7 de agosto de 2015

Antevisão da Barclays Premier League 2015/ 16

  Barclays Premier League - A liga mais espectacular do futebol europeu regressa este fim-de-semana e promete jogos imprevisíveis e futebol ofensivo durante 38 jornadas. Na época passada ninguém conseguiu ser tão regular como o campeão Chelsea, orientado pelo português José Mourinho, e o Top-4 ficou entregue a Londres e Manchester, com os rivais de Liverpool a desiludirem face à época anterior. Como sempre, as brutais receitas provenientes dos direitos televisivos da competição dão aos clubes ingleses uma enorme capacidade de investimento, atraindo craques e tornando a previsão da classificação final ainda mais difícil. Por força das circunstâncias, grandes jogadores vão lutar para não descer, e não há lugares europeus suficientes para tantas e tão boas equipas.
    QPR, Burnley e Hull City deram lugar a Bournemouth, Watford e Norwich, num ano curioso atendendo ao facto de que nenhum dos 7 primeiros classificados de 2014/ 15 mudou de treinador. Slaven Bilić, Claudio Ranieri, Steve McClaren e o jovem Eddie Howe são algumas das caras novas do campeonato no que diz respeito aos treinadores, enquanto que pelos relvados da Premier League passearão a sua qualidade craques recém-chegados como Memphis Depay, Roberto Firmino, Jordy Clasie, Bastian Schweinsteiger, Georginio Wijnaldum, Dimitri Payet, André Ayew e Yohan Cabaye. Mas, acreditem, ainda vão chegar mais, e de classe mundial! Olhando de uma forma global, todas as equipas estão mais fortes - a capacidade financeira e a atractividade da liga permite não só estabilizar como melhorar -, destacando-se o defeso de clubes como Liverpool, Southampton, West Ham, Crystal Palace, Aston Villa, Watford e Newcastle.
    Contrariamente às duas épocas anteriores - nas quais Gareth Bale e Luis Suárez rumaram ao futebol espanhol - o melhor jogador (Eden Hazard) continua por terras britânicas. A Liga cujo lema é to follow is to love terá um Chelsea estável, equilibrado, mental e tacticamente forte; um Manchester City que roubou Raheem Sterling ao rival Liverpool e no qual Agüero e Silva são jogadores fundamentais no rumo da época; um Arsenal cada vez mais forte, sustentado numa base de jogadores que se conhece muitíssimo bem, salvaguardados agora por um grande guarda-redes como há muito não se via no clube; um Manchester United que gastou milhões e ainda deve gastar mais, procurando recuperar o estatuto perdido com a reforma de Sir Alex Ferguson; e um Liverpool que perdeu Sterling e principalmente o seu capitão e referência máxima Steven Gerrard mas que se reforçou com qualidade e critério (jogadores bem escolhidos, pagos a peso de ouro, apanágio de qualquer clube inglês ao ter o seu alvo identificado). Não nos podemos esquecer naturalmente do fantástico Southampton, do Tottenham e de todos os outros clubes, uns à procura de ser o clube-sensação, os outros apostados em tentar garantir a manutenção entre as 20 melhores equipas de Inglaterra.
    Viajem connosco nesta Antevisão da Premier League 2015/ 16, equipa a equipa:


 CHELSEA (1)

    Parte outra vez como favorito. 2014/ 15 foi uma época brilhante do Chelsea de Mourinho na Premier League, primando pela consistência. Os blues construíram uma equipa base forte, derrotando a globalidade dos seus adversários sem grandes problemas, não perdendo qualquer jogo contra Manchester City, Arsenal e Manchester United. Criticado pelo exagerado pragmatismo e carácter defensivo, alguma imprensa inglesa referiu-se ao Chelsea como "o pior campeão da história da Premier League" - uma injustiça, especialmente tendo em conta o bom futebol da primeira volta e a forma indiscutível como o Chelsea esteve sempre em 1.º lugar. A equipa londrina deu-se ao luxo - como poucas equipas o podem fazer - de "passear" no campeonato inglês. Eden Hazard e Diego Costa foram as estrelas de serviço (este último até à sua lesão), mas atrás de si tiveram uma equipa no verdadeiro sentido da palavra, na qual se destacaram Césc Fàbregas, Nemanja Matić e Ivanovic, estando a baliza guardada a sete chaves por Courtois. Este ano partem na frente para conquistar novamente o título inglês, mas não será de todo um "passeio". A concorrência está forte no que toca aos lugares cimeiros e mesmo os clubes de menor nomeada reforçaram-se bem, o que promete resultar numa Premier League ainda mais competitiva. O grande segredo deste Chelsea está à vista de todos - a estabilidade. A equipa de Mourinho não se alterou e até se reforçou com a entrada de Falcao. Veremos se o colombiano volta a apresentar o nível que tinha antes da sua lesão pelo Mónaco, sendo nesse caso capaz de ameaçar o lugar de Diego Costa. No nosso entender, Diego Costa (se voltar a apresentar problemas musculares com frequência, Mourinho pode ter problemas) será novamente o goleador de serviço, acompanhado por Eden Hazard, cujos números devem melhorar. O belga tem crescido de ano para ano e em Inglaterra não há nenhum jogador com tamanha capacidade de influenciar o rumo de um jogo. É o desequilibrador-nato dos londrinos. O plantel confia cegamente na dupla Fàbregas-Matić, que muitas dificuldades tem dado aos adversários. Com uma dupla tão sólida como esta é impossível não almejar grandes feitos. Numa época em que os flancos vão variando de artistas, Willian promete afirmar-se ainda mais no clube como um elemento fundamental. O jogador está cada vez mais maduro e poderá mesmo fazer a diferença em alguns jogos dos blues. Cumprindo o mote "Em equipa que ganha, não se mexe", o Chelsea procura repetir a fórmula da época passada mas, para além desta Premier se prever mais apertada, ainda parecem faltar uns 2 ou 3 reforços que garantam um conjunto de segundas linhas coeso.

