Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

31 de agosto de 2015

Revisão: 'Hannibal' (3.ª Temporada)

Criado por
Bryan Fuller

Elenco
Mads Mikkelsen, Hugh Dancy, Laurence Fishburne, Caroline Dhavernas, Gillian Anderson, Richard Armitage, Rutina Wesley, Joe Anderson

Canal: NBC

Classificação IMDb: 8.6 | Metascore: 84 | RottenTomatoes: 97%
Classificação Barba Por Fazer: 83


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 
A História: 
    E acabou. Uma das melhores séries de 2013 para cá conheceu há dias o seu último capítulo, numa finale mais-que-perfeita e que simbolizou tudo o que as 3 temporadas (não houve mais porque a NBC cortou as pernas ao grande plano de Bryan Fuller) tiveram: brilhante desempenho do elenco, um grafismo sangrento e poético como pouco se vê, e a dinâmica Hannibal Lecter/ Will Graham no centro de tudo.
    Depois de uma season finale emocionante na 2.ª temporada, na qual ficaram em suspenso os sinais de vida de Will Graham, Jack Crawford, Alana Bloom e Abigail Hobbs, todos eles voltaram, mas nenhum regressou igual. Alana Bloom transformada (que diferença desta temporada para as duas anteriores), Jack obcecado em capturar Hannibal, e Abigail foi a única vítima mortal, visitando esta temporada apenas como alucinação de Will Graham.
    Pode-se dividir esta season em duas partes distintas, claramente. Há uma primeira metade mais fraca, com Hannibal em Itália, ainda com Mason Verger (Joe Anderson substituiu o actor Michael Pitt) envolvido a história. E uma segunda, que se desenrola do oitavo ao derradeiro episódio, com um nível de excelência e com o antagonista Francis Dolarhyde aka The Great Red Dragon, interpretado de forma surpreendente por Richard Armitage, o Thorin de Peter Jackson.
    Bryan Fuller manteve uma narrativa chamativa, apoiada na mesma direcção artística e qualidade de realização que sempre caracterizou 'Hannibal', mas os primeiros 7 destes 13 episódios são, em parte, morosos. Acontece pouco e a acção evolui devagar, enquanto Hannibal serve as suas refeições sempre com a companhia de Bedelia (Gillian Anderson, mais presente nesta temporada, felizmente), Jack e Will procuram encontrar o canibal preferido do Cinema e da Televisão, e com Alana Bloom a ajudar Mason Verger na procura de vingança. Nessa Parte I, chamemos-lhe assim, o episódio 7 ('Digestivo') é claramente o destaque.
    É possível que muitos espectadores tenham até desistido da série na sua primeira metade, mas o valor apresentado antes, o percurso das personagens e o facto de o fim estar próximo, eram motivos mais do que suficientes para, quase por respeito ao passado de Hannibal e Will, permanecer com fé na história. O episódio 8 é uma metamorfose completa, à semelhança daquela que Francis Dolarhyde opera em si mesmo e, com o Dragão Vermelho à solta e Hannibal detido, tudo se torna espectacular. Os últimos 6 episódios parecem uma mini-série de topo, com o já referido Richard Armitage e a actriz Rutina Wesley a acrescentarem qualidade ao elenco. É impressionante como Dolarhyde é apresentado de um modo tão magnético, sem que a personagem tenha que dizer uma palavra no seu primeiro episódio, e o facto de voltarmos a ter Hannibal e Will frente-a-frente, na tentativa de travar o Dragão Vermelho, serve por si só para elevar a série ao patamar a que nos habituou.
    
A Personagem: Hannibal Lecter (Mads Mikkelsen) + Will Graham (Hugh Dancy).
    Não tenham dúvidas que a adição de Francis Dolarhyde é o bónus desta temporada. O actor Richard Armitage foi uma muito boa surpresa, e analisando isoladamente foi o destaque individual da 3.ª vez que o coração de 'Hannibal' bateu. Mas, por se tratar de uma despedida, é impossível não referir a importância da dinâmica Hannibal Lecter e Will Graham. A série foi sempre sobre eles. O fascínio de um pelo outro, a relação amor/ ódio, o desejo de Hannibal de transformar Will. O criador e argumentista Bryan Fuller conseguiu ainda um final adequado e perfeito para um dueto que brilhou sempre que partilhou o ecrã - quer nas sessões do psicólogo Hannibal no seu escritório, quer no asilo psiquiátrico quer agora com um vidro a separar o predador e a presa (?).
    Os actores Mads Mikkelsen e Hugh Dancy fizeram da série uma das melhores dos últimos anos, participando activamente junto de Fuller na definição e construção dos caminhos das suas personagens. E é muito raro encontrar-se a química que existiu e se intensificou entre os dois actores, numa relação perturbadora mas ao mesmo tempo quase erótica.

O Episódio: 13 'The Wrath of the Lamb'.
    A series finale de 'Hannibal' é oficialmente um dos melhores pontos finais que alguma série teve. Não se podia pedir mais. Resulta muitíssimo bem se nunca mais ouvirmos falar de 'Hannibal', mas resulta igualmente bem se outra cadeia televisiva quiser prolongar a série, ou se Fuller criar um filme, uma ideia em relação à qual Mikkelsen e Dancy já manifestaram interesse.
    A ira do cordeiro dita o fim do Grande Dragão, e os 10 minutos finais da série são surreais. A partilha de Hannibal e Will simbolizada com mestria, e quando se inicia a música "Love Crime" de Siouxsie Sioux e Brian Reitzell, criada propositadamente para a série, começa o adeus: o abraço, a queda e aquele plano final perfeito. Como se não bastasse ainda há aquela cena pós-créditos genial e aquela imagem de Dolarhyde deitado com o sangue a desenhar as suas asas. 

O Futuro: 
    Foram três temporadas do melhor que há em termos de evolução da história, performance dos actores e realização. Bryan Fuller disse um dia que tinha um plano de 8 temporadas para 'Hannibal' (um número exagerado, porque 4 ou 5 chegariam para explorar de forma rica e condensada o universo de personagens de Thomas Harris), mas a NBC ditou que seriam apenas 3. Ficaram a faltar figuras como Clarice Starling (circulou o rumor que Fuller queria Ellen Page para o papel) e "Buffalo Bill" e a cena pós-créditos do episódio 13 serve de teaser e de possível ponte para uma nova oportunidade, seja na concorrência - a Netflix e Amazon já rejeitaram a possibilidade - ou num filme, quer seja para o grande ecrã ou um filme televisivo.
    'Hannibal' deixou-nos de barriga cheia, e esta última temporada só não alcançou um estatuto superior pela menor qualidade da primeira metade. Mas uma coisa é certa: vai deixar saudades.
  

