Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

3 de fevereiro de 2024

As Melhores Séries de 2023

Apresentados os melhores episódios e as melhores novidades, despedimo-nos do melhor da Televisão em 2023 com a categoria das categorias: as Melhores Séries do ano.

    Há um ano atrás, o nosso Top-20 (este ano temos um Top-10) incluía Better Call Saul, Severance, Stranger Things ou My Brilliant Friend. Mais de 365 dias depois, a medalha de prata fica entregue pelo 2.º ano consecutivo à mesma série, que tal como há um ano perde para a temporada final de um colosso televisivo.
    
    A nossa dezena de escolhidos mesclam 6 séries que já por cá andavam (quatro das quais disseram Adeus em 2023 e vão deixar muitas saudades) e 4 novidades - uma mini-série, duas séries com mais temporadas para crescer e uma série cujo futuro ainda é algo incógnito, podendo transformar-se num formato de antologia).

    2024 trará de volta SeveranceStranger Things, Industry, HacksHouse of the Dragon, Andor True Detective (já leva 3 episódios), e variadíssimas novidades sobre as quais muitas ainda nem fazemos ideia.

    Apresentam-se então as 10 Melhores Séries de 2023, um ano com menos oferta mas com um Top-4 de luxo:


1. Succession (HBO)criado por Jesse Armstrong

(93) - I love you, but you are not serious people. O fim de Succession (agora sim, podemos afirmar que é uma das 3 melhores séries de sempre da HBO) cimentou Jesse Armstrong como mestre em construir momentos inesquecíveis, ágil fotógrafo da linguagem afetiva tão própria entre família, e autor realista na execução do desfecho.
    Em Succession, houve um antes e um depois de "Connor's Wedding", o nosso episódio do ano de 2023. 
    Jeremy Strong, Sarah Snook e Kieran Culkin foram aos limites das suas capacidades como intérpretes e, até acompanharmos Kendall na sua caminhada final ao som do brilhante Andante Risoluto de Nicholas Britell, houve: elogios fúnebres para ver e rever; mixórdias a altas horas da noite pelas mãos de 3 irmãos de fato de gala embora com nódoas inocentes para sempre; sacrifício da Democracia para proveito próprio; duas mãos na parte de trás de um carro, desconfortáveis e performativas; uma testa com uma ferida carregada num abraço e outra reclamada como propriedade num círculo roxo; e um testamento com uma dúvida para sempre, o nome de Kendall Roy sublinhado ou riscado (um dos pormenores mais geniais nas séries dos últimos anos).
    A série que conseguiu ser ao mesmo tempo 100% comédia e 100% drama resumiu-se num cru We are bullshit (...) We're nothing, sucedâneo daquele imortal e tão certeiro He made you a playground, and you think it's a whole world.
    Depois de Better Call Saul (2022 e 2020), Mr. Robot (2019 e 2017) e Atlanta (2018), Sucession volta ao lugar que já fora seu aqui no BPF em 2021, o de Melhor Série do Ano.

2. The Bear (FX on Hulu)criado por Christopher Storer

(92) The Bear foi a série da qual retirámos mais prazer em 2023, não sendo no entanto a mais perfeita ou que manteve a fasquia mais alta durante mais tempo. Apenas um ano depois da sua estreia absoluta, a série do FX (disponível no Disney+ em Portugal), vencedora de múltiplos Emmys e globos de ouro, passou com distinção no sempre difícil teste da 2.ª temporada.
    Christopher Storer, sempre coadjuvado por Joanna Calo, congelou Carmy para expandir o universo da série e fazer evoluir personagens à sua volta como Sydney e Richie.
    Metaforizada na procura de propósito ou vocação do rapaz sem cor, apenas apaixonado por comboios, de Haruki Murakami, The Bear continuou elétrica, enervante e inspiradora, caprichando no empratamento para nos arrebatar como comida de conforto.
    Jamie Lee Curtis, Olivia Colman, Sarah Paulson, Bob Odenkirk e Will Poulter foram alguns dos atores convidados numa temporada em que os episódios 6 e 7, "Fishes" e "Forks", captaram num profundo contraste tudo aquilo que a série consegue fazer o espectador sentir.
    Foi a nossa medalha de prata em 2022 e 2023, e por isso acreditamos que quando voltar será para se estabelecer em definitivo acima de toda a concorrência.

3. Scavengers Reign (HBO Max)criado por Joseph Bennett e Charles Huettner

(89) - A nossa Nova Série preferida do ano é uma autêntica obra-prima de animação, um tesourinho por descobrir para grande parte do público. Scavengers Reign provoca inicialmente uma intencional sensação de estranheza, mas não demora a afirmar-se como uma série de consumo obrigatório para todos os fãs de boa televisão, hábil no entendimento da Natureza, da humanidade e da arte de contar uma boa história.
    Alguém escreveu online que é uma fusão entre Annihilation com o maravilhoso mundo visual do nipónico Hayao Miyazaki, uma descrição sem dúvida acertada.
    Nenhuma série valorizou e respeitou tanto o espectador este ano como Scavengers Reign, apresentando paulatinamente um planeta do zero e introduzindo-nos à sua diferenciada Biologia. Ficção científica ao mais alto nível, inteligente, viciante, belíssima em todos os planos, para contemplar e interpretar.

4. The Last Of Us (HBO)criado por Neil Druckmann e Craig Mazin

(85) - Parece já tão distante (esteve no ar entre Janeiro e Março de 2023), mas ainda nos lembramos da pica que todas as segundas-feiras passaram a ter por haver novo episódio de The Last Of Us para ver, sensação que só teve par na sempre aguardada despedida de Succession.
    A nova grande série da HBO não tinha vida fácil à priori, mas convenceu tudo e todos de forma consensual. Craig Mazin manteve o nível alto depois de Chernobyl e Neil Druckmann provou a sua capacidade multi-plataforma, semeando pormenores para os fãs do jogo, mas sabendo como e quando fazer crescer o universo da história, sem nunca desrespeitar o material original.
    A história de Bill e Frank foi um dos pontos altos de 2023, Pedro Pascal esteve soberbo (um trabalho incrível, maioritariamente em pequenos apontamentos) e Bella Ramsey deu uma chapada de luva branca a todos aqueles que torceram o nariz ao seu casting.