Atenção a: Eden Hazard, Diego Costa, Césc Fàbregas, Nemanja Matić, Willian

 ARSENAL (2)

    O título foge ao Arsenal de Arsène Wenger desde 2003/ 04 (Os Invencíveis) mas tudo leva a crer que os gunners consigam esta temporada estar mais perto que nunca de ganhar a Premier League. Na época passada as lesões voltaram a afectar o rendimento de alguns jogadores e, por consequência, da equipa, mas sentiu-se uma maior maturidade, especialmente na abordagem aos jogos grandes. Com o estádio pago, a nova política de contratar um craque por ano (Özil e Alexis Sánchez) leva a crer que neste defeso ainda poderá chegar um avançado de topo que torne este Arsenal um caso muito sério. A contratação de Petr Cech foi brilhante, sendo que o checo transmitirá segurança nas horas difíceis e poderá contagiar o plantel em termos de confiança. A defesa poderia sofrer uns retoques (Koscielny é indiscutível; Bellerín e Debuchy podem "rodar" na direita, mas de resto há espaço para melhorar) mas é o meio-campo a força desta equipa. Com poucas e não tão graves lesões ao longo da época, Ramsey, Walcott (grandes expectativas para o ano do número 14) e Wilshere poderão ser determinantes no lugar final na classificação. De resto, o craque Alexis Sánchez deverá realizar uma época ainda melhor, Cazorla é quem faz tudo funcionar, e Coquelin (surpreendente crescimento em 2014/ 15) pode ter nesta a sua época de plena afirmação. Caso não chegue nenhum avançado, Wenger alternará entre alinhar com Giroud ou colocar um "falso 9" (Walcott, Sánchez) mas acreditamos que, especialmente se chegar esse jogador "matador", esta poderá ser a 1.ª grande época do alemão Mesut Özil no futebol inglês. O bom futebol está garantido, falta saber se esta equipa tem a fibra necessária. 

Atenção a: Alexis Sánchez, Theo Walcott, Santi Cazorla, Mesut Özil, Francis Coquelin

 MANCHESTER UNITED (3)

    Quando Sir Alex Ferguson abandonou Old Trafford, o Manchester United sentiu-se órfão e desnorteado, ficando a nu diversas debilidades (só Fergie conseguia ganhar campeonatos com uma defesa fraca). A época de Moyes foi um desastre, mas a chegada de van Gaal - depois de muito insistir de forma teimosa no seu 3-4-1-2 - fez o United regressar ao Top-4. A época passada caracterizou-se essencialmente por 4 pontos: a gigantesca importância do guarda-redes De Gea em inúmeros jogos; a elevada, mas muitas vezes mastigada, posse de bola; o fraco rendimento dos reforços de peso (Di María, Falcao); e o elevado rendimento dos underdogs (Ashley Young, o melhor exemplo). Neste defeso ainda está por desvendar se o melhor guarda-redes da última Premier League continua nos red devils, mas o Manchester United soube atacar o mercado: Depay, Schneiderlin, Schweinsteiger e Darmian são excelentes aquisições, acrescentando valor em zonas carenciadas, enquanto que o argentino Romero, quanto a nós, só tem nível para suplente de De Gea ou para suplente de um eventual substituto de qualidade do espanhol.
    A época do Manchester United estará dependente das transferências deste mês de Agosto (falta um grande defesa central e o clube ainda deverá atacar 1 ou 2 jogadores de ataque) e do tempo que van Gaal demorar a estabilizar uma equipa-base, inventando o menos possível. Esta deve ser a época em que o capitão Wayne Rooney se torna o melhor marcador da História do clube. 