30 de agosto de 2015

Crítica: Southpaw

Realizador: Antoine Fuqua
Argumento: Kurt Sutter
Elenco: Jake Gyllenhaal, Forest Whitaker, Rachel McAdams, Oona Laurence, Naomie Harris, 50 Cent
Classificação IMDb: 7.4 | Metascore: 57 | RottenTomatoes: 61%
Classificação Barba Por Fazer: 73

    Que grande actor que Jake Gyllenhaal se está a tornar. 'Southpaw' é um daqueles filmes que, em termos de história, nada acrescenta à biblioteca cinematográfica, valendo sim pelo desempenho de Gyllenhaal, bem apoiado por Forest Whitaker. O filme em si é carregado de clichés e é conduzido com previsibilidade e de acordo com a dinâmica habitual nos filmes deste género, sendo segurado pelo actor que já se tinha destacando em 'Donnie Darko', 'Jarhead' e recentemente 'Prisoners' e 'Nightcrawler', tratando-se o último de um filme no qual nomeámos Gyllenhaal nos nossos Óscares, mas a Academia não o fez.
    A história de 'Southpaw' tem pouco de complexo. Billy Hope (Jake Gyllenhaal) é um pugilista invicto, detentor do título Mundial de pesos-leves, que luta não só por ser o que melhor sabe fazer, mas também para garantir uma boa vida para a sua mulher Maureen (Rachel McAdams) e para a sua filha Leila (Oona Laurence). Tudo muda na vida do campeão num dia fatídico: numa confusão iniciada pelo pugilista rival Miguel "Magic" Escobar, o irmão deste acaba por matar Maureen, deixando Billy perdido e numa estrada auto-destrutiva. A dificuldade em viver sem a mulher leva Billy a perder a cabeça num combate, acabando suspenso, e acaba por perder tudo - a casa, e a filha, entregue aos Serviços Sociais. Ao bater no fundo, e com vista a demonstrar-se capaz de tomar conta de Leila, Billy tem então que se reencontrar e recompor, apoiado por "Tick" Wills (Forest Whitaker), um treinador/ mentor.
    A tendência em muitos filmes que pisem o ringue é apostar neste formato. Podemos chamar-lhe descida a pique e recuperação em resposta. Nas últimas décadas largas, e deixando 'Raging Bull' como um exemplo doutro campeonato, o filme do género que conseguiu acrescentar efectivamente valor foi 'Warrior' (focado em MMA, e não boxe), tendo mais alma do que os outros. Fuqua, o realizador de 'Training Day', contou com um elenco invulgar conjugando os músicos 50 Cent e Rita Ora com grandes actores. A pequena Oona Laurence tem aos 13 anos um futuro promissor pela frente, de Rachel McAdams pode-se esperar mais em 'Spotlight' do que nesta colaboração, mas o filme é de uma ponta à outra segurado pelo viciante Jake Gyllenhaal. Whitaker assenta bem no papel de mentor sôfrego, com um passado assombrado mas sabendo transmitir um conselho e a disciplina necessária, enquanto que Gyllenhaal.. é 'Southpaw'. Para além da transformação física (muito teve que trabalhar para ficar nesta forma) impressiona o modo como consegue passar-nos o desespero e a vulnerabilidade de Billy Hope. Com a mulher nos seus braços, ao colocar luvas para baixo aceitando a sua punição suicida, e principalmente nos momentos com a sua filha. "Tick" Wills ensina a Billy Hope que por vezes temos que nos defender, para aproveitarmos o que de melhor temos, e a combater usando a cabeça em vez de se mover apenas pela raiva. 'Southpaw' é um filme sobre recuperação, sobre luto, transita de uma história de vingança para uma história de um pai à procura de garantir condições para viver com a filha.
    O melhor momento do filme passa-se no canto de um ringue de boxe, e Gyllenhaal - vamos aguardar e ver muitos outros filmes e aí tiraremos conclusões - é um nome para incluir nas hipóteses para óscar, porque um papel deste patamar seria nomeado em várias das últimas edições da cerimónia da Academia. Como ficou aqui dito, 'Southpaw' é um filme carregado pelo seu protagonista, e ficamos a aguardar por 'Demolition' - não é certo se estreará a tempo de ser candidato em 2016 ou se só no ano seguinte, mas antecipamos com grandes expectativas uma colaboração de Gyllenhaal com o realizador Jean-Marc Valée (recentemente ajudou McConaughey a ganhar um óscar, e Reese Whiterspoon a ser nomeada). E como referimos há umas semanas, Gyllenhaal seria um reforço brutal para uma 3.ª temporada de 'True Detective'. Este filme comprova-o.

26 de agosto de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 4

A última jornada antes do fecho do mercado. A Barclays Premier League joga-se Sábado e Domingo, e só voltará depois dia 12 de Setembro com os plantéis 100% fechados e com alguns wildcards a serem activados nesse intervalo temporal.
    Ao contrário do que é habitual, nesta 4.ª jornada não há um super-jogo, sendo o mais cotado o embate entre Tottenham e Everton. No entanto, há bons jogos: o Bournemouth recebe o fenómeno Leicester, o Liverpool (que tal como o Manchester City ainda não sofreu qualquer golo) mede forças com o West Ham, e o Manchester United desloca-se ao País de Gales para defrontar o Swansea.
    Falar da última jornada é falar de Callum Wilson. O avançado do Bournemouth conseguiu 17 pontos no Fantasy com um fantástico hat-trick na vitória do Bournemouth por 4-3. Kolarov e Scott Dann foram os defesas mais pontuados, Cech e Krul brilharam entre os postes, juntando o checo à quantidade de defesas o elevado grau de dificuldade de muitas; Pedro Rodríguez estreou-se da melhor forma pelo Chelsea com 1 golo e 1 assistência, Diego Costa esteve em bom plano tal como Sako e James Morrison. Riyad Mahrez voltou a aparecer em grande.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Olhando para a quarta jornada, sugerimos:

Kun Agüero - Manchester City - 13.2
    A lógica diz que se Agüero foi capaz de fazer o que fez a Cahill e Terry, certamente causará pesadelos a Cathcart e Prödl. O Manchester City, líder isolado 100% vitorioso, é sempre mais forte no seu estádio e a sua dinâmica ofensiva actual deve ser suficiente para incomodar um Watford que tem deixado uma boa imagem, não sofrendo qualquer golo nos últimos dois jogos (dois empates 0-0).
    Agüero, Silva, Yaya Touré e Sterling são os quatro jogadores de ataque que interessam, até porque Pellegrini pode optar por Navas ou Nasri na restante vaga ofensiva (isto se não apostar esta jornada num 4-4-2 com Bony e Agüero). Na defesa do City, Kompany e Kolarov têm realizado um arranque de época sensacional, embora Sagna (beneficiou com a lesão de Zabaleta) seja a opção mais económica. O calendário do líder City é bastante favorável, com 4 jogos em casa nos próximos 6, e Agüero deverá progressivamente melhorar a sua condição física e a sua relação com a baliza adversária.

Pedro Rodríguez - Chelsea - 9.5
    O extremo direito espanhol, um dos jogadores mais subvalorizados nos últimos anos, chegou à Premier League e teve impacto imediato. Mourinho ganhou um reforço de peso (pagar 28 Milhões por alguém como Pedro, considerando o contexto e os valores praticados neste defeso, é incrível) e Pedrito não demorou muitos minutos a demonstrar porque é que é um dos jogadores com maior capacidade de finalização no futebol actual. Juntando à sua grande eficácia nas oportunidades que tem, o facto de aparecer sempre nos momentos certos, não era muito difícil imaginar que acabaria por dizer presente na estreia. Contra o Crystal Palace, o Chelsea é favorito e tentará ganhar em Stamford Bridge pela primeira vez. Hazard é sempre Hazard (embora ande a desiludir é capaz de aparecer finalmente a marcar) mas é para Pedro Rodríguez que olharemos. Tal como aconteceu com Alexis Sánchez e Fàbregas, o ex-Barça tem tudo para brilhar ao sentir-se valorizado num novo projecto.

