Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

25 de fevereiro de 2013

Óscares 2013: Vencedores e muito mais

    E pumba, os óscares lá aconteceram na madrugada passada. Sem grandes surpresas no geral, a maior acabou por ser a vitória de Ang Lee como realizador (embora fosse entre ele e Spielberg). Infelizmente é relativamente fácil hoje em dia analisar o padrão de vitórias noutras entregas de prémios e, contextualizando com o passado, extrair quem vencerá, o que retira alguma emoção à coisa. Daí que tenhamos soltado um "aleluia" quando Ang Lee ganhou - não que sejamos os fãs nº 1 do realizador de Brokeback Mountain, mas apenas e só porque foi um momento que saiu 30% do "guião". Seth MacFarlane estreou-se e bastante bem. Sem dúvida que o criador do sucesso televisivo Family Guy fez um grande trabalho como anfitrião. Muitos criticaram a maneira como apresentou... Pois bem, pessoas que criticaram - tenho a dizer-vos que são pessoas chatas. O que Seth fez foi conduzir na perfeição uma cerimónia e com o extra que lhe é inerente - o humorismo. Meteu Charlize Theron e Channing Tatum a dançar e dançou com Joseph Gordon-Levitt e Daniel Radcliffe. Foi largando as suas piadas por vezes não muito politicamente correctas, contracenou com o capitão Kirk para mais um bom momento de humor e fez uma paródia ao filme Flight com... meias. Um sketch de grande qualidade diga-se de passagem. Ao longo da cerimónia manteve o excelente nível como era esperado para quem acompanha o seu trabalho (os senhores da TVI estavam às cegas), superiorizando-se aos apresentadores dos últimos anos e merecendo voltar a ser chamado para o ano. Tem humor, tem cabeça, é irónico, adequa-se à versão musical - se explorada - e pode surgir sob a forma de urso de peluche, o que é sempre uma vantagem.
    Deixemos lá aqui então a lista de vencedores deste ano, e a seguir já fazemos a devida análise:

Melhor Filme: Argo
Melhor Realizador: Ang Lee (Life of Pi)
Melhor Actor: Daniel Day-Lewis (Lincoln)
Melhor Actriz: Jennifer Lawrence (Silver Linings Playbook)
Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz (Django Unchained)
Melhor Actriz Secundária: Anne Hathaway (Les Misérables)
Melhor Argumento Original: Django Unchained
Melhor Argumento Adaptado: Argo
Melhor Direcção Artística: Lincoln
Melhor Fotografia: Life of Pi
Melhor Figurino: Anna Karenina
Melhor Montagem/ Edição: Argo
Melhor Caracterização: Les Misérables
Melhor Banda Sonora: Life of Pi
Melhor Mistura de Som: Les Misérables
Melhor Edição de Som: Zero Dark Thirty | Skyfall
Melhores Efeitos Visuais: Life of Pi
Melhor Música: "Skyfall"
Melhor Filme de Animação: Brave
Melhor Filme Estrangeiro: Amour
Melhor Documentário: Searching For Sugar Man
Melhor Curta-Metragem: Curfew
Melhor Documentário (Curta): Inocente
Melhor Curta de Animação: Paperman

    Como ontem referimos nas nossas conclusões das previsões acabou mesmo por não haver um grande vencedor nem grandes derrotados. Argo ganhou o óscar mais importante, e juntou-lhe os de melhor argumento adaptado e melhor edição e Life of Pi conseguiu ser o mais premiado juntando ao óscar de Melhor Realizador - 2.º óscar para Ang Lee, o anterior tinha sido com os cowboys das cowboyadas - a 3 "técnicos" (Fotografia, Banda Sonora e Efeitos Visuais). Um facto curioso é que foi desde 2006 que o óscar de melhor filme e melhor realizador não foram para o mesmo filme. Ano esse em que... Ang Lee também "roubou" o óscar ao galardoado para melhor filme - Crash. Bem sabemos que Ben Affleck não estava nomeado, mas não deixa de ser um facto curioso.
    
