Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

31 de maio de 2015

Benfica 2015/ 16: Manter Jesus, Viver sem Gaitán e ser Made in Seixal

Passaram por aqui dragões e depois leões, e hoje terminamos a visita ao futuro dos 3 "grandes" com um olhar especulativo para o campeão nacional Benfica. Mais uma vez referimos que esta projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    A primeira grande decisão do defeso encarnado chama-se Jorge Jesus. O treinador bicampeão é o grande responsável do sucesso benfiquista (3 campeonatos ganhos em 6 anos na Luz) e por isso mesmo a sua continuidade é uma prioridade, fazendo dele o 1.º reforço que o Benfica deve procurar garantir. Não renovando Jesus, Rui Vitória (com ele os miúdos não precisariam de nascer 10 vezes) parece ser a alternativa. A saída de Nico Gaitán - para nós o Jogador do Ano na Liga NOS 14/ 15 - é inevitável, e a lesão de Salvio terá à partida garantido a permanência do camisola 18. É provável ainda que também Ola John seja transferido, com Benito, Derley e Sulejmani a abandonarem também a Luz. O momento parece o indicado para alguma aposta progressiva e pensada nos jovens formados no clube, mas ainda assim o Benfica terá que ir ao mercado para colmatar a saída do seu 10, e pretendendo por certo chegar ao 35.º título, combinando-o com uma boa campanha europeia.. na Champions. Tal como em anos anteriores, o período de transferências está a iniciar-se com um pequeno camião de Djavan's, mas entre Ederson, Diego Lopes, Hassan, Marçal, Pelé e Dálcio, achamos que só Ederson faz sentido que integre o plantel; Dálcio tem qualidade mas permanecer emprestado ao Belenenses 1 época é uma solução acertada, e de todos Diego Lopes mesmo assim seria o único que com jeitinho se poderia incluir na pré-temporada. 

O Plantel


Guarda-Redes: Júlio César, Ederson (Rio Ave), Paulo Lopes
    Após Jan Oblak ter desertado durante o mercado de Verão passado, forçando uma transferência para o Atlético de Madrid, o Benfica tinha em mãos a difícil tarefa de encontrar um substituto à altura do esloveno. Tarefa bem-sucedida já que o veterano Júlio César foi uma aposta ganha. Numa altura em que se encontrava em fase descendente da carreira e com a moral totalmente em baixo, Júlio renasceu das cinzas no ninho da águia que nem uma Fénix e voltou a brilhar entre os postes. Deu sempre segurança à defesa, acumulou grandes defesas durante o campeonato e ainda manteve a sua baliza a zeros durante muitos jogos. Assim sendo, pelo que já foi aqui dito, Júlio tem toda a confiança para o ano vindouro. Com Paulo Lopes a ser outro elemento importante dentro do balneário, só Artur deve dizer «Adeus» ao Benfica neste mercado. Mostrou-se sempre emocionado na despedida ao Estádio da Luz onde deve ter sido mesmo o seu último jogo. Pelo que o Benfica deverá apostar em Ederson, do Rio Ave, fazendo com que o jogador regresse ao seu ponto de partida em Portugal. Apesar de ser a mais provável contratação, nós aconselharíamos antes o recém-despromovido Adriano Facchini. Para além de ter qualidade, tem mais experiência que Ederson e seria melhor solução numa eventual lesão do titular com nome de imperador. E a verdade é que não vemos em Ederson a qualidade necessária para ser o futuro nº 1 do Benfica. Em todo o caso, dependendo da longevidade de Júlio César o Benfica terá, tudo indica, que ir ao mercado contratar um guarda-redes para 2016/ 17 ou no máximo 2017/ 18. 

Defesas: Maxi Pereira, André Almeida; Luisão, Jardel, Lisandro López, César; Raphaël Guerreiro (Lorient), Eliseu
    Para nós é num lugar da defesa que o Benfica deveria priorizar o reforço do seu plantel, resolvendo uma posição problemática de forma crónica. Mas já lá vamos. Para a direita as águias têm Maxi Pereira (se não renovar sugeríamos a contratação de Thomas Meunier, do Club Brugge) e André Almeida, com o polivalente português capaz de fazer 3 posições neste plantel. Depois da excelente época da dupla Luisão-Jardel - com o ex-Olhanense a evoluir e muito - faz sentido manter os 4 centrais, e é na esquerda que o Benfica deve apostar forte. Eliseu serve para o nível da Liga NOS mas não para um clube que queira chegar aos quartos da Champions. Assim, e com Benito e Sílvio de parte, entendemos que Eliseu deveria permanecer como opção de recurso, contratando o Benfica o jovem Raphaël Guerreiro. É português, tem um futuro brilhante pela frente e valeria qualquer euro gasto. Não conseguindo contratá-lo, sugeríamos Jordan Amavi (Nice), em princípio mais barato e quiçá com maior potencial.

Médios: Samaris, Cristante, Fejsa, Rúben Amorim, Pizzi, Renato Sanches, Talisca
    Este sector é aquele em que a qualidade e a quantidade abunda mais. Depois do investimento feito no ano transacto, é completamente desnecessária a compra de qualquer activo para o centro do terreno. No entanto, ficando Jesus não afastamos a hipótese de ele exigir mais um médio-centro (8). Samaris e Pizzi, após terem lutado e mostrado que são mais-valias para o plantel, devem fazer a sua afirmação no próximo ano e se corresponderem em campo ao seu potencial, no fim da próxima época terão alguns clubes a tentar levá-los do ninho. Fejsa e Rúben serão sempre alternativas de grande calibre e Cristante terá mais minutos em campo porque valor o italiano já mostrou que tem. Ainda há a possibilidade de Mukhtar fazer algumas posições no centro do terreno, mas achamos que Renato Sanches deveria ter já algumas oportunidades na equipa principal, um pouco à imagem de Gonçalo Guedes nesta última época. Seria benéfico para a evolução de João Teixeira ter uma época inteira de Liga NOS, emprestado a outro clube, mas relativamente a Renato Sanches achamos que precisa de crescer já com o plantel principal, recebendo o estímulo e o acompanhamento certo para o seu gigante potencial. Talisca continuará a ser uma referência mais ofensiva nas posições centrais, sendo que também poderá ocupar a posição de segundo avançado.

Extremos: Salvio, Gonçalo Guedes, Ivan Cavaleiro, Andrija Živković (Patrizan), Pione Sisto (Midtjylland), Mukhtar
    Pensando num Benfica sem Gaitán, Ola John e Sulejmani, há que acrescentar ainda outro dado: Salvio, ficando e confirmando-se a gravidade da lesão, só deverá poder jogar em finais de Novembro, correndo o risco de não contribuir na totalidade da fase de grupos da Champions. Assim, e porque é mais fácil correr riscos e apostar na irreverência da juventude nos extremos do que em posições centrais, para nós 2014/ 15 deveria ser o ano de soltar Gonçalo Guedes, confiando ainda alguns minutos ao alemão Mukhtar. De resto, embora suspeitemos que Ivan Cavaleiro não voltará, à imagem de Bernardo Silva e Cancelo, julgamos que o extremo que esta época esteve no Deportivo merecia finalmente uma oportunidade. Para completar, e na impossibilidade de se contratar um jogador feito, capaz de substituir Gaitán no imediato, achamos que o Benfica deveria tentar fechar 2 jovens reforços: o sérvio Živković e o dinamarquês Pione Sisto, uma espécie de Sadio Mané. O uruguaio De Arrascaeta, craque do Cruzeiro e que estará na Copa América, era também alguém a considerar.

Avançados: Jonas, Lima, Jonathan Rodríguez, Rui Fonte
    Com um jackpot de seu nome Jonas, o Benfica não necessita de ir ao mercado procurar um avançado. Tanto Jonas como Lima devem renovar pelos encarnados e o facto é que são dois jogadores muito queridos por Jorge Jesus. Jonas é o goleador de serviço, enquanto que Lima marca e faz jogar. Tem que ser dada uma oportunidade ao jovem Rui Fonte pela época que fez quer ao serviço do Benfica B e, desta vez, parte à frente de Nélson Oliveira já que o jogador que esteve ao serviço do Swansea por empréstimo teima em adiar o seu valor e Rui Fonte tem facturado muito mais no passado recente. Por fim, e não menos importante, Jonathan Rodríguez poderá ser uma das revelações da próxima época. O uruguaio já deu cartas na equipa secundária das águias onde o poder de explosão, velocidade e bom remate são o que o mais caracteriza. Luis Suárez desfaz-se em elogios perante o compatriota e nós acreditamos que 2015/16 será o seu ano.

O que muda? Porque no futebol não há impossíveis, e uma vez que Jorge Mendes controla o mercado de jogadores e treinadores como ninguém, não podemos afirmar taxativamente que Jorge Jesus continuará como treinador. Continuando Jesus, a "estrutura" não será tão testada e manter-se-ão os métodos de treino e afins, trocando apenas algumas peças. Nico Gaitán deverá ser a grande perda deste defeso e, embora à 1.ª vista pareça irreparável, também de muitos outros jogadores se disse isso num passado recente.
    A nossa leitura é que o Benfica deve encarar 2015/ 16 como uma época na qual o tricampeonato é um dos objectivos, sendo o outro uma campanha na Champions que coloque como objectivo mínimo os quartos-de-final. Pode até o Benfica na próxima temporada dar um passo atrás, mas as exigências serão maiores, principalmente porque a prestação da equipa nos últimos anos na principal competição europeia de clubes tem deixado constantemente a desejar. E é na Champions que se fazem as grandes equipas. O Benfica 2015/ 16 deve manter a sua identidade, mas deve também ser perspicaz o suficiente para adaptar a sua ideia de jogo e o próprio sistema - o vertiginoso 4-4-2 actual destrói adversários em Portugal mas é permeável frente a boas equipas na Champions, pedindo-se que se trabalhe uma alternativa, um 4-1-2-3 (um 4-2-3-1 pedia outro tipo de reforços) que equilibre mais a equipa e que a faça ocupar melhor os espaços.