Philippe Coutinho - Liverpool - 8.1
    Num universo paralelo, Coutinho terminou o Arsenal-Liverpool com um hat-trick e uma exibição para correr a imprensa mundial. Neste universo, Petr Cech disse não a toda e qualquer iniciativa do 10 brasileiro.
    Coutinho evoluiu sobremaneira em 2014/ 15, mas é bem capaz de continuar a sua evolução esta temporada, com melhores números (tanto de golos como assistências). À medida que a química de Coutinho com Benteke e Firmino for crescendo, veremos o Liverpool cada vez mais forte. Esta jornada o adversário é o West Ham, que sofreu 4 golos em casa e continua sem Adrián na baliza. Por isso mesmo, Benteke e Coutinho quererão tirar a barriga de misérias depois de Cech lhes roubar protagonismo na 2.ª feira passada.

Xherdan Shaqiri - Stoke City - 7.0
    O Stoke totaliza apenas 2 pontos em 9 possíveis, mas neste início já visitou White Hart Lane e recebeu o Liverpool. A equipa de Mark Hughes, na qual o guarda-redes Butland se tem mostrado à altura de calças as luvas que outrora pertenceram a Begovic, recebe o último classificado WBA (equipa instável pelo insistente interesse de que Berahino tem sido alvo) e deve alinhar com Shaqiri, Arnautovic e Afellay (havendo ainda Walters, certamente mais regular, e Adam) atrás de Diouf. Em teoria, mal Bojan possa ser titular deve entrar directo no 11, mas o que é certo é que no seu perfeito juízo Hughes nunca retirará Shaqiri e Diouf do esqueleto-base. O extremo suiço tem tudo para resultar na Premier League, e depois de uma assistência na estreia, o primeiro jogo em casa pode ficar marcado pelo primeiro golo.

Callum Wilson - Bournemouth - 5.5
    O Bournemouth mora actualmente no 13.º lugar, mas tem tido um trajecto curioso: dominou o Aston Villa mas algum nervosismo e pouca eficácia ditou uma derrota na estreia, em Anfield perdeu com o Liverpool mas o que é certo é que marcou um golo limpo e sofreu um golo ilegal. À terceira jornada, chegou a 1.ª vitória, num surpreendente 4-3 em casa do West Ham. Francis e Gradel estiveram bem, mas o grande destaque foi sem dúvida Callum Wilson. O marcador de serviço do Bournemouth fez 3 golos (primeiro hat-trick desta edição da liga inglesa), igualando Gomis, e ficando a apenas 1 golo do inesperado líder Mahrez. Esta jornada há Bournemouth-Leicester, um jogo que representa a total imprevisibilidade da Premier League. As duas equipas aparecerão em campo confiantes, e à partida pode-se esperar um jogo aberto e com golos. Wilson, Ritchie, Vardy e Mahrez poderão aparecer.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Faz sentido que Simon Mignolet (5.1) e Joe Hart (5.6) permaneçam escolhas seguras depois de não sofrerem qualquer golo em 3 jogos. O Chelsea e o Southampton não merecem um voto de confiança tão significativo pela forma como as suas defesas se têm exibido, mas o baratinho Jack Butland (4.5) pode dar pontos. Depois daquele jogo contra o Liverpool, é impossível não mencionar Petr Cech (5.5), até porque o Newcastle ainda não se encontrou.

- Defesas: Vincent Kompany (6.3) Aleksandar Kolarov (5.7) são os dois defesas com mais pontos neste Fantasy, juntando às clean sheets um elevado impacto junto das balizas adversárias, embora Sagna seja a opção mais em conta do clube. No Liverpool, Martin Skrtel (5.5), Nathaniel Clyne (5.5) e o jovem Joe Gomez são as opções de topo, e Jordan Amavi (5.0) pode fazer algo, embora o Sunderland queira dar um murro na mesa, e venha de uma vitória com muitos golos na Capital One Cup.

- Médios: Neste momento, com a confiança e futebol que apresenta, é um crime não falar de Riyad Mahrez (6.0). Tendo já referido Pedro, Hazard, Coutinho, Silva e Shaqiri, podem também apostar na primeira grande jornada de Alexis Sánchez (11.0), com Özil a ser um elemento fulcral no desenrolar do jogo, e num novo bom jogo de Ross Barkley (6.6). Sadio Mané é uma opção de topo caso esteja disponível, Depay irá defrontar uma defesa competente, e Scott Sinclair é uma boa opção caso Sherwood lhe dê uma merecida titularidade.

- Avançados: Agüero, Benteke e Wilson já foram referidos, e por isso mesmo acrescentamos Diego Costa (11.0)Mame Biram Diouf (6.5) e Graziano Pellè (8.0). Veremos quem leva a melhor no duelo Kane vs Lukaku, e Gomis procurará manter a sua média de 1 golo/ jogo, desta vez contra o Manchester United.

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11 (3-4-3): Mignolet; Amavi, Kompany, Caulker; Pedro, Coutinho, Mahrez, Shaqiri; Agüero, Benteke, Wilson

Atenção a:
Newcastle v Arsenal - Mesut Özil
Aston Villa v Sunderland - Jordan Amavi
Bournemouth v Leicester - Callum Wilson
Chelsea v Crystal Palace - Pedro Rodríguez
Liverpool v West Ham - Philippe Coutinho
Manchester City v Watford - Kun Agüero
Stoke v WBA - Xherdan Shaqiri
Tottenham v Everton - Ross Barkley
Southampton v Norwich - Graziano Pellè
Swansea v Manchester United - Bafétimbi Gomis

24 de agosto de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 1



Filme: Fight Club
Actor: Brad Pitt

por Miguel Pontares

Líder por natureza. 
Anti-consumismo. Nietzschiano. Revolucionário. 
Imaginário.

    É irónico que, depois de 99 personagens, o número 1 seja alguém que, de facto, não existe. 
  Tyler Durden é a personagem mais completa e fascinante que o Cinema já produziu, afirmando ser tudo aquilo que queremos ser mas não podemos (All the ways you wish you could be, that's me. I look like you wanna look, I fuck like you wanna fuck, I am smart, capable, and most importantly, I am free in all the ways that you are not).

    A manifestação da perturbação de identidade dissociativa do narrador (Edward Norton) explode carisma por todos os lados. Antes de o conhecermos pela primeira vez formalmente, no avião, vemo-lo por 6 vezes: 4 flashes que podemos não identificar se piscarmos os olhos naquele momento exacto, num anúncio televisivo e, bem mais declaradamente, no tapete rolante. Tyler faz e vende sabonete (concebido através de gordura humana), trabalha como projeccionista divertindo-se ao inserir frames impróprios, e urina nas sopas que serve enquanto empregado num hotel de luxo. Está longe de ser um exemplo, sendo inclusive um perigo quando o Fight Club se transforma no Projecto Mayhem -  quando a inspiração vira extremismo, anarquismo.
    Anda pela casa de bicicleta. Veste-se de forma esquisita, mas consegue sempre ter estilo. Sempre. Se pudesse lutar com alguém escolheria o seu pai, Hemingway ou Abraham Lincoln. É um ídolo que irradia confiança, capaz de envolver qualquer um com os seus grandes momentos/ discursos.
    Em 'Fight Club', o filme em que há pelo menos um copo de Starbucks em cada cena, a mensagem é sempre transmitida por Tyler Durden. Tanto a obra de Palahniuk (que, caso raro, defendeu que o filme era melhor que o seu livro; apenas li o livro já depois de ver o filme, e é menos ingrato fazer comparações quando ocorre o inverso) como, por consequência, o filme de Fincher defendem a emancipação espiritual, o grito de revolta contra uma Sociedade materialista, pré-formatada ou programada. Servem de metáfora para o risco, para a procura do sonho mesmo que seja um erro, tropeçando enquanto se rema contra uma maré de conformismo.
    Para além de todos os traços da personagem - a sua loucura cativante, ser o id cool e hedonista do inconsciente do narrador - e fazendo todas as vénias deste mundo à dinâmica da dupla Brad Pitt/ Edward Norton, pode-se dizer que há 4 momentos-chave que entregam o 1.º lugar deste Top-100 a Tyler Durden. É capaz de resultar dar-lhes uns nomes, à Quentin Tarantino:

    - 8 Regras: Na cave, o clube de combate rege-se por oito regras. Primeiro, não falar sobre o Fight Club. Segundo, não falar sobre o Fight Club! Terceiro, se alguém gritar "Pára!" ou desistir, o combate acaba. Quarta regra, dois lutadores de cada vez. Quinta regra, um combate de cada vez. Sexta, nada de camisas e sapatos. Sétima, as lutas duram o tempo que tiverem que durar. E a oitava e última regra: se esta for a vossa primeira noite no clube, têm de lutar. As 8 regras colocam ordem numa iniciativa que pretende apenas servir de escape, uma nova Igreja para os participantes, convidados a "sentir" algo. Mas mais do que as 8 regras, que ajudam 'Fight Club' a materializar-se como filme de culto, Tyler odeia o consumismo que padroniza comportamentos e pensamentos - diz "The things you own, end up owning you", e acrescenta mais tarde que não somos o nosso trabalho, não somos o dinheiro que temos no banco, não somos o carro que conduzimos ou o conteúdo da nossa carteira.

    - Queimadura contra Deus: A cena que os pais de Brad Pitt não foram capazes de ver. Durden queima a mão do narrador "Jack" com químicos e, enquanto este exaspera, dá-lhe um sermão. Tyler diz-lhe que sem dor e sem sacrifício não teríamos nada, promovendo a renúncia a Deus, porque no seu entender devemos considerar a possibilidade dele nos odiar e de sermos os seus filhos indesejados. A sua lição final desse capítulo é que só depois de perdermos tudo é que ficamos livres para conquistar qualquer coisa.

    - O Veterinário: Poucas vezes aclamado, é talvez o momento mais positivo e altruísta da personagem. Durden desloca-se a uma loja de conveniência e, nas traseiras, obriga o empregado, um jovem asiático, a colocar-se de joelhos, apontando-lhe uma arma à cabeça. Ameaça-o fazendo-o revelar-lhe aquilo que ele queria realmente ser (um veterinário), e obriga-o a perseguir esse sonho nas seis semanas seguintes, ficando-lhe com a carta de condução como caução até confirmar que ele fora atrás do seu sonho. "Amanhã vai ser o dia mais bonito da vida de Raymond K. Hessel". O facto da arma estar descarregada e a parte traseira de uma porta que mais tarde se vê em casa de Tyler com múltiplas cartas de condução, acrescenta valor a este momento.

    - A Melhor Cena de Sempre: despe o casaco vermelho, e fica em t-shirt branca. Tem a palavra Tyler Durden: Man, I see in fight club the strongest and smartest men who've ever lived. I see all this potential, and I see squandering. God damn it, an entire generation pumping gas, waiting tables; slaves with white collars. Advertising has us chasing cars and clothes, working jobs we hate so we can buy shit we don't need. We're the middle children of history, man. No purpose or place. We have no Great War. No Great Depression. Our Great War's a spiritual war... our Great Depression is our lives. We've all been raised on television to believe that one day we'd all be millionaires, and movie gods, and rock stars (olhando para a personagem de Jared Leto). But we won't. And we're slowly learning that fact. And we're very, very pissed off.
    O discurso lendário chegaria só por si, mas depois há isto. Não bastava o discurso sobre o potencial desperdiçado de uma geração, não chegava a gargalhada antecessora do Joker de Ledger enquanto é agredido pelo dono do bar, Lou. Quando parece K.O., Tyler Durden atira-se a Lou, tosse e cospe sangue sobre ele, agita o rosto ensanguentado enquanto ri louco e desesperado para que a causa e o Clube continuem de pé, exigindo a palavra do dono do bar. 
    O melhor momento da melhor personagem e melhor papel de Brad Pitt, uma cena doentia e impressionante, capaz de tornar uma simples frase como "You don't know where I've been, Lou" uma das minhas preferidas de todo o Cinema que consumi. Às vezes diz-se muito com pouco.

    Soltem os Pixies e o seu "Where is My Mind", porque Tyler Durden merece ser rei. Cem personagens depois, a aventura termina. 
    Muito Obrigado. E.. até já.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

23 de agosto de 2015

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 108 )

    Adivinhem quem está de volta? Pois é... É o nosso Garganta Afinada. Costumávamos aparecer em dias solarengos, mas com a falta do mesmo no dia de hoje, decidimos dar sol às vossas vidas com mais um top recheado de boa música!
    Ao contrário do que vos temos habituado, este top 108 conta apenas com uma música vinda desta Ocidental praia lusitana - contamos com as palmas e música electrizante de Da Chick que contagiou todo o público que assistiu ao seu concerto no Super Bock Super Rock. Vemos ainda o regresso de um dos cantores mais admirados por nós - City and Colour - com uma "Woman" carregada de emoções fortes como tão bem nos habituou. Entre as 20 músicas de hoje, há vários resquícios pós-Alive. As cicatrizes de James Bay, o lobo do novo álbum dos Mumford & Sons e ainda uma música dos Kodaline. No último caso mantendo o registo habitual de videoclips que parecem autênticas curta-metragens. Nesta “Ready” é o actor Christopher Mintz-Plasse quem nos cativa, ao som da banca que marcou presença no palco Heineken. Há ainda uma contagiante "Moutain At My Gates" dos Foals à qual é quase impossível ficar indiferente e uma não muito antiga de Fink que esteve incluída na banda sonora da série Suits. E já que tocámos no assunto "Séries", há também forte influência da série ‘Sense8’, da Netflix, nesta 108.ª compilação. Sigur Rós, The Antlers e Antony and the Johnsons (grande versão de “Knocking On Heaven’s Door”) são a prova viva de que escolher uma boa banda sonora ajuda e muito uma série. Mas quem não precisa de ajuda da música é a série Mr. Robot. Ainda assim, presenteia-nos com momentos fantásticos acompanhados de muito boa música. Exemplo disso é a "Gone" dos franceses M83, "New Brave" de CTZNSHP e a "Two Weeks" dos FKA twigs que acompanhou uma das melhores cenas da série protagonizada pelo insano Tyrell Wellick (Martin Wallström).  Este GA marca também a estreia dos The Neighbourhood em terras barbudas, bem como dos britânicos Portico (a música tem menos de 2 minutos, mas sabe bem ouvi-la). Por fim, há ainda mais um remix extremamente bem conseguido de Carlos Serrano ao fundir a música "Stronger" de Kanye West com a "Can't Feel My Face" de The Weeknd. Mais um grande trabalho do DJ natural de San Diego.
    Deixamo-vos com estas 20 músicas e prometemos voltar não muito tarde! Fiquem atentos!




