Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

29 de outubro de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 11

Venha de lá essa 11.ª jornada da Premier League, a penúltima antes da interrupção para o Play-off de acesso ao Euro-2016, e outros jogos internacionais.
    Mourinho contra Klopp. Aí têm o prato forte da jornada, logo às 12:45 de Sábado. Em dia de Halloween veremos se o treinador do Chelsea (nos últimos sete jogos em todas as competições, 3 derrotas, 3 empates e 1 vitória) consegue afastar as bruxarias, ou se será a saudável e electrizante magia de Jürgen Klopp a surtir efeitos em Stamford Bridge. Olhando para a tabela, Manchester City e Arsenal dividem a liderança, com o City a receber o Norwich num estádio onde costuma atropelar os seus adversários (excepção: o case study West Ham) enquanto que o Arsenal terá vida mais difícil ao deslocar-se ao País de Gales para defrontar o Swansea. A Capital One Cup, para além de ter significado uma derrota amarga frente ao Sheffield Wednesday de Carlos Carvalhal, significou também companhia para Ramsey na enfermaria - Walcott e Chamberlain desfalcarão os gunners nas próximas semanas, abrindo uma vaga para Joel Campbell ou Iwobi no onze. Numa leitura geral, alguns confrontos à partida mais desnivelados poderão proporcionar uma jornada com bastantes golos e uma pontuação média superior à ronda 10.
    Na jornada 10 as prestações individuais estiveram longe de ser incríveis. Quando na equipa da semana do Fantasy surgem 5 defesas, com apenas 2 com 10 ou mais pontos, é mais ou menos sintomático que a jornada não foi extraordinária. Harry Kane - curiosamente tínhamos o feeling que o Bournemouth seria uma boa vítima para ele - destacou-se com um hat-trick que lhe valeu 17 pontos, com Abdi, Koscielny, Dembélé, Zárate e o quarteto do Sunderland (Pantilimon, Jones, Kaboul e Fletcher) a realizarem também uma ronda claramente favorável.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Os nomes de De Bruyne, Kane, Pellè, Mané, Wijnaldum, Sánchez e Vardy poderiam figurar neste lote de destaques, mas parece-nos preferível reflectir sobre jogadores que não têm tido tantas oportunidades de marcar presença entre os 5. Nesse sentido, nesta 11.ª jornada, atenção a:

Wilfried Bony - Manchester City - 8.3
    Manchester City 6-1 Newcastle; Manchester City 5-1 Bournemouth; Manchester City 5-1 Crystal Palace. Nos últimos três jogos que o City realizou no Etihad para competições inglesas, a equipa de Pellegrini marcou 5 ou 6 golos.
    Embora Kevin De Bruyne seja o jogador mais apelativo e regular, capaz de jogar em toda a linha adiantada do meio-campo, Wilfried Bony é também ele forte candidato a uma excelente prestação contra o Norwich. O avançado da Costa do Marfim marcou 2 golos e fez 1 assistência contra o Bournemouth, revelou-se trapalhão contra o United mas voltou a facturar, de cabeça, a meio da semana.
    Enquanto não há Agüero novamente, cabe a Bony ser o goleador de serviço e o compatriota de Yaya Touré tem correspondido. Nunca é demais relembrar que o Norwich vem de 3 derrotas consecutivas, disputou uma eliminatória com o Everton até às grandes penalidades (perdendo com os toffees) e no último jogo fora na Premier League sofreu 6 golos (o tal jogo de Wijnaldum). Por tudo isto, e principalmente se o City conseguir inaugurar cedo o marcador, pode muito bem ser um belo Sábado para Bony, De Bruyne, Sterling e Yaya. 


Ross Barkley - Everton - 6.8
    Parece-nos mais ou menos indiscutível que Ross Barkley, em forma, é um dos jogadores ingleses mais entusiasmantes da actualidade. O número 20 do Everton já tem esta temporada melhores números (3 golos e 3 assistências) do que em 2014/ 15, época na qual esteve algum tempo lesionado, e a tendência será manter o bom momento, realizar a sua melhor época como profissional e garantir um bilhete de avião para França em Junho.
    Jogadas dez jornadas, o Everton já disputou Southampton, Manchester City, Tottenham, Chelsea, Liverpool, Manchester United e Arsenal. Tendo este "pormenor" em consideração, é notável que a equipa orientada por Roberto Martínez tenha actualmente 13 pontos. É claro que não há jogos fáceis na Premier League, mas o Everton dará agora início a uma sequência mais confortável e na qual é favorito, sobretudo nos jogos disputados em Goodison Park. Em termos de Fantasy, a época tem sido de Lukaku e Barkley, e acreditamos que continuará a ser. Esta jornada o adversário dá pelo nome de Sunderland, motivado pela vitória no derby, pelo que as figuras ofensivas do Everton terão que inspirar a equipa, até porque defensivamente a ausência prolongada de Jagielka poderá pesar (Funes Mori deve ser o novo companheiro de Stones).


Virgil Van Dijk - Southampton - 5.5
    O Southampton perdeu Alderweireld. Já tinha Yoshida e Gardos, mas nenhum inspirava verdadeira confiança ou relevava capacidade para ser o sucessor do belga. Caulker chegou, emprestado, mas também não era o jogador certo. Até que, proveniente dos escoceses do Celtic, chegou o holandês Virgil Van Dijk. O novo melhor amigo de José Fonte.
    A boa sequência de jogos do Southampton (nos próximos 5 jogos, são favoritos em quatro) obrigar-nos-ia a falar de Sadio Mané e Graziano Pellè, mas faz sentido destacar Van Dijk. Desde que chegou ao clube de Koeman e Cédric, o central holandês assumiu-se como absoluto indiscutível. Desde a jornada 5, inclusive, é certo que os saints ainda só tiveram uma clean sheet, mas só perderam um dos seis jogos em que Van Dijk esteve no coração da defesa, beneficiando ainda do poder ofensivo do holandês nas bolas paradas. Em 6 jogos, Van Dijk já marcou dois golos (ambos em casa) e tem qualidade para não parar por aqui. Em termos de Premier League, o Bournemouth sofreu 10 golos nos últimos dois jogos, o que aguçará o apetite dos avançados do Southampton, ampliando as hipóteses de Fonte e Van Dijk conseguirem nova clean sheet.


Christian Eriksen - Tottenham - 8.4
    Embora tenha começado a Premier League em campo, o mês durante o qual Eriksen esteve lesionado coincidiu - de forma não surpreendente - com o período de menor rendimento e produção ofensiva do Tottenham. O regresso do dinamarquês, cada vez mais próximo do nível de criativos-trabalhadores-incrivelmente-regulares como Silva ou Cazorla, fez a equipa disparar. Em 5 jogos, os spurs ganharam 3 e empataram dois, com especial destaque para a vitória por 4-1 diante do Manchester City. Neste período, Eriksen fez 2 golos e 3 assistências. E por isso o Aston Villa pode ser uma presa fácil para um criador de oportunidades nato (Kane agradece), letal nos livres directos.


Troy Deeney - Watford - 5.1
    Wilfried Bony, Harry Kane, Graziano Pellè, Romelu Lukaku, Jamie Vardy. Entre estes cinco avançados, recomenda-se vivamente que possuam pelo menos 2 deles nesta jornada.
    Embora a lista de avançados mencionada acima seja aquela à qual devem dar maior atenção, Troy Deeney surge num segundo plano. O Watford-West Ham tem tudo para ser uma tempestade perfeita - o West Ham ataque bem fora de portas, o Watford vem motivado depois de uma vitória inesperada mas merecida por 2-0 no terreno do Stoke e, por isso, a não ser que Quique "tranque" a equipa, deveremos assistir a um bom jogo.
    Dimitri Payet, jogador com mais pontos no Fantasy e, em concordância, melhor jogador da Premier League no conjunto das 10 jornadas disputadas, é o destaque anunciado do jogo mas a dupla Deeney-Ighalo vai dar trabalho ao 3.º classificado da liga inglesa. Nas últimas cinco jornadas o West Ham sofreu sempre. Já o Watford tem o pior ataque do campeonato (8 golos marcados, tal como o WBA), mas poderá ser complicado deter desta vez a força do capitão do Watford.    


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Uma jornada que, em teoria, poderá ter algumas clean sheets poderá resultar numa surpresa. Como sempre. Mas seguindo a lógica, Hugo Lloris (5.1) é o nosso número 1 da semana. Para além do francês, com uma defesa sólida à sua frente, há ainda Joe Hart (5.7) e Maarten Stekelenburg (5.0). A onda de motivação do Sunderland e a ausência de Jagielka fazem-nos desconfiar (apenas na defesa) do Everton, e equipas seguras como o WBA e o Arsenal têm jogos complicados. Não dá para ignorar também que De Gea tem 3 clean sheets nos últimos quatro jogos, enquanto que em relação ao Chelsea-Liverpool, o melhor é não nos metermos.

