Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

28 de outubro de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 10

E já chegámos à dezena de jornadas. Com o topo da tabela ao rubro (20 pontos para Manchester City, Arsenal e Liverpool; 19 para Chelsea e Tottenham), aproxima-se mais um fim-de-semana, com três jogos em especial destaque - o Tottenham recebe o campeão e 12.º classificado Leicester, Everton e West Ham medem forças, e o Southampton (não perdeu nas últimas 5 jornadas) recebe o Chelsea, num duelo entre duas equipas em bom momento.
    A meio da semana houve EFL Cup, a Taça da Liga inglesa, nuns oitavos-de-final que terão servido apenas para conferir motivação a alguns plantéis. Como habitualmente, os treinadores que respeitaram a competição e a encararam como importante, colocando onzes próximos da sua melhor versão, seguiram em frente. Explicam-se assim as qualificações de West Ham e Manchester United por exemplo, com Chelsea e Manchester City a "rodarem" bastante a equipa, focados noutras competições. Ainda assim, o conjunto de 8 jogos serviu para Mourinho, com humildade, pedir desculpa aos adeptos pela derrota de 4-0; e Guardiola acentuou a pior sequência da sua carreira (6 jogos sem vencer). Sturridge disse presente a Klopp, e as segundas linhas do Southampton (Boufal não será figura secundária por muito tempo, garantidamente) chegaram para vencer os titulares do Sunderland.
    Numa breve análise à jornada anterior (9), o brilho mais intenso foi o de Xherdan Shaqiri. O extremo suiço do Stoke City (duas vitórias consecutivas, a fugir paulatinamente aos últimos lugares, e com bom calendário nas próximas 5 jornadas) marcou dois golaços e deu a vitória à sua equipa contra o Hull, conseguindo 15 pontos no Fantasy. Pelos 14 ficaram os centrais goleadores Winston Reid e Gary Cahill, destacando-se ainda Pedro, Arfield, Mané e Shawcross, e ainda Victor Valdés, que com 5 defesas deixou o Arsenal em branco num jogo que se previa desequilibrado.
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As nossas apostas para a 10.ª jornada são:

Charlie Austin - Southampton - 6.6
    Com 3 vitórias e 2 empates nos últimos cinco jogos, o Southampton está num crescimento com forte cunho de Charlie Austin. O ponta-de-lança ex-QPR marcou 4 golos nesse período e, embora não tenha marcado qualquer golo em casa do City, já ganhou a titularidade em relação à concorrência (Long e Jay Rodriguez).
    O adversário desta jornada é o Chelsea, favorito em St. Mary's, mas os saints têm subido sempre o nível contra os grandes em casa nos últimos anos. Com Boufal (enormes expectativas!) a começar a aparecer na equipa, e jogadores como Redmond e Tadic em excelente forma, Austin continuará a ter energia e criatividade à sua volta, e por isso os golos tenderão a continuar.
    O calendário de Austin não se pode dizer que seja o melhor, embora os jogos difíceis (Chelsea, Liverpool e Everton) nos próximos 4 sejam todos em casa. O inglês é claramente um jogador para terem na Watchlist, e um potencial caso de form over fixtures. Certo é que, com Agüero e Ibrahimovic a atravessarem um deserto, à parte de Diego Costa e Lukaku (rendimento de acordo com o estatuto) é necessário começar a olhar para elementos como Austin, Deeney e Callum Wilson.


Juan Mata - Manchester United - 7.4
    A ironia é forte no trajecto recente de José Mourinho. Riscado por Mou do Chelsea, depois de ter brilhado no tempo de Villas-Boas e Di Matteo, Mata nunca chegou a afirmar-se em Old Trafford com van Gaal (o melhor momento, claramente aquela bicicleta em Anfield).
    Colectivamente, este United ainda vale muito pouco, mas é lógico que fique mais perto de ganhar se apresentar os melhores jogadores em campo. Mkhitaryan (que, em teoria, seria crucial na resolução de muitos problemas desta equipa) não joga desde a jornada 4, e a verdade é que o melhor United é aquele que tem Mata a coordenar a manobra ofensiva.
    Mourinho já o percebeu, e tem dado ao espanhol liberdade e importância nos movimentos ofensivos, actuando quer na direita quer no corredor central próximo de Ibrahimovic. Mou tem ovos para fazer uma omelete diferente e muito melhor, mas para já diante do Burnley podemos esperar o ressuscitar de Ibrahimovic (só uma tarde inspiradíssima de Heaton o pode deter) apoiado na magia de Juan Manuel Mata, o jogador que tem dado vida a José.


Xherdan Shaqiri - Stoke City - 6.4
    Com Shaqiri já se sabe como é... um jogão pode ser seguido de 4 ou 5 jogos em branco e sem chama. O suiço nunca foi um portento de regularidade, mas há vários indicadores que apontam para um crescimento sustentado do extremo do Stoke.
    Primeiro, o calendário - os próximos 3 jogos em casa podem muito bem significar 9 pontos. Depois, a segurança defensiva - a equipa de Mark Hughes parece ter finalmente estabilizado atrás, com duas clean sheets consecutivas, Grant dono e senhor da baliza, e Shawcross a subir o nível no centro da defesa. Finalmente, e embora Joe Allen seja de longe o jogador mais desta equipa ultimamente, Shaqiri é quem está mais perto do golo. Bony e Arnautovic rematam 2,2 vezes por jogo, enquanto que o suiço remata 2,8 (contra Sunderland e Hull rematou 3 vezes em cada jogo).
    Contra o Swansea - jogo especial para Bony e Allen -, equipa que actualmente não controla bem a largura dos adversários nem tão pouco as diagonais dos seus oponentes, Shaqiri pode dar sequência à última jornada, e castigar os swans.