A Formação: É inconcebível e imaturo pensar num Benfica made in Seixal a curto-prazo, mas a temporada que aí vem tem tudo para ser aquela em que são dados os primeiros passos a sério nesse sentido. A Caixa Futebol Campus tem desenvolvido o futuro de Portugal, mas também o futuro do Benfica, se o clube quiser. Os encarnados não utilizaram como poderiam Bernardo Silva e João Cancelo, e importa olhar para alguns produtos da formação como futuros elementos do plantel principal e não como futuros encaixes de 15 milhões.
    Como acima puderam constatar, apenas colocámos no nosso plantel 3 jogadores - Gonçalo Guedes, Renato Sanches e Ivan Cavaleiro - num plantel que mesmo assim já teria 10 portugueses. Pede-se uma integração passo-a-passo das promessas que confirmem ter valor para a equipa principal, e é fundamental compreender o nível que cada um apresenta no presente, o nível competitivo que pedem e a melhor forma de os fazer crescer.
    No nosso entender, João Teixeira, Nuno Santos, João Carvalho, João Nunes, Pedro Rebocho e Guzzo deveriam ser "colocados" em equipas da Liga NOS, crescendo e tendo minutos num campeonato de acordo com aquilo que já mostraram; enquanto que o Benfica B deveria servir para Diogo Gonçalves, Hildeberto, Pedro Rodrigues, Nélson Semedo e Gonçalo Rodrigues continuarem a queimar etapas. A juntar a isto, os prodígios precoces João Filipe e José Gomes pedem um ano de juniores, mas com um ou outro teste na equipa B.

30 de maio de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 31



Filme: Good Will Hunting
Actor: Robin Williams

por Tiago Moreira

    Sempre que se fala no nome do grande Robin Williams, muitas personagens podem passar pela vossa cabeça. Na minha, a primeira é esta que aqui escrevo hoje - Dr. Sean Maguire. Na minha modéstia opinião, «Good Will Hunting» é o melhor filme da carreira  de Robin. O actor que nos abandonou fisicamente a 11 de Agosto do ano transacto, deixa-nos saudades por tudo o que deu ao cinema internacional e não só. Desde personagens humorísticas ou dramáticas, Robin Williams deu-nos um pouco de tudo e tudo duma forma tão boa... Até fora do ecrã nos deu alguns ensinamentos em discursos épicos. Mas de todas estas coisas boas, as memórias que tenho de Robin remetem automaticamente para Sean Maguire.
    O filme foi escrito por Matt Damon e Ben Affleck que também integram o filme como actores. Um filme que deu o Óscar a ambos por melhor argumento original, como também deu o Óscar a Robin Williams como melhor actor secundário. E conta a história de Will Hunting - um jovem que tem uma grande capacidade para aprender e com especiais enormes qualidades para a matemática. Contudo, é um miúdo rebelde e completamente perdido no mundo. E é aí que entra o psicólogo Dr. Sean Maguire. Ao conhecer Will, Maguire reviu-se um pouco no rapaz que estava à sua frente - um jovem com grande potencial, mas perdido no mundo e a deixar morrer esse mesmo presente que a vida lhe deu. Não querendo que Will desperdiçasse o dom que tinha, a nossa personagem mostrou-se insistente e paciente perante alguém que parecia impenetrável. Até ao momento de um dos melhores e mais marcantes discursos de sempre:

«So if I asked you about art, you'd probably give me the skinny on every art book ever written. Michelangelo, you know a lot about him. Life's work, political aspirations, him and the pope, sexual orientations, the whole works, right? But I'll bet you can't tell me what it smells like in the Sistine Chapel. You've never actually stood there and looked up at that beautiful ceiling; seen that. If I ask you about women, you'd probably give me a syllabus about your personal favorites. You may have even been laid a few times. But you can't tell me what it feels like to wake up next to a woman and feel truly happy. You're a tough kid. And I'd ask you about war, you'd probably throw Shakespeare at me, right, "once more unto the breach dear friends." But you've never been near one. You've never held your best friend's head in your lap, watch him gasp his last breath looking to you for help. I'd ask you about love, you'd probably quote me a sonnet. But you've never looked at a woman and been totally vulnerable. Known someone that could level you with her eyes, feeling like God put an angel on earth just for you. Who could rescue you from the depths of hell. And you wouldn't know what it's like to be her angel, to have that love for her, be there forever, through anything, through cancer. And you wouldn't know about sleeping sitting up in the hospital room for two months, holding her hand, because the doctors could see in your eyes, that the terms "visiting hours" don't apply to you. You don't know about real loss, 'cause it only occurs when you've loved something more than you love yourself. And I doubt you've ever dared to love anybody that much. And look at you... I don't see an intelligent, confident man... I see a cocky, scared shitless kid. But you're a genius Will. No one denies that. No one could possibly understand the depths of you. But you presume to know everything about me because you saw a painting of mine, and you ripped my fucking life apart. You're an orphan right? You think I know the first thing about how hard your life has been, how you feel, who you are, because I read Oliver Twist? Does that encapsulate you? Personally... I don't give a shit about all that, because you know what, I can't learn anything from you, I can't read in some fuckin' book. Unless you want to talk about you, who you are. Then I'm fascinated. I'm in. But you don't want to do that do you sport? You're terrified of what you might say. Your move, chief.»

    Longo, mas vale cada palavra lida. No fundo, Sean Maguire abriu os olhos que teimavam estar cerrados de Will Hunting para que este conseguisse dar dois passos atrás e olhar para a sua vida de uma forma mais ampla. Muitas das vezes olhamos para tudo o que nos rodeia, para todas as situações e problemas, de uma maneira completamente rectilínea. Não é justo rotularmos situações e pessoas com base em conhecimentos que temos que em nada têm a ver com o caso/pessoa em questão. Não é por sabermos "X" de um certo indivíduo que isso o torna nesse mesmo "X". É preciso saber mais. É preciso conhecer cada caso para poder argumentar o que quer que seja. Cada caso é um caso e nem tudo é objectivo. Muito pelo contrário. Na grande maioria das vezes, tudo é relativo. É urgente conhecermo-nos antes de carregarmos a metralhadora com juízos de valor.


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

Sporting 2015/ 16: Vender, Rentabilizar e Potenciar

Começámos com o Porto, continuamos com o Sporting. Com o final da Liga NOS 2014/ 15 demos início ao "jogo" do mercado de transferências. Limpámos o pó que cobria a nossa bola de cristal e achámos engraçado projectar a constituição dos 3 "grandes". Assim, desenhámos um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    Marco Silva: sim ou não? Esse é o ponto de partida do Verão leonino. Por vários indicadores, suspeitamos que o jovem técnico não continuará no banco do Sporting, optando Bruno de Carvalho por um treinador bem sucedido internamente - Paulo Fonseca emerge como eventual favorito, acompanhado por Rui Vitória, embora o treinador do Vit. Guimarães tenha alegadamente um acordo apalavrado com o presidente do Benfica na eventualidade de Jorge Jesus não continuar. Desconhecemos quão atraído se sentiria um treinador por exemplo como Paulo Sousa pelo projecto do Sporting. O plantel 2015/ 16 do Sporting não terá Nani e possivelmente não terá também William Carvalho. Os leões teriam realizado um encaixe superior há 1 ano atrás, mas é provável que seja desta que o 14 do Sporting dá o salto. De resto, parece lógico que o Sporting adopte a seguinte postura: realizar encaixes com alguns jogadores que têm mercado (William, Mané, Slimani, Cédric e Jefferson), encontrando ainda soluções para casos como Capel e André Martins. A partir daí, o clube de Alvalade deve reestruturar-se com elementos que já integram os quadros do clube, reforçando-se depois em posições-chave.

O Plantel

Guarda-Redes: Rui Patrício, Marcelo Boeck, Luís Ribeiro
    Sempre que uma época termina, é normal falar-se numa saída de Rui Patrício. Contudo, até à data não se falou em nenhuma possibilidade do nº 1 de Alvalade rumar a outros campeonatos e o mais provável é que continue no clube que o formou. E é um pouco como os restantes dois jogadores desta posição. Com Boeck a servir de alternativa a Patrício e com o jovem Luís Ribeiro a continuar a treinar com a equipa principal. Não é de todo uma posição que necessita de ser reforçada, mas sim mantida.

Defesas: Miguel Lopes, Ricardo Esgaio; Paulo Oliveira, Ewerton, Tobias Figueiredo, Bruno Uvini (Nápoles); Jonathan Silva, Afonso Figueiredo (Boavista)
    Com a saída iminente de Cédric e Jefferson, a defesa leonina tem que efectuar algumas mudanças. Não tantas como se pensa, na verdade. Com as saídas dos influentes jogadores, o Sporting deveria - no nosso entender - apostar em dois valores que já se encontram dentro de portas: Miguel Lopes (Direita) e Jonathan Silva (Esquerda). Quando foram chamados a jogo, ambos responderam de forma bastante positiva e no nosso parecer merecem a confiança dos dirigentes. Ainda nas laterais, Esgaio será uma boa alternativa a Miguel, enquanto que para a esquerda aconselharíamos a compra de Afonso Figueiredo, do Boavista, fazendo assim regressar um jogador da Academia a casa, após a boa época que fez nos axadrezados. No eixo defensivo, Sarr - não tendo mostrado valor suficiente para jogar de leão ao peito - tem as portas abertas e Uvini provavelmente chegará proveniente do Nápoles num namoro que já se afigura longo. Ewerton deverá ficar em definitivo nos verde e brancos, enquanto que Paulo Oliveira e Tobias Figueiredo terão toda a confiança do próximo treinador, certamente. Especialmente o primeiro que será o patrão da defesa leonina.