- Defesas: Na defesa, e tendo já falado do holandês Van Dijk, damos-lhe a companhia de Eric Dier (5.2), bastante subvalorizado pois está a realizar uma boa época a meio-campo, e ainda do sérvio Aleksandar Kolarov (6.1). É o defesa com mais pontos no Fantasy esta época, uma ameaça constante nas bolas paradas, e se o City estabilizar Sagna-Kompany-Otamendi-Kolarov deve retirar proveitos disso.
    De resto, Seamus Coleman (5.9) e Daryl Janmaat (4.9) são jogadores que podem fazer a diferença no ataque, tal como Cresswell e Bertrand no flanco oposto.

- Médios: Um pouco como nos avançados, o difícil é escolher. Alexis Sánchez e Kevin De Bruyne (10.6) são os jogadores em forma, tal como Dimitri Payet (8.3). Damos uma folga a Mahrez, porque o WBA pode dificultar a vida ao Leicester, mas aparte dos já referidos Eriksen e Barkley, não podemos deixar de recomendar Sadio Mané (7.9). O senegalês descansou durante a semana, cumprindo a sua suspensão, e voltará com a corda toda para defrontar um Bournemouth bastante permeável pelo seu lado esquerdo. Mourinho precisará de Hazard, Klopp mostraria coragem ao lançar Lallana, Coutinho e Firmino; Georginio Wijnaldum (6.9) regressa ao estádio onde fez 5 golos na última vez que actuou, e ainda há várias figuras para ter muita atenção como Sterling, Yaya Touré, André Ayew e Özil.

- Avançados: Como dissemos ao abordar Deeney, são essencialmente 5 os avançados que teoricamente levam vantagem nesta jornada. Jamie Vardy (7.2) porque é o melhor marcador, porque se sente capaz de tudo e porque só mesmo Vardy & Mahrez poderão destruir a muralha do WBA de Pulis; mas acima do inglês, surgem 4 pontas-de-lança - Wilfried Bony, Harry Kane (9.3), Graziano Pellè (8.4) e Romelu Lukaku (8.4). Veremos se todos conseguem marcar, e quem faz estragos a sério.

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11 (3-4-3): Lloris; Van Dijk, Kolarov, Dier; De Bruyne, Barkley, Mané, Payet; Bony, Pellè, Kane

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Chelsea v Liverpool - Eden Hazard; Christian Benteke
Crystal Palace v Manchester United - Yohan Cabaye; Chris Smalling
Manchester City v Norwich - Kevin De Bruyne; Wilfried Bony
Newcastle v Stoke - Georginio Wijnaldum; Marko Arnautovic
Swansea v Arsenal - Alexis Sánchez; Gylfi Sigurdsson
Watford v West Ham - Dimitri Payet; Troy Deeney
West Brom v Leicester City - Jamie Vardy; Gareth McAuley
Everton v Sunderland - Romelu Lukaku; Ross Barkley
Southampton v Bournemouth - Graziano Pellè; Sadio Mané
Tottenham v Aston Villa - Harry Kane; Christian Eriksen

25 de outubro de 2015

Benfica 0-3 Sporting: A Bola não entra por Acaso

Benfica  0 - 3  Sporting (T. Gutiérrez 9', Slimani 21', Bryan Ruiz 36')

O grande jogo da jornada 8 da Liga NOS teve um desfecho inesperado mas taxativo. O Sporting, beneficiando também do empate entre Porto e Braga, tornou-se líder isolado, e derrotou o grande rival pela 2.ª vez esta época, ganhando num estádio no qual não festejava há 9 anos.
    O derby pôs a nu falhas recorrentes do Benfica 2015/ 16, já enunciadas anteriormente mas mascaradas entretanto em jogos mais acessíveis, reforçou o ego de Jorge Jesus, com o seu Sporting a comportar-se como uma verdadeira equipa, primando pela organização, pelo controlo do meio-campo e pela eficácia.
    Num estádio com 63.054 espectadores, Rui Vitória repetiu o 11 que defrontou o Galatasaray na Champions, com Sílvio a lateral-direito, André Almeida a acompanhar Samaris e Jiménez ao lado de Jonas; já Jorge Jesus escolheu o onze mais adequado e esperado, equilibrando a equipa com João Mário a interior direito. Começou melhor o Benfica, a assumir o jogo e a pressionar, com Jonas a dar o primeiro aviso, pouco antes de Luisão ter sido puxado dentro da grande área leonina. Na resposta, aos 9 minutos de jogo, chegou o golo do Sporting. Luisão complicou, André Almeida perdeu a bola em zona proibida e mortífera, Adrien colocou a bola à mercê de Teo e o colombiano fez o 1-0 com Júlio César a defender contra ele, com o ressalto a encaminhar a bola para o fundo das redes. Depois do banho de água fria para a equipa da casa, Jonas voltou a não acertar na baliza (Rui Patrício pouco teve que fazer hoje) e o Sporting, eficaz, aproveitou para dilatar a vantagem. Jefferson confirmou porque é que é um dos jogadores que melhor cruza em Portugal e, num gesto técnico perfeito, colocou a bola tensa para Slimani desviar de cabeça para o 2-0. Aos 21 minutos tudo corria bem ao Sporting, com 2 golos em duas oportunidades, e o 2.º golo revelou-se um momento decisivo. O Benfica acusou o golo, abalou animicamente e não teve nem arte nem cabeça nem garra para virar o resultado. A 1.ª parte caracterizou-se por uma brutal incapacidade do Benfica em ligar o seu jogo (em finais de Outubro nunca o Benfica teve ainda em campo um 8 a interpretar a posição como o esquema exige), tremendo defensivamente em inúmeras ocasiões. Aos 36' chegou o 3-0 numa pequena demonstração de "como não defender" por parte da defesa do Benfica. Slimani conduziu o contra-ataque num 2 para 2, pôde testar Júlio César (face à incapacidade dos centrais encarnados em assumirem atempadamente cada um o seu jogador), e na recarga Bryan Ruiz (Samaris e, sobretudo, André Almeida ficaram a olhar para o desempenho dos centrais, deixando o costa-riquenho sozinho) colocou o resultado em números impensáveis à partida.
    A 2.ª parte teve muito menos história do que a primeira. O Benfica - com Fejsa a entrar, saindo Eliseu e optando Rui Vitória por colocar André Almeida a lateral-esquerdo - apresentou-se incapaz de mudar o rumo dos acontecimentos, parecendo ter um jogador a menos em vários momentos. O meio-campo foi, sempre, do Sporting, mesmo tendo o Benfica mais bola, e a maior cultura táctica dos verde e brancos verificou-se na constante mobilidade e no desbloqueio constante de linhas de passe, dando por aí a ideia de que os jogadores do Benfica chegavam constantemente atrasados na pressão, só por reacção e não em antecipação. No segundo tempo a melhor oportunidade até terá sido de Jefferson, na cara do guarda-redes, com o Benfica a ameaçar num lance em que o mexicano Jiménez ganhou uma bola a Naldo na linha de fundo, sem saber finalizar da melhor maneira. Nos minutos finais, num lance que traduziu o total desnorte e desacerto do Benfica, o capitão Luisão (em sub-rendimento) quase fez um auto-golo num atraso criminoso salvo in extremis por Júlio César.