Philippe Coutinho - Liverpool - 8.4
    É só Coutinho aparecer em grande, e babamo-nos instantaneamente. Os números são indiscutíveis e, jogadas 9 jornadas, só Walcott, Alexis Sánchez e Diego Costa têm mais pontos do que o craque brasileiro.
    O dilema promete durar a época toda - os pontos ofensivos deste Liverpool vão sempre dividir-se por Coutinho, Mané, Firmino, Lallana, Milner e ainda Sturridge, Henderson e Wijnaldum.
    Com tantos pontos (20) como o primeiro e segundo classificados, City e Arsenal respectivamente, os reds não vão largar o pódio nos próximos meses (não nos surpreenderia, aliás, ver a equipa de Klopp líder em Dezembro) e, nesse sentido, é crucial ter nesta altura pelo menos 2 jogadores do Liverpool. Idealmente, 1 defesa e 1 médio. Ou dois médios.
    Na escolha do jogador da linha intermédia, importa como sempre olhar para os números. Nenhum jogador do clube de Anfield tem estado envolvido em tantos golos como Coutinho (4 golos e 3 assistências) e, mais importante, ninguém tem tantos olhos para a baliza e ordem para atirar como o brasileiro - são 4,1 remates p/ jogo para Coutinho, acima dos outros médios Firmino (2,8), Mané (2,3) e Lallana (2).
    Esta ronda, no terreno do Crystal Palace, Benteke quererá mostrar que a sua venda foi um erro mas os reds em dia sim podem atropelar o Palace. Mas atenção, a História recente joga a favor dos eagles, com 3 vitórias nos últimos 5 confrontos.


José Holebas - Watford - 4.7
    Num actual e prestigiante 9.º lugar, o Watford de Mazzarri tem sido uma das boas surpresas desta edição. Apoiados num espectacular (cometa?) Capoue e com Deeney a comandar a equipa de braçadeira no braço, o esquema (3-5-2) tem dificultado a vida aos adversários, e potenciado os dividendos do grego Holebas.
    Como ala esquerdo, e já com 2 golos e uma assistência, Holebas tem ainda a seu favor as bolas paradas para vincar a boa opção que pode ser por 4.7.
    É impossível deixar de parte do raciocínio para esta jornada a lesão de Snodgrass, playmaker e principal figura do Hull City, cuja ausência aumenta as probabilidades do Watford não sofrer golos. Vindo de uma sequência de 6-15-6, Holebas pode manter a toada, e juntar à clean sheet o seu envolvimento no ataque com Deeney, Capoue e com um apagadíssimo Ighalo (uma sombra, até ver, de 2015/ 16).



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Na baliza, e embora Andre Gray regresse nesta jornada, David De Gea (5.5) é porventura o principal candidato a segurar uma clean sheet. Depois de encaixar 4 golos em Stamford Bridge, o espanhol (já com 3 jogos sem sofrer, registo inferior apenas em relação a Cech, Courtois e Lloris) deve ter pouco trabalho num jogo que se espera muito mais no sentido da baliza de Heaton (por larga margem o guardião com mais defesas nesta BPL).
    Para além de De Gea, Gomes (4.9) e Lee Grant (4.1) surgem como alternativas mais baratas e que talvez até garantam um maior equilíbrio entre o potencial de clean sheet e o potencial nº de defesas, sem esquecer que Cech defronta o pior ataque do campeonato (o Sunderland marcou 6 golos até agora). Mais difícil é prespectivar o embate entre Middlesbrough e Bournemouth.

- Defesas: Entre defesas, já falámos de Holebas, mas com o Leicester a render muito menos no campeonato do que na Champions, Kyle Walker (6.1) pode dar sequência à campanha que o tem elevado ao estatuto de melhor lateral-direito até agora da competição.
    A inconsistência do Swansea pode proporcionar pontos de Bónus a Ryan Shawcross (4.9), consiga este manter os seus índices estatísticos; e nunca se pode ignorar Koscielny e Bellerín, 2 dos 3 defesas mais pontuados. O Middlesbrough-Bournemouth pode ser um excelente palco para dois laterais que se vão encontrar muitas vezes - George Friend (4.4) e Adam Smith -, e do United, entre Valencia e Daley Blind (5.7) pendemos para o holandês.
    No Southampton-Chelsea, o perigo que Costa e Hazard representam impede que o recomendemos como uma boa opção, mas estejam atentos ao desempenho de van Dijk, claramente um dos centrais mais subvalorizados da actualidade.

- Médios: Entre médios e extremos, os já mencionados Shaqiri, Coutinho e Mata avançam todos para o nosso 11 da semana em 3-4-3, e juntamos a esses três nomes o virtuoso Alexis Sánchez (11.3)Theo Walcott (8.1) teria lugar cativo no onze, mas o facto de estar em dúvida por lesão leva-nos a abdicar do 5.º médio em prol de Ibrahimovic; do Tottenham, veremos se a aura arrasadora não começa a passar de Son Heung-Min (7.7) para Dele Alli.
    Do Stoke, Shaqiri é quem nos parece representar maior perigo para o Swansea, mas há ainda Joe Allen e Arnautovic. E, tal como Allen, outra "pechincha" já bem conhecida continua a ser Etienne Capoue (5.2). Embora a perder gás, esta parece uma boa jornada para o francês mostrar que ainda está vivo.
   David Silva (8.7), ou como sempre De Bruyne e Sterling, serão fundamentais para que Guardiola consiga interromper a pior sequência da sua carreira, o Everton-West Ham pode ser um bom duelo de individualidade entre Bolasie e Payet, e atenção ainda a nomes como Eden Hazard (9.8) (marcou nas últimas duas jornadas), Tadic, Mané e Redmond.

- Avançados: Na frente, se Zlatan Ibrahimovic (11.3) (atenção, tal como Diego Costa a apenas 1 amarelo de ficar suspenso) não despertar nesta jornada, fica difícil acreditar quando o fará. No entanto, acima do sueco surgem Romelu Lukaku (9.7) e Troy Deeney (7.1), em melhor momento de forma.
    Com Kun Agüero (13.0) já se sabe como é - o argentino está a atravessar um anormal período de seca (3 jogos sem marcar na Premier), com os resultados a reflectirem isso, e o WBA defende bem. Mas a verdade é que é contra este tipo de defesas tipicamente britânicas que Kun costuma ser um quebra-cabeças.
    Austin, Callum Wilson, Negredo, Christian Benteke (7.7) e Diego Costa (10.3) são as restantes recomendações nesta jornada.