5. Barry (HBO)criado por Bill Hader e Alec Berg

(84) Nas suas 4 temporadas, Barry teve em duas (a segunda, em 2019, e esta última em 2023) a porventura ingrata posição de ser o episódio que a HBO emitia logo depois de um dos episódios das temporadas finais de Game of Thrones (2019) e Succession (2023). Por mérito de Bill Hader, aconteceu o melhor de dois mundos: em 2019, a desilusão de GoT fez sobressair Barry, com o melhor exemplo a 29 de Abril desse ano quando "The Long Night" foi ofuscado por "ronny/lily"; e em 2023 os fãs de ambas as séries colaram os finais de Barry e Succession, despedindo-se com dificuldade dupla e misturando sentimentos a 29 de Maio.
    Mais sério do que nunca antes (os gags humorísticos, quando aconteceram, tiveram assim ainda mais impacto pelo contraste), Barry terminou com ajustes de contas entre gangues rivais, entrelaçou com mestria os caminhos da personagem principal com NoHo Hank, Fuches e Cousineau e surpreendeu num salto temporal, um isolamento com Sally que durante algum tempo pareceu mera ilusão.
    "wow" contribuiu com ironia para uma série em que pudemos ver Bill Hader a crescer como autor, experimentando e conseguindo um objeto artístico que, aqui e ali, teve coisas de Breaking Bad/ Better Call Saul.

6. Dave (FXX)criado por Dave Burd e Jeff Schaffer

(83) Presença constante nos nossos Tops de séries do ano (2º lugar nas Novas Séries de 2020 e 3º lugar nas Melhores Séries de 2021), Dave voltou com argumentos de peso, incluindo algumas participações especiais impensáveis demonstrativas do respeito que Dave Burd alcançou no meio.
    No geral, a jornada do rapper Lil Dicky ficou quase no mesmo ponto em que estava no final da 2.ª temporada, mas Robyn (Chloe Bennet) foi uma lufada de ar fresco - hipoteticamente condenada a ser o enésimo erro do protagonista - e a ida ao Met Gala com um fato pronto a insuflar a qualquer instante foi um belo pedacinho indutor de ansiedade.
    Se à terceira temporada, Dave conseguiu Brad Pitt, Rachel McAdams e Drake... não nos atrevemos a arriscar que cameos conseguirá da próxima vez em que o rapper neurótico pegar num microfone para nos dar grandes êxitos como "I Met A Girl" ou "Mr. McAdams".

7. Beef (Netflix)criado por Lee Sung Jin

(83) - Quase todos os anos uma série Netflix (seja Squid Game ou The Hunting of Hill House) emerge súbita e instantemente, protagonizando sucessivos tópicos do Reddit, tornando-se a série que todos os amigos nos recomendam e quase obrigando a que a devoremos em três tempos.
    Beef foi o fenómeno da Netflix em 2023. Estilisticamente rica e com ótimos papéis de Steven Yeun (a cena na igreja ao som de "O Come to the Altar" foi dos momentos mais emocionantes do ano) e Ali Wong (boa surpresa neste registo), a rixa ou desaguisado entre dois condutores de classes sociais bem diferentes, escalada imparável de competição e vingança, foi uma excelente fotografia de uma sociedade em panela de pressão, de ambição sem propósito e infelicidade reprimida. Danny e Amy desafiaram o espectador a empatizar com os dois lados, e num buzinão desmedido agitaram a televisão em 2023.
    Não faz sentido a Netflix renovar Beef, exceto se optar por transformá-la numa série de antologia.

8. Ted Lasso (Apple TV+)criado por Jason Sudeikis, Bill Lawrence, Brendan Hunt e Joe Kelly

(82) O nosso Top deste ano inclui 6 séries repetentes, 4 das quais se despediram em definitivo. Dessas (Succession, Barry, Ted Lasso e Reservation Dogs) a série de Jason Sudeikis deixa uma mágoa distinta por ser a única que podia perfeitamente continuar, jamais aparentando estar a fazer render o peixe.
    A história do treinador norte-americano no AFC Richmond, entre Premier League e Championship, começou em 2020 e foi sempre uma das melhores terapias televisivas. Os trocadilhos de Ted, a personalidade carismática de Rebecca, o mau feitio de Roy Kent, o sorriso de Sam, o otimismo de Dani Rojas e a arrogância de Jamie foram titulares indiscutíveis numa série que, em equipa, deu palco para cada qual brilhar na sua vez e à sua maneira.
    Guardaremos desta temporada o bromance entre Jamie Tartt (fantástico arco ao longo das 3 temporadas) e Roy, aquele vídeo "motivacional" ao som de Ed Sheeran, o futebol total, uma noite em Amesterdão e a empatia do balneário com Colin. Fica a sensação que houve um certo desnorte no tratamento de Keeley e foi positivo assistir à redenção de Nathan, embora pudesse ter sido menos acelerada se a série durasse mais uma ou duas temporadas.

9. Reservation Dogs (FX on Hulu)criado por Sterlin Harjo e Taika Waititi

(82) A comédia intimista sobre quatro amigos nativo-americanos, à procura de fazer o luto depois da perda do 5.º membro dos 'Rez Dogs' de Oklahoma, foi uma despedida melancólica, capaz de cimentar a série de Harjo e Waititi como uma das mais consistentes dos últimos anos neste género.
    Apesar do clímax da série ter sido aquele mágico e fugaz encontro a 5 no mar na season finale de 2022, Reservation Dogs escolheu dizer adeus com uma dolorosa viagem às origens da Deer Lady, recuou no tempo para um gangue doutra época em "House Made of Bongs" e resolveu o mistério sobre o pai de Elora, recrutando Ethan Hawke para uma participação bem ao seu jeito.
    Ficam as saudades e a sensação que os autores entenderam o momento certo para sair de cena. Estaremos atentos ao futuro destes 4 jovens atores.

10. The Curse (Showtime)criado por Nathan Fielder e Benny Safdie

(80) - Uma parceria de Nathan Fielder (The Rehearsal, Nathan For You) e Benny Safdie (Good TimeUncut Gems) ter-nos-ia sempre como ávidos espectadores em primeira fila, mais ainda com Emma Stone no papel principal. E correspondeu às expectativas.
    A série com o final mais surreal de 2023 apostou no realismo, nos silêncios desconfortáveis e nos contrastes da sociedade para mergulhar no mundo dos bastidores da Reality TV, iludindo com uma ideia de paródia para ir bem mais além, em ousadia e altitude.
    The Curse é uma série de nicho, para um público paciente e que não precisa de estímulos constantes; é das que pede digestão entre episódios, ora descarada ora subtil, diferente de tudo o que há e porventura influenciadora para próximas gerações.
    Que Fielder e Safdie voltem a colaborar, e que Emma Stone abrace mais projetos televisivos.


31 de janeiro de 2024

As Melhores Novas Séries de 2023

Identificados os melhores episódios do ano, prosseguimos a nossa análise a 2023 com aquelas que foram para nós as Melhores Novas Séries.