Médios: Danilo Pereira (Marítimo), Wallyson, Adrien Silva, João Mário, Filipe Chaby, Labyad, Matheus Pereira
    Acreditando nós que este é o Verão no qual William Carvalho deixa o futebol português, a incrível temporada de Danilo Pereira ao serviço do Marítimo terá sido mais do que suficiente para o colocar como um sucessor legítimo do pêndulo do meio-campo leonino. Wallyson demonstrou no Sporting B que merece ser opção, e de 2014/ 15 é importante que transitem Adrien Silva e sobretudo João Mário. Por fim, parecem já ter sido dados os primeiros passos entre Labyad e o Sporting para que o marroquino faça parte do plantel, e da nossa parte achamos que o miúdo Filipe Chaby (emprestado ao União da Madeira) tem talento para crescer apoiado pelo clube onde está desde 2006. Matheus Pereira precisa da chamada à equipa A como estímulo e, embora não o coloquemos, acreditamos que o escocês Gauld poderá ser aposta - forçada pelo presidente - na época vindoura, mas pelo pouco que fez no Sporting B não justificava o salto.


Extremos: Carrillo, Bryan Ruiz (Fulham), Dorin Rotariu (Dínamo Bucareste), Iuri Medeiros, Gelson Martins
    Nesta nova época não haverá Nani e provavelmente não haverá Carlos Mané, cuja preponderância poderia ser finalmente significativa. Carrillo surge assim como uma das grandes figuras deste Sporting 15/ 16, e tudo leva a crer que os leões tentarão atrair um jogador reputado e com técnica mas que esteja numa curva descendente na sua carreira. Neste cenário, acreditamos que seja possível o Sporting garantir o costa-riquenho Bryan Ruiz. Resta saber se Alvalade receberá o jogador que contribuiu para o bom Mundial 2014 da sua Selecção ou o jogador que tem ficado aquém daquilo que pode dar em vários clubes. Depois, é mais ou menos lógico que um clube que tantos extremos já deu ao futebol continue a apostar na Academia, aproveitando os frutos das últimas gerações com qualidade regular e abundante. Matheus Pereira precisa da chamada à equipa A como estímulo, e os miúdos Iuri Medeiros e Gelson Martins devem também contar. Sobretudo Iuri, que se destacou no período em que esteve emprestado ao Arouca. Capaz de contar para extremo-esquerdo e para a frente de ataque sugeríamos a contratação de Rotariu, romeno de 19 anos que por várias vezes foi associado ao Sporting.


Avançados: Robert Berić (Rapid Viena), Fredy Montero, Diego Rubio
    Uma vez que o argelino Slimani é um jogador com algum mercado, mais valorizado no pós-Mundial 2014, acreditamos que será transferido. A continuidade de Fredy Montero é importante, mas os leões precisam de ir ao mercado para encontrar um avançado que se enquadre no modelo de jogo, finalizando com qualidade e tendo números. Nesse sentido, a nossa aposta seria o esloveno Robert Berić, 2.º melhor marcador da Liga Austríaca - atrás de Jonathan Soriano - com 24 golos apontados ao serviço do Rapid Viena. As características de Berić vão ao encontro do que a posição pede, e a fechar o lote de avançados está Diego Rubio. O chileno marcou golos pela equipa B e adequa-se enquanto 3.ª opção.


O que muda? A esperança do Sporting, clube que enveredou mais cedo numa cruzada de contenção de despesas e corte nos "extras", será Benfica e Porto sub-desenvolverem-se nos próximos anos, por via da proibição dos Fundos. No entanto, as negociatas no futebol arranjam sempre maneira de se realizarem, e caso águias e dragões se vejam cada vez mais obrigados a apostar na formação, têm trabalhado bem nos últimos anos para preparar a chegada desse momento. Más notícias para o Sporting, que na próxima época terá que tentar integrar verdadeiramente a luta pelo título, sem ser uma "ilha" entre os 2 primeiros e o resto do campeonato.
    A nossa leitura é a de que Marco Silva não continuará, surgindo Paulo Fonseca (não pode trazer Seri consigo, mas pode arriscar em Diogo Jota) como um possível substituto. Bruno de Carvalho deve aprender em que áreas e momentos do clube se deve ou não intrometer, e um treinador como Paulo Fonseca beneficiaria com o grau de exigências e expectativas do clube verde-e-branco. O mote "vender, rentabilizar e potenciar" deve ser a premissa seguida, e do ponto de vista táctico o Sporting deve ser mais ambicioso na Liga NOS, jogando em casa com 2 homens mais adiantados contra adversários mais fracos, e beneficiando do facto de ter vários extremos e médios ofensivos capazes de se camuflar em vários modelos.


A Formação: Por contraste com o seu passado recente e com a actualidade, e ao contrário de Benfica e Porto, é hoje em dia mais difícil identificar craques leoninos prontos para renderem a médio-prazo. Embora nos plantéis que estamos a apresentar para os 3 grandes o Sporting seja de longe o que aposta mais no jogador formado no clube, essa realidade poderá não perdurar muito. Enumeramos menos jogadores da Formação neste separador, relativamente a Porto e Benfica, porque muitos já estão no plantel (Esgaio, Tobias, Wallyson, Matheus Pereira, Chaby, Iuri e Gelson Martins como elementos mais novos dos formados no clube). Assim, para elementos como Daniel Podence e Domingos Duarte seria benéfico um empréstimo a uma equipa da Liga NOS, mantendo-se a equipa B como local de desenvolvimento para João Palhinha, Rafael Barbosa e José Postiga.

29 de maio de 2015

Porto 2015/ 16: Fé em Lopetegui e nos Milhões

A Liga NOS 2014/ 15 acabou, e nós já estamos a olhar para o futuro. Com o objectivo de projectar a constituição dos 3 "grandes", desenhámos um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos que Porto, Sporting e Benfica encontrassem para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    Comecemos pelo Porto. Contrariamente ao que era expectável, Lopetegui é por esta altura o treinador dos 3 grandes que parece ter o lugar mais garantido (Marco Silva por assuntos mal resolvidos com Bruno de Carvalho; e Jesus porque ou renova ou ruma a um clube que tenha ambições legítimas na Champions). Depois de um ano com 0 (zero) títulos, o Porto deverá voltar a investir forte neste Verão. Até ver já chegaram à Invicta o espanhol Alberto Bueno a custo zero, e Sérgio Oliveira regressou à casa de partida depois de uma época positiva na Mata Real. Abaixo apresentamos a nossa sugestão de plantel para os azuis-e-brancos, imaginando que Jackson Martínez e Alex Sandro poderão fazer companhia a Danilo como elementos transaccionados, com os dragões a arrumarem ainda a casa ao tentarem vender o falhanço Adrián López e elementos secundários como Quintero, Evandro, Reyes, José Ángel, Andrés e eventualmente Fabiano.

O Plantel


Guarda-Redes: Mattia Perin (Génova), Hélton, Ricardo
    Em teoria é impensável o Porto conseguir o italiano Perin. No entanto, há um ano atrás também ninguém acharia que os dragões conseguiriam ter Adrián e Tello no seu plantel, e o emblema da cidade Invicta também já gastou muito com Danilo ou Hulk... É praticamente dado adquirido que Fabiano será um dos jogadores "queimados" na viragem de época, e assim surgem dois cenários: Hélton titular, resultando daí a chamada do promissor Gudiño como 3.º guarda-redes; ou a contratação de um GR que dê garantias. A única certeza é mesmo o valor do guarda-redes do Génova, que ascenderia imediatamente ao estatuto de principal contratação do clube. Com Perin na baliza, Hélton (essencial para transmitir ao grupo o que é o Porto) e Ricardo seriam as restantes opções.


Defesas: Mayke (Cruzeiro), Ricardo Pereira; Maicon, João Afonso (Vit. Guimarães), Marcano, Martins Indi; Alex Telles (Galatasaray), Rafa
    Danilo já saiu, e Alex Sandro talvez também o faça. Assim, o Porto terá que encontrar os seus substitutos e sugerimos dois compatriotas - Mayke, do Cruzeiro, e Alex Telles do Galatasaray. Tanto um como outro manteriam a dinâmica habitual do Porto, com Ricardo Pereira e o jovem Rafa a servirem como segundas escolhas nas laterais. Para o centro da defesa têm surgido nomes como Rudiger e Mbemba, mas juntaríamos ao trio Maicon, Marcano e Martins Indi uma revelação desta edição da Liga - o vimaranense João Afonso. Saindo por exemplo Martins Indi seria perfeitamente razoável a contratação de Rudiger ou Mbemba. 


Médios: Rúben Neves, Casemiro (Real Madrid), Herrera, Carlos Eduardo, Sérgio Oliveira (Paços Ferreira), André André (Vit. Guimarães)
    É aqui que o FC Porto necessita de trabalhar no mercado. Não necessita de contratar novos jogadores, mas necessita de agarrar os que este ano integraram o plantel. Nomeadamente Casemiro e Óliver. Casemiro já está a ser negociado e até pode ser um negócio mais fácil do que o de Óliver, já que o Real Madrid pretende fazer um encaixe com o médio brasileiro. Já Óliver será mais complicado devido à boa época que fez de dragão ao peito. Tudo dependerá de Simeone ou do próprio Atlético de Madrid. Dependerá se Simeone quererá dar uma oportunidade à jovem promessa e - em caso negativo - também dependerá se o clube que detém o passe do jogador quiser emprestá-lo de novo ou efectuar a venda a título definitivo (provavelmente por valores impensáveis para os cofres dos dragões). Caso Óliver não fique mesmo, só aí é que Sérgio Oliveira poderá ter algum espaço na pré-época. Isto também supondo que o vimaranense André André também se juntará ao plantel azul e branco. Os media vão insistindo num negócio fechado e nós também achamos que aquele que foi um dos jogadores sensação de 2014/15 irá mesmo para o clube onde o seu pai jogou durante 11 anos e onde exerce a função de olheiro actualmente. Carlos Eduardo vem bastante cotado do Nice de França onde fez uma excelente temporada e onde foi o 13.º melhor marcador da Liga com 10 golos. É mais um a acrescentar valor ao meio-campo portista. Evandro perderá certamente espaço no ano vindouro, enquanto que Rúben Neves e Herrera serão ainda mais influentes.

