onde as bolas paradas tiveram um papel determinante, foi num canto aos 21 minutos que o marcador ganhou forma. Bruno Alves com um remate de primeira e com a bola colocadíssima bateu o experiente Roy Carroll. A nossa Selecção entrou com o pé direito, literalmente, mas baixou o ritmo e viu a Irlanda do Norte subir no terreno de jogo. Com um meio-campo com baixa intensidade, nula criatividade no último terço e uma gritante incapacidade de simplificar processos (Vieirinha ia sendo um dos que jogava mais simples), era a dupla de centrais portugueses que procurava contagiar a equipa e fazê-la acordar. No entanto, aos 36' num canto consequente de um outro canto no qual Patrício esteve mal, McAuley saltou mais alto que os 4 defesas lusos que o rodeavam e empatou o jogo.
    A situação não estava famosa para Portugal mas pior ficou quando perto do intervalo Hélder Postiga recebeu ordem de expulsão, vendo um vermelho directo, depois de encostar a cabeça a McAuley. Um misto de esperteza do central irlandês conjugado com alguma imprudência de Postiga - a pôr-se a jeito, "nas barbas" do árbitro, que exagerou no cartão mas acabou por manter depois o critério, um critério estranho e no qual transpareceu o facto de se deixar influenciar facilmente, como se viu na segunda parte.

    Portugal começou então o segundo tempo com 10 unidades e o pesadelo ganhou todas as cores aos 52 minutos quando, novamente num canto, Ward (em claro fora-de-jogo) colocou a Irlanda do Norte na frente. O jogo pedia nomeadamente as características de Adrien para o lugar de Moutinho (em dia não) ou a verticalidade de Licá, mas o Paulo não gosta de estrear o pessoal. Foi já com Nani em campo e com o tabuleiro nivelado (após expulsão de Chris Brunt, também com uma abordagem imprudente) que surgiu Cristiano Ronaldo no jogo. O capitão de Portugal empatou com um bom golo de cabeça após canto e acreditava-se aí que tínhamos todas as condições para levar a tarefa a bom porto, pese embora Portugal nunca se apresentasse dominador a 100%. Foi com esse golo que Ronaldo igualou Eusébio.
    Veloso ameaçou Carroll com um forte disparo e depois, numa das iniciativas em que Coentrão pareceu finalmente estar acordado, o lateral do Real cruzou de forma perfeita para Ronaldo voltar a mostrar o seu jogo de cabeça. Portugal já estava na frente, mas ainda mais senhor do jogo ficou primeiro depois da expulsão do recém-entrado Lafferty e depois quando CR7 completou o seu 1.º hat-trick ao serviço da Selecção - o 43.º golo de Ronaldo, a caminho de bater Pauleta e os seus queijos flamengos a Liechtensteins e Azerbeijões, marcado de livre directo.

Mais um teste em que não houve grandes novidades. É complicado que se produza bom futebol quando o onze titular sabe que tem o seu lugar garantido e quando não existe um critério assente de meritocracia fruto do bom momento nos clubes. A ambição de representar Portugal e de mostrar serviço poderia ser um catalisador nestes momentos dando a titularidade a jogadores como Adrien, Josué, Licá ou Nélson Oliveira, mas Paulo Bento e Jorge Mendes (fortemente implicado em toda esta teia, naturalmente) continuam a brincar com o fogo. Valeu Cristiano Ronaldo que fez bem em levar a bola para casa no dia em que fez 3 golos pela 1.ª vez por Portugal e no qual ultrapassou Eusébio da Silva Ferreira. Ainda não se esfumou a hipótese Mundial 2014, mas é certo que há preocupações que se levantam. Pouco futebol, muito pouco futebol e o estatuto e o conformismo continuam a ser titulares.

Barba Por Fazer do Jogo: Cristiano Ronaldo (Portugal)
Outros Destaques: McAuley; Bruno Alves, Pepe, Miguel Veloso
Golos:

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