Atenção a: Memphis Depay, Wayne Rooney, Morgan Schneiderlin, Matteo Darmian, Luke Shaw


 MANCHESTER CITY (4)

    
Continuando em Manchester, o City gastou um balúrdio em Sterling, mas manteve Pellegrini. E esse é o motivo que nos leva a crer que este ano não será muito diferente do transacto para a equipa milionária. O plantel mantém-se recheado de estrelas, mas poderá faltar a fome de títulos que outros plantéis têm. O bom futebol costuma aparecer nos jogos em casa, mas o processo defensivo deixou bastante a desejar em 2014/ 15. Fica a ideia que muitos vezes o City vence mais pela qualidade individual dos seus jogadores do que propriamente pelas ideias de jogo definidas. Falar do Manchester City é falar de um indefinição. O City tem a obrigação de vencer sempre o título pela quantidade e qualidade que tem no plantel, mas a verdade é que nem sempre isso se verifica. A aposta contínua no treinador chileno, leva-nos a crer que o futebol da equipa inglesa não evoluirá muito mais. O trio Agüero, David Silva e Sterling poderá causar muitos estragos, mas a propensão desta equipa para menosprezar adversários é elevada. O que pode muito bem resultar em desaires inesperados. Mas a verdade é que quem tem estes três jogadores, habilita-se a ganhar qualquer jogo. São três desequilibradores-natos que são um problema para qualquer equipa do mundo. É bem possível que Agüero seja novamente o melhor marcador da Liga, principalmente se este ano não tiver nenhum azar com as lesões. Silva será aquele em que confiarão, sempre que o jogo não estiver favorável para o grupo. O espanhol é perito em arranjar soluções onde elas parecem não existir. Sterling terá a velocidade como sua aliada no ataque e esperamos um novo reerguer daquele que em condições normais é um dos melhores médios do mundo - Yaya Touré. O costa-marfinense é o patrão da equipa e a sua má forma do ano transacto foi uma das grandes razões da perda do título. Bony, com a saída de Dzeko habilita-se a ter cada vez mais minutos e como é um jogador com faro de golo (apesar de acharmos ser inferior ao bósnio) pode ajudar a equipa, resolvendo muitos jogos, especialmente se o físico de Agüero voltar a claudicar.
    Ainda existe a possibilidade do vice-campeão atacar o mercado, devendo ainda assegurar pelo menos dois jogadores. A possível contratação de De Bruyne seria sem dúvida uma das grandes contratações deste defeso e aumentaria exponencialmente a probabilidade da equipa de Manchester se alojar em posições mais cimeiras da tabela.

Atenção a: Kun Agüero, David Silva, Raheem Sterling, Yaya Touré, Wilfried Bony

 LIVERPOOL (5)

    Imediatamente a seguir ao Top-4 temos o Liverpool. Os reds apostaram forte no mercado, mas desta vez com maior cuidado no que toca aos seus alvos. O ano transacto foi um descalabro ao terem alcançado a Europa "
Rés Vés Campo de Ourique". Tinham apostado com força no mercado, mas esqueceram-se tanto da defesa, como de apostar num verdadeiro avançado e não numa incógnita (Balotelli). Num ano em que perderam Gerrard, é Henderson a nova cara deste Liverpool 2015/16. O capitão do Liverpool será o patrão do meio-campo e terá a preciosa ajuda do competente e extremamente empenhado James Milner (que será bastante importante no jogo desta equipa). Não palpitámos um lugar mais cimeiro por ser uma equipa em construção e que se encontra ainda em transição. Em transição em relação à perda de Suárez como de Steven Gerrard. Apesar de terem abandonado o clube em anos diferentes, o ano passado - como já referimos - foi um autêntico passo atrás ao invés de ser um ano de crescimento e construção para a equipa. Assim sendo, Clyne acaba também por ser um elemento chave para a equipa já que reforçou uma posição bastante carenciada onde só havia Glen Johnson e onde Can acabou por fazer uma "perninha". Firmino foi uma das grandes apostas de mercado e tem tudo para ser uma das estrelas do campeonato. Apesar de ter sido transferido por um valor exorbitante, poderá acrescentar bastante qualidade ao ataque dos reds. Coutinho já mostrou no ano transacto aquilo que pode render e este ano será certamente um ano de afirmação para o brasileiro. Sturridge chegará atrasado (só regressará aos jogos em Setembro), mas tem tudo para voltar a brilhar. Ainda para mais com Christian Benteke. O belga foi a grande aquisição deste Liverpool. Faltava um avançado que traduzisse em golos todas as oportunidades de ataque e Benteke tem essa qualidade. Um avançado possante que raramente pede licença para rematar. A dupla Benteke-Sturridge tem tudo para fazer estragos na Premier League. A posição final do Liverpool dependerá apenas do quão constantes conseguirão ser e de como será o início do campeonato (a sequência inicial de jogos fora é arrasadora). Ultrapassando esse Cabo das Tormentas, podem tornar-se num caso sério. Por enquanto, são uma incógnita pelo que optámos por um 5º lugar.