    Em 2023, verificaram-se sobretudo dois novos super-fenómenos que num ápice se tornaram consumo obrigatório para os aficionados de séries: o encontro semanal com o pós-pandemia de The Last Of Us e o bingewatch compulsivo de Beef na Netflix. No geral, e com muitas produções em águas de bacalhau devido aos protestos no setor nos EUA, acabámos por descobrir menos séries novas, o que nos faz optar por apenas 10 e não 17 como no ano anterior.
    Há um ano atrás tínhamos aqui The Bear, Severance (uma das séries adiada pela greve), Andor ou The House of Dragon, bem como uma série de Nathan Fielder, que um ano depois marca novamente presença como autor/ criador... mas com um bebé diferente.
    I'm A Virgo, A Murder at the End of the World e Dear Child foram alguns dos exemplos de novas séries que vimos mas sem as achar suficientemente marcantes para aqui constar, e temos consciência que uma das 10 séries abaixo apresentadas é uma escolha (muito) polémica. No pódio, duas séries HBO e uma Netflix. 

    Justificamos desta maneira as nossas 10 Melhores Novas Séries de 2023:


1. Scavengers Reign (HBO Max)
Criado por: Joseph Bennett Charles Huettner
Elenco: Sunita Mani, Wunmi Mosaku, Bob Stephenson, Ted Travelstead, Alia Shawkat
IMDb: 8.7 | Rotten Tomatoes: 100% | Metascore: 84

    A série que sucede a The Bear como a nossa Nova Série preferida do ano é uma autêntica obra-prima de animação, um tesourinho por descobrir para grande parte do público. Scavengers Reign provoca inicialmente uma intencional sensação de estranheza, mas não demora a afirmar-se como uma série de consumo obrigatório para todos os fãs de boa televisão, hábil no entendimento da Natureza, da humanidade e da arte de contar uma boa história.
    Alguém escreveu online que é uma fusão entre Annihilation com o maravilhoso mundo visual do nipónico Hayao Miyazaki, uma descrição sem dúvida acertada.
    Nenhuma série valorizou e respeitou tanto o espectador este ano como Scavengers Reign, apresentando paulatinamente um planeta do zero e introduzindo-nos à sua diferenciada Biologia. Ficção científica ao mais alto nível, inteligente, viciante e belíssima em todos os planos.

2. The Last Of Us (HBO)
Criado por: Neil Druckmann, Craig Mazin
Elenco: Pedro Pascal, Bella Ramsey, Anna Torv, Nick Offerman, Murray Bartlett
IMDb: 8.8 | Rotten Tomatoes: 96% | Metascore: 84

    Parece já tão distante (esteve no ar entre Janeiro e Março de 2023), mas ainda nos lembramos da pica que todas as segundas-feiras passaram a ter por haver novo episódio de The Last Of Us para ver, sensação que só teve par na sempre aguardada despedida de Succession.
    A nova grande série da HBO não tinha vida fácil à priori, mas convenceu tudo e todos de forma consensual. Craig Mazin manteve o nível alto depois de Chernobyl e Neil Druckmann provou a sua capacidade multi-plataforma, semeando pormenores para os fãs do jogo, mas sabendo como e quando fazer crescer o universo da história. sem nunca desrespeitar o material original.
    A história de Bill e Frank foi um dos pontos altos de 2023, Pedro Pascal esteve soberbo (um trabalho incrível, maioritariamente em pequenos apontamentos) e Bella Ramsey deu uma chapada de luva branca a todos aqueles que torceram o nariz ao seu casting.

3. Beef (Netflix)
Criado por: Lee Sung Jin
Elenco: Steven Yeun, Ali Wong, Joseph Lee, Young Mazino, David Choe
IMDb: 8.0 | Rotten Tomatoes: 98% | Metascore: 86

    Já todos sabemos como é. Quase todos os anos uma série Netflix (seja Squid Game ou The Hunting of Hill House) emerge súbita e instantemente, protagonizando sucessivos tópicos do Reddit, tornando-se a série que todos os amigos nos recomendam e quase obrigando a que a devoremos em três tempos.
    Beef foi o fenómeno da Netflix em 2023. Estilisticamente rica e com ótimos papéis de Steven Yeun (nunca desilude) e Ali Wong (boa surpresa neste registo), a rixa ou desaguisado entre dois condutores de classes sociais bem diferentes, escalada imparável de competição e vingança, foi uma excelente fotografia de uma sociedade em panela de pressão, de ambição sem propósito e infelicidade reprimida. Danny e Amy desafiaram o espectador a empatizar com os dois lados, e num buzinão desmedido agitaram a televisão em 2023.
    Não faz sentido a Netflix renovar Beef, exceto se optar por transformá-la numa série de antologia.

4. The Curse (Showtime)
Criado por: Nathan Fielder, Benny Safdie
Elenco: Emma Stone, Nathan Fielder, Benny Safdie, Barkhad Abdi
IMDb: 7.1 | Rotten Tomatoes: 94% | Metascore: 76

    Uma parceria de Nathan Fielder (The Rehearsal, uma das séries que destacámos em 2022) e Benny Safdie (Good Time, Uncut Gems) ter-nos-ia sempre como ávidos espectadores em primeira fila, mais ainda com Emma Stone no papel principal. E correspondeu às expectativas.
    A série com o final mais surreal de 2023 apostou no realismo, nos silêncios desconfortáveis e nos contrastes da sociedade para mergulhar no mundo dos bastidores da Reality TV, iludindo com uma ideia de paródia para ir bem mais além, em ousadia e altitude.
    The Curse é uma série de nicho, para um público paciente e que não precisa de estímulos constantes; é das que pede digestão entre episódios, ora descarada ora subtil, diferente de tudo o que há e porventura influenciadora para próximas gerações.
    Que Fielder e Safdie voltem a colaborar, e que Emma Stone abrace mais projetos televisivos.

5. Swarm (Amazon Prime Video)
Criado por: Janine Nabers, Donald Glover 
Elenco: Dominique Fishback, Chloe Bailey, Damson Idris, Billie Eilish, Rory Culkin
IMDb: 7.2 | Rotten Tomatoes: 87% | Metascore: 66

    Com o sempre brilhante Donald Glover a apoiar a visão de Janine Babers (produtora de Atlanta ou Watchmen), Swarm é uma daquelas mini-séries que pode envelhecer como série de culto. Com um tema interessante - a obsessão de uma fã com uma estrela pop, numa evidente alusão aos fãs de Beyoncé - e uma abordagem psicadélica e gore, Swarm provou que Dominique Fishback é uma atriz destinada aos mais altos voos, mostrando ainda a versatilidade artística de Billie Eilish.