    Explicar este derby não é difícil. O Sporting foi uma equipa (boa resposta em campo às palavras de Rui Vitória na antevisão), teve a sorte do jogo porque a procurou, e foi eficaz a explorar as várias falhas defensivas do rival. A arbitragem de Carlos Xistra foi medíocre, em prejuízo da equipa da casa mas não se podendo explicar por aí o resultado. O árbitro do jogo teve um conjunto de decisões - técnicas e disciplinares - impossíveis de entender (decisões ao contrário, Slimani sem ser expulso), com uma grotesca dualidade de critérios, porventura condicionado pela "campanha" de Bruno de Carvalho.
    O jogo foi ganho pelo trio William, Adrien, João Mário (MVP, que jogo). Os três jogadores formados em Alvalade foram senhores do meio-campo, sabendo ler o jogo, posicionando-se e movimentando-se com inteligência e qualidade. A defesa (grande jogo de Paulo Oliveira) foi incomparável ao nível apresentado do lado oposto do campo, e na frente os avançados foram eficazes. Um conjunto homogéneo, bem preparado, a que tudo correu bem, mas citando o título de um livro de Ferran Soriano, A Bola não entra por acaso.
    Analisando o Benfica, o nível de jogo foi fraco, a defesa medíocre e os Ases (Gaitán e Jonas) não estiveram em dia sim. À 8.ª jornada os encarnados ocupam o oitavo lugar, a 8 pontos do 1.º lugar, embora com 1 jogo a menos (com +3pts o Benfica estaria na última posição do pódio). No entanto, o raio-X que se faz a este Benfica 2015/ 16 mantém-se igual àquele que já fazíamos em Agosto, acrescentando alguns pormenores específicos de hoje:
- Sílvio, Eliseu e André Almeida (a médio) não são jogadores com nível para um Clássico, ou para titulares do Benfica em jogos grandes;
- Gaitán passou a maior parte do tempo deste derby no flanco direito (clara opção e ordem de Rui Vitória), quando tem sido o principal desequilibrador sempre na sua posição de raíz, e tendo o adversário no seu lateral-direito um dos pontos mais permeáveis. Difícil de compreender;
- O 4-4-2 deste Benfica - que ganhou a Atlético Madrid, mas perdeu com Sporting (2x) e Porto - exige um médio capaz de "queimar" linhas (só Renato Sanches tem esse perfil na Luz). O modelo e a ideia de jogo (qual? Bola no Gaitán e logo se vê?) resultavam com Jonas-Lima, mas faz alguma confusão ver o duo Almeida-Samaris a ser dominado por William-Adrien-J.Mário, tendo o Benfica jogadores como Cristante, Renato Sanches, Pizzi (nunca jogou como 3.º médio ou como interior direito, as posições em que de facto rende) e podendo há muito trabalhar alternativas inteligentes para melhor potenciar as características do plantel actual e também de vários elementos que serão lançados a médio-longo prazo;
- Rui Vitória lançou Fejsa, depois Pizzi (tirando Fejsa, diminuído fisicamente) e finalmente Mitroglou. Curioso que com a entrada de Fejsa tenha sido André Almeida o lateral-esquerdo, mantendo-se Sílvio na direita, quando Almeida é o melhor DD depois de Semedo, e Sílvio rende mais na esquerda do que na direita.


Barba Por Fazer do Jogo: 
João Mário (Sporting)
Outros Destaques: 
Paulo Oliveira, William, Adrien, Bryan Ruiz

24 de outubro de 2015

Crítica: The End of the Tour

Realizador: James Ponsoldt
Argumento: Donald Margulies, David Lipsky
Elenco: Jason Segel, Jesse Eisenberg, Anna Chlumsky, Joan Cusack, Mamie Gummer
Classificação IMDb: 7.3 | Metascore: 82 | RottenTomatoes: 91%
Classificação Barba Por Fazer: 81

    Se pensarmos em Jason Segel e Jesse Eisenberg juntos, a tendência seria imaginar que o motivo da união seria uma comédia. Mas não. Tal como James Franco e Jonah Hill fizeram há alguns meses com 'True Story', o actor de Freaks and Geeks How I Met Your Mother juntou-se ao Mark Zuckerberg do grande ecrã para um drama, uma viagem à mente de um dos escritores norte-americanos mais marcantes nos anos 90 - David Foster Wallace.
    Em 1996, Foster Wallace publicou a sua instantaneamente aclamada obra-prima Infinite Jest. Na altura, o escritor/ jornalista da Rolling Stone, David Lipsky, teve a oportunidade de o entrevistar durante 5 dias. Esse é o conteúdo de 'The End of the Tour'.
    Ponto prévio: 'The End of the Tour' não é para toda a gente. Não é para todos os feitios, nem para todos os momentos, nem é para aqueles que exigem que o filme os conquiste. Tem um ritmo lento, mais tenso na segunda metade, mas o foco é sempre um só - o diálogo. É quase filosofia, opondo duas mentes interessantes, esclarecidas, ambiciosas, capazes de se ligar rapidamente graças a várias semelhanças e interesses partilhados, e de desconstruir o Homem e a sociedade. Steve Golin e a sua produtora Anonymous Content participaram na produção do filme - um selo de qualidade considerando a restrita gama de filmes/ séries a que a Anonymous se associa, entre os quais constam 'Mr. Robot', 'True Detective', 'Eternal Sunshine of the Spotless Mind', e dois dos favoritos a nomeações este ano, 'The Revenant' e 'Spotlight'.

    Jesse Eisenberg é David Lipsky, Jason Segel é David Foster Wallace. Quando passamos os olhos sobre todos os trabalhos do popularmente reconhecido como Marshall Eriksen, vemos um actor afável, geralmente cómico, mas parecendo vestir em várias ocasiões a mesma personagem. Talvez 'Jeff, Who Lives at Home' tenha sido uma excepção, mas o tom sério (algo que não significa um papel melhor, embora neste caso seja, ou mais exigente) e o peso da personalidade "transformam" verdadeiramente Jason Segel. O lenço estilo Axl Rose, os óculos e o cabelo comprido ajudam a demarcar Segel de Foster Wallace, com o actor - que carrega o filme, até porque tudo gira à sua volta - a surpreender.
    Há várias conclusões que se retiram de 'The End of the Tour'. Primeiro sobre o realizador James Ponsoldt. Ainda a dar os primeiros passos, e depois de ter sido bastante elogiado por 'The Spectacular Now', começa a ser evidente aquilo que o guia - as relações humanas, o que nos preocupa e provoca dúvidas. Existenciais ou não. Podemos considerá-lo de certa forma um Richard Linklater mais jovem, igualmente despreocupado com questões comerciais, mergulhando fundo nos diálogos (a boa e fundamental química de Segel e Eisenberg é mesmo assim um embrião ao lado do que Ethan Hawke e Julie Delpy têm a capacidade de fazer juntos nos filmes de Linklater), mas diferenciando-se pelo facto de Ponsoldt não escrever aquilo que realiza. Outra conclusão é a de que 'The End of the Tour' não é obrigatoriamente um retrato fiel de David Foster Wallace. Mas também não pretende sê-lo. O filme originou alguma polémica por pessoas próximas do falecido escritor entenderem que o filme passa uma ideia totalmente errada do que ele era. No entanto, há duas possíveis defesas: o filme baseia-se no livro que Lipsky escreveu sobre a entrevista que fez a DFW e, como tal, tem uma percepção enviesada no momento em que mostra a visão de alguém que privou apenas 5 dias com ele. O que não significa que Lipsky tenha "lido" mal o escritor de Infinite Jest. Um dos pontos-chave levantados pelo filme é precisamente na dinâmica entrevistador-entrevistado a capacidade que ambos têm de pintar o quadro ao seu gosto, podendo Foster Wallace oferecer uma persona e não o seu verdadeiro eu.

     'The End of the Tour' é, com maior ou menor fiabilidade, uma homenagem a um homem de mente complexa e criativa, falecido em 2008 ao suicidar-se, tendo o seu pai dito que David Foster Wallace sofrera de várias crises de depressão durante mais de 20 anos. Jesse Eisenberg e Jason Segel, lado a lado e frente a frente, equilibram-se e servem ambos o mesmo propósito: explorar camada a camada David Foster Wallace, capaz de apresentar a maior das vulnerabilidades e modéstia, e logo depois um carisma e eloquência de nos levar a ler um livro com mais de mil páginas.
    No fim, ficamos sem saber verdadeiramente a natureza da pessoa, mas passamos a conhecer um pouco da cabeça do escritor. Jason Segel estará na corrida para ser nomeado para Melhor Actor Secundário, embora esteja longe de ser certo que consiga aparecer nos 5 porque nestes Óscares 2016 as categorias secundárias de interpretação parecem mais lotadas que nunca.