Atenção a: Christian Benteke, Roberto Firmino, Jordan Henderson, Daniel Sturridge, Coutinho


 SOUTHAMPTON (6)

    Já começam a faltar palavras para o conhecimento, bom gosto e qualidade do Southampton na hora de se reforçar, regenerando-se. Depois do famoso êxodo do Verão passado no qual saíram Lallana, Shaw, Lambert, Lovren e Chambers, o Southampton reagiu e terminou um lugar acima (7.º). Não se admirem se, depois de perder desta vez Clyne e Schneiderlin, os saints voltem a subir um degrau. A equipa-sensação das últimas duas edições da Premier League tem em Koeman um grande treinador, e terá esta época um verdadeiro teste à sua capacidade de se aguentar entre os grandes, ao ter que conciliar Premier League e Liga Europa. No entanto, a profundidade do plantel (como exemplo podem jogar Tadic, Pellè e Mané na Premier, e Rodriguez, Long e Juanmi na Europa) demonstra que o Southampton se preparou para o que aí vem. Stekelenburg terá a missão de substituir Forster até este regressar de lesão e, embora o registo defensivo possa piorar em 2015/ 16, há várias razões para acreditar novamente numa época de sucessos - Jay Rodriguez está de volta e sedento de recuperar o tempo perdido, Clasie promete tornar-se rapidamente um indiscutível, Wanyama pode fazer a sua melhor época de sempre, e Pellè é o homem-golo do plantel. Há ainda Tadic, Long, Juanmi, Ward-Prowse e Davis, mas é o senegalês Sadio Mané (sem CAN em 2016) que tem tudo para ser o grande destaque desta equipa e um dos melhores da Premier League.

Atenção a: Sadio Mané, Graziano Pellè, Jay Rodriguez, Jordy Clasie, Victor Wanyama


 TOTTENHAM (7)

    É habitual o Tottenham ter um plantel desequilibrado, quase uma one-man team (Kane na temporada passada, Bale em 2012-13). O 5.º lugar de 2014/15 deveu-se e muito a Kane. A equipa tem bons valores, mas não há um critério a seguir nas contratações, o que prejudica o bom funcionamento da equipa (entrosamento). Na Premier League há sempre surpresas, mas achamos que o treinador argentino não conseguirá levar os seus comandados mais longe que um 6.º ou 7.º lugar. Até ver não houve uma aposta forte no mercado por parte dos spurs, e limitaram-se a contratar uma alternativa a Walker (Trippier), garantir o central Wimmer e a "roubar" Alderweireld ao Southampton. O central belga trata-se de uma contratação importante já que aumenta a qualidade dum sector que claramente se encontrava bastante débil. Kane será a grande estrela da equipa no ataque, numa época decisiva para a sua carreira pois tem agora todos os olhares sobre si. Acreditamos que poderá marcar golos atrás de golos e morder os calcanhares a jogadores como Aguero e Diego Costa. Já o dinamarquês Eriksen será aquele que poderá desequilibrar mais no último terço criando jogadas de perigo através da sua imensa qualidade. A estabilidade da equipa passará muito pela dupla belga Vertonghen-Alderweireld e ainda pela segurança que Lloris dará na baliza. A defesa dos spurs tem tudo para se tornar uma defesa coesa se Rose e Walker se exibirem a bom nível, embora seja necessário melhorar o meio-campo (Bentaleb-Mason não chega para o nível que o Tottenham deseja apresentar, e veremos que oportunidades são dadas ao miúdo Dele Alli). Teoricamente, o grande rival do Arsenal aproveitará as últimas semanas de Agosto para se apetrechar.