6. Jury Duty (Amazon Freevee)
Criado por: Lee Eisenberg, Gene Stupnitsky
Elenco: Ronald Gladden, James Marsden, Cassandra Blair, Trisha LaFache, Kirk Fox, Mekki Leeper
IMDb: 8.2 | Rotten Tomatoes: 82% | Metascore: 51

    Jury Duty terá sido a série genuinamente mais cómica de 2023. Simples e absurda, executou o seu conceito com o espectador como cúmplice num julgamento de fachada - a série da Amazon acompanhou um caso falso, sempre levado ao limite, com 12 jurados a deliberar, sendo 11 deles atores contratados (e sim, um deles James Marsden, de X-Men ou Westworld) e 1 um inocente participante (foco a 100% da série) que pensa que tudo é real.

7. Shrinking (Apple TV+)
Criado por: Bill Lawrence, Jason Segel, Brett Goldstein
Elenco: Jason Segel, Jessica Williams, Harrison Ford, Luke Tennie, Lukita Maxwell, Christa Miller
IMDb: 8.0 | Rotten Tomatoes: 91% | Metascore: 68

    No ano do aparente Adeus de Ted Lasso, Bill Lawrence e Brett Goldstein (hoje em dia mais conhecido como Roy Kent) transferiram-se para o escritório de um psicólogo a fazer o seu luto e que decide começar a dizer a todos os seus pacientes tudo aquilo que realmente pensa. Com Jason Segel como o protagonista perfeito para esta amálgama de humor, sofrimento contido e imprevisibilidade leve, Shrinking revelou-se um adequado herdeiro de Ted Lasso na capacidade de oferecer 30 minutos semanais reconfortantes, sem se levar demasiado a sério. E sim, Harrison Ford roubou todas as cenas em que entrou.

8. Vai Correr Tudo Bem (Youtube)
Criado por: Guilherme Geirinhas
Elenco: Guilherme Geirinhas, Sofia Vilar, Diogo Batáguas
IMDb: 8.1 | Rotten Tomatoes: -- | Metascore: --

    2024 já tem Matilha, spin-off de Sul na RTP 1, mas em 2023 a melhor e mais criativa produção nacional morou no Youtube. Em Novembro e Dezembro (o quinto e último episódio, "Um Conto de Natal", foi disponibilizado a 25/12), o humorista e autor Guilherme Geirinhas desabafou em 5 capítulos o que lhe vai na alma, numa desconstrução hiperconsciente - a tal "auto-referencialidade e meta-ficção" - da fina linha entre o sujeito e o seu objeto, o eu público e o eu privado, a pressão das redes sociais e a descompressão de criar com uma voz original.
    Geirinhas (não Duarte nem Fonseca) "matou" Ricardo Araújo Pereira, numa série pontuada com participações especiais inesperadas e que confirma que todos os membros originais dos Bumerangue têm coisas para deitar cá para fora, com bom gosto na forma e no conteúdo.

9. Strange Planet (Apple TV+)
Criado por: Nathan W. Pyle, Dan Harmon
Elenco: Tunde Adebimpe, Demi Adejuyigbe, Hannah Einbinder, Danny Pudi
IMDb: 6.4 | Rotten Tomatoes: 81% | Metascore: 68

    As deliciosas vinhetas de Strange Planet, super populares no Instagram, ganharam vida no pequeno ecrã este ano, com o autor Nathan W. Pyle a colaborar com Dan Harmon (Rick and Morty). Captar a essência da BD e o carácter enigmático e existencialista dos educados seres azuis não era fácil, e a série da Apple TV+ não foi brilhante nem de consumo obrigatório, mas foi um bom analgésico, sorridente e sempre de copo meio cheio, num mundo tantas vezes cinzento.

10. The Idol (HBO)
Criado por: Sam Levinson, Abel Tesfaye, Reza Fahim
Elenco: Lily-Rose Depp, The Weeknd, Suzanna Son, Troye Sivan, Rachel Sennott, Moses Sumney, Da'Vine Joy Randolph, Hank Azaria
IMDb: 4.4 | Rotten Tomatoes: 19% | Metascore: 27

    O que é que faz uma das séries com pior avaliação de 2023 no nosso Top 10 de Novas Séries?! Vamos por partes. The Idol foi efetivamente uma desprezível plataforma para Sam Levinson e The Weeknd explorarem as suas fantasias pessoais numa mega-produção; foi uma das séries mais cringe do ano com uma das piores performances dos últimos anos (The Weeknd) e é fácil perceber o porquê de ter virado chacota do público, originando apreciações destrutivas da Crítica e levando muitos espectadores a saltarem do barco a meio.
    No entanto, a série de Verão da HBO deixou marcas (banda sonora eficaz, fotografia cuidada e um incrível desempenho de Lily-Rose Depp no meio do caos), custando assistir a tanto potencial frustrado e desperdiçado. The Weeknd devia ter-se cingido à sua especialidade, não sujando uma boa premissa com o seu input tóxico e autocentrado, Sam Levinson devia ter inibido o seu ego machista e percebido que a série pedia uma realizadora, e nada foi mais nojento e desrespeitoso nas séries em 2023 do que assistir no fim de "Jocelyn Forever" ao nome de Abel Tesfaye a surgir no créditos primeiro do que Lily-Rose Depp.
    Numa realidade paralela, The Idol podia ter sido sem esforço uma das 3 séries do ano, caso abraçasse um verdadeiro arco de libertação para a protagonista ou explorasse melhor o subplot do trauma de uma estrela pop "espremida" e condicionada desde criança. Na realidade que temos, foi uma série muitas vezes ridícula e quase sempre desconfortável, (quase) salva pelo brilho de uma atriz a transcender-se.


25 de janeiro de 2024

Os Melhores Episódios de Séries em 2023

Antes de destacarmos as Melhores Novas Séries e as Melhores Séries, o nosso olhar sobre a televisão em 2023 inicia-se, como habitualmente, com os Melhores Episódios.

    Porque somos proporcionalmente malucos, organizados e devotos a enaltecer aquilo que melhor se faz em Televisão, apontámos ao longo do último ano os capítulos mais marcantes das séries às quais assistimos. 2023 ficou marcado pelas greves e movimentos sindicalistas por parte de argumentistas e atores, uma realidade que acabou por congelar muitas produções e adiar conteúdos para 2024. Também em consequência disso, da média de 50 séries que costumamos consumir por ano, em 2023 vimos pouco mais de 30, e optámos por, em conformidade, "emagrecer" também o número de episódios (40 para 25), novas séries e séries (17 e 20 respetivamente para 10 em ambos os casos) em destaque.

    Em 2023, o pico mediático audiovisual foi o final de Succession. Além da tragicomédia da HBO de Jesse Armstrong, também nos despedimos de BarryReservation Dogs e Ted Lasso. Uma adaptação de um popular videojogo e uma série de animação com tudo para transformar-se em série de culto deram os seus primeiros passos, e The Bear amadureceu, oferecendo uma super-temporada logo no ano seguinte à estreia. 
    Se compararmos os 10 melhores episódios deste ano com os 10 que destacámos em 2022, apenas The Bear é repetente. Nos 25 capítulos que selecionámos, estão representadas 14 séries diferentes. O fim de Succession (4 dos 10 episódios da temporada final estão aqui) lidera nas presenças, seguido por The Bear, The Last Of Us e Reservation Dogs (3), bisando Scavengers Reign e Black Mirror.  

