Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

19 de novembro de 2022

Mundial 2022: Previsão Grupo H

Na véspera do arranque do Mundial 2022, encerramos assim a sequência de 8 artigos de análise detalhada a cada um dos grupos da competição. Neles, pretendemos realizar uma sumária contextualização de cada selecção, identificando forças e fraquezas, esquematizando como deve jogar cada equipa, até que fase imaginamos que chegue e que jogadores acreditamos que poderão ser destaques.

    O derradeiro grupo do Mundial do Qatar é o Grupo H, aquele em que está Portugal. Combinando 4 seleções de 4 continentes distintos, algo que também acontece no Grupo A, nesta exótica multiculturalidade salta à vista a componente enérgica e a grande disponibilidade física de Uruguai, Gana e até Coreia do Sul, partindo no entanto Portugal como super-favorito se pensarmos exclusivamente no riquíssimo lote de jogadores ao dispor de Fernando Santos.

    Portugal chega ao Qatar com equipa para chegar às meias-finais, mas embora haja qualidade em abundância em todos os sectores, Fernando Santos é um entrave ao pleno aproveitamento do talento. Os portugueses, naturalmente, acreditam (e acreditaremos sempre) numa campanha de sonho, mas um meio termo e um desempenho suficiente pode ser o desfecho para uma Seleção que como um todo costuma render bem mais sem Cristiano Ronaldo, e que com ele vê CR7 brilhar na ficha de jogo, secando o ambiente à sua volta. A sorte de Fernando Santos não durou para sempre (recordemo-nos dos finais de jogo contra a Sérvia e Espanha) mas no Qatar um 1.º lugar no Grupo H até pode abrir boas perspectivas para Portugal, embora a nossa equipa pareça em perigo contra um Uruguai ou uma Sérvia, algo que deveria ser impensável dado o brutal diferencial qualitativo.
    A acompanhar os nossos jogadores estarão um Uruguai que mantém o seu ADN raçudo e aguerrido, sendo este Mundial o 1.º para jogadores emergentes no contexto internacional como Valverde e Darwin; um Gana que se reforçou bem no mercado de naturalizados; e uma Coreia do Sul, orientada pelo português Paulo Bento, que, apesar de ter um extremo esquerdo extraordinário e um dos centrais em melhor forma esta época, parece destinada ao 4.º lugar.

    Vamos então olhar para a nossa Seleção e para os 4 oponentes na fase de grupos. Força Portugal e um bom Mundial, dentro do possível, para todos:


1. URUGUAI  
(Previsão: Quartos-de-final, eliminado pela Alemanha)

  • Guarda-Redes: Fernando Muslera (Galatasaray), Sergio Rochet (Nacional), Sebastián Sosa (Independiente)
  • Defesas: Guillermo Varela (Dínamo Moscovo), José Luís Rodríguez (Nacional), Martín Cáceres (LA Galaxy), Ronald Araújo (Barcelona), José Giménez (Atlético Madrid), Sebastián Coates (Sporting), Diego Godín (Vélez), Mathias Olivera (Nápoles), Matías Viña (Roma)
  • Médios: Lucas Torreira (Galatasaray), Manuel Ugarte (Sporting), Matías Vecino (Lázio), Rodrigo Bentancur (Tottenham), Federico Valverde (Real Madrid), Giorgian De Arrascaeta (Flamengo)
  • Extremos/ Avançados: Nicolás De La Cruz (River Plate), Facundo Pellistri (Manchester United), Facundo Torres (Orlando City), Agustín Canobbio (Ath. Paranaense), Maxi Gómez (Trabzonspor), Edinson Cavani (Valência), Luis Suárez (Nacional), Darwin Núñez (Liverpool)
Seleccionador: Diego Alonso;

Forças: Federico Valverde está imparável e "cheira" a potencial figura no Qatar enquanto o seu Uruguai resistir; Uruguai é sinónimo de garra, e o selvagem Darwin Núñez acrescentará uma dose de caos que pode casar bem com o super-experiente Suárez;
Fraquezas: Ronald Araújo está ainda em dúvida depois de uma lesão sofrida ao serviço do Barcelona; Fica a impressão que será preciso um criativo, como De Arrascaeta, conseguir acompanhar o nível de excelência de Valverde.

Equipa-Base (4-4-2): Rochet; Varela, Giménez, Godín, Olivera; Bentancur, Vecino, Valverde, De Arrascaeta; Darwin, L. Suárez

O país vencedor do 1.º mundial da História, em 1930, viajou para o Qatar numa posição bem confortável. A reinventar-se gradualmente no pós-Tabárez, esta geração de Suárez (35 anos), Cavani (35) e Godín (36) sabe que já fez o que tinha a fazer, não se pedindo mais do que os oitavos para cumprir com o expectável.
    Tudo o que for além de 2.º lugar no grupo e eliminação nos oitavos perante o Brasil será um sucesso. Diego Alonso tem nas suas mãos 26 jogadores que acumulam muita experiência mas há também sangue novo. O 4-4-2 será a disposição de eleição (exceptuando em situações de desespero em que Darwin, Suárez e Cavani acabem juntos na frente) com a dupla Giménez-Godín a reencontrar-se e Olivera a poder ser o lateral em destaque. Suárez-Darwin promete ser um interessante encontro de gerações na frente, e no meio-campo Valverde (o melhor jogador uruguaio da actualidade) precisará de contar com a melhor versão de Bentancur e com De Arrascaeta em "modo Flamengo".

Destaques Individuais (Previsão):


    Forjado na sempre admirável fábrica de reinvenção de jogadores de Carlo Ancelotti, Federico Valverde é aos dias de hoje um médio todo-o-terreno, com uma soberba capacidade de aceleração com bola e, cada vez, autor de muitos golos. Quase sempre de levantar o estádio. No Qatar, Valverde pode ser um dos médios da competição... até ser eliminado.
    Por falar em aceleração, Darwin Núñez (único jogador do ataque do Liverpool presente no Mundial, uma curiosidade) pode castigar as defesas da Coreia do Sul, Gana e Portugal com as suas arrancadas selvagens a partir do lado esquerdo do ataque. Todos sabemos que Darwin está longe de ser tecnicamente perfeito, mas assim como era previsível que evoluísse muito ao passar a ter adeptos nas bancadas na Luz, também tem mesmo "cara" de ser o tipo de jogador que sente na pele a oportunidade de estar num Mundial e a aproveita do primeiro ao último minuto.
    Como dissemos acima, Giorgian de Arrascaeta tem que se revelar capaz de replicar pelo Uruguai o que tão bem consegue fazer no Brasileirão. Acontecendo isso, os adversários terão muito mais buracos para tapar.
    Claro está que Luis Suárez continuará a ser cabeça-de-cartaz, guardando os dentes mas sendo seguramente alvo de muita pressão no Uruguai-Gana (Motivo: Mundial 2010) e Sergio Rochet pode ser uma boa surpresa para todos aqueles que esperam Muslera entre os postes.