Olha quem cortou o cabelo entretanto...
    As principais categorias ficaram dispersas como era expectável - os 4 óscares de interpretação entregues a actores de 4 diferentes filmes: Lincoln (Day-Lewis), Silver Linings Playbook (Jennifer Lawrence), Django Unchained (Christoph Waltz) e Les Misérables (Anne Hathaway). Lincoln que tinha 12 nomeações pode ser entendido como o grande derrotado da noite, principalmente por Spielberg não ter conseguido o seu óscar, o que equilibraria as coisas com Argo, mas entrou para a História ao fazer Daniel Day-Lewis ser o primeiro actor a conseguir 3 óscares de melhor actor principal (os anteriores tinham sido em There Will Be Blood e My Left Foot). Jennifer Lawrence derrotou a avó, que ficou bastante tristonha no seu aniversário e então lançou um feitiço fazendo Lawrence cair nas escadas. Contudo, Jennifer não tornou o seu tropeção no vestido um embaraço... Ela ficou no chão uns segundos e houve logo quem fosse tentar ajudar cheio de aflição! Só que não era preciso. Segundo o que disse na sua conferência pós-cerimónia, ficou aqueles segundos no chão libertando um valente F...! 22 anos e já lá mora um óscar. Tal como aconteceu com Jennifer Lawrence e Day-Lewis, também Waltz e Hathaway venceram os óscares coadjuvantes, mantendo uma linearidade entre os Globos de Ouro e os Óscares este ano. Brave derrotou justamente os concorrentes na Animação (era um duelo Disney contra Disney contra Disney) e Paperman foi a curta de animação do ano (ah, não posso crer, Disney outra vez).
    E agora, o mea culpa. Falhámos ontem ao não prever que Lincoln venceria o óscar de melhor direcção artística e dizendo que Mondays at Racine seria o Documentário (curta) do ano, quando acabou por ser "Inocente". Considerámos que deveria ganhar Spielberg mas fizémos a ressalva de que Ang Lee poderia muito bem ganhar se não fosse o homem do ET (de resto nos "nossos" nomeados até incluímos Ang Lee e não Spielberg). Falhámos ainda quando dissemos que Zero Dark Thirty ou Life of Pi ganhariam a Melhor Edição de Som. Mas, vejam bem, até acertaríamos se tivéssemos dito um "e" em vez do "ou" porque houve um empate. No entanto foi um empate entre Zero Dark Thirty e Skyfall. No entanto, caros leitores, esperamos merecer a vossa confiança para o ano.
    
    O momento mais cómico da cerimónia terá sido quando as tubas e tambores se fizeram ouvir e bem para "convidar" as pessoas de Life of Pi a saírem do palco num dos óscares técnicos e também foi bom ver o nosso vizinho Claudio Miranda em palco. O homem responsável pela Fotografia de Life of Pi e que, como nos disseram, parece a Rapunzel com 200 anos. Nós não percebemos de vestidos e dessas coisas, nem os avaliaremos porque aí este blog chamar-se-ia "Barba feita com régua e esquadro", mas atentámos que a Anne Hathaway vestia algo que fazia parecer que ela tinha duas lanças na zona dos mamilos, que a Adele é uma grande cantora e uma cantora grande, que a dada altura entraram duas cabeleireiras em palco para receber um óscar pela caracterização dos Miseráveis e que Meryl Streep decidiu vir a Portugal roubar a armadura de D. Afonso Henriques para usar como vestido. Bom momento também do produtor de Argo, Grant Heslov, quando recebeu o óscar de melhor filme juntamente com Clooney e Affleck e disse "I know, three sexiest producers alive". Depois há aquele momento mórbido em que começam a mostrar toda a gente que morreu durante o ano, relacionados com o Cinema, e o instinto de uma pessoa é ficar a tentar ver se conhece algum: "olha, este conheço!" - que faz parecer que estamos a tentar fazer uma colecção de cromos de falecidos.