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11 (3-4-3): De Gea; Shawcross, Walker, Holebas; Mata, Sánchez, Shaqiri, Coutinho; Ibrahimovic, Lukaku, Deeney

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Sunderland v Arsenal - Alexis Sánchez; Theo Walcott
Manchester United v Burnley - Zlatan Ibrahimovic; Juan Mata
Middlesbrough v Bournemouth - Callum Wilson; Charlie Daniels
Tottenham v Leicester City - Son Heung-Min; Dele Alli
Watford v Hull City - Troy Deeney; José Holebas
West Brom v Manchester City - Kun Agüero; David Silva
Crystal Palace v Liverpool - Philippe Coutinho; Christian Benteke
Everton v West Ham - Romelu Lukaku; Winston Reid
Southampton v Chelsea - Diego Costa; Eden Hazard
Stoke v Swansea - Joe Allen; Xherdan Shaqiri

Revisão: 'Black Mirror' (3.ª Temporada)

Criado por
Charlie Brooker

Elenco
Bryce Dallas Howard, Alice Eve, Wyatt Russell, Hannah John-Kamen, Alex Lawther, Jerome Flynn, Mackenzie Davis, Gugu Mbatha-Raw, Malachi Kirby, Madeline Brewer, Michael Kelly, Kelly Macdonald, Faye Marsay

Canal: Netflix

Classificação IMDb: 8.9 | Metascore: 82 | RottenTomatoes: 93%
Classificação Barba Por Fazer: 87


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 
A História: 
    Os loucos universos de contadores de histórias que imaginaram o futuro como George Orwell, Ray Bradbury, Isaac Asimov, Philip K. Dick, Kurt Vonnegut ou, na escrita para ecrã, Stanley Kubrick, acompanharam-nos ao longo dos anos. Não é exagero dizer, no entanto, que Charlie Brooker tem feito por merecer integrar esse restrito hall of fame de génios.
    'Black Mirror', que pode ser considerado o The Twilight Zone do século XXI, foi referido por nós na nossa personagem 81 em Dezembro passado. Para quem só deu conta agora da existência da série, segue-se uma breve contextualização: a série de antologia (cada episódio aborda uma realidade diferente, com um leque de personagens diferente) britânica ganhou cotação no Channel 4 em 2011 e 2013, com duas temporadas de 3 episódios cada; em Dezembro de 2014 houve um especial de Natal com Jon Hamm (Mad Men), mas desde aí a série ficou congelada. Até a Netflix entrar em cena. A gigante do streaming e video-on-demand decidiu dar nova vida a 'Black Mirror' - tarde demais para fazerem o mesmo com Utopia, senhores da Netflix? - mantendo o cérebro e coração criativo, ou seja, o criador e argumentista Charlie Brooker.
    A missão da série está preservada: uma reflexão que visa criticar, alertar, satirizar ou extremar a nossa vida quotidiana e o mundo para o qual caminhamos, por influência e consequência da tecnologia actual ou de possíveis tecnologias futuras. Tudo isto com um tom que tem tanto de negro como de irónico, cínico e hipócrita.
     Até hoje, num conjunto de 7 episódios, Brooker tinha-se multiplicado em originalidade: um dilema político a envolver um porco, a áspera futilidade dos talent shows, a tecnologia em defesa de ciúmes e dúvidas asfixiantes, um luto arrastado graças à Inteligência Artificial, uma condenação que vira uma perpétua diversão alheia, um cartoon sem papas na língua a ascender na esfera política, e para 'White Christmas' é difícil encontrar uma curta definição. Julgamos ser mais ou menos unânime que no lote de episódios pré-Netflix havia 3 ou 4 verdadeiras obras-primas, variando a avaliação, como sempre, de acordo com o gosto pessoal. Mas quase todos com a capacidade, que a nova fornada também revela, de nos fazer mergulhar rapidamente naquele mundo, oferecendo-nos muitas vezes um twist e finais que demoram muitos dias a serem digeridos. Porque o melhor terror é a realidade, e em 'Black Mirror' raramente há finais felizes.

    Com uma produção que perde em alguns momentos aquele lado trashy mas bom das séries britânicas, e com menos sotaque, a 3ª temporada entregou as 6 novas histórias de Charlie Brooker a 6 diferentes realizadores: Joe Wright, Dan Trachtenberg, James Watkins, Owen Harris, Jakob Verbruggen e James Hawes. Ao seu dispor, um casting que embora recheado de enorme talento, conserva a tradição de apostar em actores e actrizes subvalorizados.
    Bryce Dallas Howard brilha no introdutório "Nosedive", um exercício especulativo em relação à evolução das redes sociais, ao impacto destas nas nossas vidas e relacionamentos, e à dependência da classificação do nosso eu social pelos outros, para se perseguir aquilo que é moda, com os sorrisos amarelos a substituírem os comentários sinceros e genuínos. Depois, "Playtest", protagonizado por Wyatt Russell (filho de Kurt Russell e Goldie Hawn) explora o futuro dos videojogos e da realidade aumentada, tornando-se um dos melhores filmes de terror dos últimos tempos e confirmando o realizador Dan Trachtenberg (10 Cloverfield Lane) como um mestre a criar tensão. Segue-se "Shut Up and Dance", um dos maiores murros no estômago do espectador nesta temporada - partilha isso com o antigo "White Bear" - pela forma como mexe com a nossa empatia e percepção das pessoas e nos tira o tapete, virando o tabuleiro nos últimos instantes ao som de Radiohead.
    A série é tão boa que pede um valente binge-watch, mas é perfeitamente natural que depois de "Playtest" ou "Shut Up and Dance" sintam necessidade de respirar um bocadinho. Felizmente, "San Junipero" é o melhor calmante possível - Mackenzie Davis e Gugu Mbatha-Raw dividem cenas no episódio que melhor trabalha o seu twist. Por outro lado, "Man Against Fire" é provavelmente aquele cuja revelação é mais previsível ou denunciada, acompanhando o futuro dos soldados. Mas a série só fecha depois do seu maior episódio - "Hated in the Nation" tem 1 hora e 29 minutos - com Kelly Macdonald e Faye Marsay (Game of Thrones) a investigarem juntas um conjunto de mortes relacionadas com o Twitter e motivadas por hashtags. Um episódio que parece um casamento entre The X Files, Luther e True Detective.
     