2. PORTUGAL  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminado pelo Brasil)

  • Guarda-Redes: Diogo Costa (FC Porto), Rui Patrício (Roma), José Sá (Wolves)
  • Defesas: João Cancelo (Manchester City), Diogo Dalot (Manchester United), António Silva (Benfica), Rúben Dias (Manchester City), Pepe (FC Porto), Danilo Pereira (PSG), Nuno Mendes (PSG), Raphael Guerreiro (Borussia Dortmund)
  • Médios: João Palhinha (Fulham), Rúben Neves (Wolves), William Carvalho (Bétis), Vitinha (PSG), Matheus Nunes (Wolves), João Mário (Benfica), Otávio (FC Porto), Bruno Fernandes (Manchester United), Bernardo Silva (Manchester City)
  • Extremos/ Avançados: Ricardo Horta (Braga), João Félix (Atlético Madrid), Cristiano Ronaldo (Manchester United), Gonçalo Ramos (Benfica), André Silva (Leipzig), Rafael Leão (AC Milan)
Seleccionador: Fernando Santos;
Baixas: Diogo Jota e Pedro Neto; Ausência: Renato Sanches, Rafa

Forças: Leque de intérpretes incrível, com vários atletas titulares em algumas das equipas que praticam o melhor futebol do mundo como o Manchester City e o PSG; Opções para o meio-campo conjugam critério, progressão (embora falte o suplemento vitamínico e a boa anarquia que Renato Sanches sempre tem sido para Portugal), recuperação e boa distribuição; Cancelo-Mendes talvez seja a melhor dupla de laterais das 32 seleções;
Fraquezas: Cobardia de Fernando Santos; Rendimento individual de Cristiano Ronaldo pode, uma vez mais, revelar-se inversamente proporcional ao rendimento colectivo; Seleccionador nunca experimentou uma solução (3-4-1-2) que tornaria a equipa das Quinas uma seleção muito difícil de contrariar. 

Equipa-Base (4-3-3): D. Costa; Cancelo, Rúben Dias, Danilo, N. Mendes; William (Palhinha, R. Neves), Bernardo Silva, Bruno Fernandes; Otávio, Rafael Leão (João Félix), Cristiano Ronaldo

Há pouca coisa na vida mais frustrante do que ver talento a ser desperdiçado. Portugal tem matéria-prima de topo em todas as posições, conta com titulares de alguns dos clubes que praticam o melhor futebol (Manchester City e PSG) que se vê por essa Europa fora, mas o conservadorismo e a incompetência de Fernando Santos hipotecam outros voos.
    No Qatar, como é prática comum na nossa Seleção o 11 será encontrado com sucessivos ajustes. Ou não, porque Portugal é tão superior (ou deveria ser) às outras 3 equipas do grupo que pode enganar-se durante a fase de grupos e ter um choque de realidade nos oitavos.
    À partida, Fernando Santos iniciará a competição com Diogo Costa na baliza (Portugal tem 3 guarda-redes muito capazes para defender grandes penalidades) e o mais provável será Rúben Dias ter Danilo Pereira ao seu lado (Pepe tem estatuto mas vem de lesão prolongada, António Silva atravessa um momento incrível mas soma apenas uma internacionalização). Nas laterais, Cancelo e Nuno Mendes são os melhores laterais lusos mas FS aprecia Dalot, e o lateral direito do Manchester United tem marcado pontos sempre que representa o país. Na zona intermédia, algumas dúvidas, desde logo na disposição das peças que tanto pode traduzir mais um 4-3-3 ou um 4-4-2 losango. Neves, William e Palhinha competem pela posição mais recuada, FS não tem arranjado espaço para Vitinha (um crime não ser titularíssimo), podendo surgir depois Otávio entre 8 e a direita, Bernardo (fundamental que pise o mais possível terrenos interiores) e Bruno Fernandes. À frente, Cristiano Ronaldo tem lugar cativo para o selecionador (será possível, estando disponível, não ser titular alguma vez ou ser substituído quando estiver a ser o pior elemento?), sobrando assim um lugar, teoricamente entregue a Rafael Leão ou João Félix.
    Impossível ainda não mencionar o momento de Cristiano Ronaldo. O capitão português quer (se é que é possível) colocar a narrativa no Qatar a seu favor, mostrando uma humildade diferente e marcando golos que o tornem apetecível para algum clube de Champions no seu pós-Manchester United. CR7 ser tema de conversa pode ter o benefício de retirar pressão dos colegas, como tantas vezes no passado, mas em termos de futebol jogado pode verificar-se o problema frequente: entre Portugal e Cristiano Ronaldo, só um poderá fazer boa figura.

Destaques Individuais (Previsão):


    Gostávamos de ver Vitinha como indiscutível, gostávamos de ver Rafa entre os convocados, gostávamos de ver António Silva a titular. Mas entre esses desejos um já é impossível e os outros parecem longe de se concretizar.
    Mantendo uma perspetiva realista, Portugal será tanto mais forte quanto mais influente for Bernardo Silva na manobra ofensiva da Seleção. O camisola 10 é a principal força criativa, dando sistematicamente o exemplo com a sua brutal intensidade com e sem bola. Se Bernardo pensar o jogo português, podemos ir longe.
    Rúben Dias, Diogo Costa ou Otávio (o carácter deixa a desejar mas como jogador está cada vez melhor) também poderiam ser referidos aqui mas preferimos apontar Rafael Leão ao estrelato. O extremo esquerdo do AC Milan é o principal desequilibrador português e será criminoso se Fernando Santos não souber aproveitar as suas raras características.
    Não excluímos a hipótese de Dalot e Guerreiro serem utilizados mas Nuno Mendes e João Cancelo são dos melhores do mundo nas suas posições, formando possivelmente a melhor dupla de laterais das 32 seleções. Mendes é fiável nos dois lados do campo, Cancelo mais forte a atacar, mas cabe à equipa saber exponenciar o melhor e acautelar o menos bom do lateral do City.
    Numa equipa sem a velocidade de Rafa, sem a inteligência entre linhas de Diogo Jota e sem se saber se Ronaldo estará com a cabeça no sítio certo ou se vai atrapalhar mais do que acrescentar, João Félix pode fazer a diferença entre esta Seleção ser banal ou especial. Com o número 11 nas costas, o ex-Benfica, que vive o perturbador drama de ver as suas asas e o seu potencial ser abafado por Simeone no clube e por Fernando Santos a nível internacional, pode revolucionar a partir do banco e afirmar-se mesmo como titular. Bernardo, Félix e Leão titulares, se faz favor, e coisas boas acabarão por acontecer.


3. GANA  


  • Guarda-Redes: Lawrence Ati-Zigi (St. Gallen), Abdul Nurudeen (Eupen), Ibrahim Danlad (Asante Kotoko)
  • Defesas: Tariq Lamptey (Brighton), Denis Odoi (Club Brugge), Alidu Seidu (Clermont), Mohammed Salisu (Southampton), Daniel Amartey (Leicester City), Alexander Djiku (Estrasburgo), Joseph Aidoo (Celta), Gideon Mensah (Auxerre), Abdul Baba Rahman (Reading)
  • Médios: Thomas Partey (Arsenal), Elisha Owusu (Gent), Salis Samed (Lens), Daniel-Kofi Kyereh (Friburgo), Mohammed Kudus (Ajax)
  • Extremos/ Avançados: Daniel Afriyie (Hearts of Oak), Kamaldeen Sulemana (Rennes), Fatawu Issahaku (Sporting), André Ayew (Al-Sadd), Jordan Ayew (Crystal Palace), Osman Bukari (Estrela Vermelha), Kamal Sowah (Club Brugge), Iñaki Williams (Athletic Bilbao), Antoine Semenyo (Bristol City)
Seleccionador: Otto Addo;
Ausência: Jeffrey Schlupp.