Extremos: Quaresma, Hernâni, Tello, Brahimi
    Se olharmos para a época que passou, constatamos que a maior lacuna do Porto não é nem de perto, nem de longe nos extremos. Aí os azuis e brancos investiram bem e não necessitam de cometer outras loucuras para haver maior quantidade de bons jogadores. Tello fica por mais um ano no Dragão - embora seja emprestado, já que o Porto não quis fazer qualquer proposta pelo jovem espanhol - e a continuar a boa forma em que esteve antes de se lesionar, será um caso sério. Brahimi necessitará de brilhar mais no campeonato e não só nas competições europeias para ajudar a sua equipa a conquistar de novo o título. Quaresma é uma incógnita. É e sempre será uma mais valia para a equipa, mas a relação que tem com Lopetegui não é a melhor... Pelo que o internacional português pode equacionar sair do clube do coração para jogar com mais regularidade. E nesse caso, aconselharíamos Dorlan Pabón. O extremo do Monterrey é um jogador com perfil à Porto - explosivo, com faro de golo e pontapé forte -, é colombiano (um mercado que agrada ao clube nortenho) e fez uma época impressionante ao marcar 22 golos na Liga Mexicana, acabando por ser o melhor marcador. Por fim, Hernâni é a última peça do puzzle e certamente que terá mais oportunidades este ano.

Avançados: Aboubakar, Rafael Borré (Deportivo Cali), Alberto Bueno (Rayo Vallecano)
    O melhor marcador, Jackson Martínez, viajará para um campeonato de topo e o Porto precisa de mostrar que há vida depois de Jackson. A tendência dos dragões é ter um jogador-alvo na frente, capaz de jogar bem de costas e conjugar o físico com a técnica, com explosividade e finalização. Nesse sentido, Aboubakar deve tornar-se o titular, mas os vice-campeões nacionais já contrataram Alberto Bueno (marcar 17 golos na Liga BBVA não é para todos). Bueno vem para ser importante no Porto 15/ 16, e olhando para o futuro considerávamos inteligente os dragões garantirem o colombiano Rafael Borré, avançado que defrontará Portugal no Mundial sub-20. Borré, embora não seja o tipo de avançado que o Porto prioriza, tem futebol dos pés à cabeça, teria que ser garantido antes da competição na Nova Zelândia, e cresceria num clube onde os seus compatriotas James, Falcao, Jackson e Guarín foram bem-sucedidos.


O que muda? Embora os adeptos torçam um pouco o nariz, é Lopetegui que continuará à frente do comando técnico do Porto. Tendo em conta o historial do clube, o espanhol está a ter uma oportunidade que muitos outros não tiveram, pelo que entrará na próxima época com uma pressão enorme em que a margem de erro é zero. Uma boa campanha na Champions não apaga o que se fez no campeonato com um plantel de enorme qualidade. O objectivo máximo da época 2015/16 do Porto passará pelo campeonato, já que Pinto da Costa não irá admitir que o título de campeão nacional fuja aos dragões 3 anos consecutivos.
    A aposta na manutenção de Lopetegui foi ousada, mas certamente que o clube quererá instaurar um clima de estabilidade. Manter treinador e algumas peças fulcrais da equipa para que o trabalho deste ano não tenha sido em vão. Ainda assim, os dragões irão perder peças importantes da equipa e tudo dependerá de quais os jogadores que Lopetegui pedirá para os substituir (nomeadamente Jackson Martínez, Danilo e Alex Sandro). Apesar do campeonato ser a aposta principal, na Champions, os dirigentes do clube também quererão fazer uma boa campanha até para poder reaver algum do dinheiro que será investido durante o mercado de Verão.
    O esquema de jogo dos dragões causa alguma curiosidade. O 4-3-3 clássico é quase uma marca registada há anos no Dragão, mas a contratação de Alberto Bueno (jogador que rende mais nas costas do ponta-de-lança, mas não num esquema com 3 médios como o do Porto) pediria uma reformulação que talvez aconteça, mas por parte do jogador vindo do Rayo.


A Formação: Serão os dragões a resposta para o problema de avançados na Selecção Nacional? Embora o Benfica tenha sido o clube que melhor tem trabalhado as camadas jovens nos últimos anos, o Porto tem evoluído (retirar Moreto Cassamá ao Sporting, por exemplo, muito contribuiu para isso). Nesta época de 2015/ 16 é especialmente importante que o Porto empreste André Silva (potencial figura dos nossos sub-20 juntamente com Rony Lopes e Gonçalo Guedes) a um clube da Liga NOS, bem como Gonçalo Paciência. De resto, relativamente a jogadores como Podstawski ou Ruben Macedo não é assim tão certo se nesta fase ganhariam mais em serem emprestados nos mesmos moldes ou em ficarem debaixo da asa do dragão na equipa B. Equipa B essa onde começa a fazer sentido que Rui Pedro e Moreto Cassamá, ainda muito jovens com 17 anos, comecem a dar os primeiros passos no futebol profissional.

28 de maio de 2015

Balanço Final - Premier League 14/ 15

  Barclays Premier League - Com o término da Premier League e após termos feito um balanço do que foi a Liga NOS em 2014/ 15, fazemos hoje o mesmo com a melhor liga do mundo.
    Um ano repleto de bom futebol, mas com uma campanha bastante pacífica do campeão Chelsea. Ficou confirmado que os segundos anos de Mourinho são invariavelmente bem sucedidos e nesta época os londrinos raramente se viram ameaçado pelos adversários, sendo sempre mais consistente que toda a concorrência.
    O Arsenal melhorou bastante, chegou a ter o 2.º lugar na mão, mas voltou a quebrar no final do campeonato como em quase todos os anos. Manchester City e Manchester United não estiveram à altura e foram incapazes de lutar pelo título, e o Liverpool (2.º classificado na temporada anterior) acabou por ser a maior desilusão entre os principais emblemas de Inglaterra. Southampton foi o clube que mais impressionou pelo segundo ano consecutivo, dando uma incrível resposta depois de perder vários craques, e fazendo inclusive melhor do que em 2013/ 14. Fiquem a par da nossa análise para cada clube:

 CHELSEA (1)

    O justo campeão. Depois do ano passado, Mourinho afinou a máquina e fez contratações cirúrgicas para que fosse campeão da Premier League sem grande esforço. Diego Costa e Fàbregas acabaram por ser determinantes neste novo ano de Mou. O Chelsea foi derrubando os adversários um a um e quando escorregou, o que aconteceu poucas vezes, não tinha nenhum adversário à perna na tabela classificativa. Um ano bem gerido a nível de esforço, embora este Chelsea - com Hazard em grande destaque - tenha sido muito criticado pelos media pelo seu jogo mais defensivo. Mourinho negou que tenha adoptado um jogo mais contido em função de melhores resultados, respondendo que apenas foi aprendendo mais sobre futebol e que quer continuar a evoluir e a ganhar mais - se possível - no Chelsea. Os blues perderam apenas 3 vezes (é preciso recuar a 2008/ 09 para encontrar uma equipa com tão poucas derrotas, na altura o Liverpool de Rafa Benítez), foram a melhor defesa do campeonato com uma diferença de 1 golo para o extraordinário Southampton, e para a História ficam muitos resultados de 2-0, uma vitória por 6-3 em casa do Everton e por 5-0 no terreno do Swansea. nesta Premier League. Em 38 jornadas, o Chelsea só não foi líder na 2.ª jornada, um indicador que traduz bem a qualidade deste elenco e o nível que a equipa apresentou de forma regular.
    Para o ano esperam-se poucas mexidas, mas fulcrais. Mourinho espera atacar não só o campeonato como também a Champions.

Destaques: Hazard, Fàbregas, Diego Costa, Matic, John Terry

 MANCHESTER CITY (2)

    O campeão de 2013/ 14 não teve argumentos para lutar com o Chelsea. O estofo de campeão que nunca faltou ao Chelsea, faltou a um Manchester City no qual Yaya Touré esteve muito distante do que já deu, e sumariamente apenas Agüero e David Silva estiveram num nível sempre elevado. E que nível foi! Agüero tornou-se finalmente o melhor marcador em Inglaterra, com 26 golos, e David Silva realizou porventura a sua melhor temporada em terras de Sua Majestade. Espera-se um Manchester City bem diferente na próxima época, provavelmente sem Yaya, Milner, Dzeko e Lampard; e para o sucesso dos citizens o melhor seria arranjar um treinador de grande qualidade, e não Pellegrini.

Destaques: Agüero, David Silva, Joe Hart, James Milner, Yaya Touré

 ARSENAL (3)

    Como sempre, Wenger colocou o Arsenal na Champions. O Arsenal podia inclusive ter terminado esta Premier League em 2.º lugar, e uma vez mais foi uma das equipas que melhor futebol praticou em Inglaterra. Os gunners continuam a não ter o que é preciso para serem campeões (é preciso um Jackson Martínez, um central, um 8 e um lateral-esquerdo) mas continuam também, quando em dia sim, a deliciar qualquer adepto. Alexis Sánchez foi um dos grandes reforços da Premier League, Cazorla tornou-se um jogador mais completo, e a segunda volta do campeonato ficou marcada por Ospina ter assumido a baliza e por uma enorme surpresa chamada Francis Coquelin.