    
A Personagem: Yorkie (Mackenzie Davis).
    Se às vezes é complicado escolher a melhor personagem de séries com vários episódios e, por isso, muito mais trabalhadas, ainda mais difícil é defender o impacto de alguém que nos acompanhou durante - em média - 1 hora.
    Parece-nos mais ou menos indiscutível que em termos de desempenhos, os grandes destaques da temporada são os de Bryce Dallas Howard como Lacie em "Nosedive", Wyatt Russell como Cooper em "Playtest" e o jovem Alex Lawther em "Shut Up and Dance".
    No entanto, Mackenzie Davis (uma estrela em ascensão, e a com maior potencial de todos os actores envolvidos nesta temporada, que muito tem crescido em Halt and Catch Fire, da AMC, e que a curto-prazo surgirá em Blade Runner 2049) é especial. A sua Yorkie é uma senhora idosa em coma, que uma vez por semana tem a possibilidade de visitar um paraíso digital e virtual no qual pode voltar a ser a rapariga que era antes de um acidente de carro lhe roubar quase tudo. Os óculos e o ar inocente, perdido e deslocado ajudam a integrar Yorkie no maravilhoso mundo da série, e seria injusto eleger Yorkie sem mencionar Kelly - a química e empatia de Davis com Gugu Mbatha-Raw catapulta o episódio para outro patamar.
     

O Episódio: 04 'San Junipero'.
    É mesmo complicado escolher, por boas razões. Numa série "normal", há inclusive uma tendência narrativa para que determinados episódios contenham o clímax da jornada dos protagonistas, em 'Black Mirror' cada episódio é uma viagem por si só.
    "Man Against Fire" (05) é capaz de ser o pior pela sua previsibilidade. De resto, Brooker mantém o seu hábito de nos oferecer quase sempre um final amargo, desejando se calhar que vendo um futuro sem esperança, a sociedade actual ainda acorde a tempo de mudar o trajecto até este eventual "lá".
    "Nosedive" conta com Bryce Dallas Howard em grande e Joe Wright dificilmente poderia fazer melhor trabalho, claudicando o episódio graças a algumas coisas do argumento da actriz Rashida Jones e de Michael Schur (Parks and Recreation). Numa hipocrisia que tem tanto de risível como de assustadora, "Nosedive" sofre com uma das poucas afinações que esta temporada de 'Black Mirror' tem - com uma super-produção e talvez a querer privilegiar o target americano, notam-se menos subtilezas.
    "Hated in the Nation" é um dos vários episódios que teria sucesso como filme, embora algumas coisas da história não façam sentido; e "Shut Up and Dance" é delicioso pela forma como se revela capaz de inverter tudo, fazendo-nos sentir mal connosco próprios.
    "Playtest" é quase perfeito no seu género (louvável também o facto de Brooker conseguir desta vez mostrar o potencial do universo 'Black Mirror' em diferentes estilos e abordagens), desenrolando-se de forma brilhante. Os twists finais (um, e mais outro) acabam por parecer supérfluos, num epílogo que retira profundidade a uma cena que poderia marcar muito mais se fosse a última. No total, é uma genial escalada de emoções.
    Posto isto, "San Junipero" é tão pouco 'Black Mirror' e tão 'Black Mirror' ao mesmo tempo. Owen Harris criou uma obra-prima visual, numa homenagem musical aos anos 80 e 90, e a relação entre Yorkie e Kelly tem tanto de profundo como de surpreendente - os 20 minutos finais dão sentido a tudo o resto, fazendo do episódio um daqueles que se vê doutra maneira à 2.ª vez, e se é bom estar vivo em San Junipero, melhor é estar vivo numa época em que 'Black Mirror' existe na televisão.


O Futuro: 
    Mais do mesmo, por favor. Depois de dissertar sobre redes sociais, videojogos (com VR e AR), a privacidade online e as futuras armas na guerra, Charlie Brooker tem em 2017 mais 6 oportunidades para nos mostrar a sua visão do mundo actual e do futuro, com uma perspectiva e mensagem como só ele sabe dar.
    Ao contrário do que fazemos para outras séries - mais lineares nas transições entre temporadas - pouco sentido faz adivinhar o futuro da série. Até porque poucas são as pessoas que hoje em dia visitam tão bem o futuro como Charlie Brooker. Quanto muito, poderemos em breve publicar um artigo com uma lista de realizadores e actores/ actrizes que encaixariam bem na quarta temporada do melhor resgate da História da Netflix. Fica a promessa.

21 de outubro de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 9

Vamos lá a mais uma. A Premier League regressa para um fim-de-semana de emoções fortes, depois de no último termos assistido a pontos conquistados nos últimos minutos, penalties falhados (ou defendidos), enfim, o habitual em Inglaterra. Pouco habitual foi o nível de paixão colocada em campo no Liverpool-Manchester United - Mourinho quis estancar o carrossel ofensivo dos reds de Klopp, e o resultado foi um jogo para adormecer.
    Desta vez, a jornada 9 divide-se apenas entre Sábado e Domingo, mas oito dos dez jogos disputam-se dia 22. Os red devils de José Mourinho voltam a marcar presença no jogo cabeça-de-cartaz da ronda (deslocação do United a Stamford Bridge, um regresso especial para Mou), novamente com estatuto de visitante. O City de Guardiola - líder com os mesmos pontos do Arsenal - quererá retomar o trilho das vitórias depois de empatar com o Everton e perder em Barcelona; o Arsenal só quer dar sequência ao momento, com Alexis Sánchez, Walcott e Özil em alto nível, e o Tottenham tem pela frente um desafio e pêras, uma vez que o Bournemouth de Eddie Howe está mais motivado do que nunca depois de golear (6-1) o Hull City.
    O West Ham tudo fará para subir mais alguns lugares na tabela - Payet volta ao local do crime, o ambiente caseiro no qual marcou um dos melhores golos da sua carreira ao Middlesbrough -, podendo em caso de vitória afundar ainda mais o "lanterna vermelha" Sunderland.
    Com 8 jornadas decorridas, Stekelenburg, Koscielny, Walcott e Diego Costa são os jogadores mais pontuados por posição, servindo a classificação geral para perceber a brutal importância de ter um meio-campo forte - entre os 12 jogadores com maior pontuação, 10 são médios no Fantasy.
    Na ronda passada, ninguém brilhou mais do que Junior Stanislas (21 pontos, decorrentes de 2 golos e duas assistências), que igualou o máximo individual de época 16/ 17 de Nacer Chadli. Daniels e Cook, também dos cherries, marcaram presença no 11 da jornada, com Joe Allen, Walcott, Austin e Holebas a terem um contributo determinante nos jogos das suas equipas. Entre os postes, Stekelenburg conseguiu uns espectaculares 17 pontos - o guardião do Everton defendeu duas grandes penalidades, uma de De Bruyne e a outra de Agüero.
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As nossas apostas para a 9.ª jornada são:

Mesut Özil - Arsenal - 9.5
    Não nos enganemos: Alexis Sánchez e Theo Walcott continuam a ser os principais jogadores do Arsenal a ter no Fantasy. A confirmar isso mesmo está o facto de ambos integrarem o actual pódio de jogadores mais pontuados. É praticamente criminoso não ter 1 deles neste momento, e alguns serão os utilizadores com ambos.
    Özil surge, assim, como um diferencial. O alemão, que terminou 15/ 16 com 6 golos e 19 assistências, ainda não fez qualquer passe para golo (a sua média de 2,6 oportunidades claras de golo criadas não se afasta muito dos números dos líderes Payet, Tadic, Willian, De Bruyne e Silva) nesta Premier League, mas já leva três golos marcados. Três foram também os golos que marcou esta quarta-feira diante do Ludogorets na Champions.
    O estado de graça do Arsenal deve durar mais duas semanas (Middlesbrough em casa, e Sunderland fora) antes de surgirem no caminho dos gunners 2 jogos de peso contra Tottenham e Manchester United. Para Wenger neste momento não há que inventar, e o tridente Alexis, Walcott e Özil tem lugar cativo mediante os desempenhos recentes. A utilização de Sánchez como falso 9 tem modificado as dinâmicas da equipa, proporcionando a Özil menos situações de último passe, mas prevemos tarde inspirada para os londrinos quando o Middlesbrough visitar o Emirates às 15 horas de Sábado.


Joe Allen - Stoke City - 4.9
    Há quem lhe chame o Pirlo galês. Há quem diga que é Jesus a correr pelo Britannia. Mas é Joseph Michael Allen. Joe Allen, para os amigos.
    O pequeno médio-centro que passou pelo Swansea e pelo Liverpool, demonstrando neste Euro-2016 como só ele e Ashley Williams se aproximam do nível de Bale e Ramsey em Gales, está-se a tornar dono e senhor do Stoke City.
    Quando os potters resgataram Allen ao Liverpool, imaginávamos que a equipa rapidamente passasse a funcionar de acordo com a sua batuta. No entanto, não era expectável que um jogador avaliado em 4.9 conseguisse 4 golos em 3 jogos (sequência de 11-8-16 em termos de pontos).
    Com Capoue a voltar ao seu estado normal, e elementos como Arnautovic ou Shaqiri pouco entusiasmantes e regulares, Joe Allen começa a emergir como uma opção interessante para 5.º médio. Enquanto esperamos que Wilfried Bony renasça, Allen tem as próximas 6 jornadas (bom calendário) para continuar a evidenciar o bom momento de forma recente.


Gylfi Sigurdsson - Swansea - 7.2
    Acreditem: novo treinador significa, normalmente, vida nova para qualquer plantel e motivação extra para quem vinha a perder gás. O islandês Sigurdsson, indiscutivelmente a figura-maior do Swansea, subiu bastante de rendimento quando Guidolin assumiu a equipa na temporada passada, e logo no 1.º jogo de Bob Bradley, mostrou ao norte-americano em pleno Emirates que está pronto para comandar a equipa a partir da frente.
    Depois de actuar como falso 9 em casa do Arsenal, supomos que Gylfi regresse à casa de partida, actuando nas costas de Borja ou Llorente (este último, se em condições).
    O esquema táctico do Watford pode ser um desafio e tanto para os swans, mas a vontade de mostrar trabalho no primeiro jogo do novo técnico em casa pode equilibrar os pratos da balança. Uma coisa é praticamente certa: a maioria dos lances de perigo do Swansea vão passar pelos pés deste homem.


Nathaniel Clyne - Liverpool - 5.5
    Quando Jürgen Klopp visitou cheio de humor e amigavelmente (há outra maneira, com ele?) o Monday Night Football da Sky Sports, uma das análises estatísticas que saltou à vista foi o elevadíssimo envolvimento dos laterais (Clyne e Milner, actualmente) no processo ofensivo deste Liverpool, comparativamente com jogadores das mesmas posições nos rivais.
    É certo que quando verificamos os pontos de James Milner saltam à vista os golos (penalties), mas a tendência deste Liverpool será de começar a garantir clean sheets com alguma regularidade, o que pode jogar mais a favor de Clyne do que qualquer outro defesa.
    Com Karius (boa opção para a baliza, dado o seu preço) envolvido no nosso raciocínio, o calendário tranquilo do Liverpool - os grandes jogos já passaram, e os reds estão 100% focados no campeonato - e a boa preparação da equipa para cada fim-de-semana pode ajudar a que o acto isolado contra o United (0 golos sofridos) comece a acontecer com frequência. E se por um lado achamos que aquele crónico e único golo sofrido irritante pode começar a desaparecer, as assistências de Clyne podem começar a aparecer em breve.


Dimitri Payet - West Ham - 9.4

    De volta ao estádio no qual destruiu meia equipa do Middlesbrough.
    Ninguém tem dúvidas de que, mesmo com bons reforços e um arranque incrível de Antonio em termos de números, este West Ham é praticamente uma one-man-team e esse homem é Dimitri Payet.
    Avaliado em 9.4, o francês - vilão sem maldade na final do Euro - está bem fisicamente, determinado em colocar a equipa no patamar a que pertence, nem que para isso tenha que ultrapassar todos os adversários um por um.
    Uma deslocação do Sunderland ao estádio Olímpico de Londres parece ser nesta fase a presa perfeita para que os hammers continuem a sua recuperação. Moyes tudo fará para "prender" Payet, mas é nele que se espera que comece a resposta personalizada da equipa de Bilic. Caso o treinador croata mantenha o 3-5-2 (jogaram Antonio e Cresswell como alas), Antonio volta a recuar em termos de potencial de pontos, numa estrutura que beneficia sobretudo Payet e Lanzini.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Na baliza, emergem alguns nomes como opções mais seguras. O alemão Loris Karius (4.9) parece ter agarrado o lugar e recebe um WBA que promete ser um osso duro de roer, embora raramente marque mais do que 1 golo. No jogo que nos parece poder ser mais desequilibrado, o Arsenal terá em Petr Cech (5.5) um porto seguro. O checo descansou durante a semana, vendo Ospina na baliza dos gunners diante do Ludogorets, e tudo fará para manter o Middlesbrough a zeros.
    Adrián (5.0) recebe o último classificado, Stekelenburg, Fabianski e Schmeichel não são opções de todo descabidas, e no Bournemouth-Tottenham serão determinantes os desempenhos de Boruc e Lloris.
    Altas expectativas, claro, para Courtois e De Gea no jogo grande da jornada.