22 de outubro de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 10

Este fim-de-semana chegamos à dezena de jornadas na Premier League, e o menu tem muita qualidade. Jogos carregados de tradição e rivalidade, e outros que colocam frente-a-frente equipas em forma, da 1.ª metade da tabela.
    O prato forte é indiscutível - o derby de Manchester. Old Trafford, 14:05 de Domingo, será palco de mais um capítulo na rivalidade entre United e City, actuais 3. e 1.º classificado respectivamente. A equipa de van Gaal pode-se considerar sortuda ao não ter pela frente Agüero e Silva, embora De Bruyne, Sterling, Navas, Yaya e Bony tenham qualidade para desbloquear o jogo a qualquer instante. Neste United-City 3 factores serão determinantes para o resultado: a capacidade individual de De Bruyne e Sterling, a opção táctica de van Gaal (chamar Depay e jogar com Rooney+Martial, ou optar por uma alternativa que tornará o jogo mais "amarrado" com Martial na esquerda, e um miolo com Schweinsteiger, Schneiderlin e Ander Herrera) e a "disposição" de Yaya Touré. O costa-marfinense desaparece em alguns jogos grandes, mas se estiver em dia sim, é capaz de carregar animicamente a equipa. Haverá ainda o derby entre Sunderland e Newcastle, e outros grandes jogos - West Ham-Chelsea, Liverpool-Southampton, Leicester-Crystal Palace e Arsenal-Everton. Uma jornada em cheio!
    Olhando para a jornada 9, embora nós tenhamos recomendando aqui no Barba Por Fazer o holandês Georginio Wijnaldum nos nossos 5 possíveis destaques, ninguém no seu perfeito juízo acharia possível o médio do Newcastle igualar o número de pontos de Agüero na ronda anterior (25). No Newcastle-Norwich, Wijnaldum fez um póker, e é cada vez mais um jogador para comprar já ou manter na watchlist. A jornada foi de Wijnaldum, mas também Sterling esteve em grande - 3 golos contra o Bournemouth, num jogo em que Wilfried Bony também brilhou (2 golos e 1 assistência). Vardy voltou a deslumbrar e conta já 9 golos em 9 jogos, e de resto também Sissoko, Ander Herrera, Lanzini, Smalling e Bellerín tiveram uma boa jornada.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Não incluímos abaixo Alexis Sánchez, até para variar um pouco, embora seja juntamente com Vardy a opção mais segura para capitão; e para não repetir caras da semana passada, Wijnaldum também não surge neste quinteto. Assim, olhando para a 10.ª jornada, atenção a:

Jamie Vardy - Leicester City - 7.0
    5-1-5-8-6-6-12-9-13. É esta a sequência pontual de Jamie Vardy ao longo de nove jornadas de Premier League. O avançado inglês, figura mais regular do Leicester depois da explosão inicial de Mahrez, só perde para Dimitri Payet em termos de pontos, e ninguém tem mais golos que ele - 9 jogos, 9 golos. Simples. Tendo já bisado contra Arsenal e Southampton, o momento de forma de Vardy é impressionante - 6 jogos seguidos a marcar, e em 9 jogos só por duas vezes ficou em branco, tendo numa dessas partidas feito uma assistência.
    Nesta 10.ª jornada o Leicester City recebe o Crystal Palace, prevendo-se um jogo equilibrado. Em casa o Leicester costuma transcender-se, e embora sofra sempre golos e arranque mal (quase sempre são os seus adversários a ganhar vantagem no resultado, ultimamente), será importante se Ranieri voltar a dar a titularidade a Riyad Mahrez (6.5). Com Mahrez e Vardy em campo - dois jogadores que já valorizaram 1.0 no Fantasy nestas 10 jornadas - em simultâneo, toda a equipa rende mais.


Mesut Özil - Arsenal - 8.4
    Todos os holofotes têm recaído sobre o chileno Alexis Sánchez. Com justiça. O extremo do Arsenal é o jogador em melhor forma, com 20-16-10 nos últimos três jogos, e as odds para ser o Jogador do Ano em Inglaterra são-lhe incrivelmente favoráveis nesta altura. No entanto, olhando além do óbvio, Mesut Özil tem sido o sidekick do chileno e um dos principais obreiros do incrível momento dos gunners pós-derrota com o Chelsea.
    O alemão, exímio no passe e na decisão, parece confortável com a sua posição na dinâmica a três com Walcott e Alexis Sánchez, e depois de contra o Leicester fazer 1 assistência, brilhou contra Manchester United e Watford com 1 golo e 1 assistência no primeiro jogo, e 2 assistências no último. E a isto poderíamos juntar ainda o seu golo na vitória diante do Bayern, claro catalisador para este mês do Arsenal. Özil é, aliás, um dos 2 jogadores com mais assistências na Premier (6), em conjunto com David Silva, deixando Hoolahan, Mané e Pellé a partilharem a segunda linha.
    Contra o Everton, o Arsenal é super-favorito por jogar em casa, mas não tendo Ramsey, Wenger terá que optar por uma de duas situações: lançar Giroud no onze, ou substituir Ramsey por Chamberlain. A segunda opção seria melhor, porque Sánchez, Özil e Walcott têm que jogar onde e como têm feito recentemente.


Harry Kane - Tottenham - 9.2
    Em 2014/ 15 marcou 21 golos. Ao fim de 9 jornadas tem tantos golos marcados como auto-golos: um. A época dos spurs está a ser decente (7.º lugar) mas o destaque tem sido essencialmente a consistência defensiva. Na frente, a equipa melhorou quando Eriksen voltou de lesão, mas Kane tem estado muito longe daquela forma imparável da temporada passada.
    A deslocação ao terreno do Bournemouth, uma equipa cuja defesa poderá dar-se mal com as características de Kane, pode ser uma boa oportunidade de redenção para o avançado inglês. É um pouco surpreendente que ainda haja mais de 15% de jogadores de Fantasy com Kane nas suas equipas, mas desta vez talvez compense.    


Sadio Mané - Southampton - 7.9
    E se a estreia de Klopp em casa, no mágico ambiente de Anfield, tiver como destaque.. Sadio Mané? O Liverpool apresentou-se contra o Tottenham num 4-2-3-1, alcançando um empate a zeros no qual o principal destaque foi Mignolet. Não foi a estreia de sonho para Klopp, mas pouco mais podia fazer com Sturridge a ser baixa de última hora.
    Klopp precisa da injecção de qualidade que Benteke e Firmino poderão dar à equipa, enquanto que a situação física de Sturridge deve ser monitorizada com cuidado. De qualquer forma, com a equipa na sua plenitude ou não, pela frente estará um Southampton que não tem nada a perder. Os saints, que têm 13 pontos como o Liverpool, desperdiçaram 2 pontos na recepção ao Leicester, mas quererão surpreender num palco especial. Pellè, Mané e Tadic são as figuras que merecem especial atenção do Liverpool, mas é impossível ignorar a qualidade e o impacto que Sadio Mané normalmente tem nos jogos grandes: veja-se esta época, 2 assistências contra Manchester United; 1 golo e 1 assistência em casa do Chelsea.
    Confiamos numa vitória do Liverpool, numa comunhão perfeita entre a equipa e o público graças ao efeito Klopp. Mas é possível que Mané ainda assuste uma equipa que só por uma vez conseguiu uma clean sheet em casa (no tempo de Rodgers, é certo).


Nathan Redmond - Norwich - 5.6
    O gás inicial do Norwich, com um arranque interessante, parece estar a esgotar-se. A equipa de Alex Neil não conhece o sabor da vitória há mais de um mês, perdeu os últimos dois jogos, o último dos quais por 6-2 (!). Tratando-se a recepção ao West Brom do jogo que antecede uma sequência horrível (City, Swansea, Chelsea, Arsenal, Watford, Everton, M. United, Tottenham), será fundamental que a equipa verde e amarela recupere da goleada e garanta 3 pontos importantes.
    O avançado Mbokani marcou nos últimos dois jogos, a equipa baixou quando Hoolahan deixou de render tanto, e no meio de tudo isto acreditamos que o jovem Nathan Redmond possa voltar a cumprir o seu papel. O extremo inglês, presente no Europeu de Sub-21 da República Checa, leva já 4 golos e 1 assistência. Se há alguém capaz de desequilibrar um West Brom seguro defensivamente (5 clean sheets) é ele.


Outras Opções:
- Guarda-Redes: Jornadas com grandes jogos normalmente são mais difíceis de apontar destaques defensivos. Na ronda anterior 7 equipas (Liverpool, Tottenham, WBA, Manchester United, Chelsea, Arsenal e Stoke) conseguiram clean sheet. Desse lote, apostaríamos no Arsenal e no Stoke como os emblemas mais prováveis de não sofrerem golos nesta jornada também. Assim, Petr Cech (5.6) e Jack Butland (4.5) são opções minimamente sensatas, embora acreditemos que Lukasz Fabianski (5.0) também é capaz de liderar uma defesa do Swansea em casa dum Aston Villa que não é propriamente incrível no ataque.

- Defesas: Na defesa, pomos Héctor Bellerín (5.8) à frente de todos os outros. O lateral-direito do Arsenal não tem dado hipóteses a Debuchy, e tem-se apresentado como um dos melhores laterais-direitos do futebol europeu neste começo de 2015-16. O Everton até pode marcar ao Arsenal, mas mesmo assim Bellerín pode sempre fazer uma assistência, participando na avalanche ofensiva do Arsenal. Depois, Toby Alderweireld (5.2) tem estado em boa forma, e Martin Olsson (4.4) vem de 2 assistências contra o Newcastle, jogo em que, no entanto, sofreu 6 golos. Laurent Koscielny, Ashley Williams, Daryl Janmaat e Erik Pieters são também jogadores a considerar, e temos bastante curiosidade para ver o desempenho dos defesas no derby de Manchester.