Destaques: Alexis Sánchez, Cazorla, Coquelin, Ramsey, Ospina

 MANCHESTER UNITED (4)

    Louis van Gaal chegou e conseguiu elevar o Manchester United de um inédito 7.º lugar para uma classificação que pode fazer os red devils regressarem à Champions caso passem o Play-Off. Um lugar entre os 4 primeiros era uma obrigação considerando o brutal investimento (Di María, Falcao, Blind, Shaw, Rojo e Ander Herrera), mas nem tudo foram rosas. Di María desiludiu, dizer o mesmo de Falcao seria pouco, e van Gaal acabou por assentar a valia do clube de Old Trafford em figuras secundárias como Ashley Young, Ander Herrera e Blind. O capitão Wayne Rooney justificou a braçadeira jogando onde foi preciso, mas o Jogador do Ano dos diabos foi o espanhol David De Gea. Se o United segurou o 4.º lugar muito o deve ao contributo de De Gea, melhor guarda-redes desta edição, e que deu pontos atrás de pontos à equipa que maior posse de bola (média de 61,1%) e maior acerto no passe (85,2%) teve esta temporada. A permanência ou não de De Gea, e o super-investimento que poderá ser feito neste Verão (van Gaal tem que contratar para a defesa) deixa antever um 2015/ 16 mais competitivo.

Destaques: De Gea, Wayne Rooney, Ander Herrera, Ashley Young, Blind

 TOTTENHAM (5)

    Tudo na época do Tottenham foi estranho. Os spurs, com Pochettino (treinador do espectacular Southampton de 2013/ 14) no comando mantiveram a média dos últimos anos - desde 2009/ 10 têm alternado sempre entre o 6.º e o 4.º lugares -, mas tirando um fenómeno chamado Harry Kane, a época dos londrinos pareceu pior do que a de Southampton ou mesmo do desorientado Liverpool. A defesa do Tottenham nunca atingiu uma fórmula de sucesso, e o talento do dinamarquês Eriksen ou do belga Chadli ajudou a potenciar o Most Improved Player desta edição, Harry Kane. A Liga Europa está garantida, mas caso o Tottenham queira ser uma equipa de Top-4 terá invariavelmente que fazer um cirúrgico trabalho no próximo defeso.

Destaques: Harry Kane, Eriksen, Lloris, Chadli, Danny Rose

 LIVERPOOL (6)

    A grande desilusão da época entre as equipas candidatas ao título. O clube da cidade dos Beatles bateu o recorde de transferências ao gastar 117 milhões de libras (cerca de 164 milhões de euros), mas com pelo menos 3 tiros errados. Balotelli acabaria por ser o flop do ano da Premier League - não mostrou nada todo o ano e não se entende como é que um clube como o Liverpool se arriscou a gastar tanto dinheiro num jogador tão problemático como Balotelli para render Suárez. Lambert acabaria por ser pouco usado e Origi - apesar de ter feito um bom Mundial e não ter jogado no Liverpool este ano - não justificava um investimento tão alto. A equipa parecia estar bem composta a nível de jogadores, mas a verdade é que demorou um pouco a render, com vários jogadores (Lallana, Lovren, Markovic) a demorarem a sua adaptação. Os resultados não apareciam e notava-se que o "murro no estômago" que haviam levado no ano transacto ainda deixava algumas mazelas. Especialmente em Steven Gerrard. O capitão desde cedo anunciou a sua partida do clube do coração no fim da época, mas a sua saída não foi tão gloriosa como merecia. O seu último jogo em Anfield - apesar da derrota - foi uma bonita homenagem, mas o fim do campeonato quer de Gerrard, quer da equipa foi tão mau que culminou numa derrota de 6-1 no Britannia Stadium. E não foi numa noite chuvosa e fria frente ao Stoke...
    Para o ano vindouro os reds necessitam de fazer algumas contratações cirúrgicas e manter valores como Henderson, Coutinho e Skrtel, retirando ainda mais de Lallana, Markovic e Ibe uma vez que Sterling parece obstinado em abandonar o projecto. A verdade é esta: não é com renovações de Kolo Touré e Wisdom que se começa bem...

Destaques: Jordan Henderson, Coutinho, Skrtel, Sterling, Emre Can

 SOUTHAMPTON (7)

    A verdadeira sensação da época! Outra vez. O Southampton perdeu a identidade (Lallana, Lovren, Shaw, Lambert e Chambers foram vendidos, e Jay Rodriguez passou toda a época lesionado), mas Ronald Koeman reconstruiu a equipa e praticamente todos os reforços foram tiros certeiros.
    A Liga Europa ainda é possível, caso o Arsenal vença o Aston Villa na final da FA Cup, e seria um prémio justo para um plantel no qual todos os jogadores tiveram um papel determinante (Shane Long, Davis, Yoshida, Ward-Prowse e Elia, sem serem habituais titulares, corresponderam sempre quando chamados). Koeman foi, para além de Mourinho, quem mostrou mais "dedo de treinador" ao alterar em algumas situações a equipa de acordo com o adversário, e por 1 golo o Chelsea foi Melhor Defesa do que o Southampton. O português José Fonte, capitão e líder da defesa, foi um dos grandes destaques, tal como os excelentes laterais e o irreverente Sadio Mané. Temos muita curiosidade para acompanhar o defeso do Southampton..

Destaques: José Fonte, Sadio Mané, Bertrand, Fraser Forster, Clyne

 SWANSEA (8)

    Nem a saída do costa-marfinense Wilfried Bony no mercado de Inverno fez os galeses do Swansea "tombar". A equipa de Gary Monk teve um início de época espantoso, e aguentou-se sempre perto das grandes equipas do campeonato até à última jornada. A melhor forma de perceber o valor da época da equipa que teve no islandês Sigurdsson a principal figura, é olhar para a tabela: o Swansea terminou a apenas 4 pontos do Southampton, 6 do Liverpool e 8 do Tottenham. O passado com Rodgers e Laudrup como treinadores do Swansea caracterizou-se por um futebol de posse, sempre entusiasmante, mas - embora com um ligeiro decréscimo na qualidade apresentada - nenhum tinha conseguido ficar tão acima na classificação.

Destaques: Sigurdsson, Wilfried Bony, Ashley Williams, Shelvey

 STOKE (9)

    Acreditámos no Stoke ao ponto de arriscarmos que poderiam terminar em 8.º lugar, mas a equipa de Mark Hughes ficou a 2 pontos do Swansea. Como era esperado, um pouco como o West Ham, a equipa transformou-se e passou a praticar um futebol em que a velocidade e a qualidade técnica passaram a suplantar o jogo aéreo; os adeptos lamentaram a lesão de Bojan, quando o pequeno espanhol estava a mudar a forma de estar da equipa, mas o seu legado ficou - Mame Biram Diouf fez uma boa época, Charlie Adam uma boa segunda volta e, sem o brilho defensivo dos últimos anos (Begovic ou Shawcross não estiveram brilhantes como antes) acabou por ser o ataque a ditar este 9.º lugar. A goleada de 6-1 contra o Liverpool permitiu ao Stoke fechar a época com chave de ouro, e depois do Verão espera-se mais de Diouf, Bojan e Arnautovic.

Destaques: Mame Biram Diouf, Charlie Adam, Walters, Bojan

 CRYSTAL PALACE (10)

    Se o Newcastle apresentou uma curva descendente a partir do momento em que Alan Pardew saiu, o contrário aconteceu com o Crystal Palace. Os adeptos no Selhurst Park têm tido a sorte de contar sempre com um "salvador": no ano passado Pulis, desta feita Pardew. A equipa acabou por terminar com uma classificação superior ao 11.º lugar de 2013/ 14 e para isso muito contribuiu a lufada de ar fresco que Pardew trouxe, fazendo disparar a confiança e o valor em campo de craques como Bolasie e Puncheon, ressuscitando Murray e servindo-se da qualidade defensiva da equipa. Até Zaha chegou a apresentar regularidade com o novo técnico. O Crystal Palace foi ainda, empatado com o WBA, a equipa que mais golos conseguiu a partir de lances de bola parada: 19. O desafio do Crystal Palace passa agora por dar um subir um degrau e colocar em ponto de mira uma classificação regular entre os Top-8, mas para isso serão necessários os reforços certos. 


Destaques: Yannick Bolasie, Jason Puncheon, Mile Jedinak, Scott Dann

 EVERTON (11)

    Se não fosse a péssima época do Newcastle, o Everton seria a maior desilusão da Premier League. 2013/ 14 foi um ano incrível, com um 5.º lugar como classificação final, mas o desgaste que a Liga Europa deixou na equipa acabou por provocar um decréscimo de qualidade. A defesa do Everton (Baines e Coleman muito longe do nível da temporada anterior) nunca chegou a estabilizar, Lukaku tinha obrigação de retribuir a confiança nele depositada com um impacto maior, e o capitão Jagielka acabou por ser o elemento em destaque. É provável que a ausência das competições europeias faça o Everton voltar a um nível elevado na próxima época, mas resta saber que jogadores formarão o plantel (Coleman e Ross Barkley, muito abaixo do esperado, devem ter mercado) e parece necessário haver novas contratações - um jogador como Yarmolenko, nomeadamente.

Destaques: Jagielka, Romelu Lukaku, Seamus Coleman, James McCarthy

 WEST HAM (12)

    Acabaram exactamente como prevíamos no começo da época, num pacato e simpático 12.º lugar. A equipa de Sam Allardyce reforçou-se muito bem (Sakho foi uma das "pechinchas" da época, mas Valencia, Song, Cresswell e Kouyaté acrescentaram todos valor) e a filosofia de jogo da equipa mudou forçosamente. Foi uma boa Premier League, embora a 1.ª volta tenha sido melhor, e seria interessante ver este plantel entregue a um treinador mais jovem (fala-se de Bilic e Villas-Boas). Em termos individuais, o lateral esquerdo Aaron Cresswell acabou por ser o melhor hammer do ano, Song e Downing assumiram a equipa sempre que foi preciso e a dupla Diafra Sakho/ Enner Valencia, caso nenhum saia, tem tudo para crescer e espalhar o terror nas defesas rivais.