- Defesas: Na defesa, junta-se ao já mencionado Nathaniel Clyne, outro lateral-direito - Héctor Bellerín (6.5). A locomotiva espanhola do Arsenal continua, em conjunto com Alderweireld, a ser o defesa mais caro deste universo Fantasy, mas pela forma como incorpora o ataque, verificar que leva duas assistências até parece pouco.
    A pouca chama do Burnley - pior ataque do campeonato, a par do Sunderland, com 6 golos marcados - faz entrar neste raciocínio um terceiro lateral-direito com sistemática e significativa propensão ofensiva. Falamos de Seamus Coleman (5.5). O jogador irlandês promete dar muito trabalho à equipa adversária, embora o Burnley-Everton até aparente ser o típico jogo em que Ashley Williams pode ser um íman de pontos e Bónus.
     Entre defesas, a suspensão do regressado Cresswell faz-nos virar para Winston Reid (5.0) na defesa do West Ham, Kyle Walker (6.0) foi poupado diante do Leverkusen, e parece um escolha interessante, embora vá defrontar um Bournemouth motivadíssimo que marcou 6 golos há uma semana, e veremos como se comportam as linhas defensivas do Leicester e do Swansea com avançados do outro lado que prometem dar muito trabalho.
   
- Médios: Entre médios e extremos, falámos de Özil mas o momento diz que Alexis Sánchez (11.3) e Theo Walcott (7.9) são os jogadores a ter em consideração. Um jogo caseiro diante do Middlesbrough, a dinâmica ofensiva actual do Arsenal e os números regulares de ambos ultimamente fazem destes 2 craques uma dor de cabeça não só para o Middlesbrough mas também para quem não os tiver no Fantasy.
    Como sempre, continuamos sem certezas na lotaria que é identificar o médio do Liverpool com mais potencial - nesta jornada específica, o feeling está com Roberto Firmino (8.5), embora Mané seja apetecível jornada após jornada. Falámos de Sigurdsson, Joe Allen e, claro, de Dimitri Payet, mas a estes poderíamos juntar Riyad Mahrez (9.2), agora senhor de noites europeias, Snodgrass, Chadli, Antonio e caso o Tottenham tenha sucesso na sua visita ao Dean Court, provavelmente esse sucesso passará pelo sul-coreano Son Heung-Min (7.7).
    Por fim, as estatísticas dizem que o City está obrigado a conter Dusan Tadic, enquanto que nos citizens De Bruyne e Sterling são as principais armas de Guardiola, juntamente com Agüero, para voltar aos bons resultados.

- Avançados: Na frente, mesmo depois de ter sido suplente e ter entrado para dar pontos negativos a dobrar para quem o colocou a capitão, Kun Agüero (13.0) permanece como opção número 1. O registo defensivo recente do Southampton impressiona - apenas 1 golo sofrido nos últimos 4 jogos da Premier League - mas o City há-de estar sedento de corrigir o seu rumo e apagar a má imagem dos últimos jogos. Se houver vendaval ofensivo, nem van Dijk valerá aos saints.
    Para além de Agüero, Romelu Lukaku (9.5) leva ligeira vantagem sobre Diego Costa (10.2) quando tidos em linha de conta os adversários. O belga marcou 6 golos nos últimos 5 jogos, enquanto que Costa em 8 jornadas, só por duas vezes não fez o gosto ao pé.
    Islam Slimani (8.5), Deeney e quiçá Callum Wilson e Benteke fecham o lote de jogadores para os quais temos algumas expectativas ou curiosidade de acompanhar. E atenção: com um City tremido, Charlie Austin pode continuar o bom momento.



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11 (3-5-2): Karius; Clyne, Coleman, Bellerín; Sánchez, Walcott, Allen, Sigurdsson, Payet; Agüero, Lukaku

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Bournemouth v Tottenham - Son Heung-Min; Callum Wilson
Arsenal v Middlesbrough - Alexis Sánchez; Theo Walcott
Burnley v Everton - Romelu Lukaku; Seamus Coleman
Hull City v Stoke - Joe Allen; Robert Snodgrass
Leicester City v Crystal Palace - Riyad Mahrez; Jamie Vardy
Swansea v Watford - Troy Deeney; Gylfi Sigurdsson
West Ham v Sunderland - Dimitri Payet; Winston Reid
Liverpool v West Brom - Roberto Firmino; Nathaniel Clyne
Manchester City v Southampton - Kun Agüero; Kevin De Bruyne
Chelsea v Manchester United - Diego Costa; Zlatan Ibrahimovic

