10 de agosto de 2015

Benfica 0-1 Sporting: Rei Leão

Benfica  0 - 1  Sporting (Carrillo 53')


    Primeiro jogo oficial da época 2015/16 tanto para o Benfica, como para o Sporting. O ambiente estava ao rubro nas bancadas. Não só por se tratar dum eterno derby lisboeta, como também por ser o primeiro encontro entre águias e leões depois de Jorge Jesus ter desertado dos campeões para os rivais da capital. Jorge Jesus a apostar no onze esperado (só havia a dúvida sobre qual dos colombianos ia jogar de início) e Rui Vitória a surpreender ao apostar em Nelson Semedo como titular, a apostar no duplo-pivot Fejsa-Samaris e ainda com Talisca a aparecer nas costas de Jonas. Como se não bastasse, deixou Carcela fora dos convocados e apostou na titularidade do mal amado Ola John.



      Electrizante! É assim que se descreve este primeiro tempo. Um Benfica algo intranquilo e nervoso e um Sporting ansioso para demonstrar que está bem vivo no futebol português. Começaram melhor os leões. Com uma pressão alta característica das equipas de Jorge Jesus e a encostar por completo o Benfica às cordas. Os encarnados afastavam a bola da sua área como podiam e no meio de muita intranquilidade face ao peso que o jogo representa ia prevalecendo algum espírito de sacrifício e muito coração. Em variados lances, valeu Júlio César a antecipar-se aos avançados verde e brancos. Rui Vitória ia repreendendo os seus jogadores e motivando-os para assumir o jogo e levarem a bola para terrenos mais ofensivos. E foi após esse mesmo instante que as águias começaram a demonstrar algum poderio ofensivo tendo criado mesmo as melhores oportunidades do jogo. Jonas falhou por duas vezes o golo. Num primeiro momento após boa assistência de Ola John e posteriormente num canto em que Nico Gaitán colocou o esférico com conta, peso e medida ao qual o avançado brasileiro falhou por meros milímetros. O Sporting responderia logo depois com uma jogada de muito bom entendimento pela esquerda em que Bryan Ruiz tentou servir Teo de bandeja, mas Jardel impediu o golo de forma imperial com um corte do outro mundo. Tirou completamente o pão da boca do colombiano. A primeira parte fica ainda marcada por um erro de arbitragem ao ser anulado um golo ao Sporting de forma errada. Ola John ainda tentou por duas vezes a sua sorte de fora de área, mas o nulo permaneceu até ao fim dos primeiros quarenta e cinco minutos.

    Para a segunda parte o Benfica voltou a começar por baixo e o Sporting com todo o gás. Nos primeiros cinco minutos, os leões poderiam ter chegado por duas vezes ao golo. Primeiro por intermédio de João Mário num remate de ressaca e depois num cabeceamento por cima de Teo Gutiérrez - mais uma vez o colombiano a aparecer bem entre a defesa encarnada. Pouco depois surge o golo do Sporting. Carrillo ganha espaço para fazer o remate fora de área, a bola bate em Teo e acaba por enganar Júlio César. Um lance fortuito, mas merecido pelo jogo que os leões estavam a fazer até ao momento. Rui Vitória coloca finalmente alguma inteligência em prática ao retirar Talisca - nota bastante negativa para o brasileiro - e a colocar Pizzi no seu lugar. O Benfica começou a querer agarrar o jogo, mas a verdade é que foi sempre parado por faltas estratégicas do lado do Sporting que impediam que o ataque se desenrolasse. Processos que Jesus implementava no Benfica e que hoje se notaram na equipa leonina. Gaitán viria a arrancar algumas faltas, pois era quem tentava criar os lances de ataque e acabaria ainda por arrancar uma grande penalidade que não foi assinalada. Carrillo abalroou o argentino, mas Jorge Sousa pediu para o mesmo se levantar somando o segundo erro grave da partida ao seu histórico. Até ao fim do encontro, o Benfica mostrou-se completamente sem ideias e o Sporting acabou por se resguardar um pouco. Ainda assim, foram os leões a estar mais perto do segundo golo que os encarnados de fazer a igualdade. 



    Rui Vitória acabaria por acertar na melhor defesa - muito boa aposta em Nelson Semedo -, mas em contrapartida começou o jogo por baixo ao colocar Talisca atrás de Jonas que já se vira na pré-época - na América - que não resultava. A própria ideia de jogo não existiu e os jogadores não se mostraram confiantes. Valeu a dupla Lisandro-Jardel numa exibição fantástica dos centrais das águias e também a excelente actuação de Júlio César que só foi batido num ressalto. Do lado do Sporting notaram-se muitas melhorias no futebol praticado, onde João Mário foi a estrela do jogo ao jogar e fazer jogar a sua equipa. Slimani foi gigante na frente (exceptuando nas bolas aéreas onde Lisandro esteve imperial sobre o argelino) e Carrillo foi um quebra cabeças para a defesa encarnada. Ruiz ficou muito aquém do esperado e não encontrou facilidades nos confrontos com o jovem Nelson Semedo.
Jorge Jesus voltou a provar que é um grande treinador, mas voltou a mostrar alguma deselegância inerente à sua pessoa, perto do fim.


Barba Por Fazer do Jogo: 
João Mário (Sporting)
Outros Destaques:
Lisandro, Jardel, Júlio César; Slimani, Carrillo.

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