Destaques: Aaron Cresswell, Diafra Sakho, Adrián, Stewart Downing, Alex Song


 WEST BROMWICH (13)

    Achávamos que o WBA estava condenado, mas não contámos com a possibilidade dos baggies garantirem o incrível Tony Pulis como seu treinador. O antigo técnico de Stoke e Crystal Palace voltou a transformar uma equipa, dotando-a de uma boa capacidade defensiva e desde a sua chegada a descida deixou de ser um cenário colocado em cima da mesa. Saido Berahino cresceu e muito (passou de 5 golos marcados para 14), e figuras como Brunt, Gardner ou o ex-United Fletcher representaram bem o ADN Pulis - uma equipa focada primeiro em não sofrer, e que contou com dois bons guarda-redes, Foster e Myhill (que exibição contra os red devils!).

Destaques: Saido Berahino, Chris Brunt, Craig Gardner, Darren Fletcher

 LEICESTER CITY (14)

    O Leicester City é a prova viva de que não há liga como a Premier League. As raposas azuis passaram quase todo o campeonato no último lugar, evidenciando-se apenas contra os grandes (ninguém esquece o Leicester 5-3 Manchester United), mas os meses de Abril e Maio trouxeram o milagre ao King Power Stadium. Os jogadores de Nigel Pearson apresentaram sempre um bom futebol, por vezes algo ingénuo e ofensivo demais, mas durante muito tempo as coisas não correram bem. No final, os vencedores do Championship 2013/ 14 mostraram ter fibra e somaram 7 vitórias nos últimos 9 jogos, atingindo um 14.º lugar (na Antevisão apontámo-los ao 13.º). O experiente Cambiasso e o frenético Vardy foram a alma da equipa, com Ulloa a marcar vários golos e Wes Morgan a mostrar nos momentos certos o porquê de ter a braçadeira de capitão. Schmeichel revelou-se determinante no fecho do campeonato, altura em que Huth ajudou o desempenho defensivo e Albrighton passou a jogar mais; e figuras como Mahrez, Kramaric e Knockaert têm tudo para dar mais na próxima temporada.

Destaques: Cambiasso, Jamie Vardy, Leonardo Ulloa, Wes Morgan

 NEWCASTLE (15)

    Foi mau demais. A meio do campeonato O Newcastle morava num confortável 10.º lugar, mas o abandono de Alan Pardew (seguiu o coração e assumiu o comando do Crystal Palace) originou uma avalanche negativa, e a queda vertiginosa levou a que o Newcastle chegasse à 38.ª jornada como 1 das duas equipas que se poderiam juntar a QPR e Burnley no Championship. Jonas Gutiérrez (justo prémio para um lutador!) acabou por ser decisivo para os magpies mas, para um clube da dimensão do Newcastle, esta época foi uma verdadeira desilusão. O plantel ainda tem várias lacunas - a defesa, nomeadamente -, a lesão prolongada de Siem de Jong em nada ajudou, e na próxima Premier League há que escolher bem o sucessor de John Carver. A locomotiva Janmaat, o goleador Papiss, a consistência do ruivo Colback e a qualidade técnica do francês Cabella (tem muito para mostrar na próxima época, num contexto diferente) acabaram por marcar a época dos órfãos de Pardew.

Destaques: Janmaat, Papiss Cissé, Colback, Cabella

 SUNDERLAND (16)

    O rei dos empates (17) não seria uma ausência muito sentida caso descesse, mas o holandês Dick Advocaat (substituto de Poyet) acabou por inspirar a equipa a uma sobrevivência sofrida. Tal como há 1 ano atrás, o Sunderland voltou a safar-se no limite com uma recta final em que a equipa surpreendeu (as vitórias consecutivas contra Southampton, em casa, e Everton, fora, marcaram a sua edição de 2014/ 15), mas foram poucos os destaques individuais. Os Black Cats precisam de uma pequena revolução no seu plantel.

Destaques: Jordi Gómez, Connor Wickham, Jermain Defoe, van Aanholt

 ASTON VILLA (17)

    Faz alguma confusão a teimosia que Paul Lambert teve no comando do Aston Villa. Só arriscou quando se viu obrigado e privilegiou sempre um futebol defensivo a uma cultura de ataque. A chegada de Tim Sherwood acabou por salvar um plantel capaz, onde Christian Benteke (tem futebol para um grande) e Fabian Delph foram os jogadores mais regulares, e com Sherwood a equipa passou a marcar golos e a acreditar no seu potencial. Os bons resultados começaram em Março, altura em que Benteke "acordou" e, com um estilo de jogo mais partido e arriscado, o Aston Villa acabou por garantir uma justa manutenção. Embora com poucos minutos, o miúdo Jack Grealish (já no Verão passado defendíamos que deviam apostar nele) acabou por ser uma revelação, e uma boa fotografia do que mudou em Birmingham na recta final da Premier. Caso vençam a FA Cup na final com o Arsenal, irão à Liga Europa.

Destaques: Benteke, Delph, Jack Grealish, Tom Cleverley

 HULL CITY (18)

    Os campeonatos de Hull City e Sunderland foram semelhantes: 30 e poucos golos marcados, 50 e poucos golos sofridos; algumas boas actuações em termos defensivos, e um futebol incapaz de ficar na retina. O Hull, que subira na época passada, descerá mas entre as 3 equipas despromovidas é aquela que apresenta maior "estofo" para poder regressar a curto, médio-prazo. Nos tigers houve vários reforços que pouco ou nada acrescentaram (Abel Hernández, Ben Arfa e Ramírez) e a verdade é que o campeonato não fica mais pobre ao ver o Hull a ser substituído por Bournemouth, Watford e Middlesbrough/ Norwich.

Destaques: Michael Dawson, Dame N'Doye, Nikica Jelavic

 BURNLEY (19)

    Desde o início achámos o plantel do Burnley bastante limitado, mas chegou a parecer possível a manutenção quando a equipa de Sean Dyche afinou a defesa, ganhando pontos graças ao rendimento do jovem Danny Ings na frente. Dyche acabou por fazer os possíveis com o que teve nas suas mãos, e a equipa não teve forças para ombrear com equipas mais "experimentadas" nestas andanças. Para a História fica uma equipa que conseguiu 4 pontos nos dois jogos contra o Manchester City, mas o facto de terem marcado apenas 3 golos nos 12 últimos jogos da Premier League diz bem da justiça da descida. A equipa desce, mas Ings mostrou ter nível de Premier League.

Destaques: Danny Ings, Kieran Trippier, George Boyd

 QPR (20)

    O Queens Park Rangers, por larga margem a pior defesa do campeonato com 73 golos sofridos, desce depois de uma época bastante fraca (8 vitórias, 6 empates e 24 derrotas). Nunca apreciámos a política de contratações dos rangers, e o que é certo é que ao longo da época o QPR nunca apresentou um fio de jogo consistente, acabando por perder praticamente sempre fora. Jogadores como Vargas, Isla ou Zárate acabaram por "pagar" por uma má escolha nas suas carreiras, numa equipa que foi sempre Charlie Austin +10. O avançado britânico fechou a época com 18 golos, assumindo-se como 4.º melhor marcador do campeonato, e actualmente não faltarão equipas a quererem garantir os seus serviços (Aston Villa, Newcastle, Crystal Palace e Swansea beneficiariam em tê-lo). O futuro do QPR passa pelo Championship, e para além de Austin, também Phillips, Fer ou Caulker merecem permanecer no principal escalão.

Destaques: Charlie Austin, Matt Phillips, Leroy Fer

27 de maio de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 32



Filme: Pirates of the Caribbean
Actor: Johnny Depp

por Tiago Moreira

    Porque é que alguns pais se dirigem aos seus filhos como «piratas»? Uma boa questão e tem tudo a ver com a personagem de hoje - um pirata. E este pirata tem bastantes parecenças com os pequenos «piratas» dos seus pais. Por vezes são cómicos e muitas das vezes não se apercebem da porcaria que fazem... Um pouco como o nosso Captain Jack Sparrow!
    Interpretado pelo camaleão Johnny Depp, esta personagem é um pouco mais à sua imagem. Embora se tenha baseado no seu amigo Keith Richards (guitarrista e fundador dos Rolling Stones), é bastante semelhante ao que representa Johnny Depp na realidade. Sempre com um grau de humor bem elevado, tanto cai nas graças das raparigas, como dos rapazes. É uma das personagens do cinema mundial mais marcantes a nível gráfico dos últimos anos. Esta personagem criada por  Terry Rossio e Ted Elliott gosta de estar preferencialmente bêbedo com rum, só pensa em si e nos seus objectivos (que são poucos).
    Talvez seja a personagem mais marcante do actor norte-americano, oriundo de Owensboro, Kentucky. Mesmo se pensarmos que já interpretou personagens como Eduardo Mãos de Tesoura, Willy Wonka, Mad Hatter ou Sweeney Todd. O seu humor não se traduz apenas verbalmente como também se espalha para o campo do humor físico. Acaba por conter o pack completo para que seja uma das melhores personagens de sempre do cinema. Ah... E ele (Johnny Depp) adoptou há poucos dias um morcego ao qual deu o nome de Jack Sparrow. É só isto.