    Profunda originalidade, um clímax de topo, um adeus que ficará na memória para sempre ou a fotografia perfeita da essência ou tom de uma série são alguns dos motivos por trás destas 25 escolhas.

    De 2023 guardaremos a ternura e melancolia do envelhecer de Bill e Frank numa pandemia, uma participação especial de Brad Pitt num episódio criativo, hilariante e tenso, os dramáticos abusos sofridos por indígenas nas escolas norte-americanas, o surrealismo da gravidade zero de Nathan Fielder em dia de parto, e a beleza em 2 minutos da evolução do universo numa obra-prima de animação. E mais que tudo, o encontrar de um propósito ao som de Taylor Swift, um jantar de Natal enervante mas delicioso, os vários elogios fúnebres a Logan Roy, um abraço a três depois do luto de uma morte em altitude e relatada por telefone, e a infantilidade da eterna juventude de quem tem um irmão ou uma irmã, culminada numa caminhada solitária, mas acompanhada por um Andante Risoluto nas suas notas finais, um segurança como fantasma do erro e do falhanço, e a água, sempre a água, mesmo ali.

    Em 2023 agradecemos a estes 25 episódios:


1. Succession - 4.03 - Connor's Wedding
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Jesse Armstrong

2. The Bear - 2.07 - Forks
Realizado por: Christopher Storer, Escrito por: Alex Russell

3. Succession - 4.10 - With Open Eyes
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Jesse Armstrong

4. The Bear - 2.06 - Fishes
Realizado por: Christopher Storer, Escrito por: Christopher Storer, Joanna Calo

5. The Last Of Us - 1.03 - Long, Long Time
Realizado por: Peter Hoar, Escrito por: Craig Mazin

6. Succession - 4.09 - Church and State
Realizado por: Mark Mylod, Escrito por: Jesse Armstrong

7. The Curse - 1.10 - Green Queen
Realizado por: Nathan Fielder, Escrito por: Nathan Fielder, Benny Safdie
*episódio emitido a 12 de Janeiro de 2024, mas que incluímos no último ano uma vez que 8 dos 10 episódios de The Curse foram para o ar nesse ano

8. Scavengers Reign - 1.12 - The Reunion
Realizado por: Vincent Tsui, Benjy Brooke, Escrito por: Sean Buckelew

9. Dave - 3.10 - Looking for Love
Realizado por: Kitao Sakurai, Escrito por: Dave Burd

10. Reservation Dogs - 3.03 - Deer Lady
Realizado por: Danis Goulet, Escrito por: Sterlin Harjo

11. The Bear - 2.10 - The Bear
Realizado por: Christopher Storer, Escrito por: Kelly Galuska

12. Black Mirror - 6.03 - Beyond the Sea
Realizado por: John Crowley, Escrito por: Charlie Brooker

13. Succession - 4.08 - America Decides
Realizado por: Andrij Parekh, Escrito por: Jesse Armstrong

14. Reservation Dogs - 3.09 - Elora's Dad
Realizado por: Sterlin Harjo, Escrito por: Devery Jacobs

15. Beef - 1.09 - The Great Fabricator
Realizado por: Jake Schreier, Escrito por: Lee Sung Jin

16. Swarm - 1.04 - Running Scared
Realizado por: Ibra Ake, Escrito por: Ibra Ake, Stephen Glover

17. Barry - 4.08 - wow
Realizado por: Bill Hader, Escrito por: Bill Hader

18. The Last Of Us - 1.08 - When We Are In Need
Realizado por: Ali Abbasi, Escrito por: Craig Mazin

19. Black Mirror - 6.02 - Loch Henry
Realizado por: Sam Miller, Escrito por: Charlie Brooker

20. The Last Of Us - 1.09 - Look for the Light
Realizado por: Ali Abbasi, Escrito por: Neil Druckmann, Craig Mazin

21. Ted Lasso - 3.12 - So Long, Farewell
Realizado por: Declan Lowney, Escrito por: Jason Sudeikis, Brendan Hunt, Joe Kelly

22. Invincible - 2.04 - It's Been a While
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23. Reservation Dogs - 3.10 - Dig
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24. Vai Correr Tudo Bem - 1.04 - RIP RAP
Realizado por: Gonçalo Miranda, Guilherme Geirinhas, Escrito por: Guilherme Geirinhas, Rogério Casanova

25. Scavengers Reign - 1.06 - The Fall
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18 de janeiro de 2024

100 Jogadores que podem marcar 2024 (1-50)


Há uns dias partilhámos os primeiros 50 nomes da nossa lista para 2024, e hoje encerramos a centena com aqueles que achamos que poderão vir a ser os destaques supremos do mundo futebolístico neste ano que acabámos de iniciar. Recordamos que a rubrica "100 Jogadores" é uma tradição anual no Barba Por Fazer (podem consultar no nosso arquivo as edições de 2015 até 2023).

    Dos jogadores elencados, alguns poderão proporcionar transferências sonantes, outros poderão desempenhar um papel crucial nas conquistas dos seus clubes e seleções, afirmando-se jovens valores e sendo outros tantos os desconhecidos que dirão adeus ao quase-anonimato, passando a ter o seu nome nas bocas dos quatro cantos do planeta.
    São muitos os eventos cabeça-de-cartaz neste novo ano civil e desportivo. Há Euro 2024 na Alemanha, Copa América nos EUA, Jogos Olímpicos em Paris, juntando-se ainda a CAN e a Taça Asiática já neste mês de Janeiro. Na Champions, o campeão em título Manchester City procurará renovar a "orelhuda" contando com a concorrência (sobretudo) de Bayern Munique e Real Madrid, há 3 equipas portuguesas na fase a eliminar da Liga Europa, e nos vários campeonatos esperam-se corridas quentinhas: na liga portuguesa há total incerteza no topo, o Girona sonha em Espanha, o Bayer Leverkusen tem argumentos para interromper o domínio do Bayern, e se em Itália e França o tempo deve tratar de instalar Inter e PSG confortavelmente na frente, em Inglaterra o Liverpool e o Arsenal tentarão acreditar o maior tempo possível no primeiro lugar, até todos assistirmos a uma (nova) impressionante série de vitórias consecutivas do City de Guardiola rumo ao lugar do costume.