1. M83 - Gone
2. Antony and the Johnsons - Knocking On Heaven’s Door


22 de agosto de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 2



Filme: Into the Wild
Actor: Emile Hirsch

por Tiago Moreira

    Todos temos um filme favorito. Aquele que por alguma razão nos tocou. Que inexplicavelmente deixou-nos água pela barba com o trailer e que posteriormente nos seduziu completamente deixando-nos agarrados ao ecrã. "Into the Wild" é sem sombra de dúvidas esse tal meu filme. Não me venceu com um trailer, mas sim com o grande teaser que o videoclipe da música "Hard Sun" de Eddie Vedder acabou por ser. O facto da banda sonora ser toda da autoria de Eddie Vedder foi um factor de peso para que ficasse totalmente preso ao filme realizado por Sean Penn. No meio de tantas paisagens paradisíacas e de tantos momentos fortes do nosso personagem, a voz de Vedder deixa-nos sempre arrepiados, casando na perfeição com todas as imagens captadas.
    Sem mais demoras, apresento-vos o nosso personagem de hoje - Christopher McCandless. Isto sou eu a apresentá-lo. Se fosse o mesmo talvez se apresentasse por Alex Supertramp. Porquê? Porque acabou por ser a sua nova identidade. Chris, depois de se formar, largou toda a sua vida social para se tornar livre. Não, McCandless não vivia numa ditadura, mas sentia-se preso a todas as «regras» e patamares que a sociedade nos incute. Com uns pais bastante severos e para quem a aparência da sua família perante a sociedade era tudo, Chris - com uma mente fomentada por escritores como Thoreau, Tolstoy e Jack London - acabou por doar todo o seu dinheiro a instituições de caridade e partiu com direcção ao selvagem, mais concretamente em direcção ao Alasca. Pelo seu caminho encontrou várias pessoas que com a sua personalidade forte, mentalidade louca, mas ao mesmo tempo bastante ponderada e inteligente, Alex (era assim que era conhecido perante todas estas pessoas) deixou a sua marca na vida de todas elas. Com um estilo de vida completamente inspirador, Supertramp influenciou positivamente todos os seus amigos de viagem a não se acomodarem ao veneno que o mesmo achava que a sociedade era. Incentivou-as a deixarem de parte todos os limites impostos pela sociedade e a aproveitarem a sua vida, sem qualquer receio. Contudo, a teoria que tentava defender, que consistia no facto do ser humano não necessitar de se relacionar com outras pessoas para ser feliz e que todos os materiais ao nosso redor eram desnecessários para a vida humana, saiu gorada. Uma das suas últimas anotações, quando se encontrava na sua carrinha totalmente isolado do mundo, foi mesmo «Happiness only real when shared». Uma verdade arrebatadora e que muitos de nós, no meio do nosso egocentrismo, desprezamos completamente.

    Christopher McCandless é uma das personagens mais inspiradoras de sempre. Pelo menos para mim. Sou fã de livros e filmes baseados em histórias verídicas e esta sem dúvida alguma que é a melhor de todas que alguma vez li/assisti. Faz-nos reflectir bastante sobre toda a verdade em que estamos inseridos e como é que a sociedade nos conseguiu formatar de tal forma que estrutura toda a nossa vida em patamares. E não só. A sociedade ilude-nos quanto ao facto de sermos livres. Nós estamos presos à falsa ideia de sermos livres. A verdadeira liberdade não nos é totalmente conhecida. Tudo porque a maioria das pessoas apenas pensam que querem liberdade. Na verdade, apenas querem ser - hiperbolizando um pouco - escravas da sociedade, da ordem social, do materialismo e de todas as leis que nos regem. A única liberdade que o Homem realmente quer é a liberdade para se sentir confortável (Sim, também fui bastante influenciado por Sons of Anarchy). Nada mais que isso. E Chris deu-nos o seu exemplo de vida para que fujamos de todos esses aspectos. Para que saibamos seguir o nosso caminho mesmo que nos olhem com desdém enquanto caminhamos. Para que saibamos partilhar a nossa vida com quem realmente merece. Para que vivamos até ao limite da nossa condição física da melhor forma possível ignorando juízos de valor de outrem.
    E passou-nos tudo isto de uma forma pura. Ou diria melhor... selvagem.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

20 de agosto de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 3

Venha de lá esse fim-de-semana de Premier League! As jornadas 3 e 4 serão as últimas antes do defeso fechar, e portanto até lá ainda podem esperar reforços em vários clubes. Em Inglaterra o Deadline Day costuma ser um dia bastante movimentado, e não será surpreendente se Manchester City, Chelsea, Manchester United, Arsenal, Tottenham, West Ham e Everton, nomeadamente, ainda acrescentarem qualidade aos seus elencos.
    Ao longo de Sábado e Domingo jogam-se 9 jogos fantásticos mas o "jogo grande" acontece somente na noite de 24 de Agosto - o Arsenal recebe o Liverpool, uma das 4 equipas que tem 6 pontos em 6 possíveis. No entanto, há vários jogos prometedores - o Leicester, a transbordar confiança, recebe um Tottenham que ainda só somou 1 ponto; o Everton recebe o líder Manchester City e mesmo os jogos entre Norwich e Stoke, e West Ham e Bournemouth podem ser bons de acompanhar. E porque faz sentido referir o campeão em título, o descaracterizado Chelsea visita o West Brom à procura da primeira vitória da temporada.
    Entrando na máquina do tempo, a jornada 2 foi de Romelu Lukaku. O avançado belga bisou na vitória inesperada do Everton por 3-0 no campo do Southampton, num jogo em que também Barkley e Coleman (ambos 11 pontos) se destacaram. David Silva, Kompany, Redmond, Mahrez, Hoolahan e Joel Ward foram outros dos nomes fortes da ronda.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Para esta terceira jornada, recomendamos:

Bafétimbi Gomis - Swansea - 7.1
    Depois de se assumir como primeira escolha após a transferência de Wilfried Bony para o Manchester City, Gomis demorou a ter impacto na segunda metade da época passada. Neste arranque de campeonato, Gomis leva até agora 1 golo em cada jogo e defronta este Sábado o último classificado Sunderland.
    O Swansea está lançado para mais uma época consistente e tem tido em Gomis e Ayew os marcadores de serviço. Contra um Sunderland que sofreu 7 golos nas duas primeiras jornadas, o francês e o ganês voltarão a ser excelentes opções, bem como Montero (tem destruído quem lhe aparece pela frente com a sua capacidade de driblar) e não demorará muito até Sigurdsson dizer presente. Na antevisão desta edição da Premier League, Gomis não seria um dos avançados dos quais se esperaria grande regularidade e grandes números, mas este início positivo pode embalá-lo para uma época muito interessante.

Memphis Depay - Manchester United - 8.5
    Na Premier League desiludiu (com o Aston Villa, principalmente, dispôs de uma oportunidade de golo clara), mas realizou o seu primeiro grande jogo em Old Trafford no Play-Off de acesso à Liga dos Campeões diante do Club Brugge. Depay não só fez o gosto ao pé pela primeira vez como terminou o jogo com 2 golos e 1 assistência, contribuindo decisivamente para a vitória por 3-1.
    O extremo holandês, que andará a deambular entre a esquerda e o centro, levará toda a confiança para o jogo contra o Newcastle e Old Trafford quererá ver o seu novo camisola 7 a conseguir um impacto e números semelhantes na principal competição do futebol inglês. O compatriota Janmaat, suspenso, não será oposição para Depay e o Manchester United de van Gaal promete este Sábado (pela terceira jornada consecutiva são os red devils a abrir a jornada) conseguir algo mais do que um 1-0. Wayne Rooney e algumas caras da defesa serão também bons jogadores para ter.