Atenção a: Harry Kane, Christian Eriksen, Jan Vertonghen, Toby Alderweireld, Hugo Lloris


 EVERTON (8)

    Na época passada foram claramente uma das grandes desilusões. Após um ano explêndido, foram do 8 ao 80. Aliás... do 80 ao 8. Roberto Martínez viu a sua equipa descer bastante de rendimento e jogadores que outrora se destacavam, ficaram muito abaixo das expectativas - exemplos disso são Coleman e Ross Barkley. Este ano acreditamos numa melhoria das exibições da equipa de Liverpool, até porque não haverá Liga Europa nas pernas, mas ainda assim longe do bom futebol de há dois anos. Acreditamos numa subida de forma de Barkley e Coleman e numa maior contribuição de Mirallas no ataque. Lukaku continuará a ser o marcador de serviço e será extremamente importante nesta equipa, onde Cleverley parece ir ter um papel preponderante e na qual gostaríamos que jovens valores como McAleny e Ledson tivessem alguns minutos. Outra das grandes esperanças esta época é o regressado Gerard Deulofeu. O espanhol tem tudo para dar certo desta vez no Everton. A sua velocidade tem tudo para empolgar o ataque, sobretudo se Roberto Martínez conseguir conciliar Deulofeu e Mirallas. Lukaku agradecerá, certamente.

Atenção a: Romelu Lukaku, Seamus Coleman, Gerard Deulofeu, Ross Barkley, Kevin Mirallas


 WEST HAM (9)

    Sempre achámos que Sam Allardyce, embora competente, não era o homem certo para o projecto actual do West Ham. Os hammers escolheram o croata Slaven Bilić (que jogou no clube em 96-97), um treinador com carácter forte, que costuma deixar marca por onde passa, e cujas ideias estão alinhadas com o renovado perfil de contratações que o West Ham tem procurado neste e no Verão passado. Não é claro se a eliminação na Liga Europa foi fruto de sobranceria ou uma opção estratégica, mas parece evidente que sem competições europeias esta equipa poderá alcançar um lugar mais alto internamente. Sakho e Valencia (perde os primeiros 3 meses de competição) significam golos e muitas dores de cabeça para os defesas adversários, o lateral-esquerdo Aaron Cresswell promete nova grande época, e com Bilić veremos que papel terão Zárate, Poyet ou o menos fiável mas muito talentoso e jovem Manuel Lanzini. Da temporada passada para esta, não transitam Alex Song (regressou a Barcelona no fim do empréstimo, embora o West Ham esteja a tentar garanti-lo, apesar de já contar com Kouyaté e Obiang) e Downing, que seguiu o coração em direcção a Middlesbrough. O herdeiro natural do esquerdino inglês é Dimitri Payet, um super-reforço que está no auge da carreira e será o jogador mais num plantel muito interessante. A defesa dá garantias, mas deverão ainda chegar um avançado e um médio, capazes de tornar o elenco ainda mais rico. 

Atenção a: Dimitri Payet, Diafra Sakho, Aaron Cresswell, Enner Valencia, Adrián

 CRYSTAL PALACE (10)

    Com Alan Pardew a realizar uma época completa no Crystal Palace - o clube que fez o treinador inglês abandonar o Newcastle, melhor classificado na altura, seguindo o coração - somos levados a ter altas expectativas. Esperamos que o Crystal Palace garanta cedo q.b. a manutenção e que integre o lote de equipas capazes de lutar pelos lugares entre o 8.º e o 13.º. O arsenal de Pardew conta agora com um jogador-chave que o treinador bem conhece, Yohan Cabaye, e Pardew parece confiar no valor de dois jovens avançados ingleses: Patrick Bamford e Connor Wickham. É possível que o clube ainda contrate jogadores para o processo defensivo (seja um guarda-redes, um defesa, ou ambos), mas o equilíbrio que jogadores como Jedinák e Ledley conferem, e a frescura nas alas de elementos como Puncheon, Zaha, Gayle e o recém-chegado Sako, fazem deste um plantel como o treinador gosta. Numa época que reúne todas as condições para ser positiva, a continuidade de Bolasie é fulcral - o extremo da República do Congo é um dos jogadores mais entusiasmantes do futebol inglês, e promete "explodir" esta temporada.

Atenção a: Yannick Bolasie, Yohan Cabaye, Patrick Bamford, Jason Puncheon, Connor Wickham

 NEWCASTLE (11)

    É certo que o Newcastle terminou em 15.º lugar, mas ninguém se esquece que teve que lutar até à última jornada para não descer. Os magpies foram salvos por Jonas Gutiérrez, depois do auto-intitulado "melhor treinador do futebol inglês" John Carver quase destruir uma equipa que conseguira ficar em 10.º na época anterior e 5.º em 2011-12. Caso se cumpra o padrão recente - o Newcastle tem alternado entre épocas tranquilas e de qualidade, e épocas em que luta para não descer - os adeptos podem criar expectativas para 2015-16. Não tanto por esse preciosismo estatístico mas pelas contratações - chegaram Wijnaldum, Mitrović e Mbemba, e tudo indica que ainda deverão chegar mais 2/ 3 jogadores. Steve McClaren apresenta-se ao leme desta equipa e quanto menos complicar, melhor será. Os holandeses Wijnaldum e Siem de Jong (caso não se vá abaixo fisicamente) reúnem em si qualidade suficiente para assumir as rédeas da equipa, Mitrović parece talhado para este tipo de futebol, um craque como Cabella merece ter um papel muito importante na equipa, e há ainda jogadores como Sissoko e Cissé (não é garantido que fiquem), Janmaat, Colback, Krul e os jovens Aarons e Ayoze. Com a defesa reforçada e mais um rosto no ataque, este Newcastle pode muito bem voltar ao nível das grandes épocas com Pardew. 