    Há um ano listámos no nosso Top-50 craques como Jude Bellingham, Enzo Fernández, Gvardiol, Declan Rice, Benzema, Gündogan, Mitrovic ou Kolo Muani antes das suas transferências. Sem mais demoras, os 50 destaques para 2024:


1. Kylian Mbappé (PSG) - Novo ano, a mesma novela. O destino de Kylian Mbappé mantém-se o principal ponto de interesse na jornada individual de todos os futebolistas de 2024. O craque francês termina contrato e, como tal, o mundo quer saber qual o próximo capítulo: finalmente Madrid (ou está o Real satisfeito com Bellingham e Vinícius como as suas principais estrelas?), novamente Paris com uma extensão de mais 1 ano, ou uma mudança para Inglaterra para competir olhos nos olhos com Haaland? Além de tudo isto, é o capitão numa França que parte como uma das favoritas a festejar na Alemanha. 

2. Jude Bellingham (Real Madrid) - O novo ícone do Real Madrid, inglês de apenas 20 anos, tem surpreendido com o seu upgrade para goleador com instinto, muitíssimo bem orientado por Ancelotti. Quem é estrela do Real Madrid é sempre candidato a acumular prémios; e tem a sua graça pensar no estatuto com que Bellingham regressará à Alemanha, incomparável ao peso que tinha na seleção quando se estreou em grandes certames no Qatar.

3. Harry Kane (Bayern Munique) - Mbappé, Haaland e Bellingham são nomes na ponta da língua de qualquer adepto na hora de apostar no próximo jogador a conquistar uma Bola de Ouro. A História recente tem-nos dado vencedores com 30 ou mais anos, e Harry Kane pode manter a tendência - é o máximo goleador na Europa (22 golos) e tem legítimas aspirações para conquistar uma ou mais competições entre Bundesliga, Champions e Europeu.

4. Erling Haaland (Manchester City) - O principal matador da atualidade terá dificuldade em bater o seu recorde de golos (36) da Premier League, considerando o número de jogos que tem falhado lesionado. Não há Messi, portanto se renovar como melhor marcador as conquistas simultâneas da Premier League e da Liga dos Campeões, terá as suas chances na Bola de Ouro. Mas acabará por correr por fora ao ser ano de competição internacional de seleções, onde a Noruega não estará presente. 

5. Mohamed Salah (Liverpool) - Com a Arábia Saudita disposta a nova tentativa no final da época, podemos estar a assistir à última época do egípcio na Premier League e no futebol europeu. Quer sair pela porta grande, como campeão e melhor marcador. É uma lenda viva da Premier, e com apenas 31 anos ainda torcemos para que ainda nos dê mais umas duas épocas antes de gozar a sua reforma milionária.

6. Declan Rice (Arsenal) - É sempre bom sinal quando ninguém fala do preço (116 milhões) de um jogador. Rice tem sido o melhor jogador do Arsenal e a narrativa joga a favor de uma hipotética eleição sua como MVP da Premier League se os gunners derem a volta ao momento atual. É o pêndulo do meio-campo de uma das seleções favoritas à conquista do europeu.

7. Khvicha Kvaratskhelia (Nápoles) - Kvaradona perdeu gás em Nápoles, tal como toda a equipa e especialmente por não poder contar com Osimhen em vários jogos. O georgiano sonha com uma qualificação para o Euro 2020 (não poderá jogar frente ao Luxemburgo, mas poderá contribuir em caso de apuramento contra Grécia ou Cazaquistão) e não será nenhuma surpresa se no Verão for um dos três jogadores mais caros a mudar de clube. Adorávamos vê-lo ser orientado por Guardiola ou Klopp.

8. Florian Wirtz (Bayer Leverkusen) - É um talento único, um jogador na linha de Kevin De Bruyne, que acumula sonhos em 2024: quer segurar o Leverkusen no topo da Bundesliga, deseja ser titular na seleção alemã num europeu disputado em sua casa, e lá para Agosto não deverão faltar clubes babados e dispostos a perder a cabeça para contar com os seus serviços.

9. Victor Osimhen (Nápoles) - O mascarado nigeriano, autor de 26 golos na Serie na época passada, caiu em termos de produção. Os napolitanos terão sempre o efémero romance de 2022/ 23, e Osimhen deve pegar no passaporte e abraçar um novo desafio. O seu agente nega a Arábia Saudita, o que torna uma hipótese Chelsea bastante provável.

10. Jamal Musiala (Bayern Munique) - O ágil e imaginativo driblador de 20 anos pode passar em 2024 de fortíssimo candidato a um dia vencer uma Bola de Ouro para Top-20 dos indicados aos grandes prémios individuais. Será determinante que faça do casamento entre Kane e Sané uma saudável relação a três, e queremos ver como vai Nagelsmann conjugar o talento de Musiala, Sané e Wirtz.

11. Antoine Griezmann (Atlético Madrid) - Possivelmente o grande jogador mais subvalorizado do mundo, Griezmann tem visto o reconhecimento, que tanto merecia, não querer nada com ele. Vini Jr. foi eleito melhor jogador da La Liga quando Griezmann foi muitíssimo superior (marcou mais 5 golos, somou mais 7 assistências e foi eleito o melhor em campo no triplo dos jogos do brasileiro) e, com Euro 2024 à porta, não nos surpreenderá se o pequeno francês voltar a brilhar, tal como fez em 2016, 2018 e 2022, sempre com papéis distintos.

12. Leroy Sané (Bayern Munique) - Não esperem humildade ou bom senso de um atleta que se tem a si próprio tatuado nas costas, mas esperem bastante altruísmo e muitas assistências para Harry Kane (entendem-se às mil maravilhas). Sempre imprevisível, Sané está a ser um dos melhores do mundo em 23/24. Deve ultrapassar sem dificuldade as 25 assistências em todas as competições, e é o seu desempenho no Euro que nos causa maior curiosidade.

13. Alphonso Davies (Bayern Munique) -
Chegou à Alemanha com 18 anos e, cinco anos depois, enfrenta uma das maiores decisões da sua carreira. Com o contrato a terminar em 2025, ou renova com os bávaros ou então Real Madrid e Manchester City podem lutar por ele.

14. João Neves (Benfica) - Aos 19 anos, João Neves é semanalmente o jogador mais fiável do Benfica e tem o respeito dos colegas de seleção e dos adeptos adversários em Portugal. Quase uma certeza na eleição de Jovem do Ano em Portugal, até ver disputaria com Gyökeres o prémio de MVP. Adorávamos que por cá continuasse, mas estamos mentalizados para a mais do que certa transferência no Verão.

15. Vinícius Jr. & Rodrygo (Real Madrid) - Os extremos brasileiros, cada vez mais avançados móveis com permissão para cair no corredor ou jogar por dentro, semeando o caos, querem gritar em campo que este é o Real Madrid deles. Na Copa América, disputarão o papel de estrela nº 1 depois do fim de Neymar.