Riyad Mahrez - Leicester City - 5.8
    Provavelmente só a família do argelino Mahrez acreditaria que finda a segunda jornada, o jogador do Leicester City estaria isolado na liderança dos melhores marcadores (3 golos), e seria a par de Kompany o jogador mais pontuado no Fantasy, com 25 pontos. É preciso recordar que na temporada passada Mahrez fez apenas 4 golos e que jogadas apenas duas jornadas já totaliza quase um quarto do seu total de pontos no Fantasy em 2014/ 15. Ninguém espera que Mahrez se apresente imparável e ao nível que tem jogado durante toda a época, mas há fortes indicadores que esta será uma grande época para o craque do Leicester. Seja como for, é impossível ignorar a confiança que Mahrez e o 2.º classificado da Premier League apresentam em campo neste momento. O Leicester costuma ser mais forte em casa (também por isso foi surpreendente a vitória em casa do West Ham, depois dos hammers ganharem no Emirates Stadium) e contra o Tottenham pode-se esperar um jogo aberto, especialmente interessante pelo momento de confiança que se vive de um lado, e alguma apatia/ desilusão no outro.

Nathan Redmond - Norwich City - 5.5
    Jogadas as duas primeiras jornadas, o Norwich experimentou até agora sensações adversas. Foi derrotado em casa por 3-1 pelo Crystal Palace, e venceu o Sunderland fora também por 3-1. O elemento positivo comum nos 2 jogos foi o jovem Nathan Redmond. O extremo que representou os sub-21 ingleses no Europeu da República Checa, marcando 1 dos dois golos que a sua Selecção conseguiu no certame, leva 2 golos em 2 jogos na Premier League, nunca tendo ainda cumprido os 90'. Diante do Palace, Redmond "saltou" do banco aos 54 minutos, mas o golo que marcou garantiu-lhe a titularidade no encontro seguinte. Esta jornada o Norwich joga em casa, recebe o Stoke e o desfecho do jogo é imprevisível, com a maior experiência e o factor Shaqiri a poderem jogar a favor da equipa de Mark Hughes. No entanto, espera-se um Norwich galvanizado pelos 3 pontos conquistados no terreno do Sunderland. E o jovem Redmond pode funcionar como um excelente diferencial, ao constar numa pequena % de plantéis de Fantasy.

Eden Hazard - Chelsea - 11.5
    O 10 belga de Mourinho tem desiludido, indiscutivelmente. Contra o Swansea só acordou nos 15 minutos finais, sem conseguir mudar o rumo da partida, e diante do Manchester City foi um de tantos jogadores do Chelsea abaixo do rendimento médio. O campeão Chelsea atravessa um momento complicado, mas até pelo facto de muitos utilizadores irem retirar Hazard das suas equipas, aconselhamos a que - pelo menos mais 1 ou 2 jornadas - o mantenham. O adversário desta jornada é o WBA, uma equipa que costuma ser forte defensivamente, mas poderá ser tanto o grito despertador do Chelsea como do seu melhor jogador, Eden Hazard.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: O argentino Sergio Romero (5.1), que ainda não sofreu golos, volta a ser uma boa opção para esta jornada. Alex McCarthy (4.0) é também um jogador a considerar, especialmente pelo seu preço. Fabianski não é uma garantia de clean sheet, e nos restantes jogos é mais difícil prever que equipa não sofrerá qualquer golo, embora antecipemos com expectativa o jogo de Randolph, suplente do suspenso Adrián, contra o Bournemouth.

- Defesas: Matteo Darmian (5.7) e Chris Smalling (6.1) estão num bom momento, bem como o lateral-esquerdo Shaw, e Joel Ward (4.5) tentará levar a confiança para o próximo jogo. O poderoso Vincent Kompany (6.2) parece estar de volta, e Aaron Cresswell (5.5) tem maiores hipóteses de fazer a diferença na frente do que assegurar que na sua baliza nada entra.

- Médios: Referidos Depay, Mahrez, Hazard e Redmond, não se deve ignorar o que poderão fazer Bolasie e Puncheon diante do Aston Villa, nem a estreia de Xherdan Shaqiri (7.0) pelo Stoke. Dimitri Payet (7.6) deverá provocar uma valente dor de cabeça à defesa do Bournemouth, enquanto que Ayew, Montero, Silva e Mané nunca são cartas fora do baralho. Muito pelo contrário. No Arsenal-Liverpool, jogadores como Alexis, Özil e Coutinho parecem ser as opções que contribuirão mais em termos de oportunidades de golo criadas.

- Avançados: Para além de Gomis e Rooney, muita atenção a três avançados do Leicester-Tottenham (Vardy, Okazaki e Kane), tal como a Diego Costa (11.0) e Mame Biram Diouf (6.5). Quem levará a melhor entre Pellè e Deeney e que impacto conseguirá ter Benteke no jogo grande são algumas das questões, numa jornada em que Wickham, Lukaku e Kun Agüero (13.1) podem voltar a fazer balançar as redes. Comecem a preparar as vossas equipas, porque a partir da 4.ª Kun é uma obrigatoriedade.

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11 (3-4-3): Randolph; Darmian, Cresswell, Ward; Hazard, Redmond, Mahrez, Depay; Rooney, Wickham, Gomis

Atenção a:
Manchester United v Newcastle - Memphis Depay
Crystal Palace v Aston Villa - Yohan Cabaye
Leicester v Tottenham - Riyad Mahrez
Norwich v Stoke - Nathan Redmond
Sunderland v Swansea - Bafétimbi Gomis
West Ham v Bournemouth - Dimitri Payet
WBA v Chelsea - Eden Hazard
Everton v Manchester City - Kun Agüero
Watford v Southampton - Sadio Mané
Arsenal v Liverpool - Alexis Sánchez