Atenção a: Georginio Wijnaldum, Aleksandar Mitrović, Siem de Jong, Rémy Cabella, Daryl Janmaat

 SWANSEA (12)

    Não fosse o facto do Southampton ter renascido das cinzas de 2013-14 para a época passada, o Swansea teria sido a equipa-sensação. Gary Monk surpreendeu muita gente e levou os swans a um majestoso 8.º lugar, apenas a 4 pontos do Southampton. O islandês Sigurdsson foi o jogador mais constante da equipa do País de Gales, e o Swansea soube aguentar-se depois de vender Wilfried Bony. Não há dúvidas que o Swansea está preparado para lutar por lugares de relevo, mas a falta de uma referência ofensiva (Gomis ou Éder estão longe de ser certezas), que até pode em último caso ser André Ayew, parece pesar. O ganês contratado ao Marselha é matéria de Premier League e terá um elevado impacto quer jogue no flanco ou na frente. Tabanou é superior a Taylor e seria a melhor opção a lateral-esquerdo e, sumariamente, a espinha dorsal mantém-se, alicerçada no capitão Ashley Williams e em jogadores como Fabianski ou Ki. 

Atenção a: André Ayew, Gylfi Sigurdsson, Ashley Williams, Ki Sung-Yueng, Franck Tabanou


 STOKE (13)

    As aspirações do Stoke podem sempre ser superiores a um 13.º lugar. A linha que separa o 13.º do 9.º é muito ténue. Mark Hughes é um treinador bastante capaz e de facto tem soluções bastante interessantes que possibilitam ao clube inglês sonhar no campeonato. Diouf, Bojan e Arnautovic são nomes que revelam essa mesma possibilidade desde que consigam ser constantes no seu futebol. Mas estes 3 atacantes dependem bastante da dupla já bastante experiente e confiável Adam-Walters. Lutadores de grande qualidade que possibilitam boas jogadas de ataque aos restantes companheiros. E é este o forte deste Stoke - o ataque. O que até há bem pouco tempo era algo que não fazia sentido. O clube de Stoke primou sempre por uma boa defesa e por um ataque não muito bom. Agora é completamente o oposto. Se já no ano passado se fez notar isso mesmo, este ano é uma situação que ganha mais força. Com a perda de Begovic para o Chelsea e de N'Zonzi para o Sevilla, o Stoke City perdeu algum fulgor defensivo que era fulcral. Shawcross perderá dois meses de Premier League e no lado direito da defesa estará Glen Johnson... jogador do qual não somos fãs. O ex-Liverpool foi uma das contratações, ao qual se juntaram as boas aquisições de Joselu e van Ginkel e Afellay, cujo compromisso e profissionalismo são questionáveis. Acreditamos que ainda chegará uma figura capaz de carregar a equipa (o clube quis Shaqiri, e agora parece virado para Yarmolenko) e, em suma, Hughes terá que tirar partido do seu forte ataque para não se fazer notar a debilidade defensiva que tem, para poder aspirar voos maiores.

Atenção a: Mame Biram Diouf, Bojan, Marko Arnautovic, Charlie Adam, Jonathan Walters

 LEICESTER CITY (14)

    Quando o clube rescindiu com o técnico Nigel Pearson e escolheu Claudio Ranieri como seu sucessor, ficámos reticentes. E ainda estamos. O italiano é um treinador muito experiente, mas ligeiramente ultrapassado e conservador. Verdade seja dita, e confirmando-se que irá manter o 3-4-1-2 que Pearson edificou na recta final de 2014/ 15, as coisas parecem fluir num bom caminho. Este Leicester é uma das equipas que se transcende nos jogos grandes, mas muitas vezes saber defender é parte fundamental para não descer na Premier League. E, nas últimas jornadas da época passada, foi principalmente o registo defensivo que impressionou e segurou o Leicester City entre os 20 melhores clubes de Inglaterra. Schmeichel, Morgan e Huth são elementos-chave lá atrás, acreditando nós que Albrighton e Fuchs ou Schlupp serão os alas neste sistema equilibrado. Falta ainda meio-campo (o clube contratou N'Golo Kanté, e chegou a acordo com Internacional e Nápoles por Aránguiz e Inler, mas falta os jogadores quererem o projecto), porque no ataque opções não faltam. Há o indiscutível Jamie Vardy, o goleador Ulloa, Andrej Kramarić (potencialmente o melhor avançado do clube), Nugent e chegou ainda o nipónico Shinji Okazaki. Marcar golos não parece problema, e a qualidade técnica do argelino Mahrez será importante no último terço, mas ficamos a aguardar para perceber como a equipa e o treinador irão combinar.