Forças: Naturalização de vários jogadores como Iñaki Williams e Lamptey aumentou o leque de soluções e a qualidade média; Frente de ataque conjuga força e velocidade, antecipando-se dores de cabeça para a defesa portuguesa e, sobretudo, para Paulo Bento; Motivação extra no embate com o Uruguai;
Fraquezas: Kudus e Sulemana prometem marcar uma geração no futebol ganês mas ainda são miúdos; Nenhum dos guarda-redes pertence ao patamar qualitativo de uma hipotética dupla de centrais Salisu-Amartey.

Equipa-Base (3-4-3): Ati-Zigi; Amartey, Djiku, Salisu; Lamptey, Partey, Samed, Mensah; Kudus, I. Williams, J. Ayew (A. Ayew, Sulemana)

Com franqueza, Otto Addo pode perfeitamente alterar o figurino da equipa ao longo da fase de grupos. O 3-4-3 parece ser a melhor forma para em simultâneo proteger o facto de Amartey ser um central adaptado, potenciar Lamptey no corredor e deixar o jovem prodígio Kudus mais liberto, pisando zonas muito idênticas às que por exemplo Pedro Gonçalves ocupa no Sporting.
    Ainda assim, não será chocante se a equipa alinhar num 4-3-3 ou mesmo num 4-4-2 com Ayew e Iñaki Williams na frente.


Destaques Individuais (Previsão):


O adversário de Portugal na jornada inaugural do Mundial 2022 tem em Mohammed Kudus (22 anos) o seu jogador mais valioso. Este médio ofensivo que várias vezes actua como falso 9 no Ajax sabe ler o jogo e tem um dom natural para entender onde se posicionar para baralhar o jogo de marcações dos defesas, e tem golo, o que dá sempre jeito.
    Mas se Kudus é o diamante, Thomas Partey é o craque mais consolidado da equipa patrocinada pela Puma. O médio defensivo do Arsenal travará interessantes confrontos contra os centro-campistas de Portugal e do Uruguai.
    Da mesma geração de Kudus, há ainda Mohammed Salisu, central imponente, e Kamaldeen Sulemana, um jogador algo irregular mas super-talentoso que Addo deve guardar para entrar nas segundas partes.


4. COREIA DO SUL  


  • Guarda-Redes: Kim Seung-Gyu (Al-Shabab), Jo Hyeon-Woo (Ulsan Hyundai), Song Bum-Keun (Jeonbuk Motors)
  • Defesas: Kim Tae-Hwan (Ulsan Hyundai), Kim Moon-Hwan (Jeonbuk Motors), Kwon Kyung-Won (Gamba Osaka), Kim Min-Jae (Nápoles), Cho Yu-Min (Daejeon Hana), Kim Young-Gwon (Ulsan Hyundai), Yoon Jong-Gyu (FC Seoul), Hong Chul (Deagu), Kim Jin-Su (Jeonbuk Motors)
  • Médios: Jung Woo-Young (Al-Sadd), Hwang In-Beom (Olympiacos), Son Joon-Ho (Shandong Taishan), Paik Seung-Ho (Jeonbuk Motors), Lee Jae-Sung (Mainz), Lee Kang-In (Maiorca)
  • Extremos/ Avançados: Kwon Chang-Hoon (Gimcheon Sangmu), Na Sang-Ho (FC Seoul), Song Min-Kyu (Jeonbuk Motors), Son Heung-Min (Tottenham), Jeong Woo-Yeong (Friburgo), Hwang Ui-Jo (Olympiacos), Cho Kyu-Sung (Jeonbuk Motors), Hwang Hee-Chan (Wolves)
Seleccionador: Paulo Bento;

Forças: Brutal dependência dos momentos em que Son Heung-Min pegar no jogo; Kim-Min Jae é uma força da natureza mas não consegue jogar por quatro;
Fraquezas: A equipa é enérgica e tem atitude, mas pode não estar à altura do poderio físico dos três adversários.

Equipa-Base (4-1-4-1): Seung-Gyu; Tae-Hwan, Min-Jae, Young-Gwon, Jin-Sun; Woo-Young; Chang-Hoon, Hee-Chan, Son Heung-Min, Jae-Sung; Ui-Jo.

A Coreia do Sul poderia ter tido bastante mais sorte no sorteio. A equipa asiática reúne um conjunto de jogadores com bastante personalidade, sempre iluminados pela sua figura (Son Heung-Min, que deve jogar com uma máscara depois da lesão sofrida recentemente), mas o emparelhamento com duas seleções com tremenda disponibilidade física e uma das equipas mais recheadas de craques por posição deixa antever uma campanha pouco animadora para Paulo Bento.
    Num rígido 4-1-4-1 como ponto de partida, os sul coreanos procurarão atacar só pela certa, sendo certo que a equipa, esquecendo o imperador defensivo Kim Min-Jae, é bastante mais capaz no ataque do que na defesa.

Destaques Individuais (Previsão):


    Son Heung-Min é um dos jogadores mais subvalorizados do mundo nos últimos anos. Ignorado pela PFA na hora de nomear os melhores do ano em Inglaterra, colocado mais abaixo do que deveria nos rankings FIFA ou Bola de Ouro, Son foi um dos melhores marcadores da Premier League 21-22, empatado com Salah, e poucos dizem o seu nome quando se pede para enunciar quem são os melhores extremos do mundo. Na Coreia do Sul, o camisola 7, que adiou qualquer tipo de namoricos para o pós-carreira a conselho do pai, será seguramente quem vai carregar a equipa. Só podemos dar-nos por contentes por estar apto para competir embora se tenha lesionado, ao contrário de Sadio Mané, jogador com semelhante importância no seu país. Os melhores querem-se sempre presentes.
    Além de ter um dos melhores extremos esquerdos do mundo, a Coreia do Sul tem também um dos centrais que tem estado em destaque na Serie A em 22-23. Kim Min-Jae "limpa" tudo no líder do campeonato italiano, o Nápoles, mas a sua qualidade individual não deve ser suficiente para contrariar o favoritismo das outras seleções.

18 de novembro de 2022

Mundial 2022: Previsão Grupo G

Em contagem decrescente para o Mundial 2022, prosseguimos a sequência de 8 artigos de análise detalhada a cada um dos grupos da competição. Neles, pretendemos realizar uma sumária contextualização de cada selecção, identificando forças e fraquezas, esquematizando como deve jogar cada equipa, até que fase imaginamos que chegue e que jogadores acreditamos que poderão ser destaques.

    No Grupo G, confiança é coisa que não irá faltar. O camaronês Aboubakar acha-se tão bom quanto Salah (não é), a população sérvia está perdida de amores por esta geração e acredita que Mitrovic, Tadic e Vlahovic vão muito longe (podem ir) e já se sabe que Neymar se acha sempre a última bolacha do pacote. E, bem vistas as coisas, não é a última mas é provavelmente a penúltima ou antepenúltima.
    Brasil, Sérvia e Camarões garantem um grupo ambicioso e ofensivo, onde a Suiça pode voltar a mostrar que, sem grande fogo-de-artifício, sabe o que está a fazer.