- Médios: Apostando em 5 jogadores para esta jornada escolheríamos Alexis Sánchez, Özil, Georginio Wijnaldum (6.9), Mahrez e Dimitri Payet (8.2), sendo o francês porventura o jogador com mais classe na actual Premier League. No entanto, a este quinteto já acrescentámos nos nossos destaques Mané e Redmond.
    Depois, veremos se Yohan Cabaye (3 jogos seguidos a marcar) volta a fazê-lo, se Coutinho desfaz a defesa do Southampton com a sua técnica e meia distância, e no derby é muito difícil prever quem fará a diferença: De Bruyne, Mata, Sterling, Yaya, Ander Herrera ou Depay.. se jogar.

- Avançados: Falámos de Vardy e Kane nos '5 Destaques', e o que é certo é que nesta fase muitos jogadores de Fantasy optariam, se pudessem, por ter 6 médios e 2 avançados. O Norwich-WBA passará bastante pelo rendimento de Mbokani e Berahino, Bojan Krkic (5.3) é uma pechincha, num jogo em que defrontará uma equipa na qual Deeney e Ighalo têm que fazer mais, Diego Costa (11.0) não terá vida fácil no reduto de um West Ham talhado para defrontar grandes e, por fim, o derby - será Rooney a brilhar contra a equipa à qual marcou o melhor golo da sua carreira? Será Bony a fazer esquecer Agüero? Ou será o menino Martial a mascarar-se de Henry?

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11 (3-5-2): Fabianski; Bellerín, Alderweireld, Olsson; Özil, Wijnaldum, Sánchez, Mahrez, Payet; Kane, Vardy

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Aston Villa v Swansea - André Ayew; Rudy Gestede
Leicester City v Crystal Palace - Jamie Vardy; Yohan Cabaye
Norwich v West Brom - Nathan Redmond; Dieumerci Mbokani
Stoke v Watford - Bojan Krkic; Jack Butland
West Ham v Chelsea - Dimitri Payet; Diego Costa
Arsenal v Everton - Alexis Sánchez; Mesut Özil
Sunderland v Newcastle - Georginio Wijnaldum; Fabio Borini
Bournemouth v Tottenham - Harry Kane; Matt Ritchie
Manchester United v Manchester City - Kevin De Bruyne; Anthony Martial
Liverpool v Southampton - Sadio Mané; Philippe Coutinho

19 de outubro de 2015

Portugal: Quem levar ao Euro 2016 e aos Jogos Olímpicos?

Há muito tempo que as Selecções de Portugal não viviam um período tão bom. A pragmática e tranquila qualificação para o Europeu de França, com Fernando Santos no comando das operações, traduz o estado actual do nosso futebol - finalmente pensado a médio, longo-prazo, com sangue novo e um futuro prometedor.
    Se puxarmos a cassete atrás, em 2000 tivemos uma Geração de Ouro, em 2004 um cruzamento de gerações que - conjugado com a espinha dorsal dum Porto campeão europeu - nos deixou pertíssimo da conquista de uma grande competição internacional, mas nunca como agora se viu os vários escalões da Selecção pensados de forma sustentada e sustentável.
    Neste Verão, os nossos Sub-21 perderam uma final nas grandes penalidades, e os Sub-20 (com obrigação e potencial para fazer mais) fizeram boa figura na Nova Zelândia. Fernando Santos, castigado, pegou na nossa Selecção a 24 de Setembro de 2014 e, daí para cá, é o que se sabe - 7 vitórias consecutivas em jogos oficiais e um bilhete garantido com sete pontos de avanço sobre o 2.º classificado, podendo agora assistir ao play-off na televisão. Contrariamente ao seu antecessor, Fernando Santos teve a capacidade de não excluir ninguém à partida (recuperou Tiago ou Ricardo Carvalho, por exemplo) e passou a convocar premiando o rendimento nos clubes, rejuvenescendo a Selecção (estreou Bernardo Silva, Raphael Guerreiro, André André, João Mário, Cédric, Nélson Semedo, Adrien, entre outros), conciliando essa meritocracia com a edificação de uma estrutura-base. O melhor exemplo para se perceber as diferenças entre Bento e Santos é olhar para a zona nuclear do campo - se com Paulo Bento o trio era impreterivelmente constituído por Veloso, Meireles e Moutinho, com Fernando Santos opções não faltam - Tiago, William Carvalho, Danilo Pereira, Moutinho, João Mário, André Gomes, André André, Adrien, e podíamos continuar..

    Posto isto, Portugal começa em Junho a sua prestação no Euro-2016, competição alargada, resultando daí mais uma eliminatória (oitavos-de-final), num país com elevada representação de emigrantes. Dois meses depois, começam os Jogos Olímpicos num país irmão de Portugal, o Brasil, e os nossos Sub-23 terão uma palavra a dizer na luta pelas medalhas de ouro.
    O calendário competitivo de Euro e JO é compatível, o que pode levar a que alguns jogadores até participem em ambas as provas. No entanto, e para reforçar as difíceis escolhas que Fernando Santos e Rui Jorge têm pela frente, o exercício que abaixo propomos é: reflectir sobre os 23 convocados para cada competição, sem repetir elementos. 

Euro 2016

Tendo em conta as convocatórias de Fernando Santos, os 23 que nos irão representar em França não andarão muito longe da solução apresentada abaixo.


    Na baliza, Rui Patrício é absolutamente indiscutível. Embora Beto pareça ser o nosso nº 2, a verdade é que Anthony Lopes até tem a presença na convocatória final mais segura porque fará toda a época a titular no Lyon, enquanto que Beto terá que roubar a baliza a Rico no Sevilha. O antigo guarda-redes do Porto e do Leixões é um elemento importante no balneário, mas caso esteja lesionado ou com pouca rotação, poderá acontecer o seleccionador optar por alguém entre Eduardo, Ventura ou Marafona.

    Na defesa, as dúvidas começam a ser maiores. Comecemos por onde há mais certezas - o centro. Pepe e Ricardo Carvalho vão ser a dupla titular de Portugal, acompanhados na convocatória por José Fonte e Bruno Alves. Curiosamente, o central do Southampton até parece ser o 4.º central, embora se apresente actualmente num patamar bem acima de Bruno Alves. Paulo Oliveira ou Daniel Carriço são dois exemplos de centrais que podem criar dúvidas ao seleccionador, que até poderá só levar 3 centrais contando que nomeadamente Danilo Pereira seja capaz de desempenhar a função, ganhando assim mais uma vaga no meio-campo/ ataque.
    Nas laterais a conversa é outra. Fábio Coentrão é o único jogador 100% certo. A lógica diz que para o lado direito serão chamados Cédric e Vieirinha, e para o lado esquerdo Coentrão e Eliseu. Mas pode não ser bem assim. Do lado esquerdo há Raphael Guerreiro, e importa manter um olhar atento em relação às exibições de Ricardo Pereira adaptado ao lugar no Nice. Com Raphael, à imagem do que Vieirinha oferece do lado oposto, Fernando Santos ganharia maior versatilidade táctica, e teria 3 dos 4 laterais capazes de fazer mais do que uma posição. Isto porque Coentrão pode ser extremo, pode ser interior, pode ser quase tudo.
    No lado direito a situação é bastante curiosa. Há pouco tempo atrás, fruto do conservadorismo de Paulo Bento, parecia que só existia a opção João Pereira. Hoje, vemos a posição de lateral-direito muitíssimo disputada: entre Cédric, Vieirinha, Nélson Semedo, Bosingwa e João Cancelo, só 2 irão ao Euro. Neste momento arriscamos que Cédric e Vieirinha seriam os convocados, mas caso Nélson Semedo exiba em 2016 o nível que estava a apresentar até se lesionar, poderá muito bem ser ele um dos escolhidos. Algo que fica reforçado pela necessidade de, no esquema de Fernando Santos, os laterais criarem desequilíbrios.