16. Ronald Araújo (Barcelona) - Entre os disparates acumulados pelo Barcelona ao longo dos últimos anos, a ideia de aceitar negociar o uruguaio Araújo seria candidata a encabeçar a lista. Compreendemos que todos os grandes clubes desejem contar com ele, mas os blaugrana têm que o estimar como inegociável e como um dos rostos do clube para esta década.

17. Santiago Giménez (Feyenoord) - Esteve na mira do Benfica, mas o tempo fez dele um alvo impossível. Com 21 golos em 23 jogos, o avançado mexicano será prioridade para diversos emblemas. Está aqui o melhor sucessor possível para Harry Kane, mas é natural que atraia clubes com ambições ainda maiores.

18. Kubo (Real Sociedad) - Contratado por modestos 6 milhões e meio de euros, o nipónico que muito bem ficava no Liverpool (onde poderia evoluir como futuro substituto de Salah) tem espalhado magia na liga espanhola e nos palcos da liga milionária. Não surpreende se o Real Madrid acionar a sua cláusula de recompra, quiçá para o vender logo depois.

19. Álex Grimaldo & Jeremie Frimpong (Bayer Leverkusen) - O Leverkusen de Xabi Alonso tem a melhor dupla de laterais/ alas do mundo. Intérpretes de extraordinária regularidade em 2023, Grimaldo (9 golos e 8 assistências) e Frimpong (7 golos e 9 assistências) estão a caminho de números impensáveis para a posição em que atuam.

20. Kevin De Bruyne (Manchester City) - O Man City deu uma volta de avanço sem o seu melhor jogador. O belga, jogador talhado para aparecer nos jogos grandes, quererá repetir a presença na final da Champions, sem abandonar o jogo decisivo por lesão, e torcerá para ter o seu melhor amigo Haaland saudável, acumulando assim assistências jogo sim, jogo sim.

21. Trent Alexander-Arnold (Liverpool) - O lateral que em miúdo tinha Gerrard e Xabi Alonso como ídolos é subcapitão do clube do seu coração. É certo que na Premier há Walker, Porro e Trippier, mas Trent pertence (ofensivamente) a uma galáxia aparte. Poderá vir a estar na equipa do ano como lateral, mas é apenas como médio que terá ambições de incorporar o onze inicial de Southgate no Europeu.

22. Christopher Nkunku (Chelsea) - No instável Chelsea de Pochettino, a qualidade e compostura de Nkunku pode transfigurar um gigante gastador numa equipa de futebol com pés e cabeça. Fazemos votos para que as lesões fiquem longe do seu corpo. Os blues pretendem um ponta de lança, mas em Nkunku já têm uma indiscutível garantia de golos e mais golos.

23. Son Heung-Min (Tottenham) - O sul-coreano está por esta altura a disputar a Taça asiática, mas todos aguardamos ansiosos pelo seu regresso a Inglaterra e às nossas equipas de Fantasy. É o capitão da equipa londrina e o herdeiro de Harry Kane enquanto herói do povo.

24. James Maddison (Tottenham) - Até se lesionar diante do Chelsea a 6 de Novembro, Maddison estava a ser um dos mais fortes candidatos a Jogador do Ano em Inglaterra. Peça-chave no sistema de Postecoglou, quererá voltar a exibir-se nesse patamar. Os spurs querem o Top-4 e Maddison sonha com uma vaga no meio-campo inglês, junto a Rice e Bellingham.

25. Ousmane Diomande (Sporting) -
Os leões também têm Gonçalo Inácio na calha para sair, mas é o costa-marfinense Diomande que deve tornar-se - assumindo que sai antes de Gyökeres - maior venda da História do clube verde e branco. Diamante absoluto, central com maior potencial do futebol português, tem todo o ar de Premier League.

26. Jérémy Doku (Manchester City) - O abre-latas de Pep Guardiola reúne todos os requisitos para se confirmar como um dos melhores extremos da atualidade em 2024. Ainda não percebemos se gostamos mais dele à esquerda ou à direita, mas parece-nos que será fundamental na fase a eliminar da Champions. Se melhorar a tomada de decisão e o timing, será assustador e imparável.

27. Victor Boniface (Bayer Leverkusen) - Bem-sucedido embora sem se revelar um super-goleador na Noruega e na Bélgica, o nigeriano Victor Okoh Boniface encaixou que nem uma luva no 3-4-2-1 de Xabi Alonso, arrasando na exploração da profundidade, no drible com passada larga e no remate espontâneo, evoluindo na associação aos colegas. Os colegas torcem para que volte da lesão, e os adversários temem que melhore o seu rácio de remates enquadrados, algo que a acontecer o tornará num caso (ainda mais) sério.

28. João Palhinha (Fulham) - Quando tudo estava certo com o Bayern, o Fulham não o libertou por não ter tempo para encontrar um substituto à altura. Entretanto, o gigante de Munique parece estar menos interessado, mas uma coisa é certa: Palhinha merece muito mais do que o Fulham.

29. Endrick (Real Madrid) & Vítor Roque (Barcelona) - Quis o destino que Endrick (17 anos) e Vítor Roque (18) chegassem à Europa e ao campeonato espanhol na mesma janela. Mais promissor, Endrick terá tempo para se afirmar como Vinícius ou Rodrygo; Vítor Roque deve ter mais espaço e mais minutos, o que também o pode fazer crescer mais rápido.

30. Xavi Simons (RB Leipzig) - O jovem fenómeno das redes sociais tornou-se na temporada passada um dos futebolistas mais vibrantes do futebol europeu. Sem perder a confiança e arrogância, mas ao mesmo tempo humilde, esfomeado e batalhador, Simons está a mostrar na Alemanha que o seu rendimento no PSV não foi um acaso mas sim o início de tudo. Queremo-lo no 11 de Koeman, na equipa do ano da Bundesliga e na segunda metade de 2024 ou brilha em Paris ou se torna o símbolo de algum projeto.

31. Viktor Gyökeres (Sporting) - Todos os sportinguistas estão apaixonados por ele, todos os benfiquistas suspiram em nome de um universo alternativo. Incansável poço de força e capacidade de desequilibrar, o sueco está na pole position para ser o Jogador do Ano em Portugal. A cláusula de 100 milhões será suficiente para o segurar em Alvalade por mais uns meses, mas veremos no Verão quanto pesará a sua idade (terá 26 anos) na hora dos grandes clubes corresponderem às exigências dos leões.

32. Virgil van Dijk (Liverpool) - Nunca desde a sua grave lesão, van Dijk esteve num nível tão alto como agora. Aos 32 anos, quer voltar a ser considerado o melhor central do mundo. Há uma Premier League para tentar conquistar.