Atenção a: Jamie Vardy, Shinji Okazaki,  Riyad Mahrez, Marc Albrighton, Andrej Kramarić

 BOURNEMOUTH (15)

    Na época passada apostámos no Leicester, apontando a equipa de Nigel Pearson ao 13.º lugar. As raposas azuis pareciam condenadas à descida, mas num magnífico fôlego final chegaram a um digno e seguro 14.º lugar. Pois bem, esta época podem esperar bastante do Bournemouth de Eddie Howe, o clube que está pela primeira vez no nível máximo do futebol inglês, e que em 2013 estava ainda na League One. O jovem treinador de 37 anos traz novas ideias, um futebol de encher o olho e muito coração. O 1.º classificado do último Championship conseguiu manter os seus principais valores - Matt Ritchie (15 golos e 17 assistências na última época), Callum Wilson (20 golos) e o experiente lateral Simon Francis (um criador de oportunidades nato). A esta base foram acrescentados alguns reforços, com destaque para o costa-marfinense Max Gradel (6.º melhor marcador da Ligue 1, com 17 golos) e o nosso conhecido Christian Atsu, emprestado. Figuras como Lee Tomlin, Tyrone Mings, Kermorgant, Stanislas ou Joshua King terão uma palavra a dizer durante a época, mas esta é aquela equipa que não irá nunca virar a cara à luta, fazendo a vida negra às equipas grandes. O futebol atraente pode "castigar" o clube porque muitas vezes na Premier é preciso em alguns jogos saber segurar 1 ponto, e o meio-campo nuclear ainda parece um pouco plácido. Mas Eddie Howe é um ponto a favor, porque enquanto que vários clubes do fundo da tabela poderão trocar de treinador após alguns deslizes, Howe terá apoio incondicional do princípio ao fim da prova. É muito difícil prever os lugares do 14.º para baixo, especialmente porque é frequente o 14.º não distar muito do antepenúltimo classificado. O Bournemouth pode descer, mas vai deixar marca.

Atenção a: Matt Ritchie, Callum Wilson, Max Gradel, Simon Francis, Christian Atsu

 WEST BROMWICH (16)

    O West Brom passa sempre pelos pingos da chuva. Sempre com um futebol defensivo, mas bastante seguro. Sempre muito competente tendo em conta as suas armas. Este ano poderá até subir alguns lugares se aliar a sua boa organização defensiva ao bom ataque que tem. Se Berahino (a sua permanência é essencial para a época do WBA) e Brunt já eram as estrelas da equipa no ano passado no que toca ao ataque, este ano podem ter uma maior contribuição de Sessègnon e sobretudo do recém-contratado Rickie Lambert. Lambert traz características bastante diferentes das que Berahino oferece e pode ser uma grande arma sobretudo numa equipa de menor estatuto como o West Brom. As bolas paradas poderão ser uma das grandes armas desta equipa, e Lambert pode voltar ao seu nível de 2012/ 13 e 2013/ 14. Chester, contratado ao Hull City, é outro jogador que poderá acrescentar ainda mais qualidade à defesa do West Bromwich e a qualidade e rigor defensivo que Tony Pulis incute nas suas equipas pode sempre fazer sonhar a mais humilde das equipas. Até hoje, nunca uma equipa de Pulis. Será desta?

Atenção a: Saido Berahino, Rickie Lambert, Chris Brunt, James Chester, Stéphane Sessègnon

 WATFORD (17)

    Digam olá a Quique Flores. O antigo treinador do Benfica (característica que partilha em Inglaterra com Koeman e Mourinho) foi escolhido para suceder a Jokanović. A continuidade do sérvio teria sido importante, ele que foi o 4.º o treinador dos hornets na época passada. Quique tem pela frente um desafio difícil mas conta com verdadeiros reforços (Capoue, Holebas, Berghuis, Jurado, Behrami, Britos, Prödl e Vydra em definitivo são os principais nomes de uma lista que passa a dezena). Descobrir rapidamente o melhor 11 e a fórmula mágica será vital no percurso do Watford, capitaneado por Troy Deeney, um avançado que já merecia jogar ao mais alto nível no futebol inglês. Ighalo, Vydra, Berghuis, Abdi, Jurado e Anya serão pontualmente determinantes, tal como Capoue a sentir-se incomparavelmente mais valioso do que no Tottenham. O ataque será muitas vezes imparável, mas a defesa é o principal ponto de interrogação, num plantel que precisa de tempo e de uma Direcção que confie no treinador.