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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

Balanço Final - Liga NOS 14/ 15

  Liga NOS A Liga Portuguesa terminou e nós decidimos fazer aqui um balanço da mesma. Um campeonato em que o Benfica se tornou Bicampeão 31 anos depois, em que houve desilusões, surpresas e muita polémica (mais por alguns intervenientes apontarem o dedo ao invés de assumirem os próprios erros). Uma época marcada por «colinho», comunicados de toda a espécie e de muita frustração para alguns.
    A Liga Portuguesa voltou a crescer em número de equipas (18) e acabou por ser bem disputada. Um campeonato desvalorizado por muitos, mas que vai mostrando que não fica muito atrás do - por exemplo - Francês. Título disputado do início ao fim por Benfica e Porto e que terminou com a vitória de quem foi mais regular em toda a época e soube ser decisivo nos momentos chave do campeonato, mesmo tendo os seus percalços pelo caminho. Mas vamos por partes:

 BENFICA (1)

    No ano transacto, o Benfica ganhou quase tudo o que podia. Internamente foi vencedor das 3 competições e foi pela segunda vez consecutiva à final da Liga Europa. Porém, foi perdendo algumas das suas peças nucleares da equipa. A única esperança para uma boa temporada era a manutenção de Jorge Jesus e do trio Gaitán-Enzo-Salvio. E foi essa a base para um bom início de época. Jesus voltou a criar uma equipa praticamente do zero e com o tempo os jogadores foram mostrando nota artística. Embora na maioria dos jogos o Benfica se tenha apresentado q.b. e eficaz, com o avançar da época a nota artística foi aumentando. Muito graças aos pés de Nico Gaitán e Jonas. Talisca foi o talismã no início da época, mas posteriormente foi relegado para o banco por Pizzi. Samaris foi uma preciosa ajuda para a defesa, que contou com um Jardel verdadeiramente imperial. Ainda assim, Jonas foi o jackpot das águias. Oferecido às águias no negócio Enzo - tendo o Benfica rejeitado -, acabaria por assinar pelos campeões nacionais a custo zero. Quando Talisca estava em alta, Jesus já afirmava que Jonas é que iria ser a grande revelação. E foi. Num curto espaço de tempo conseguiu marcar tantos golos quanto Jackson Martínez, embora um deles - no último jogo - tenha sido mal invalidado e fizesse com que a Bota de Prata fosse para o colombiano. 
    O Benfica acabou por ser demolidor na Luz - onde só não marcou contra o Porto -, mas nos campos adversários as exibições escasseavam em nota artística, o que preocupava alguns adeptos. Todavia, o que é certo é que foram ganhando e só perderam no reduto do Braga, Rio Ave e Paços de Ferreira. Um campeonato fora do normal em que os encarnados não sofreram qualquer golo do rival Porto e não conseguiram ganhar ao rival lisboeta Sporting. E se há jogos-chave a apontar, terão sido certamente o do Dragão (bis de Lima), na Luz contra o Braga (2-0) e o empate à última hora em Alvalade (Jardel a despejar um balde de água fria sobre os "olés" da bancada). Jorge Jesus acabou por fazer mais um trabalho excelente, entrando de novo para a História do clube ao ser o primeiro treinador português bicampeão pelo Benfica. Bicampeonato esse que escapava há 31 anos.

Destaques: Nico Gaitán, Jonas, Jardel, Lima, Maxi Pereira

 PORTO (2)

    Uma das desilusões do ano. Enquanto o rival perdia as jóias da coroa, o FC Porto reforçava-se com grandes promessas do futebol mundial. Na teoria, tinham que limpar todo e qualquer adversário com o plantel que apresentavam. Porém, isso não aconteceu. Julen Lopetegui chegou com uma postura autoritária dando a entender que este ia ser o ano do Porto, mas a equipa não respondia da mesma forma em campo. Jackson parecia ser o único a querer ganhar jogos, isto quando Quaresma ficava (algumas vezes) no banco. Brahimi começou bem, mas eclipsou-se após a derrota no Dragão aplicada pelo Benfica. Óliver era dos jogadores mais influentes, mas também nem sempre jogava. A resposta para uma época tão desastrosa deve-se única e exclusivamente ao treinador espanhol. Preferiu Fabiano ao seguro Hélton quando o veterano regressou de lesão e mostrou sempre ter alguma inimizade por Ricardo Quaresma (um dos melhores do Porto), rodando a equipa em momentos inoportunos e demorando a estabilizá-la. E quando o rival começou a distanciar-se, Lopetegui não admitiu os erros. Começou a culpar as arbitragens e um eventual "colinho" ao rival. Sempre rude e arrogante perante as perguntas dos jornalistas, o espanhol viu toda a sua frustração culminar quando não conseguiu ganhar na Luz, ameaçando Jorge Jesus em pleno relvado. E quem acredita no karma... Viu certamente o mesmo a bater sobre o clube azul e branco quando Lopetegui se ajoelhou em Belém, após Jackson ter falhado de baliza praticamente aberta.
    A nossa questão é a seguinte: se com os «lavagantes» que foram oferecidos a Lopetegui o Porto não conseguiu destronar o campeão nacional, não seria mais sensato ter deixado Paulo Fonseca treinar os ditos «lavagantes» já que não estava a fazer uma época assim tão medíocre face aos «jaquinzinhos» que lhe foram dados? Nós achamos que sim.

Destaques: Jackson Martínez, Óliver, Danilo, Ricardo Quaresma, Brahimi

 SPORTING (3)

    Esta poderá ter sido uma época de maturação do Sporting, ou não. Explicamo-vos já esta nossa frase inicial: tudo dependerá da decisão do presidente Bruno de Carvalho em manter ou não Marco Silva. E pela imprensa nacional, tudo indica que o técnico português não irá continuar ao comando da equipa leonina. Bruno de Carvalho foi uma das figuras da primeira volta ao disparar para todos os lados com comunicado atrás de comunicado. Nani chegou e a euforia foi tal que parecia que o campeonato estava ganho. Mas um grande jogador não faz uma equipa. Marco Silva foi fazendo um trabalho exímio, mas precisava de tempo. Com uma equipa não tão forte quanto a dos rivais, o ex-Estoril foi fazendo o que podia com o que tinha em mãos. Uma equipa extremamente jovem, característica essa que transparecia para dentro de campo. Faltava sempre maturidade aos jogadores em momentos decisivos. Carrillo fez uma das épocas mais consistentes desde que chegou a Alvalade, Nani foi uma estrela com um brilho intermitente e João Mário afirmou-se no futebol português. A defesa foi a mais difícil de construir, mas Paulo Oliveira foi a chave para a diminuição de erros e consequente melhor desempenho defensivo.
    O Sporting foi exemplar fora de portas, mas em casa - junto dos seus adeptos - desiludiu em diversas ocasiões. Essa foi uma das grandes razões por ter ficado tão aquém das expectativas dos adeptos e do presidente. Outra das grandes razões foi a guerra interna que houve a meio do campeonato entre Bruno de Carvalho e Marco Silva que - quer queiramos, quer não -, acabou por desestabilizar o trabalho do técnico. Quando o leão começou a lamber as feridas e a dar o seu fôlego final, deixou escapar a vitória frente ao rival e líder Benfica nos últimos minutos, em Alvalade. Um empate que acabou por deitar de vez o Sporting ao tapete no que dizia respeito ao título.

Destaques: André Carrillo, Nani, Paulo Oliveira, João Mário, Fredy Montero

 BRAGA (4)

    Depois de uma época miserável que culminou num 9.º lugar, o Braga, comandado pelo rígido ex-Académica Sérgio Conceição, recuperou o seu estatuto de quarta equipa do futebol português. Os bracarenses acabaram por superar o rival do Minho - embora tenham recursos muito superiores e, como tal, muito maior obrigação de atingir resultados - e, no final, terão acabado por cumprir os objectivos definidos internamente. No Estádio Municipal de Braga cresceram esta temporada jovens valores brasileiros (Matheus e Danilo); na defesa a dupla de centrais apresentou-se consistente; Pardo explodiu, Rafa esteve abaixo do esperado e o cabo-verdiano Zé Luís roubou as atenções a Éder. A próxima época deverá implicar alguma renovação porque alguns jogadores deverão ser vendidos, isto depois de um ano em que o Braga aplicou algumas goleadas (6-1 e 4-0 ao Penafiel, 5-0 ao Setúbal; e 7-1 ao Belenenses nos quartos-de-final da Taça), ficando para a História como uma das 3 equipas que conseguiu derrotar o campeão.

Destaques: Matheus, Felipe Pardo, Aderlan Santos, Zé Luís, Danilo

 VIT. GUIMARÃES (5)

    
Há poucos adjectivos para descrever a época do Guimarães, fruto do extraordinário trabalho de Rui Vitória. Só perto de meio do campeonato é que o Vitória perdeu um lugar no pódio, acabando num 5.º lugar com acesso ao Play-Off da Liga Europa, prémio justo para um clube e um treinador que, à falta de reforços, voltaram a encontrar soluções em casa. Rui Vitória fez dos jovens vimaranenses, formados no clube ou integrados na equipa B, jogadores de principal escalão e o grupo correspondeu. Os primeiros meses ficaram marcados pelo jovem fenómeno Bernard Mensah e pelo imprevisível Hernâni (entretanto contratado pelo Porto), sempre com uma ideia de jogo rica, com um futebol fluido, ofensivo e positivo. A falta de profundidade do plantel e algumas mudanças em Janeiro (a perda de Hernâni e as chegadas de Sami, Otávio e Ivo Rodrigues acabaram por quebrar a harmonia da equipa) ditaram uma 2.ª volta pior mas ainda assim a equipa da cidade-berço foi a sensação da Liga NOS, com 2 jovens centrais a emergirem e um senhor chamado André André a justificar outro patamar competitivo. Na próxima época o modelo estrutural deve-se manter (Ricardo Valente e Bruno Gaspar têm valor e devem ficar, e as chamadas de João Vigário e Alexandre Silva às camadas jovens da Selecção reforçam a qualidade da formação vimaranense), o factor Liga Europa pode servir para atrair jogadores, mas dificilmente Rui Vitória - o principal responsável pelo sucesso deste projecto - ficará.

Destaques: André André, Bernard Mensah, João Afonso, Hernâni, Josué Sá

 BELENENSES (6)

    Oito anos depois, o Belenenses regressa às competições europeias. Incrível! Mas sejamos justos: a incrível época do clube do Restelo - juntamente com Guimarães e Boavista uma das equipas-sensação - deve-se principalmente ao trabalho de Lito Vidigal. O treinador angolano abandonou o comando do Belenenses depois da 25.ª jornada, por força de divergências com a Direcção, mas até essa altura edificou e trabalhou as bases que resultaram neste 6.º lugar, por parte de uma equipa que há 1 ano morava no 14.º lugar. Um plantel com mais de 80% de portugueses, uma equipa que roubou pontos ao Sporting nos 2 jogos e que ajudou o Benfica a festejar o título de campeão na jornada 33, com um misto de jogadores que evoluíram (Sturgeon e Pelé) e elementos experientes (Gonçalo Brandão e Carlos Martins). Deyverson ou Rui Fonte poderiam ter tido números diferentes se o primeiro não tivesse rumado ao Colónia ou o segundo tivesse realizado toda a época vestido de azul. Destaque final para o jovem Dálcio, ligado já ao Benfica, mas para quem seria positivo ficar em 2015/ 16 (mesmo emprestado pelas águias) e jogar toda a época.