    Falar do Brasil é falar da seleção com mais mundiais no museu (5 contra 4 da Alemanha e da Itália), tendo o último sido conquistado há 20 anos, na Coreia do Sul/ Japão, com Ronaldo Fenómeno, Ronaldinho e Rivaldo entre as escolhas de Scolari. Que saudades. Vinte anos mais tarde, Tite (bom treinador) orienta um conjunto que perdeu apenas 5 vezes nos 76 jogos desde que o técnico de 61 anos assumiu a equipa - de memória podemos recordar a final da Copa América diante da Argentina e a eliminação contra a Bélgica na Rússia. O Brasil é o grande favorito no Qatar, o que não significa que ganhe, destruindo (quase) tudo e todos na qualificação CONMEBOL: 14 vitórias e 3 empates em 17 jogos, com 40 golos marcados e apena 5 sofridos. Quem tem o antídoto para anular o Brasil de Tite? Aparentemente, a Argentina.

    No caminho para o Mundial, a Sérvia ficou em 1.º lugar no grupo de... Portugal. Sim, um golo de Mitrovic aos 90 minutos no Estádio da Luz (num jogo em que Portugal até começou a ganhar com Renato Sanches a marcar) valeu a qualificação directa, sem precisar de recurso a play-off. Os sérvios reúnem de facto uma geração completíssima e o esquema preferido de Stojkovic permite que todos estejam onde rendem mais. Mitrovic e Vlahovic é uma dupla que mete medo.
    A Suiça atingiu sempre a fase a eliminar das competições em que participou entre 2014 e 2020, mas achamos que esse impecável registo pode por fim cair. Os Camarões impediram a poderosa Argélia de marcar presença no Qatar, e já na CAN 2021 deixaram boa imagem, perdendo apenas nas grandes penalidades e tendo em Aboubakar e Ekambi os 2 melhores marcadores da edição.

    Passamos então à análise mais aprofundada das equipas do Grupo G:



1. BRASIL  
(Previsão: 4º Lugar, eliminado nas meias pela Argentina)

  • Guarda-Redes: Alisson (Liverpool), Ederson (Manchester City), Weverton (Palmeiras)
  • Defesas: Danilo (Juventus), Dani Alves (Pumas), Éder Militão (Real Madrid), Marquinhos (PSG), Thiago Silva (Chelsea), Bremer (Juventus), Alex Sandro (Juventus), Alex Telles (Sevilha)
  • Médios: Casemiro (Manchester United), Fabinho (Liverpool), Fred (Manchester United), Bruno Guimarães (Newcastle), Lucas Paquetá (West Ham), Éverton Ribeiro (Flamengo)
  • Extremos/ Avançados: Neymar (PSG), Raphinha (Barcelona), Antony (Manchester United), Rodrygo (Real Madrid), Gabriel Martinelli (Arsenal), Vinícius Júnior (Real Madrid), Gabriel Jesus (Arsenal), Richarlison (Tottenham), Pedro (Flamengo)
Seleccionador: Tite;

Forças: Neymar é um super craque e a nova fornada de extremos (Vinícius Júnior, Antony, Raphinha, Rodrygo e Gabriel Martinelli) deixarão o 10 brasileiro menos sobrecarregado e a poder exprimir-se como vagabundo, ora em terrenos mais centrais ora mais à esquerda; Nenhuma seleção apresenta tanto jogador de qualidade para as 3-4 posições da frente; Nenhuma seleção das principais favoritas tem um guarda-redes tão bom quanto Alisson (ou mesmo quanto o seu suplente, Ederson);
Fraquezas: Bons centrais não faltam mas nas laterais está a lacuna da Canarinha, algo impensável para o país de Roberto Carlos e Cafú; Se Tite não colocar Bruno Guimarães (actualmente muito acima de Fred) no 11, Casemiro pode ver-se a ter que se desdobrar em fogos para apagar. 

Equipa-Base (4-2-3-1): Alisson; Danilo, Marquinhos, T. Silva, A. Sandro; Casemiro, Fred (B. Guimarães); Raphinha, Neymar, L. Paquetá (Vinícius Júnior); Richarlison (Gabriel Jesus)

O Brasil tem um dos melhores guarda-redes do mundo (e se Alisson se lesionar, entra Ederson e o nível continua altíssimo), uma dupla de centrais fantástica (e se algum se lesionar, entra Militão e até ganham velocidade), um trinco silencioso mas extraordinário, e um ataque de fazer inveja.
    Tite gosta da sua estrutura em 4-2-3-1, mas aquilo que veremos muitas vezes será quase um 4-2-4, atendendo à prudência que o selecionador recomenda aos seus laterais, esticando à direita com Raphinha ou Antony e à esquerda com Paquetá ou Vinícius Júnior, e deixando assim Neymar Jr. leve e solto para espalhar magia.
    Com a competição prestes a começar, parece-nos que o Brasil teria a ganhar em entregar a titularidade a Bruno Guimarães e não a Fred, e temos bastante curiosidade para ver quem arranca a titular nos duelos Paquetá vs Vini Jr e Richarlison vs Gabriel Jesus.


Destaques Individuais (Previsão):


    Neymar Jr. já disse que este é o seu último Mundial, embora tenha apenas 30 anos. O craque do PSG, autor de 75 golos em 121 internacionalizações, saiu lesionado e traumatizado das edições anteriores, mas chegará ao Qatar confiante que este pode ser o seu momento de glória. O 10 brasileiro é um dos mais sérios candidatos a MVP do torneio, e mesmo também ao prémio de melhor marcador.
    Se a famosa Neymardependência acabou, muito se deve a jogadores como Vinícius Júnior. O extremo esquerdo do Real Madrid ainda não conseguiu reproduzir no Escrete a importância e impacto que tem na La Liga, mas o facto de Tite parecer privilegiar Paquetá pode obrigar Vini Jr. a correr atrás do prejuízo e afirmar-se internacionalmente com o passar dos jogos.
    Marquinhos é um centralão (muita atenção ao seu jogo aéreo nas bolas paradas ofensivas), Richarlison tem a concorrência de Gabriel Jesus mas deve ser o preferido do treinador e pode, com isso, entrar na corrida à distinção de máximo goleador, e Casemiro terá muita responsabilidade para manter a equipa conectada, necessitando no nosso entendimento de Bruno Guimarães para melhor mapear o campo.
    Qualquer potencial campeão do mundo precisa de ter um guardião que diga presente quando a defesa falhar. Alisson é não só um monumento das balizas como é também um hábil 1.º atacante da equipa. Ederson é ligeiramente melhor com os pés, mas Alisson é mais equilibrado.