14 de outubro de 2016

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 8

Passaram-se os jogos das selecções, Portugal goleou Andorra e as Ilhas Faroé por 6-0, e agora está na hora de voltar a seguir a Premier League semana após semana non-stop até ao final do ano (exceptuando uma semana em meados de Novembro).
    É depois da aproximação do Tottenham ao Manchester City (vitória dos spurs por 2-0, a impor a primeira derrota a Guardiola) que o campeonato regressa, numa altura em que os citizens têm um ponto de vantagem em relação ao Tottenham, seguindo-se na tabela Arsenal e Liverpool. As desilusões das primeiras 7 jornadas dão pelo nome de West Ham e Stoke City, embora se esperasse mais do Manchester United de José Mourinho, e do Chelsea de Antonio Conte.
    Esta jornada 8 abre logo com um excelente aperitivo - o Chelsea recebe o Leicester City, naquele que é um embate entre os últimos 2 campeões ingleses. O jogo da jornada é, ainda assim, segunda-feira à noite, com o Liverpool a receber o Manchester United em Anfield. Em jogos grandes é simples: a equipa de Klopp é favorita, transcende-se sempre. Pelo meio de tudo isto há um encontro entre os dois últimos classificados (Stoke e Sunderland), Arsenal e Southampton devem ganhar os seus jogos, enquanto que é mais imprevisível o desfecho dos jogos entre Bournemouth e Hull, Palace e West Ham ou Middlesbrough e Watford. O Tottenham terá um osso duro de roer ao visitar a muralha de Tony Pulis, e o Manchester City quererá retomar o caminho vitorioso contra os pupilos de Koeman.
    Recuando ligeiramente até à jornada passada, tratou-se de uma ronda difícil - média de 42 pontos - com muitos jogadores "clássicos" a falharem. Koscielny foi o destaque máximo com 15 pontos, seguido de Diego Costa e Roberto Firmino. Bravo, Milner, Willian, Rose, Chadli e Payet (que golo, meu deus!) também pontuaram bem.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 2518758-588128)


As nossas apostas para a 8.ª jornada são:

Alexis Sánchez - Arsenal - 11.3
    No pós-compromissos internacionais é sempre preciso ter muito cuidado e atenção porque os treinadores podem poupar quem regressa diminuido fisicamente ou tenha realizado grandes viagens. Alexis Sánchez jogou a 6 e 12 de Outubro, contra Equador e Perú, sempre os 90 minutos; mas isso não deve impedir o craque chileno de voltar a ser o falso 9 no esquema de Wenger.
    A ausência de Giroud e o facto de Lucas Pérez não estar a 100% devem ajudar à titularidade de Sánchez, uma das melhores opções para ter a braçadeira de capitão neste fim-de-semana.
    Com 49 pontos é, juntamente com Kevin De Bruyne, o jogador com mais pontos neste Fantasy, e constando apenas nos plantéis de cerca de 22% dos jogadores (incrível como mais do dobro dos utilizadores têm Ibrahimovic, comparativamente com Alexis) deve ser encarado com bons olhos por todos aqueles que já o têm. Espera-se que conte com Walcott, Özil e Iwobi no seu apoio, e a dinâmica ofensiva caseira do Arsenal deve chegar e sobrar para que os gunners ultrapassem o Swansea com distinção. De Alexis esperam-se golos, e toda aquela energia e irreverência do costume. O chileno faz, em média, 3 remates e 2.6 passes decisivos por jogo, e é importante não esquecer que o Arsenal é a equipa actualmente com mais vitórias consecutivas: 5.


Son Heung-Min - Tottenham - 7.7
    Tal como Wenger com Sánchez, também Pochettino enfrentará uma dúvida até à última da hora para saber se Son estará apto para defrontar o WBA ou não, depois de uma longa viagem a partir do continente asiático.
    A verdade é uma: não há nenhum spur tão influente neste momento como o sul-coreano, que marca ou assiste em tudo o que é jogo (seja na Premier League, ou na Champions).
    Com Kane de fora, e mesmo que Janssen (grande golo pela Holanda durate esta pausa) seja titular na frente, o Tottenham precisa desesperadamente que Son Heung-Min esteja no 11, dê por onde der. Com Eriksen sempre envolvido, e Dele Alli a regressar aos poucos à sua forma de 2015/ 16, resta saber se Son actuará num flanco retirando a vaga de Lamela, ou solto na frente, deixando Vincent Janssen como solução de recurso, e havendo ainda Moussa Sissoko cada vez mais importante na constituição do 11 inicial.
    Acreditando nós que Son será titular, mesmo pensando que a defesa do West Brom dificultará e muito a vida aos segundos classificados da Premier League, o cenário mais provável é o Tottenham dar a volta por cima, e o suspeito do costume voltar a fazer das suas.


Marko Arnautovic - Stoke City - 7.2
    Só para os corajosos. Depois de 165 pts em 2015/ 16 (11 golos e 6 assistências), Arnautovic começou a nova época como toda a equipa do Stoke - mal.
    Com zero vitórias, 3 empates e 4 derrotas, apenas 5 golos marcados e 16 sofridos (pior só o West Ham, com 17) o Stoke tem na recepção ao Sunderland a oportunidade perfeita de se reencontrar com o sucesso, "cavando" uma maior distância para longe dos black cats.
    O calendário diz que o momento do Stoke - haja inspiração, talento e eficácia na frente - pode mudar rapidamente, com os próximos 4 jogos em casa a serem, pelo menos, possíveis de serem ganhos.
    Para que isso aconteça, pede-se que Wilfried Bony recupere o quanto antes o faro pelo golo, e o "problema" do Stoke resume-se também à brutal necessidade que tem de que dois génios irregulares como Arnautovic e Shaqiri carreguem a equipa. Sobretudo se Joe Allen não estiver a 100% este fim-de-semana. Seja como for, confiamos no austríaco, que poderá assim dar sequência à sua boa janela internacional (2 golos marcados no 2-2 contra o País de Gales).


Christian Benteke - Crystal Palace - 7.7
    É certo que Christian Benteke brilhou pela Selecção, com 3 golos e uma assistência. Mas, convenhamos, era Gibraltar. Como não brilhar?
    O portentoso avançado belga está, não obstante, com a confiança nos píncaros e, vindo de duas jornadas consecutivas a marcar (Sunderland e Everton), o West Ham - inacreditavelmente, pior defesa do campeonato - parece ser o adversário ideal para dar sequência a este momento.
    Nesta fase, Agüero é o único avançado realmente obrigatório, e até tem sido Diego Costa a reforçar o estatuto de avançado nº 2. Ainda assim, e com Ibra enfraquecido actualmente, surgem imediatamente variadíssimos candidatos - Lukaku, Deeney, Austin, Defoe, Rondón, Vardy e Slimani. E Benteke, claro.
    O calendário do Crystal Palace não é dos melhores, mas os jogos mais difíceis são em casa, e por isso pode acontecer que Benteke vá "molhando o bico" mesmo nos momentos menos bons da sua equipa.