Destaques: Miguel Rosa, Sturgeon, Deyverson, Gonçalo Brandão, Pelé

 NACIONAL (7)

    O eloquente Manuel Machado é sinónimo de regularidade. O antigo arqui-inimigo de Jorge Jesus falhou a Liga Europa por pouco, e conseguiu endireitar a tempo uma equipa que no começo parecia torta e que demorou a funcionar como um todo. Curiosamente a equipa insular "acordou" depois do venezuelano Mario Rondón, que estava a ser até então o melhor jogador da equipa, rumar ao futebol chinês. Tiago Rodrigues revolucionou o futebol do Nacional, João Aurélio mostrou-se um dos melhores laterais direitos ao longo da Liga, e Marco Matias foi o grande destaque: numa recta final impressionante tornou-se o melhor marcador português do campeonato, com um registo de 17 golos (a apenas 2 golos do pódio, e 4 do melhor marcador Jackson Martínez).

Destaques: Marco Matias, João Aurélio, Tiago Rodrigues, Mario Rondón

 PAÇOS FERREIRA (8)

    Paulo Fonseca tem valor, e nesta época voltou a demonstrá-lo. O treinador ao qual tudo correu mal no Dragão pode não ter os maiores conhecimentos de Geografia, mas definitivamente sabe como ser feliz na Capital do Móvel. Em 2012/ 13 o Paços ficou em 3.º lugar. No ano seguinte lutou com o Aves para não descer. O regresso de Paulo Fonseca, um treinador que não teve nem de perto os recursos de Lopetegui no Dragão, trouxe de volta o bom futebol a Paços de Ferreira, cidade que viu a sua equipa derrotar o Benfica, e na qual vários jogadores saíram valorizados. Bruno Moreira marcou golos, Urreta (até partir para o Peñarol) e Hurtado tiveram os seus momentos, Seri apresentou tremenda regularidade e Sérgio Oliveira carimbou o seu bilhete para o Porto. Com poucos minutos, o jovem Diogo Jota apareceu nas últimas jornadas mas promete muito - mais uma promessa a beneficiar da coragem do seu treinador, e a justificar em campo a aposta.

Destaques: Bruno Moreira, Seri, Hurtado, Urreta

 MARÍTIMO (9)

    Para o Marítimo, foi um campeonato a meias. Começou Leonel Pontes, terminou o adjunto Ivo Vieira. Maazou tratou de marcar golos até ir embora, e Marega recebeu o testemunho marcando ele na segunda volta. Foi, sobretudo, uma época tranquila para um clube que teve como ponto alto da época a vitória frente ao Porto. Danilo Pereira foi um dos jogadores que mais cresceu nesta edição 14/ 15, e provou que merece uma equipa de um nível superior; Rúben Ferreira fartou-se de assistir os colegas e os avançados Maazou e Marega dividiram a factura de golos, embora tenhamos bastante curiosidade de ver o que é que o portento explosivo Marega pode fazer na próxima época.

Destaques: Danilo Pereira, Maazou, Rúben Ferreira, Marega

 RIO AVE (10)

    Quando o campeonato começou, era fácil criar maiores expectativas para a equipa de Pedro Martins. Tal como o Estoril, o Rio Ave sofreu um pouco com o facto de ter alcançado a fase de grupos da Liga Europa. Embora com um plantel amplo, a equipa vilacondense ressentiu-se da lesão prolongada de Marcelo, esperando-se mais de Pedro Moreira e sobretudo de Renan Bressan. Ukra e Del Valle foram regulares nas asas do Rio Ave, Hassan marcou vários golos mas poderia ter marcado mais, e Diego Lopes acabou por revelar-se o elemento mais valioso da equipa. Ninguém se esquecerá do impacto que teve a sua entrada no Rio Ave 2-1 Benfica.

Destaques: Diego Lopes, Hassan, Ukra, Del Valle

 MOREIRENSE (11)

    Colocados na Liga NOS pelo espectacular Vítor Oliveira, os jogadores de Moreira de Cónegos ficaram órfãos de treinador (Oliveira abandona sempre os projectos depois de subir as suas equipas) mas a Direcção resgatou Miguel Leal, treinador do também recém-promovido Penafiel. Este "cheque-mate" levou a que o Moreirense garantisse uma época tranquila, e condenasse o Penafiel a uma época de horrores. Sob o comando de Miguel Leal a equipa onde André Simões, João Pedro, Marafona, Danielson foram as principais figuras mostrou-se sempre uma equipa segura defensivamente.

Destaques: André Simões, João Pedro, Marafona, Danielson

 ESTORIL (12)

    Perdeu-se Marco Silva, perdeu-se (quase) tudo. O Estoril foi a grande desilusão da época, depois de um indiscutível 4.º lugar na época passada. José Couceiro não deu sequência ao bom trabalho feito no Setúbal e acabou por ser o brasileiro Fabiano Soares a terminar a temporada, mas faltou muita coisa à equipa da Linha. A cultura e ideia de jogo que havia noutras épocas, graças a Marco Silva, desapareceu e salvou-se a espantosa 1.ª metade da época de Kuca; e alguns jogadores de rendimento oscilante como Tozé, Kléber e Sebá.

Destaques: Kuca, Tozé, Kléber, Sebá

 BOAVISTA (13)

    
Quem previa isto? Provavelmente, ninguém. O Boavista subiu do CN Seniores para o principal escalão do futebol português, e a equipa aguentou-se. Um verdadeiro milagre operado por Petit, que contou com uma equipa guerreira e na qual o colectivo foi sempre a principal força. Não houve grandes figuras neste Boavista, embora os jovens Afonso Figueiredo e Zé Manuel tenham aproveitado para marcar pontos, com o Bessa a servir de porto de abrigo para o Boavista anular os seus adversários. Jornada após jornada os jogadores mantiveram-se profissionais, concentrados e crentes no objectivo "manutenção", embora achemos que o facto de jogar num relvado sintético contribuiu para alguma incompetência dos visitantes no Bessa. Mas é um facto: juntamente com Guimarães e Belenenses, uma excelente surpresa.

Destaques: Brito, Afonso Figueiredo, Zé Manuel, Mika

 VIT. SETÚBAL (14)

    Em boa hora o Setúbal despediu Domingos Paciência. O Setúbal, depois de uma boa época com José Couceiro e o avançado Rafael Martins, fez um 2014/ 15 fraco. O plantel mostrou-se sempre heterogéneo e mal planeado e a equipa sadina acabou por sobreviver porque houve quem conseguisse ser pior, basicamente. João Schmidt, Dani (trabalhador incansável) e o jovem Frederico Venâncio (esperávamos mais, mesmo assim) conseguiram dar cor a uma temporada bastante cinzenta e que foi um passo atrás por parte de um clube que parecia estar no bom caminho. Por esta altura já se sabe que Bruno Ribeiro não continuará como treinador.

Destaques: João Schmidt, Suk, Dani, Frederico Venâncio

 ACADÉMICA (15)

    A Académica garantiu a manutenção e José Viterbo ficará sempre como uma das figuras deste campeonato. Personagens, melhor dizendo. Com o seu bigode inconfundível e uma página de Facebook bastante activa, o treinador português fez melhor que Paulo Sérgio e o suficiente para os estudantes permanecerem entre as grandes equipas. Verdade seja dita, a "Briosa" fez um campeonato fraco. A maior prova é verificar o rendimento do seu melhor jogador, Rui Pedro - uma autêntica desilusão.

Destaques: Rui Pedro, Fernando Alexandre, Aderlan Silva

 AROUCA (16)

    Pedro Emanuel deverá ter feito a sua última época em Arouca, e embora tenha ficado apenas 1 lugar acima dos lugares de descida, o Arouca acabou por dar mais aos adeptos da Liga NOS do que Académica ou Vit. Setúbal. Para esta ideia muito contribuiu a aposta no jogador português (David Simão, Artur, Roberto, André Claro, Pintassilgo, Rui Sampaio) e na juventude: na segunda volta o Arouca serviu de rampa de lançamento para o portista Kayembe e, principalmente, para o leão Iuri Medeiros.

Destaques: Iuri Medeiros, Roberto, Kayembe, David Simão

 GIL VICENTE (17)

    25 golos marcados e 60 golos sofridos. Os números contam rapidamente a história de uma época para esquecer. Em Barcelos começou João de Deus, e terminou José Mota. Mas os resultados foram sempre iguais: maus. Diogo Viana e Caetano deveriam ter feito muito mais, e a Segunda Liga é um destino justo para uma equipa em que curiosamente foi - uma vez mais - o guardião Adriano Facchini o jogador mais valorizado, e que merece ficar numa equipa da Liga NOS.

Destaques: Adriano Facchini, Simy, João Vilela

 PENAFIEL (18)

    Vinte e dois (22) pontos num campeonato de 34 jornadas é realmente pouco. O Penafiel foi a pior defesa do campeonato (69 golos sofridos) e nunca se encontrou depois de ver o seu treinador Miguel Leal rumar na pré-época ao Moreirense. Cedo antecipámos que o plantel era débil para estes andanças, mas ao contrário de equipas como Boavista, Belenenses e Guimarães que souberam encontrar soluções para os seus problemas, o Penafiel esteve a anos-luz do sucesso. Ao longo da época, 3 treinadores - Ricardo Chéu, Rui Quinta e Carlos Brito - e pouco futebol. 

Destaques: Guedes, João Martins, Quiñones