2. SÉRVIA  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminada pelo Uruguai)

  • Guarda-Redes: Vanja Milinkovic-Savic (Torino), Predrag Rajkovic (Maiorca), Marko Dmitrovic (Sevilha)
  • Defesas: Andrija Zivkovic (PAOK), Srdan Babic (Almería), Milos Veljkovic (Werder Bremen), Stefan Mitrovic (Getafe), Strahinja Pavlovic (RB Salzburgo), Nikola Milenkovic (Fiorentina), Strahinja Erakovic (Estrela Vermelha), Darko Lazovic (Hellas Verona), Filip Mladenovic (Légia Varsóvia), Filip Kostic (Juventus)
  • Médios: Nemanja Maksimovic (Getafe), Nemanja Gudelj (Sevilha), Marko Grujic (FC Porto), Uros Racic (Braga), Ivan Ilic (Hellas Verona), Sasa Lukic (Torino), Sergej Milinkovic-Savic (Lázio), Dusan Tadic (Ajax), Filip Djuricic (Sampdoria)
  • Extremos/ Avançados: Nemanja Radonjic (Torino), Luka Jovic (Fiorentina), Aleksandar Mitrovic (Fulham), Dusan Vlahovic (Juventus)
Seleccionador: Dragan Stojkovic;

Forças: Dupla Mitrovic-Vlahovic mete medo; População sérvia deposita muita esperança nesta geração, e o grupo tem qualidade em todos os sectores, permitindo o 3-4-1-2 que todos os craques estejam onde melhor servem o todo;
Fraquezas: Trio de centrais longe de ser perfeito; Temperamento sérvio pode fazer "aquecer" muitos jogos, em particular logo na ronda inaugural no tratamento que vai ser dado a Neymar e num Sérvia-Suiça em que Xhaka não se vai deixar ficar.

Equipa-Base (3-4-1-2): Milinkovic-Savic; Veljkovic, Milenkovic, Pavlovic; Zivkovic, Lukic, Milinkovic-Savic, Kostic; Tadic; Vlahovic, Mitrovic

Se a fase de grupos confirmar as nossas expectativas, ninguém vai querer enfrentar esta Sérvia dos oitavos-de-final em diante.
    Num 3-4-1-2 onde salta à vista o poder de fogo da dupla Mitrovic-Vlahovic Stojkovic dará a Tadic um papel de organização, com Milinkovic-Savic a agigantar-se como oito e Kostic a abusar dos cruzamentos, o que se entende dada a corpulência dos avançados do Fulham e da Juventus.
    Manter a cabeça fria e gerir bem os cartões amarelos serão factores determinantes para uma equipa que tem como mais notável deficiência técnica a menor qualidade dos centrais a sair a jogar. Pavlovic é, ainda assim, quem foge à regra nesse capítulo.

Destaques Individuais (Previsão):


    É basicamente assustador quando se conciliam 5 jogadores incríveis num país que tem a sorte de, nessa geração, todos terem papéis/ posições diferentes, podendo conviver e semear o pânico nos adversários. A Sérvia respira saúde e Dusan Tadic tem, aos 33 anos, o momento de fazer do seu país a equipa-sensação do Qatar'22. Caberá ao médio ofensivo do Ajax ser mestre no último passe.
    Passes para quem? Simples, Dusan Vlahovic e Aleksandar Mitrovic. O primeiro, com 22 anos, é possivelmente o avançado mais promissor da actualidade depois de Haaland, e Mitrovic (melhor marcador de sempre da Sérvia com 50 golos em 76 jogos) quer manter a veia goleadora que tem exibido no arranque da Premier League.
    Como se não bastasse há ainda Sergej Milinkovic-Savic, médio poderosíssimo e elegante que, sem que ninguém consiga perceber como, vai continuando na Lázio sem dar um salto para um colosso europeu. E Filip Kostic, lateral/ ala/ extremo esquerdino, um dos melhores europeus a cruzar.
    Longe da ribalta está ainda o jovem central Strahinja Pavlovic, mas a Salzburgo podem chegar algumas propostas se o defesa de 21 anos e 1,94m souber dobrar os colegas e demonstrar atitude a contribuir para a 1.ª fase de construção sem que a bola queime.


3. CAMARÕES  


  • Guarda-Redes: André Onana (Inter), Simon Ngapandouetnbu (Marselha), Devis Epassy (Abha Club)
  • Defesas: Collins Fai (Al-Tai), Olivier Mbaizo (Philadelphia Union), Nicolas N'Koulou (Aris), Jean-Charles Castelletto (Nantes), Christopher Wooh (Rennes), Enzo Ebosse (Udinese), Nouhou Tolo (Seattle Sounders)
  • Médios: Martin Hongla (Hellas Verona), Zambo Anguissa (Nápoles), Gael Ondua (Hannover 96), Samuel Oum Gouet (KV Mechelen), Pierre Kundé (Olympiacos), Olivier Ntcham (Swansea)
  • Extremos/ Avançados: Jerome Mbekeli (Apjes FC), Georges-Kévin N'Koudou (Besiktas), Moumi Ngamaleu (Dínamo Moscovo), Bryan Mbeumo (Brentford), Karl Toko-Ekambi (Lyon), Christian Bassogog (Shanghai Shenhua), Souaibou Marou (Coton Sport), Eric Choupo-Moting (Bayern Munique), Vincent Aboubakar (Al Nassr), Jean-Pierre Nsamé (Young Boys)
Seleccionador: Rigobert Song;

Forças: Zambo Anguissa é um dos médios mais completos deste Mundial 2022; No ataque não faltam jogadores com confiança;
Fraquezas: Pior defesa do grupo, inferior inclusive a outras seleções africanas como Senegal e Marrocos; Ekambi é bastante solidário com os companheiros mais recuados, mas Aboubakar e Choupo-Moting não vão sair do seu trono lá na frente.

Equipa-Base (4-3-3): Onana; Fai, Castelletto, N'Koulou, Ebosse; Anguissa, Hongla, Ntcham; Ekambi, Aboubakar, Choupo-Moting 

O Senegal é a equipa mais equilibrada de África, entre as presentes neste Mundial, e Marrocos é a mais tecnicista, mas os Camarões merecem o rótulo de frente de ataque mais temível entre os associados da CAF.
    Rigobert Song sabe que com Anguissa e Hongla a equipa, por mais "partida" que esteja, terá pernas para andar, e num híbrido entre 4-3-3 e 4-4-2 quem tem Aboubakar e Choupo-Moting (11 golos nos últimos 12 jogos pelo Bayern) tem golos, sendo particularmente importante a inteligência de Ekambi, que ora estará no corredor ora estará mais perto dos 2 pontas de lança.

Destaques Individuais (Previsão):


    Há alguns anos, sempre que os jornalistas britânicos entrevistavam os jogadores do Tottenham e lhes pediam para dizer o melhor jogador no clube todos respondiam Moussa Dembélé. Percebia-se: o médio belga fazia tudo bem. Driblava quem quisesse, e ninguém conseguia passar por ele. André-Frank Zambo Anguissa é um jogador na mesma linha. O 8 dos Camarões é um médio sublime, com passada larga e amplo raio de ação. Este Mundial não tem alguns craques do Nápoles como Kvaratskhelia e Osimhen, mas tem Anguissa.
    Sem meias medidas, e sabendo que a defesa não é o forte desta equipa, a esperança desta equipa africana está depositada nos seus jogadores mais adiantados: Karl Toko Ekambi e Vincent Aboubakar querem fazer no Qatar o que tão bem fizeram na última CAN, e Eric Maxim Choupo-Moting tentará fechar os olhos e pensar que continua em Munique, onde tudo lhe tem corrido de feição esta época.