    O meio-campo é a (boa) dor de cabeça do seleccionador. As opções são muitas, e muito boas. E por isso mesmo imaginamos que será o rendimento apresentado ao longo da época nos clubes a fazer a diferença no dia do anúncio dos 23 eleitos. Uma coisa é certa, João Moutinho e Tiago são aqueles que podem estar mais tranquilos, porque só uma lesão os pode tirar de França. Fernando Santos deve convocar 6 ou 7 médios. Como tal, para além de Moutinho e Tiago, os nomes mais consensuais parecem ser neste momento os de William Carvalho, Danilo Pereira, André André, André Gomes e Bernardo Silva. É improvável que entre William e Danilo, embora tendo algumas semelhanças, algum fique de fora; se André André continuar a carregar o Porto acabará por relegar João Mário para os Sub-23; o facto de Bernardo poder contar como um dos extremos pode abrir vaga para mais um médio (Rúben Neves?). E na Selecção ninguém irá ignorar a qualidade que André Gomes tende a apresentar sempre nos grandes jogos e nos grandes momentos.

    Por fim, o ataque. Cristiano Ronaldo é Cristiano Ronaldo (agora com uma ideia de jogo bem construída à sua volta e que não se desequilibra para o poupar/ fazer render), Nani será sempre chamado, e parece-nos que Ricardo Quaresma acaba por ser nesta fase o 3.º mais indiscutível considerando a importância que teve na qualificação. Com Fernando Santos, Quaresma é um joker para lançar no decorrer dos jogos, e o extremo do Besiktas convive actualmente bem com essa função. Assim, e embora Bernardo Silva possa também ser incluído nas contas como "avançado" e não no lote de médios, as vagas à partida destinadas a Danny e Éder são aquelas que merecerão maior discussão e reflexão. Nenhum aproveitou propriamente as oportunidades concedidas (Danny jogou bem na Sérvia, mas fez muito pouco nas várias chances a titular que teve com FS), o que poderá permitir a elementos mais jovens serem uma cartada imprevisível de Fernando Santos. Cremos que se o Porto emprestar André Silva em Janeiro, o avançado do Porto não teria dificuldades em obrigar Fernando Santos a chamá-lo em vez de Éder, e veremos se Gonçalo Guedes não atira Danny para fora do Euro 2016.

    Basicamente, para além daqueles 23 acima apresentados, que seriam possivelmente as actuais escolhas do seleccionador, mas que não achamos que será o conjunto final, pode haver uma certa injecção de juventude. Chamar Nélson Semedo em vez de um dos laterais, fazer de Rúben Neves o benjamin da Selecção, preferir Raphael Guerreiro a Eliseu, optar pelas características diferenciadoras de João Mário, e arriscar em Guedes e André Silva são algumas opções que não serão de todo descabidas.
    
    Perto do Euro 2016 faremos, como fizemos na antevisão do Mundial 2014, um artigo com os nossos convocados de Portugal. Neste momento passariam por: Rui Patrício, Beto, Anthony Lopes; Nélson Semedo, Vieirinha; Pepe, José Fonte, Ricardo Carvalho, Bruno Alves; Fábio Coentrão, Raphael Guerreiro; Tiago, William Carvalho, Danilo Pereira, André André, João Moutinho, Rúben Neves, André Gomes; Bernardo Silva, Nani, Cristiano Ronaldo, Ricardo Quaresma, André Silva.


Jogos Olímpicos

Prever os convocados de Rui Jorge para os JO é bastante mais difícil. Primeiro, porque dependerão de certa forma dos convocados para o Euro 2016 - alguns jogadores que fiquem "à porta" da convocatória final, acabarão por ter no Brasil o seu prémio de época. Depois, Rui Jorge enfrentará uma dúvida: privilegiar a estrutura da geração de Sub-21 actual, que trabalhará pontualmente em conjunto até lá, ou premiar a geração de Sub-21 que chegou à final do Europeu e que garantiu o acesso ao certame do Brasil. O resultado final será, provavelmente, uma mistura das duas teses, uma vez que Portugal não trabalhará uma equipa como por exemplo o Brasil até ao começo da competição.


A solução apresentada acima é ainda mais hipotética, e visa apenas demonstrar a capacidade que Portugal terá de - sem repetir elementos - apresentar duas Selecções fortes e com elevadas ambições tanto no Euro 2016 como nos Jogos Olímpicos.
    Embora jogadores como Nélson Semedo, Raphael Guerreiro, João Mário, Rúben Neves e Gonçalo Guedes (principalmente esses) tenham legítimas aspirações de ir a França, os que não forem convocados certamente acabarão sob a asa de Rui Jorge. Nestes 23, vemos 15 jogadores que estiveram presentes na República Checa no Europeu de Sub-21. As oito diferenças prendem-se com André Moreira, Nélson Semedo, Rúben Vezo, Bruno Fernandes, Adrien, Bruma, Gonçalo Guedes e Gelson Martins nos lugares de Daniel Fernandes, João Cancelo, Frederico Venâncio, William Carvalho, Bernardo Silva, Tozé, Iuri Medeiros e Carlos Mané.
    
    Como muitos saberão, Portugal pode levar 3 jogadores acima de 23 anos. Sinceramente, não é assim tão certo que Rui Jorge irá usufruir desse suposto "trunfo". Jogadores como Éder ou, principalmente, Adrien Silva, teriam a capacidade e a mentalidade para integrar de forma profissional e dedicada esta geração, mas muito dependerá dos jogadores que "morrerem" nos pré-convocados de Fernando Santos. Por exemplo: se FS chamar Nélson Semedo e Vieirinha, Cédric será provavelmente um dos +23 nos Jogos Olímpicos, mesmo havendo ainda Esgaio e Cancelo.
    
    Estamos numa fase ainda muito precoce, mas com uma boa dose de futurologia e seguindo o raciocínio daqueles que seriam os nossos 23 convocados para o Euro, e não o cenário aparentemente mais provável neste momento, chamaríamos com os indicadores actuais aos Jogos Olímpicos: José Sá, André Moreira, Bruno Varela; Cédric, Pedro Pereira, Paulo Oliveira, Tiago Ilori, Tobias Figueiredo, Rúben Vezo, João Cancelo, Ricardo Pereira; Sérgio Oliveira, Bruno Fernandes, João Mário, Rony Lopes, Adrien, Rafa; Ricardo Horta, Bruma, Gonçalo Guedes, Gelson Martins, Ivan Cavaleiro, Éder.


Poucas dúvidas restam. Portugal tem tudo para sonhar e marcar tanto o Euro 2016 como os Jogos Olímpicos com uma prestação positiva!

18 de outubro de 2015

Crítica: Beasts of No Nation

Realizador: Cary Joji Fukunaga
Argumento: Cary Joji Fukunaga, Uzodinma Iweala
Elenco: Idris Elba, Abraham Attah, Ama K. Abebrese, Emmanuel Nii Adom Quaye
Classificação IMDb: 7.8 | Metascore: 79 | RottenTomatoes: 92%
Classificação Barba Por Fazer: 84