Atenção a: Troy Deeney, Odion Ighalo, Matěj Vydra, José Holebas, Étienne Capoue

 ASTON VILLA (18)

    O Aston Villa de Tim Sherwood perdeu Vlaar (final de contrato), o capitão-sem-palavra Delph (Manchester City) e Benteke (Liverpool), tratando-se os últimos dois dos jogadores que levaram às costas o clube nas últimas temporadas. O dinheiro das transferências foi imediatamente canalizado para o reforço do plantel e até agora chegaram 9 jogadores, destacando-se os ingressos de Amavi, Veretout, Gueye, Gestede, J. Ayew, Micah Richards e Scott Sinclair em definitivo. Nesta temporada de 2015/ 16 o Aston Villa, contrariamente ao ano passado, apresenta um maior número de soluções, mas não tem ninguém como Benteke, capaz de catalisar todo o jogo da equipa. Sherwood tem que criar uma nova equipa rápido, porque um bom arranque (o calendário inicial do Aston Villa não é acessível) na Premier League costuma fazer diferença, e embora a manutenção seja possível, continua a faltar um grande avançado (Sherwood diz que Gestede pode ser o novo Benteke, mas nem ele nem Ayew se aproximam sequer do patamar do belga) e o centro da defesa precisa de um "patrão". O irreverente Jack Grealish pode ter a sua primeira época completa, ambicionando ser uma das Revelações, e conta com Sinclair e as novidades Veretout, Amavi e Gueye (os 3 provenientes do futebol francês) como elementos essenciais neste renovado Aston Villa. Falta maturidade a este Aston Villa, e isso pode custar caro.

Atenção a: Jack Grealish, Scott Sinclair, Jordan Veretout, Jordan Amavi, Idrissa Gueye

 SUNDERLAND (19)

    17.º lugar em 2012/ 13, 14.º lugar em 2013/ 14, 16.º lugar em 2014/ 15. Será que é desta que o Sunderland desce de divisão? Os black cats têm sido nas últimas três épocas uma das piores equipas do futebol inglês mas, vivendo na corda-bamba, têm conseguido fugir à despromoção. Advocaat permaneceu no comando técnico mas precisa de reforços para poder competir de igual para igual com os seus adversários. O holandês Jeremain Lens e o central Kaboul são até ver os verdadeiros reforços, bem como M'Vila que irá conferir maior estabilidade ao meio-campo. Giaccherini felizmente parece ir ser mais utilizado, Adam Johnson é o grande desequilibrador caso não se perca em assuntos extra-futebol, e ter Defoe é ter experiência e alguns golos garantidos. Não será uma surpresa se aqui estiver uma das primeiras chicotadas psicológicas, e uma das equipas a gritar por reforços no mercado de Janeiro, caso até ao fim deste defeso não cheguem 3-4 jogadores capazes de mudar o destino da equipa.

Atenção a: Jeremain Lens, Emanuele Giaccherini, Adam Johnson, Jermain Defoe, Yann M'Vila

 NORWICH (20)

    Os vencedores do Play-Off do Championship, numa final em que Jerome e Redmond destruíram o sonho do Middlesbrough, estão de regresso à Premier League, apenas com um ano de interregno. O Norwich City passou 2011/12, 2012/13 e 2013/14 no escalão máximo, e essa pode ser uma vantagem visto que o clube já está habituado a estas andanças. Ou não, caso o patamar competitivo da Premier League tenha evoluído, um salto que o Norwich também tem que fazer. O desempenho deste Norwich é uma das mais difíceis previsões desta edição. Teoricamente, este parece ser um plantel com algumas lacunas, mas é preciso ter em conta o registo do clube na sua presença contínua no escalão máximo: 12.º classificado com Paul Lambert em 2011/ 12 e 11.º classificado na temporada seguinte. Parece-nos que pode faltar qualidade e equilíbrio, tratando-se este Norwich habitualmente de uma equipa um pouco inocente em campo. É inequívoco, no entanto, a evolução que alguns jogadores têm tido - Cameron Jerome marca com regularidade, Bradley Johnson (eleito Melhor Jogador do clube em 2015) cresceu muito, passando inclusive a marcar golos, e Redmond é uma das promessas inglesas a ter em conta neste campeonato. Brady, Mulumbu e Wisdom foram boas compras, mas fica a questão: será que este Norwich está ao nível do contexto? 

Atenção a: Cameron Jerome, Nathan Redmond, Robbie Brady, Bradley Johnson, Jonny Howson

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