4. SUIÇA  

  • Guarda-Redes: Yann Sommer (Gladbach), Gregor Kobel (Borussia Dortmund), Jonas Omlin (Montpellier), Philipp Kohn (RB Salzburgo)
  • Defesas: Silvan Widmer (Mainz), Fabian Schär (Newcastle), Nico Elvedi (Gladbach), Eray Comert (Valência), Manuel Akanji (Manchester City), Ricardo Rodríguez (Torino)
  • Médios: Edimilson Fernandes (Mainz), Fabian Frei (Basel), Denis Zakaria (Juventus), Djibril Sow (Eintracht Frankfurt), Ardon Jashari (Luzern), Remo Freuler (Nottingham Forest), Granit Xhaka (Arsenal), Michel Aebischer (Bologna), Fabian Rieder (Young Boys)
  • Extremos/ Avançados: Renato Steffen (FC Lugano), Rubén Vargas (Augsburgo), Christian Fassnacht (Young Boys), Breel Embolo (Mónaco), Noah Okafor (RB Salzburgo), Haris Seferovic (Galatasaray)
Seleccionador: Murat Yakin;

Forças: Muitos anos de trabalho juntos, embora com Petkovic como seleccionador durante esse período, e quase sempre com bons resultados; Yann Sommer é, por vezes, um muro elástico;
Fraquezas: Brasil e Sérvia têm mais argumentos, se todos os jogadores disserem presente; Falta de laterais de maior propensão ofensiva pode em última instância traduzir-se numa apressada construção, desperdiçando vários lances.

Equipa-Base (4-3-3): Sommer; Widmer, Akanji, Elvedi, R. Rodríguez; Sow, Freuler, Xhaka; Shaqiri, Embolo, Vargas (Okafor)

Petkovic entregou o relógio suiço a Murat Yakin, e a equipa continua a funcionar dentro das mesmas regras. Os suiços chocaram a Europa em 2021 quando eliminaram a favorita França, caindo apenas aos pés da Espanha nas grandes penalidades, mas por maior organização e competência que exista, e por muito que Sommer seja capaz de acumular infinitas defesas por jogo, o Brasil e a Sérvia parecem superiores.
    Em todo o caso, Akanji, Xhaka e Embolo atravessam um óptimo momento, e tanto Vargas como Okafor podem dar no Qatar os primeiros passos para serem figuras em 2024 na Alemanha.  

Destaques Individuais (Previsão):


Quando pensamos em Granit Xhaka imediatamente vem à cabeça aquela super-exibição do médio centro no França-Suiça, em particular aquele passe a rasgar toda a defesa rumo aos pés de Gavranovic. Ano e meio mais tarde, Xhaka está nas nuvens e é líder da Premier League com o Arsenal, mas também nos deixa de pé atrás pensar no choque de temperamentos entre os jogadores sérvios e o camisola 10 dos helvéticos.
    Aposta pela certa na Suiça é Yann Sommer. O guarda-redes que esta época bateu o recorde de defesas num jogo da Bundesliga - 19 (!) contra o Bayern Munique - é muito maior do que o seu 1,83m levam a crer. Se a Suiça passar, a culpa será de Sommer.
    No ataque, Breel Embolo é a arma da equipa, que não deve ter Seferovic tanto tempo em campo, saindo do banco Noah Okafor na hora de correr atrás do prejuízo.

Mundial 2022: Previsão Grupo F

Em contagem decrescente para o Mundial 2022, prosseguimos a sequência de 8 artigos de análise detalhada a cada um dos grupos da competição. Neles, pretendemos realizar uma sumária contextualização de cada selecção, identificando forças e fraquezas, esquematizando como deve jogar cada equipa, até que fase imaginamos que chegue e que jogadores acreditamos que poderão ser destaques.

    Chegados ao Grupo F, podemos estar gratos com o sorteio. Estas 4 equipas prometem diversão, jogos com golos e emoções fortes até ao minuto 90 de cada confronto. Duas gerações de ouro (uma a proceder de forma mais inteligente à preparação da nova vaga do que a outra) cruzam-se com a equipa com mais fantasia e técnica pura da CAF, e um Canadá que não andava nisto dos mundiais há 36 anos, mas tem no Qatar um óptimo Raio-X ao fantástico trabalho que John Herdman tem desenvolvido, mudando-se para o futebol masculino depois de colocar o futebol feminino canadiano na rota do sucesso.

    Em termos de histórico recente, convém em primeiro lugar lembrar que em 2018, no mundial russo, a Croácia foi finalista vencida e a Bélgica assegurou o 3.º lugar. Quatro anos depois, Modric (37 anos) continua impressionante, mas Eden Hazard sucumbiu em Madrid, entendendo inclusive os belgas que o seu capitão deveria começar no banco este Mundial. No apuramento, belgas e croatas foram líderes dos seus grupos, vivendo experiências diferentes na Liga das Nações - a Croácia venceu o Grupo 1 da Liga A, superiorizando-se a Dinamarca e França; a Bélgica ficou a seis pontos dos Países Baixos no seu Grupo 4. Que diferenças então? Dalic tem sabido preparar gradualmente os herdeiros da geração de Modric e Perisic, mas Roberto Martínez continua agarrado aos de sempre, beneficiando claro de ter o melhor guarda-redes do mundo (Courtois) e o melhor médio do mundo (Kevin De Bruyne).

    O Canadá garantiu a pole position na CONCACAF, acima de México e EUA, com o melhor ataque e a melhor defesa da qualificação; e Marrocos, verdade seja dita, teve alguma sorte no trajecto até ao Qatar, evitando no play-off africano seleções como Argélia, Nigéria e Egipto e acabando por ter que ultrapassar "apenas" a República Democrática do Congo.

    Olhemos então para o Grupo F do Mundial 2022::


1. BÉLGICA  
(Previsão: Oitavos-de-final, eliminada pela Alemanha)

  • Guarda-Redes: Thibaut Courtois (Real Madrid), Simon Mignolet (Club Brugge), Koen Casteels (Wolfsburgo)
  • Defesas: Thomas Meunier (Borussia Dortmund), Timothy Castagne (Leicester City), Toby Alderweireld (Royal Antwerp), Jan Vertonghen (Anderlecht), Arthur Teate (Rennes), Zeno Debast (Anderlecht), Wout Faes (Leicester City), Yannick Ferreira-Carrasco (Atlético Madrid)
  • Médios: Leander Dendoncker (Aston Villa), Axel Witsel (Atlético Madrid), Amadou Onana (Everton), Youri Tielemans (Leicester City), Kevin De Bruyne (Manchester City), Hans Vanaken (Club Brugge), Charles De Ketelaere (AC Milan)
  • Extremos/ Avançados: Eden Hazard (Real Madrid), Thorgan Hazard (Borussia Dortmund), Leandro Trossard (Brighton), Jérémy Doku (Rennes), Dries Mertens (Galatasaray), Michy Batshuayi (Fenerbahçe), Luis Openda (Lens), Romelu Lukaku (Inter)
Seleccionador: Roberto Martínez;

Forças: Kevin De Bruyne é o melhor médio do mundo, e Martínez deixa-o actuar mais adiantado do que no Manchester City, onde possa ser mortífero na definição e último passe após turnovers, além de aplicar a sua meia distância; Se não ficar agarrado às vacas sagradas, Roberto Martínez pode ganhar vários jogadores (Trossard, Debast, Faes) nesta competição;
Fraquezas: O capitão Eden Hazard parece ter lugar cativo quando Trossard tem semelhantes características e atravessa um momento de grande confiança; Poderio de Romelu Lukaku é fundamental mas o avançado do Inter tem estado quase sempre lesionado em 22-23.