19 de agosto de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 3



Filme: The Dark Knight
Actor: Heath Ledger

por Miguel Pontares

    Coloca a cabeça fora da janela do carro da polícia. Cabelos molhados ao sabor do vento. É livre.
    A língua serpenteia pela gengiva, divide falas com uma lambidela. O lápis está na mesa, Ta-daa, desapareceu. Aplaude dentro da cela. Explica as cicatrizes. Foi o pai, alcoólico, abusador. Foi ele próprio,  auto-mutilado, movido pela mulher.
    Ri. E o riso ecoa imortal, psicótico, descontrolado e estridente.
    O "palhaço psicopata, esquizofrénico, assassino de massas, com zero empatia" (descrição de Ledger sobre a sua personagem) de Gotham. Chegou a vez dele.
    Aquilo que Christopher Nolan conseguiu fazer com um franchise de super-heróis muito dificilmente será repetido em filmes do género. O realizador, que aos 45 anos reúne uma colectânea de trabalhos das mais consistentes e incríveis, é quase sempre a figura nº 1 nos seus filmes. Em 'Memento', 'The Prestige', 'Inception' ou 'Interstellar' o conceito vence sempre, ajudado pelos actores. 'The Dark Knight' é o único filme de Nolan em que acima de tudo está um actor e uma personagem: Heath Ledger, como Joker.
    O anarquista e caótico Joker, o antagonista em melhor posição neste Top-100, é um daqueles homens "que só quer ver o mundo a arder". Usa uma faca para saborear as pequenas emoções, precisa do Batman porque ele o completa (I think you and I are destined to do this forever), e diz ter gostos simples: dinamite, pólvora e gasolina. Nada o prende a nada, não tendo qualquer espécie de moral ou regras.
    'The Dark Knight' faz parte daquele conjunto de filmes que já desconheço o número de vezes que vi. Mas o desempenho de Heath Ledger impressiona e arrepia sempre. A maquilhagem inconfundível (aquele sorriso de Glasgow, a tez branca e os olhos com um tom negro circundante) e o cabelo esverdeado são o ponto de partida para uma personagem marcante, inesquecível e para a qual as palavras não chegam para fazer justiça.
    Há muitas personagens deste Top que conseguem ter vários momentos emblemáticos ao longo dos seus filmes, uns 5 ou 6 por exemplo, em alguns casos, vamos supor. Joker não entra nesse universo. Praticamente todas as suas cenas são do outro mundo. Podemos começar com a sua entrada, aquele assalto ao banco orquestrado por ele servindo-se de criminosos, com máscaras de palhaço, instruídos para se matarem entre si um por um; depois há o lápis, uma cena icónica mas que nem é das minhas preferidas. É genial nunca nos ser dita de facto a origem das suas cicatrizes na boca - primeiro culpa o pai ("Why so serious?", "Let's put a smile on that face"), depois diz ter sido ele próprio, com uma lâmina, em solidariedade com a mulher ("Now I'm always smilling"). Mas a coisa não fica por aqui: diz-se um agente do caos, justo, enquanto fala com Harvey Dent no hospital, tem aquele frente-a-frente épico na noite de Gotham com Batman (o morcego herói não consegue ir contra ele, enquanto ele fica imóvel a desejar que Batman quebre a sua única regra), filma-se num vídeo arrepiante e desliza ao longo de uma pirâmide de notas antes de a colocar em chamas. A boa realização e edição ajudam a magnitude dos seus planos, quer quando obriga Batman a escolher entre Rachel e Harvey, conseguindo escapar da cela enquanto tudo isso decorre ("I want my phone call"), quer quando coloca o destino nas mãos de civis e presidiários nos dois barcos.
    Mas, tendo que escolher A Cena, é impossível não ser o momento em que é interrogado por Batman. Todo o discurso - a oposição vs aproximação filosófica entre herói e vilão - até conduzir Bruce Wayne a escolher entre Rachel e Dent, espancado brutalmente, encurralado enquanto se ri histericamente. Um momento em que nasceu uma Lenda.

    Joker é uma grande personagem por si só. Jack Nicholson foi incrível, Jared Leto também o será certamente. Tanto um como outro tendo em si uma estranha loucura, à partida. Ledger não tinha. Adquiriu-a. Na preparação da personagem e do filme, fechou-se num quarto de hotel durante 1 mês, experimentando vozes enquanto descobria que voz e que riso devia ter o seu Joker. Criou um diário escrevendo nele como se fosse a personagem, registando pensamentos e sentimentos.
    Christopher Nolan deu-lhe bastante liberdade na construção e postura da personagem, e usou as suas improvisações extra-guião como o momento genuíno em que aplaude dentro da cela, ou a sua retirada do hospital, reagindo confuso e persistente perante o facto do seu detonador não funcionar à primeira. Construiu-se o mito que agiganta a personagem e a interpretação de que Joker consumiu tanto o actor que originou a sua morte. O que é factual é que, ao contrário dos rumores de que Heath Ledger andaria pelo set a assustar a equipa como Joker, Ledger conseguia de facto "saltar" rápido para fora da personagem, andando de skate pelos cenários maquilhado ou vestido como Joker para relaxar, ou simplesmente abraçando tudo e todos bem humorado.
    Estrelas como Cobain, Marilyn Monroe ou até Elvis serão sempre recordados jovens por terem morrido cedo. No caso de Heath Ledger é difícil que a última imagem não seja dele como Joker. Um papel sem concorrência possível, justamente reconhecido com um óscar póstumo.

    Quando vemos Joker, não vemos Heath Ledger. Nem um bocadinho dele. Está perdido na personagem. Totalmente convertido, mergulhado. Mas ao mesmo tempo, vemos tudo o que Ledger poderia ter vindo a ser, vemos o potencial incrível para partir dali para uma carreira extraordinária, um actor a chegar mais alto do que qualquer outro.
    Fecho os olhos e a última imagem é a primeira também. Com a cabeça fora da janela do carro da polícia, cabelos molhados ao sabor do vento. Livre. Imortal.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

17 de agosto de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 4



Filme: The Godfather
Actor: Marlon Brando

por Miguel Pontares

    A trilogia de Francis Ford Coppola é, principalmente, sobre Michael Corleone, mas quando se fala n'O Padrinho é Don Vito que nos assalta a mente. Aquele rosto carregado de quem já viveu muito, de bochechas preenchidas e maxilar inferior proeminente, e o cabelo puxado para trás. Poucos actores houve e haverá como Marlon Brando. Vito foi um dos seus melhores papéis, e a melhor personagem que vestiu.
    Aquilo que nos acontece com o seu filho Michael - vemo-lo vezes e vezes sem conta envolvido em actos criminosos mas mesmo assim reconhecemos-lhe, vá-se lá saber como, alguns valores, sendo o da Família o mais alto - é expresso de uma forma ainda mais intensa pelo primeiro chefe da família. Don Vito Corleone, nascido Vito Andolini, é o menino que vê a sua mãe a morrer às mãos dos homens de Don Ciccio - que matara o seu pai e irmão - e que anos mais tarde se vinga no regresso à sua Sicília; é o homem que só respeita e considera verdadeiros homens aqueles que passam tempo e estimam as suas famílias; é aquele que quer o melhor para o filho Michael (Al Pacino), por ter maior potencial e não se querer envolver tanto nos negócios da família, e que por isso sofre quando o vê a seguir as suas pisadas, com simultâneo alívio por poder partir em paz, estando a família protegida e em segurança.
    No Cinema, como em todas as narrativas escritas ou projectadas de forma audiovisual, há heróis e vilões. Don Vito Corleone move-se numa linha fina, num limbo perfeito em equilíbrio entre as duas dimensões. A sua afirmação, económica e social, faz-se graças à ilegalidade, com roubo (o famoso tapete) ou o assassínio de Don Fanucci, mas no limite pode-se dizer que o mafioso jogo de favores que desenhou, tinha como propósito principal garantir que a sua descendência não teria que viver do mesmo modo. Na percepção global da personagem, para além de ser valorizada pela versão jovem de Vito (magnífica interpretação de Robert De Niro) no segundo filme, pesa muito o facto de o conhecermos inicialmente na fase final da sua vida: vemos um senhor, sensato e ponderado, capaz de ler os outros,  a saber ouvir e saber discutir, porventura arrependido e sempre preocupado com os seus. 
    Uma das melhores ilustrações da personagem é mesmo o momento em que está no seu escritório, a discutir negócios e a "amizade", enquanto carinhosamente afaga o pêlo do gato que tem ao colo. Um pormenor extra-guião, aproveitado pelo realizador Coppola depois de num intervalo das gravações Marlon Brando ter começado a brincar com um gato transeunte. E sim, é a primeira vez que alguém escreve "um gato transeunte".
    