Dusan Tadic - Southampton - 7.2
    Jogue pelo Southampton ou jogue pela Sérvia, a sensação é sempre a mesma. Tadic é o maestro das suas equipas, faz todos à sua volta jogar, mas infelizmente - muitas vezes por incompetência alheia - não tem conseguido traduzir esse brilhantismo e importância em pontos.
    Vejamos: em oportunidades claras de golo criadas, Payet segue destacado (4 por jogo), mas Tadic incorpora a vaga seguinte, composta por De Bruyne, Willian, Firmino e Puncheon.
    O calendário do Southampton não é famoso, mas nesta jornada os saints são claríssimos favoritos diante do Burnley. Com Austin cada vez mais habituado aos colegas, Tadic pode voltar a pegar na batuta e dar um concerto de criação de lances de golo. Podemos naturalmente estar enganados, mas esta pode ser uma jornada com mais de 10 pontos para o sérvio.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Entre os postes, não há melhor relação potencial de clean sheets/ preço do que aquela que Lee Grant (4.0) apresenta. O guardião do Stoke terá ganho em definitivo a baliza a Given com uma assombrosa exibição em Old Trafford, e tudo indica que continuará de luvas calçadas até ao regresso de Butland. Num Stoke-Sunderland, há boas hipóteses de não sofrer.
    De resto, importa equacionar nomes como Fraser Forster (5.0) ou o mais dispendioso Petr Cech (5.5), numa jornada em que Courtois ou Lloris podem eventualmente não sofrer, mas não estamos assim tão certos que isso aconteça.

- Defesas: Na defesa, Laurent Koscielny (6.2) segue isolado entre os defesas com mais pontos (42). O central francês que viu Éder fugir-lhe antes de marcar o golo mais importante da História da nossa Selecção, já marcou 2 golos e vem de duas jornadas consecutivas sem sofrer. As recepções a Swansea (jornada 8) e Middlesbrough (9) podem servir para que alguns elementos defensivos dos gunners, nomeadamente Koscielny e Bellerín reforcem o seu estatuto e justifiquem o preço.
    Um jogo em casa diante do Burnley leva-nos a apostar as fichas todas em Virgil van Dijk (5.4). O central holandês do Southampton tem muito para dar e com 3 clean sheets seguidas - Swansea, West Ham e Leicester - os saints parecem ter a defesa afinada, mesmo que não contem desta vez com Bertrand e Cédric.
    No Bournemouth-Hull atrai-nos o potencial ofensivo do baratinho Adam Smith (4.6), nunca se deve ignorar o momento de forma de Kyle Walker (6.0) e temos ainda alguma curiosidade para ver o que faz Marcos Alonso no 3-4-3 do Chelsea.

- Médios: Entre médios e extremos, e tendo já mencionado um senhor chamado Alexis Sánchez, continuamos a confiar no seu companheiro Theo Walcott (7.7). O extremo inglês pode perfeitamente disparar diante do Swansea (achamos que mesmo apesar do bom registo dos swans diante do Arsenal, e do factor "novo treinador" Bob Bradley, o jogo cairá para a equipa da casa), e tanto ele como Özil ou Iwobi podem ser os parceiros no crime de Alexis.
    Falámos acima de Tadic, Son e Arnautovic, mas há vários médios que importem ainda ser referidos. A relutância de Guardiola em abordar taxitavemente os processos de recuperação de De Bruyne e Sterling deixa-nos de pé atrás em relação a ambos, especialmente por estar bem perto um duelo de titãs com o Barcelona e tendo o City boas soluções de recurso. Veremos o que Eden Hazard (9.9) faz depois duma boa janela internacional ao serviço da Bélgica, e na visita do West Ham ao reduto do Crystal Palace, embora seja Antonio o elemento com mais pontos, Dimitri Payet (9.4) já começa paulatinamente a roubar-lhe os holofotes e a exibir-se ao nível que nos habituou em 15/ 16.
    Eriksen, Shaqiri, Snodgrass, Willian e Redmond são elementos igualmente apetecíveis, enquanto que no Liverpool - Manchester United, teremos a lotaria do costume relativamente aos médios de Klopp. Firmino esteve bem na ronda passada, Milner continua a ter penalties, Lallana está em dúvida (tal como Wijnaldum) e nós mantemos a nossa aposta em Sadio Mané (9.0) e Coutinho (8.3).

- Avançados: Na frente é simples. Kun Agüero (13.0) vai a jogo em casa e para os mais supersticiosos atenção porque a jornada 8 costuma ser lendária para o craque argentino (bem como para o rendimento colectivo do Southampton, nas últimas temporadas). Recuperado da lesão que o deixou em dúvida para o 2.º jogo da Argentina, tudo aponta para que Agüero jogue pelo menos 60 minutos, e deverá causar várias dores de cabeça à defesa do Everton.
    Depois de Kun, Diego Costa (10.1). Ninguém tem mais golos que o avançado do Chelsea - 6 - que embora esteja a apenas um cartão amarelo de ficar suspenso, continua a justificar a aposta dada a sua regularidade. Deeney, Callum Wilson, Charlie Austin (6.3) e Negredo são outros dos potenciais destaques ofensivos desta jornada, tendo Wilfried Bony (7.3) o jogo perfeito para voltar a ser feliz, e acreditando nós que Lukaku até pode fazer qualquer coisa no Etihad. Acima dele, no entanto, está outro compatriota - o belga Benteke, referido nos nossos 5 destaques acima.



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11 (3-5-2): Grant; van Dijk, A. Smith, Koscielny; Sánchez, Tadic, Arnautovic, Son, Walcott; Agüero, D. Costa

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Chelsea v Leicester City - Diego Costa; Willian
Arsenal v Swansea - Alexis Sánchez; Theo Walcott
Bournemouth v Hull City - Robert Snodgrass; Callum Wilson
Manchester City v Everton - Kun Agüero; Raheem Sterling
Stoke v Sunderland - Marko Arnautovic; Lee Grant
West Brom v Tottenham - Son Heung-Min; Christian Eriksen
Crystal Palace v West Ham - Christian Benteke; Dimitri Payet
Middlesbrough v Watford - Troy Deeney; Christian Stuani
Southampton v Burnley - Dusan Tadic; Charlie Austin
Liverpool v Manchester United - Philippe Coutinho; Sadio Mané