Equipa-Base (3-4-3): Courtois; Debast, Alderweireld, Vertonghen; Meunier (Castagne), Witsel, Tielemans, Ferreira-Carrasco; De Bruyne, Hazard (Trossard), Lukaku

Quando olhamos para o 3-4-3 belga com que Martínez deve iniciar a fase de grupos diante do Canadá vemos 7 elementos em comum com a equipa que em Julho de 2018 caiu perante a França nas meias-finais do último Mundial. A geração de ouro da Bélgica teve há 4 anos a sua grande oportunidade, conjugando então óptimas idades de Hazard, KDB e Lukaku com a possibilidade de ainda contar com Kompany e Moussa Dembélé. Hoje, Alderweireld e Vertonghen continuam no onze e podem ser castigados por ataques rápidos (pensemos no Canadá com Davies, David e Buchanan) e Hazard não perde a titularidade, mesmo estando a anos-luz do que já deu e poderia dar.
    O duo Witsel-Tielemans é uma das garantias desta Bélgica, que terá De Bruyne a jogar perto do avançado (Lukaku recupera ou será Batshuayi?) e que terá invariavelmente que dar minutos a Trossard, Debast, Faes, Onana e De Ketelaere, como fez pontualmente com Doku no Euro 2020, para oficializar o seu rebranding

Destaques Individuais (Previsão):


    Ninguém (talvez Messi o faça, mas Messi não conta) passa uma bola como Kevin De Bruyne. O médio do Manchester City de Pep Guardiola é o melhor do planeta na sua posição e chega ao Qatar com o estatuto de 3.º classificado na última votação da Bola de Ouro. KDB deve marcar e deve assistir nesta competição, e mal a Bélgica esteja na fase a eliminar terá mesmo que se exibir a 200% para a equipa seguir em frente.
    Pronto para contrariar a teoria quando a Bélgica enfrentar (se todos cumprirem o favoritismo) a Alemanha ou Espanha nos oitavos estará Thibaut Courtois. O guardião do Real Madrid foi eleito o melhor GR do Mundial 2018 e todos sabemos que, em determinadas noites, parece simplesmente intransponível.
    Youri Tielemans será um de vários jogadores que actuará no Qatar com o passe na mão (o médio do Leicester acaba contrato em Junho e ainda não escolheu o próximo destino), Leandro Trossard deve roubar a titularidade à estrela cadente Eden Hazard, e Romelu Lukaku é o maciço ponto de interrogação desta seleção - com Lukaku a 100% a Bélgica pode sonhar, mas sem o poderoso ponta de lança, uma queda nos oitavos é o cenário mais provável.


2. CROÁCIA  
(Previsão: Quartos-de-final, eliminada pelo Brasil)

  • Guarda-Redes: Dominik Livakovic (Dínamo Zagreb), Ivo Grbic (Atlético Madrid), Ivica Ivusic (NK Osijek)
  • Defesas: Josip Juranovic (Celtic), Josip Stanisic (Bayern Munique), Josip Sutalo (Dínamo Zagreb), Domagoj Vida (AEK), Dejan Lovren (Zenit), Martin Erlic (Sassuolo), Josko Gvardiol (Leipzig), Borna Sosa (Estugarda), Borna Barisic (Rangers)
  • Médios: Marcelo Brozovic (Inter), Kristijan Jakic (Eintracht Frankfurt), Luka Modric (Real Madrid), Mateo Kovacic (Chelsea), Lovro Majer (Rennes), Luka Sucic (RB Salzburgo), Nikola Vlasic (Torino), Mario Pasalic (Atalanta)
  • Extremos/ Avançados: Ivan Perisic (Tottenham), Mislav Orsic (Dínamo Zagreb), Marko Livaja (Hajduk Split), Andrej Kramaric (Hoffenheim), Ante Budimir (Osasuna), Bruno Petkovic (Dínamo Zagreb)
Seleccionador: Zlatko Dalic;

Forças: Modric, Kovacic e Brozovic formam um dos trios de médios mais fortes em prova; Último mundial servirá de inspiração; Dalic conta com um banco de respeito com Majer, Pasalic ou Orsic;
Fraquezas: Defesa jovem e virgem neste tipo de competições, podendo fazer sentido mesclar a veterania de Lovren ou Vida com o wonderkid e força da natureza Gvardiol.

Equipa-Base (4-3-3): Livakovic; Juranovic, Sutalo, Gvardiol, Sosa; Brozovic, Modric, Kovacic; Vlasic (Majer), Perisic, Kramaric (Petkovic)

Com o seu equipamento romântico e clássico axadrezado vermelho e branco, a Croácia mantém um 4-3-3 alicerçado na perfeita sintonia de Brozovic (médio de cobertura), Kovacic (bom transporte) e Modric (um mago), três elementos exímios na tomada de decisão.
    Livakovic é, no geral, superior a Subasic, o guardião que defendia a baliza croata há 4 anos, e a defesa é improvável que Dalic arrisque conjugar Juranovic, Sutalo, Gvardiol e Sosa, devendo colocar um central experiente ao lado do defesa central esquerdino de 20 anos do RB Leipzig.
    No ataque acreditamos que Perisic jogará sempre que possa, Vlasic tem um certo estatuto e Kramaric é o avançado que melhor encaixa. Mas, se for preciso, há Majer (o novo Modric), Pasalic, Orsic ou Petkovic como Plano B.

Destaques Individuais (Previsão):


    Luka Modric fará no Qatar o seu último Mundial, e estamos convictos de que sairá em grande. Um líder nato e um craque daqueles que sozinho consegue transformar o jogo todo, o médio do Real Madrid pode até registar uma produção (golos) superior à sua em 2018.
    Quando olhamos para a nova geração croata, Josko Gvardiol surge imediatamente como um talento abismal. O central (também capaz de jogar a lateral, algo que não deverá acontecer dada a naturalização de Borna Sosa) ainda só tem 20 anos mas joga como se tivesse 27. É um "monstro" fisicamente, dominando lances e encostando avançados.
    Senhor de grandes golos, Mateo Kovacic é um fantástico coadjuvante como ponto intermédio entre Brozovic e Modric. Ivan Perisic tem na Croácia um papel idêntico ao que Di María desempenha na Argentina, surgindo de igual forma em momentos decisivos, e para pôr fim à falta de um avançado indiscutível nesta seleção Andrej Kramaric pode surgir como legítimo herdeiro de Mandzukic.
    Na baliza, Dominik Livakovic vai ter bastante trabalho, mas um bom desempenho neste Mundial pode significar um bilhete de avião para longe de Zagreb, donde já merecia ter saído há 2 ou 3 anos.