Aquele que era um dos filmes para o qual tínhamos maiores expectativas na recta final de 2015, é tudo o que se podia esperar e desejar. Cary Fukunaga a dar o passo certo depois de 'True Detective', Idris Elba a elevar o filme para um patamar de excelência e o jovem Abraham Attah a ser uma verdadeira revelação. Mas vamos por partes.
    Quando a Netflix comprou os direitos de distribuição de 'Beasts of No Nation' deu o passo que faltava para se tornar uma referência em termos de oferta cultural e promoção dos melhores projectos. Tendo já várias séries originais, era isto que faltava - um filme Netflix, capaz de agitar as águas e a própria mecânica do consumo cinematográfico. A "ousadia" da Netflix originou polémica, e um boicote por parte de algumas distribuidoras, desagradadas com o facto da Netflix também integrar o filme na sua grelha de subscrição de video-on-demand.
    'Beasts of No Nation' é um grande filme. Dito de forma simples. Um daqueles que merece tudo de bom.
   O projecto realizado e escrito para o cinema por Cary Joji Fukunaga, a adaptar a obra que Uzodinma Iweala escreveu acabadinho de sair de Harvard, é extremamente completo, explora uma terrível realidade sob a perspectiva certa, tudo com uma dimensão visual impressionante. Mérito de Fukunaga, a conciliar ele próprio a Realização e Fotografia.
    Num país africano não identificado, a guerra civil e as confusões entre rebeldes e a força armada governamental tira a família ao jovem Agu (Abraham Attah), que consegue fugir. Sozinho, Agu acaba capturado pelos rebeldes mercenários da NDF, liderados pelo Commandant (Idris Elba), e é treinado como criança-soldado. Um dos pontos fortes de 'Beasts' é o facto de Fukunaga conseguir que a guerra seja sempre percepcionada e oferecida aos espectadores através do olhar - progressivamente menos inocente - de uma criança, visão de Agu e do seu amigo que nunca fala, Strika (Emmanuel Nii Adom Quaye).
    Há muitos pormenores que impressionam, que tornam 'Beasts of No Nation' uma obra-prima graças ao seu resultado conjunto. Tem a capacidade de abordar a realidade trágica sem medo e tabus como, por exemplo, 'Cidade de Deus', e carrega uma aura semelhante à de 'Blood Diamond' na paisagem e em parte no tema, embora transmita (e ainda bem, neste caso e para o efeito) uma menor mensagem de esperança. Despindo 'Beasts' nas suas várias camadas, comecemos por Fukunaga. Aos 38 anos já é indiscutível que o realizador norte-americano de raízes nipónicas é um dos mais promissores e talentosos jovens realizadores da actualidade, uma certeza para os próximos anos. Realizou 'Sin Nombre' e 'Jane Eyre', explodiu em termos de notoriedade ao realizar a 1.ª temporada de 'True Detective', e agora dá o passo seguinte certo ao confirmar o seu valor numa aposta pessoal e na qual volta a deixar a sua forte impressão e assinatura: novamente algumas cenas longas sem parar de filmar e cheias de adrenalina, homenageando o património natural de África e eternizando o filme através da simplicidade de uma adulteração cromática em tons de magenta.
    Mas, a reforçar o trabalho do realizador, há um elenco fantástico. De uma honestidade e autenticidade no ecrã que nos faz duvidar se estamos a ver um filme ou filmagens de um cenário de guerra verdadeiro, algo a destacar por tratar-se da estreia para muitos dos actores. Idris Elba, que apenas conhecemos por Commandant, um líder carismático, egoísta e ganancioso, manipulador (These are the ones that killed your father), corrosivo, falsa figura paternal, consegue uma interpretação poderosa como nunca antes tinha tido no Cinema, mas sim ao nível dos seus melhores trabalhos num par de séries televisivas. Em condições normais, pelo menos a nomeação para Melhor Actor Secundário deve estar garantida nos Óscares 2016.
    No entanto, embora Elba seja uma das bandeiras do filme com a sua pronúncia mudada, quem vê 'Beasts of No Nation' tem uma verdadeira revelação: Abraham Attah. Em 2013 muito se falou em Barkhad Abdi (inclusive nomeado para óscar por 'Captain Phillips'), mas Attah sim merece todo o reconhecimento porque é um case study muito mais acentuado - o casting de 'Beasts of No Nation' descobriu potencial num rapaz que estava a jogar à bola nas ruas do Gana e Abraham Attah, na pele de Agu, é "só" um dos melhores desempenhos de uma criança nos últimos anos largos de Cinema. Extraordinário olhar para ele no começo do filme, de sorriso aberto e a tentar vender as Imagination TV, e vê-lo nos últimos segundos de filme - 2 horas e 17 minutos (duração adequada, porque neste caso nada é acessório, e o tempo joga a favor da metamorfose) depois - retraído, a dizer-nos que não quer ser julgado como uma besta, um diabo, e a recordar-nos que em tempos já teve uma mãe, um pai, uma família.
 
    Confiem, 'Beasts of No Nation' pertence à nata de grandes filmes em clima de guerra. Oxalá a Academia seja capaz de avaliar 'Beasts' pelo que o filme é, pondo de parte polémicas e o facto de fugir à dinâmica normal de consumo cinéfilo. Fukunaga, Elba, Attah - três excelentes razões para verem a inocência desaparecer à frente dos vossos olhos num filme, numa palavra, poderoso.

16 de outubro de 2015

Dicas Fantasy Premier League - Jornada 9

Aí vem a Premier League. Depois de 2 semanas de interrupção para se jogarem os jogos internacionais das Selecções, uma espécie de Survivor tendo em conta as inúmeras vítimas provocadas, o principal escalão do futebol inglês retoma a normalidade. Este intervalo trouxe más notícias para o Manchester City, e boas notícias para o Liverpool. Os citizens perderam a dupla David Silva e Kun Agüero (um azar tremendo, logo depois da sua mítica jornada 8), enquanto que o Liverpool rescindiu com Brendan Rodgers, tendo agora o entusiasmante Jürgen Klopp a comandar a equipa de Anfield.
    A estreia do treinador alemão, um dos nossos preferidos da actualidade, abre a jornada num Tottenham-Liverpool ao qual os spurs chegam em melhor momento, embora apenas com mais 1 ponto que o seu adversário, podendo no entanto haver efeito da Vitamina K. O jogo das 12:45 de Sábado é o principal destaque desta 9.ª jornada, mas o Everton-Manchester United, o Crystal Palace-West Ham e o Southampton-Leicester reúnem todos ingredientes suficientemente fortes para entreterem os espectadores.
    Há duas semanas a jornada 8 acabou por ser uma jornada "fácil", na medida em que os jogadores mais cotados pontuaram (e bem). Sergio Agüero estabeleceu um novo máximo individual com os seus 25 pontos contra o Newcastle - 5 golos em 20 minutos. Melhor, só Lewandowski. Alexis Sánchez, uma semana depois de fazer 20 pontos contra o Leicester, chegou aos 16 pts na recepção ao Manchester United, um 3-0 relativamente surpreendente no qual Alexis, Özil (13 pts) e Walcott semearam o terror. Com 15 pontos, De Bruyne e Eriksen foram destaques, tal como Pellè e Cabaye, com 14.
(Podem-se juntar à Liga Barba Por Fazer: Código - 114493-481221)

Não incluímos abaixo Alexis Sánchez, mantendo a regra de não recomendar um jogador duas jornadas consecutivas, tal como não indicamos Mané ou Diego Costa para manter a abordagem de apenas um jogador por equipa nos 5 destaques. Assim, olhando para a 9.ª jornada, atenção a:

Graziano Pellè - Southampton - 8.2
    Ao fim de oito jornadas, o matador italiano do Southampton é o avançado com mais pontos do Fantasy e o 4.º jogador com melhores números, apenas suplantado por Mahrez, Payet e Alexis Sánchez. Depois de marcar 12 golos e fazer 6 assistências em 2014/ 15 (época de estreia em Inglaterra), o titular da selecção italiana contabiliza já 5 golos e 5 assistências, números bastante prometedores tendo em conta a sequência de jogos positiva que o Southampton tem pela frente. Para se ter uma ideia, o Southampton leva neste momento 13 golos, com Pellè a participar activamente (golo ou assistência) em 10 desses 13.
    A lesão de Agüero, especialmente frustrante por acontecer depois de um jogo em que o craque argentino marcou 5 golos, terá naturais consequências em muitos plantéis de Fantasy. Quem o tinha, terá que o substituir. Quem o colocou logo depois de o ver disparar 5 tiros certeiros, terá infelizmente gasto uma transferência em vão. Custando Agüero 13.3, qualquer substituto será mais barato e os candidatos imediatos são - Pellè, Diego Costa, Bony (substituto directo), Sturridge, Lukaku e Kane. Entre estes, Pellè parece-nos a melhor opção. O Southampton tem, entre as jornadas 9 e 15, apenas dois jogos complicados; e por isso mesmo o trio Pellè, Tadic e Sadio Mané (7.9) tem tudo para pontuar bem. Esta jornada há Southampton-Leicester, sendo que as raposas azuis atacam bem mas defendem mal, o que poderá levar Mané e Pellè (habitualmente mais forte em casa) a explorarem as fraquezas de um adversário no qual já se sabe que Vardy e Mahrez são peças-chave.


Kevin De Bruyne - Manchester City - 10.4
    Agüero fora de combate aproximadamente 1 mês, David Silva fora de combate por um período à partida mais curto. No City, é tempo de Bony se assumir como o goleador que era no Swansea e Vitesse, a não ser que Pellegrini prefira jogar com Sterling como falso 9, o que é menos provável. Certo é que, apesar de Agüero ser Agüero, o impacto de não ter Silva é abismal - quando o espanhol jogou esta época, o City ganhou sempre; nos 3 jogos em que Silva não jogou o City perdeu dois, marcando apenas 3 golos, enquanto que com Silva o ataque facturou por 16 vezes em 5 jogos.
    Todo este raciocínio faz de Kevin De Bruyne o elemento mais importante do Manchester City no período vindouro. O craque belga, que se adaptou às mil maravilhas, mostrou na Alemanha que gosta de ter uma equipa para levar às costas, e tendo o City um calendário acessível a médio-prazo (o United esfregará as mãos de contente caso Silva, tal como Agüero, não jogue de facto o derby) De Bruyne é uma obrigação. Quando foi titular marcou sempre, vem de uma sequência de 10-7-15, tendo no último jogo contra o Newcastle feito 1 golo (o melhor da tarde) e 2 assistências, e ao serviço da selecção manteve a pontaria afinada, marcando nos dois jogos. Curiosamente, em ambos de livre directo.