33. Ivan Toney (Brentford) - É uma das histórias de 2024. Ivan Benjamin Elijah Toney esteve suspenso 8 meses por violar as regras de apostas 262 vezes. Perdeu o amor pelo futebol, reencontrou-o e está pronto para escrever a sua redenção, brilhando novamente no ataque do Brentford. Fala-se no interesse do Arsenal e do Chelsea, mas não deve ir a lado nenhum, desejando retribuir o apoio que recebeu por parte do clube e de Thomas Frank durante este período difícil.

34. Serhou Guirassy (Estugarda) - 17 golos em 14 jogos, assim segue o guineense Guirassy na Bundesliga. O avançado do Estugarda marca um golo a cada 62 minutos (bate Kane por 1 minuto nesse parâmetro) e a dúvida atual é se sai já em Janeiro ou apenas no Verão, e se proporciona uma transferência interna ou muda de ares para Inglaterra (ficava bem no West Ham).

35. André (Fluminense) - Vencedor da Libertadores, o médio defensivo brasileiro chegou a ser dado como potencial reforço do Liverpool, mas nesta fase o mais certo é mesmo tornar-se o novo seis de Marco Silva, ocupando a vaga que João Palhinha pode deixar livre.

36. Warren Zaïre-Emery (PSG) - Há uma razão para Zaïre-Emery jogar tanto com Luis Enrique e já ter uma internacionalização na super-exigente e restrita França de Deschamps. Faz 18 anos em Março e em Junho deverá estar na Alemanha, entre os escolhidos da seleção vice-campeã do mundo.

37. Loïs Openda (RB Leipzig) - O veloz avançado belga não demorou a fazer na Bundesliga aquilo que já fizera em França e nos Países Baixos. Kane está numa galáxia à parte, mas bater Guirassy (nada garante que continue no Estugarda ou mesmo na Alemanha neste mercado) e Boniface pelo estatuto de 2.º melhor marcador da liga alemã será um objetivo para Openda. A titularidade no ataque belga no Europeu também pode acontecer.

38. Kevin Danso (Lens) - Não conseguimos compreender como permaneceu no Lens depois de ter sido indiscutivelmente o melhor defesa central da Ligue 1 em 22/ 23. O austríaco não tem a imprensa de outros, mas são muito poucos aqueles que defendem com a sua assertividade.

39. Martín Zubimendi (Real Sociedad) -
Jogador na linha de Busquets e Rodri, Zubimendi é talvez o melhor médio defensivo que ainda não está num tubarão. A cláusula de rescisão são 60 milhões.

40 Michael Olise (Crystal Palace) - Nasceu em Londres, mas tem sido sempre internacional nas camadas jovens por França. O extremo direito do Crystal Palace já foi associado ao Liverpool e ao Manchester United, e parece escrito o seu ingresso numa equipa do Top6 inglês.

41. Antonio Nusa (Club Brugge) - A Noruega está bem servida com Haaland, Odegaard e Aursnes, mas o país do bacalhau precisa de um extremo especial e desequilibrador para dar o salto e começar a surgir com regularidade em fases finais de europeus e mundiais. Que clube vai convencer Nusa no momento de dizer adeus a Bruges? Queremos muito saber.

42. Lamine Yamal (Barcelona) - Só faz 17 anos em Julho, mas não é impensável que seja um dos eleitos da seleção espanhola no próximo Europeu. Se assim for, será curioso perceber quantos minutos terá numa prova em que todos os holofotes estarão apontados para aquele que poderá ser o jogador mais novo em competição.

43. Nico Williams (Athletic Bilbao) - Quanto mais o mundo se apaixonar pela irreverência e imprevisibilidade de Doku, a tendência será os restantes clubes procurarem jogadores idênticos. Bakayoko e Nico Williams surgirão na pole position para quem procurar esse perfil, tendo o irmão mais novo de Iñaki um CV já com mais de 100 jogos no clube do país Basco.

44. Cole Palmer (Chelsea) - Quando o multimilionário Chelsea adquiriu Cole Palmer por 47 milhões, poucos esperavam que o jovem britânico se afirmasse tão rapidamente como peça-chave no onze de Pochettino. O técnico argentino compara-o a Di María, e neste momento estaria muito provavelmente no avião de Southgate para o Euro 2024.

45. Jarrad Branthwaite (Everton) - As defesas de Sean Dyche costumam ser o ponto forte das suas equipas, e ao lado de Tarkowski, está a crescer a olhos vistos um gigante (1,96m) de apenas 21 anos, que promete proporcionar a curto, médio-prazo uma transferência por valores provavelmente inflacionados. Teden Mengi, do Luton, é outro dos jovens centrais ingleses com muito para evoluir.

46. Pascal Gross (Brighton) & Jonas Hofmann (Bayer Leverkusen) - A Alemanha de Nagelsmann é uma valente incógnita num europeu disputado em solo alemão. Com muita qualidade e juventude, sobretudo no setor ofensivo, o jovem selecionador pode ver-se tentado a premiar dois jogadores maduros (Gross tem 32 anos e Hofmann 31 anos), super subvalorizados mas altamente fiáveis em tudo o que fazem em campo.

47. Aleix Garcia (Girona) - No inesperado e teimoso Girona de Míchel, o ponta de lança Dovbyk vai sendo garantia de golos, Savinho e Arnau revelações e Ivan Martín um jogador determinante mas silencioso. No entanto, todos os caminhos vão dar a Aleix Garcia, o relojoeiro do sistema táctico. O Barcelona pretende-o, mas torcemos para que o negócio só aconteça no final da aventura do underdog Girona.

48. Khéphren Thuram (Nice) - O filho mais novo de Lilian Thuram viu o seu irmão mudar-se do Gladbach para o Inter, e quando também se esperava que fizesse as malas, continuou em solo francês. Um autêntico porto seguro, é um dos médios defensivos mais apetecíveis do mercado.

49. Anatoliy Trubin (Benfica) - Desde Oblak e Ederson que o Benfica não tinha um guarda-redes capaz de deixar os adeptos absolutamente relaxados. Por agora, Diogo Costa ainda tem o estatuto de melhor guardião no futebol português, e Ricardo Velho (Farense) vai sendo destaque entre os GR das equipas menos mediáticas, mas no final da temporada suspeitamos que o consenso será eleger o ucraniano como máximo número 1 do futebol português. Que fique por cá muitos anos!

50. Isco (Bétis) - Depois de uma travessia no deserto e após cuidar da sua saúde mental, guardando para o futuro algumas revelações sobre o final do seu período em Madrid, Isco reencontrou-se em Sevilha. O maestro do Bétis é atualmente um dos jogadores que mais enche o olho na Liga EA Sports, o epicentro criativo de toda a equipa.