3. CANADÁ  

  • Guarda-Redes: Milan Borjan (Estrela Vermelha), Dayne St. Clair (Minnesota United), James Pantemis (CF Montreal)
  • Defesas: Alistair Johnston (CF Montreal), Richmond Laryea (Toronto FC), Steven Vitória (Chaves), Derek Cornelius (Panetolikos), Joel Waterman (CF Montreal), Kamal Miller (CF Montreal), Sam Adekugbe (Hatayspor)
  • Médios: Samuel Piette (CF Montreal), Atiba Hutchinson (Besiktas), Liam Fraser (Deinze), Stephen Eustáquio (FC Porto), Mark-Anthony Kaye (Toronto FC), Ismaël Koné (CF Montreal), David Wotherspoon (St. Johnstone)
  • Extremos/ Avançados: Alphonso Davies (Bayern Munique), Jonathan Osorio (Toronto FC), Junior Hoilett (Reading), Liam Millar (Basel), Tajon Buchanan (Club Brugge), Ike Ugbo (Troyes), Lucas Cavallini (Vancouver Whitecaps), Cyre Larin (Club Brugge), Jonathan David (Lille)
Seleccionador: John Herdman;

Forças: John Herdman é possivelmente o melhor orador/ motivador entre os 32 seleccionadores; Adversários terão dificuldade em antecipar a estrutura com que o Canadá irá para cada jogo; Velocidade de elementos como Alphonso Davies, Tajon Buchanan e Jonathan David pode fazer estragos;
Fraquezas: Inexperiência nestas andanças; Colectivo é interessante mas a defesa, avaliando jogador a jogador, deixa muito a desejar.

Equipa-Base (3-4-3): Borjan; Johnston, S. Vitória, Miller; Laryea, Eustáquio, Hutchinson, Adekugbe; J. David, A. Davies, Larin (Buchanan, Hoilett)

Se o Canadá chocar o mundo e roubar pontos à Bélgica ou à Croácia com Steven Vitória (defesa central de 35 anos do Desportivo de Chaves) no onze inicial, John Herdman merece um busto.
    Cientes de que esta equipa tem claras lacunas na sua defesa, acreditamos ainda assim que o Factor X (Alphonso Davies já confessou que os jogadores correriam contra uma parede se Herdman assim o quisesse) possa desvirtuar o que está no papel.
    O Canadá tem consciência das suas limitações e das suas valências e vantagens competitivas, e neste 3-4-3 (pode flutuar para 4-3-3 ou mesmo 4-4-2) a principal nuance é mesmo a utilização de Alphonso Davies, lateral esquerdo no Bayern mas extremo ao serviço da sua pátria.

Destaques Individuais (Previsão):


O Canadá vai sofrer como equipa e o Canadá vai correr. Em excesso de velocidade. Alphonso Davies contraiu uma lesão muscular há semanas mas, estando bem, deve ser quem vai agarrar nos jogos e fazer as coisas acontecer. Sem preocupações defensivas, a cargo de Adekugbe como ala esquerdo, Davies estará fresquinho durante os jogos para massacrar os laterais e centrais adversários, insistindo em lances de 1 para 1.
    Na qualificação, Cyre Larin esteve irrepreensível na finalização, mas num palco com outra pressão o mais certo é ser Jonathan David o melhor marcador dos canadianos. O avançado do Lille, nascido em 2000, é menino para fazer uns 3 golos em 3 jogos.
    Entre a veterania de Atiba Hutchinson (39 anos) e a estonteante velocidade de Tajon Buchanan, extremo direito do Club Brugge, há ainda Stephen Eustáquio. O médio do FC Porto é um jogador tacticamente evoluído e Herdman apostará muito na sua capacidade de gerir ritmos e comunicar bem (com bola) com os irrequietos jogadores da frente.


4. MARROCOS  


  • Guarda-Redes: Yassine Bono (Sevilha), Munir Mohamedi (Al-Wehda), Ahmed Tagnaouti (WAC)
  • Defesas: Achraf Hakimi (PSG), Noussair Mazraoui (Bayern Munique), Nayef Aguerd (West Ham), Romain Saïss (Besiktas), Badr Benoun (Qatar SC), Achraf Dari (Brest), Jawad El Yamiq (Valladolid), Yahia Attiyat-Allah (WAC), Yahya Jabrane (WAC)
  • Médios: Sofyan Amrabat (Fiorentina), Azzedine Ounahi (Angers), Bilal El Khannous (Genk), Illias Chair (QPR), Abdelhamid Sabiri (Sampdoria)
  • Extremos/ Avançados: Hakim Ziyech (Chelsea), Anass Zaroury (Burnley), Sofiane Boufal (Angers), Zakaria Aboukhlal (Toulouse), Abdessamad Ezzalzouli (Osasuna), Selim Amallah (Standard Liège), Walid Cheddira (Bari), Abderazzak Hamdallah (Al-Ittihad Jeddah), Youssef En-Nesyri (Sevilha)
Seleccionador: Walid Regragui;
Baixa: Amine Harit

Forças: Muita fantasia nas botas de Ziyech, Ounahi ou Boufal; Flancos bem servidos com os laterais Hakimi e Mazraoui (adaptado à esquerda) como locomotivas, e os extremos trocados em busca de diagonais venenosas;
Fraquezas: Regragui tem pouco tempo de trabalho com este grupo de jogadores e poderá cometer o pecado de acorrentar a magia dos craques de Marrocos; Amrabat é competente mas o 11 pedia um seis com outra estampa e maior raio de acção.

Equipa-Base (4-3-3): Bono; Hakimi, Aguerd, Saïss, Mazraoui; Amrabat, Amallah, Ounahi; Ziyech, Boufal, En-Nesyri

Se é mais 4-3-3 ou mais 4-2-3-1 é discutível, mas o que é certo é que esta equipa de Marrocos tem qualidade técnica para dar e vender. Ziyech era magistral no Ajax e ainda há dias marcou um golo de meio-campo, o menos conhecido Ounahi, do Angers, é o jogador que mais dribles por jogo completa depois de Messi nas 5 principais ligas europeias, e Boufal, embora só apareça de 10 em 10 jogos, tem muito talento.
    Lamentando a gravíssima lesão de Harit, Marrocos tem equipa para ficar no mínimo em 3.º, e só colocamos abaixo do Canadá mediante a confiança (cega?) que temos no papel de John Herdman a redefinir novos horizontes de impossibilidades.
    Numa equipa onde só parece faltar mesmo um médio defensivo com outras características, Hakimi e Mazraoui são uma excelente dupla de laterais, Bono é um guarda-redes que transmite muita segurança e En-Nesyri não sendo um goleador é um avançado que trabalha imenso, desgastando os defesas e criando espaços para a penetração dos criativos.


Destaques Individuais (Previsão):


    Figurão no Ajax (em 18-19 marcou 22 golos e fez 20 assistências pelo gigante de Amesterdão), Hakim Ziyech perdeu a chama em Londres. O melhor jogador do ataque marroquino esteve afastado da seleção mas Regragui reintegrou-o e o extremo direito do Chelsea pode ter nesta seleção um impacto semelhante à motivação dos franceses quando se soube que Deschamps tinha reaberto as portas para Benzema. A imagem de Ziyech a brilhar em solo qatari faz-nos sentido.
    Entre os vários jogadores que se destacam nesta equipa, Achraf Hakimi é talvez o expoente máximo. O lateral direito do PSG está acostumado a ter maior liberdade, protegido por 3 centrais no esquema de Galtier, mas na seleção grande dose dos desequilíbrios podem ser gerados pelas suas aventuras para zonas que tanto gosta de pisar.
    No meio do parque, Azzedine Ounahi é magistral no drible e no primeiro toque, roçando às vezes a arrogância com tamanha calma. Parece o jogador magrebino que tem mais mercado para ganhar no próximo mês.