Willian - Chelsea - 6.8
    Neste momento os adversários de Chelsea e Tottenham pensarão duas vezes antes de cometerem faltas à entrada da sua grande área. Porquê? Willian e Eriksen estão letais na conversão de livres directos.
    A época do Chelsea tem sido miserável, como todos sabemos, mas se há um único jogador ao qual não se pode apontar o dedo, esse jogador é Willian. O brasileiro, sempre em alta rotação e total compromisso com a equipa, recupera bolas, transporta jogo, desequilibra, e nos últimos dois jogos pelo clube (3, caso contemos com a deslocação ao Estádio do Dragão) marcou. Junta-se a isso o seu bis no segundo jogo do Brasil nesta paragem para ser evidente o seu bom momento.
    O jogo com o Aston Villa, depois de uma pausa de 2 semanas para respirar fundo, é uma excelente oportunidade para o Chelsea se recompor. A equipa precisa que Hazard, Fàbregas, Diego Costa e Matic apresentem o nível de 14/ 15, sendo que Mourinho terá contra a equipa de Sherwood duas dúvidas: entre Oscar, Willian e Pedro 1 deverá ficar no banco (poderá até ser Willian, que recomendamos, mas seria um disparate) e com a lesão de Ivanovic ao serviço da Sérvia, ou Baba se estreia, puxando Azpilicueta para lateral-direito, ou Zouma é adaptado a lateral, mantendo-se Terry-Cahill no centro, uma dupla que voltou a não correr bem contra o Southampton.


Georginio Wijnaldum - Newcastle - 6.8
    O último classificado da Premier League tem sido uma desilusão de todo o tamanho, perdendo apenas para o Chelsea, por se tratar do campeão em título. Enquanto o rival Sunderland já usou a sua cartada habitual e anual de trocar de treinador (saiu Advocaat, entrou Sam Allardyce), o Newcastle continua com McClaren. Veremos por quanto tempo mais. Olhando para as próximas 5 jornadas, se o Newcastle tiver força para se levantar e dar um pontapé na crise, este é o momento certo.
    O Newcastle-Norwich coloca frente-a-frente uma equipa a surpreender pela negativa e outra a surpreender em sentido inverso, mas em holandês se deve decidir o jogo. Depois da Holanda não se conseguir apurar para o Euro-2016, nem garantir um lugar no Play-Off, Wijnaldum sabe que não viajará até França no próximo Verão. Por isso mesmo, e sem um certame internacional para se mostrar, o camisola 5 dos magpies terá que fazer pela vida nesta Premier League. Pela sua carreira, e pelo sucesso do Newcastle. Certo é que Wijnaldum tem qualidade mais do que suficiente para fazer a diferença no jogo deste fim-de-semana, mas seria importante que Ayoze e o até-agora-flop Mitrovic o ajudassem. Mas atenção, porque o jogo também se pode decidir em holandês mas por omissão: Tim Krul deve falhar o resto da temporada. Será que Rob Elliot consegue estar à altura?


Daniel Sturridge - Liverpool - 10.6
    "All you need is Klopp" - o espectacular, carismático, revolucionário e louco Jürgen Klopp, metendo os Beatles à mistura, deu o mote para a nova Era que se iniciou em Anfield. Um período que aguardamos com muita expectativa.
    O treinador alemão parece estar em sintonia perfeita com aquilo que é o Liverpool, com o ADN do clube, e a lógica - olhando para o futebol do Dortmund - diz que jogadores como Coutinho, Sturridge, Firmino, Milner e Emre Can podem crescer muito com o novo treinador. Benteke e Henderson serão "reforços" a médio-prazo, e jogadores como Lallana e Ibe têm agora uma boa oportunidade de complicar positivamente a vida do recém-chegado Klopp.
    Depois de Rodgers muito insistir (teimosamente) num sistema com 3 centrais, a chegada de Klopp deverá fazer com que o Liverpool opte por um 4-2-3-1 ou 4-3-3. Contra o Tottenham, uma equipa que se tem apresentado estável do ponto de vista defensivo, e que cresceu com o regresso de Eriksen, a vitamina K(lopp) será fundamental para que os jogadores se transcendam e definam um ponto de partida para algo novo, algo melhor. Ainda é preciso que Sturridge se mantenha fresco e saudável mais alguns jogos para confiarmos na sua condição física, depois de uma lesão tão longa, mas pode estar aqui o novo Aubameyang do alemão.



Outras Opções:
- Guarda-Redes: Embora esta jornada 9 seja pautada por algum equilíbrio, e vários jogos que deverão ter golos dos dois lados, há 3 guarda-redes que se destacam como boas opções. Primeiro, Boaz Myhill (4.7). O guardião do WBA já somou 4 clean sheets e tem à sua frente uma defesa sólida, embora vá defrontar um Sunderland que quererá mostrar serviço ao novo treinador.
    Joe Hart (5.7) e Asmir Begovic (5.0) são os outros dois favoritos entre os postes, embora o City tenha que demonstrar que há vida sem Silva e Agüero, e o Chelsea esteja longe de dar garantias em termos defensivos. A ausência de Ivanovic, porventura o pior jogador dos blues neste começo de época, pode ser positiva.

- Defesas: Na defesa a tendência é seguir o mesmo caminho. O super-capitão Ashley Williams (5.0), uma autêntica força da natureza, levará para o jogo com o Stoke City a motivação de ter levado o seu País de Gales ao Euro-2016. Porque os galeses são Bale e Ramsey, mas têm um grande capitão no coração da sua defesa. Para além de Williams, e de acordo com o que dissemos no sector dos guarda-redes, César Azpilicueta (6.0) e Nicolás Otamendi (6.5) são aparentemente boas opções, o primeiro porque será garantidamente titular e pode envolver-se na dinâmica ofensiva, e o segundo porque mesmo que Kompany regresse ao 11, deve manter-se. Num segundo plano, Craig Dawson (5.1), bem como o holandês Virgil van Dijk (5.5). E veremos como se dão os defesas do Arsenal com Ighalo e Deeney, e se Wenger irá ou não "rodar" em algum sector olhando para o jogo da Champions com o Bayern.

- Médios: Já mencionámos De Bruyne, Willian, Wijnaldum e Sadio Mané, pelo que jogadores como Alexis Sánchez (11.3) e Dimitri Payet (8.1) têm que ser referidos, mesmo que comecem a ser escolhas demasiado recorrentes. Os livres de Christian Eriksen (8.3), o melhor jogador de 2015 Eden Hazard (11.3), a classe de Wes Hoolahan (5.2) e Yohan Cabaye (6.5) e um senhor que ainda não caiu no esquecimento chamado Mahrez completam o lote de médios. Mas tirem notas dos médios do Liverpool, dos principais elementos do meio-campo do Swansea e dos restantes médios que farão companhia a Alexis diante do Watford. 

- Avançados: No pós-Agüero falámos acima de Pellè e Sturridge, mas importa ainda acrescentar os restantes bons candidatos a substituir Agüero -  Diego Costa (10.9), que procura apresentar o nível da época passada, e Wilfried Bony (8.2), o herdeiro directo do argentino. Se Berahino estiver apto para defrontar o Sunderland poderá ser determinante, caso contrário Steven Fletcher, depois de uma boa jornada internacional, pode ajudar a equipa agora comandada por Sam Allardyce a sorrir finalmente.
    Vardy é o melhor marcador do campeonato, Kane quer estragar a estreia a Klopp, Lukaku e Martial prometem medir forças no estádio que viu Rooney estrear-se para o futebol, e não nos chocaria que Ighalo ou Deeney complicassem a tarefa do Arsenal.


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11 (3-5-2): Myhill; Williams, Azpilicueta, Otamendi; De Bruyne, Wijnaldum, Sánchez, Mané, Willian; Pellè, Costa

Atenção a (Clássico; Diferencial):
Tottenham v Liverpool - Christian Eriksen; Daniel Sturridge
Chelsea v Aston Villa - Diego Costa; Willian
Crystal Palace v West Ham - Dimitri Payet; Yohan Cabaye
Everton v Manchester United - Romelu Lukaku; David De Gea
Manchester City v Bournemouth - Kevin De Bruyne; Wilfried Bony
Southampton v Leicester City - Graziano Pellè; Sadio Mané
West Brom v Sunderland - Saido Berahino; Steven Fletcher
Watford v Arsenal - Alexis Sánchez; Troy Deeney
Newcastle v Norwich - Georginio Wijnaldum; Wes Hoolahan
Swansea v Stoke - André Ayew; Gylfi Sigurdsson