    O chefe da família Corleone, a única personagem da História do Cinema a valer 2 óscares aos dois actores que a interpretaram (Brando, que rejeitou o óscar, e De Niro), é acima de tudo uma personagem marcante e completa. Tem uma primeira cena/ impressão forte e distintiva, umas quantas quotes para a posteridade, é facilmente identificável através do seu timbre ou da sua figura, e tem uma das mortes mais tocantes de sempre: traído pelo coração enquanto brinca com o neto no jardim.
    Toda a gente sabe quem é o Padrinho. Se isso chega para fazer dele o nosso 4.º classificado? Não, mas é melhor jogar pelo seguro, antes que nos faça uma proposta que não podemos recusar. Acordar com cabeças de cavalo na cama não faz parte dos meus planos.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

16 de agosto de 2015

100 Melhores Personagens de Filmes - Nº 5



Filme: The Silence of the Lambs
Actor: Sir Anthony Hopkins

por Tiago Moreira

    Senhoras e senhores, se este sujeito disser que vos quer papar, não é um comentário ordinário da sua parte. Ele quer mesmo papar-vos literalmente. De faca e garfo. É verdade... Ele gosta dum bom bife do lombo. A questão é que é do vosso lombo e não a de outro animal irracional. Julgo que com esta apresentação é mais do que claro que estou a falar de Hannibal Lecter.
    Uma personagem criada pelo escritor Thomas Harris e com Sir Anthony Hopkins a dar corpo ao mesmo no grande ecrã. É uma personagem tão complexa que teve sucesso em quatro livros do escritor e nos quais três se tornaram filmes. Como se não bastasse, mais recentemente, foi criada uma série com base no nosso personagem de hoje.
    Uma das mentes mais doentias, audazes e extremamente inteligentes de sempre no mundo da ficção. Um canibal que acabou por sê-lo derivado ao seu passado peculiar. Para além de haver uma pequena indicação que é uma condição já de família, o grande impacto traumático deveu-se quando este viu a sua irmã ser devorada pelos hiwis - lituanos que ajudavam os nazis na Segunda Guerra Mundial fazendo-se passar por elementos da Cruz Vermelha. O mais inacreditável e o que o torna um alvo bastante improvável para a polícia é que o mesmo acaba por ser um especialista em psiquiatria e que acaba por ajudar a polícia em determinados casos. Basicamente é como se tivesse um jogo de xadrez muito bem estudado, como se fosse um computador extremamente bem programado. Só que até o mais bem elaborado plano tem as suas falhas que o tornam falível.
    É uma das personagens mais admiradas por nós e certamente por muito boa gente atenta à ficção mundial. Se nunca viram "The Silence of the Lambs", "Hannibal" ou "Red Dragon", não é tarde para começarem a fazê-lo.

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Nota Editorial: A compilação/ organização e ordem das personagens deste Top é responsabilidade de Miguel Pontares e Tiago Moreira. Os textos tiveram a colaboração de Daniel Machado, Lorena Wildering, Nuno Cunha, Sara Antunes Santos e Carolina Moreira.
Foram tidos em consideração filmes lançados até 20 de Novembro de 2014. Mais informamos que poderão existir spoilers relativos às personagens e/ ou aos filmes que elas integram, passíveis de constar na defesa e caracterização de cada uma das 100 personagens.

15 de agosto de 2015

Manchester United e Leicester imparáveis, Everton surpreende Koeman e Fonte

A segunda jornada da Premier League iniciou-se, coisa rara, numa sexta-feira, e teve seguimento hoje, contabilizando já 7 partidas jogadas entre as 10 da jornada. O Manchester United de van Gaal voltou a ganhar pela margem mínima, enquanto que este Sábado o Leicester City ganhou por 2-1 no terreno do West Ham, o Tottenham desiludiu e no Southampton-Everton os toffees mostraram que querem escrever um destino diferente esta época.

    Foi às 19:45 de ontem que se iniciou a jornada 2. O Manchester United deslocou-se ao campo do Aston Villa e, tal como na jornada inicial, ganhou por 1-0. Se frente ao Tottenham a vitória chegou por intermédio de um auto-golo, desta vez os red devils marcaram o seu golo - Juan Mata, um dos melhores em campo, descobriu o jovem Januzaj (a única alteração de van Gaal para o 11, retirando Young) e o belga driblou um adversário antes de marcar com calma e classe. A equipa de Sherwood deu boa réplica, com o lateral Amavi em bom plano, mas a defesa do United manteve-se intransponível, com a linha Darmian, Smalling, Blind e Shaw a voltar a destacar-se. Rooney e Depay estiveram abaixo das expectativas.
    Entre Southampton e Everton o jogo teve um desfecho.. improvável. Em 2014-15 os saints tinham vencido por 3-0, e desta vez perderam pelos mesmos números. O Everton de Roberto Martínez, depois de uma fraca exibição na 1.ª jornada e tendo um calendário difícil a curto-prazo, aproveitou para chegar aos 4 pontos na Premier League. Lukaku bisou e Ross Barkley voltou a fazer o gosto ao pé, num excelente jogo da dupla Jagielka-Stones.
    Já o Tottenham recebeu o Stoke City e empatou a duas bolas. Os spurs tiveram o jogo na mão, depois de Dier e Chadli marcarem 2 golos, mas o Stoke - que na temporada passada tinha ganho em White Hart Lane - encostou a equipa da casa à sua baliza e empatou com o individualista Arnautovic a reduzir de grande penalidade e Diouf a fazer o 2-2. Importa referir que o guardião Hugo Lloris foi um dos melhores em campo. 

    Quem parece ir ter outra época tranquila e de qualidade é o Swansea. Os cisnes do País de Gales receberam o Newcastle mas nunca houve dúvidas sobre qual seria o desfecho da partida: Gomis (atenção porque pode atingir números que não seriam esperados) fez o 1-0, a expulsão de Janmaat por duplo amarelo condicionou ainda mais a resposta do Newcastle, e o ganês André Ayew voltou a marcar num excelente cabeceamento. Vários pontos em comum nas exibições do Swansea frente a Chelsea e Newcastle: portentosa exibição do central Williams, golos de Gomis e Ayew, e uma super-exibição do equatoriano Montero.
    Neste momento, no topo da tabela mora o Leicester City (6 pontos tal como o Manchester United, total que Manchester City, Liverpool e Crystal Palace ainda podem atingir). A equipa de Claudio Ranieri, que fora a que melhor futebol praticou na 1.ª jornada - embora contra o Sunderland - voltou a deslumbrar, em casa do West Ham (que ganhou em casa do Arsenal uma semana antes). Okazaki e Mahrez (grande início de campeonato) colocaram as raposas a ganhar, Schmeichel viu-lhe perdoada uma grande penalidade e expulsão, Payet (acabou de chegar e já assume a equipa em todos os momentos) reduziu para 1-2, e no final o guarda-redes Adrián acabou expulso depois de se aventurar na grande área adversária num canto.
    Watford e WBA empataram a zeros, enquanto que o Norwich encantou em casa do Sunderland. Martin, Whittaker e Redmond marcaram para os visitantes, enquanto que Watmore marcou o golo do Sunderland, claro candidato a equipa mais fraca da competição neste momento.