    Django e Silver Linings Playbook mereciam outra relevância, houve quem tivesse merecido outra atenção à priori nas nomeações (ver aqui), mas a noite mais badalada da sétima Arte acabou por correr quase 100% como previsto, reforçando que, para os "entendidos" - Tom Hanks e os seus amigos amantes de qualquer coisa em que o George Clooney (que agora tem uma criação, um filho, chamado Ben Affleck) toque ou que seja relacionado com indianos - neste ano não houve um grande filme, dispersando as estatuetas douradas por Life of Pi (4), Argo (3), Les Misérables (3), Django Unchained (2), Skyfall (2), Lincoln (2) e Silver Linings Playbook (1). Foi 1 mas foi importante e já agora vejam aqui como a esposa de um de nós, a tal melhor actriz que caiu na escada, se safou nas perguntas pós-vitória.
Muito resumidamente: volta para o ano McFarlane, Django Unchained e Silver Linings Playbook foram os nossos filmes do ano, enquanto que para a Academia foram Argo e Life of Pi. Mas, sejamos realistas, o que é que vale a Academia?! ...

E, para quem teve dúvidas, o Ted não estava lá. O Mark Walhberg estava a falar com um banco sem ninguém ao lado dele. A versão 3D do Ted já tinha sido editada a meio de Janeiro e apenas foi acrescentada na versão para casa.

MP. TM.

24 de fevereiro de 2013

Previsões e Opiniões Óscares 2013


    Humanóides, preparem as pipocas, as mantas, os edredons, os palitos para manter os olhos abertos e contratem ou combinem com alguém para vos fazer companhia, porque os intervalos serão muitos. Esta noite teremos... a cerimónia dos óscares 2013. A 85.ª edição dos Óscares da Academia será conduzida por Seth MacFarlane, criador de "Family Guy", "American Dad" e recentemente, do filme "Ted". Uma incógnita que achamos que resultará bem. Lá cabeça o homem tem para fazer rir, desta vez apenas terá que gozar com as pessoas sem usar um ventríloquo (Stewie, Peter Griffin, Ted, etc.). MacFarlane disse, sobre a nomeação de Amour "Da última vez que a Áustria e a Alemanha co-produziram algo saiu-nos o Hitler, portanto isto é bem melhor". Sim, é exactamente deste humor que estamos à espera amanhã.
    Claro está que não será só o Seth. Ao longo da noite lá passarão a Charlize Theron, Joseph Gordon-Levitt, Channing Tatum, o Harry Potter, membros dos "Avengers" como o carismático Robert Downey Jr., o francês Dujardin, a Meryl Streep e ainda Mark Wahlberg e... Ted. Ainda cantarão Adele, Norah Jones e Barbra Streisand.
    Abaixo estará então a nossa antevisão. Primeiro os verdadeiros nomeados e aqueles que seriam os nomeados se nós fossemos o Tom Hanks e os seus capangas (entre esses a azul figurará quem achamos que deveria vencer). No final deixaremos a nossa lista de previsões de quem achamos que sairá vencedor desta noite em que o cinema pára. Sim, quem não quiser ler isto tudo e quiser só saber quem vai ganhar, é só primir o scroll  até lá abaixo. Mas isso seria ruim, humanóide.

  
Melhor Filme: Argo, Lincoln, Silver Linings Playbook, Life of Pi, Les Misérables, Zero Dark Thirty, Django Unchained, Amour, Beasts of the Southern Wild.

Barba Por Fazer: Django Unchained, Silver Linings Playbook, The Perks of Being a Wallflower, Life of Pi, Zero Dark Thirty, Rust and Bone, Looper, The Dark Knight Rises, The Impossible.

    Para nós, Django Unchained e Silver Linings Playbook foram os dois filmes do ano. O universo imaginativo de Tarantino brindou-nos com mais um filme na senda de Pulp Fiction, Reservoir Dogs ou Inglourious Basterds. Filme com "dedo" do realizador (como qualquer um de Tarantino), tem grandes actores, um grande argumento e é, tendo nós que escolher um, o filme do ano. Em Silver Linings Playbook, David O. Russell tira tudo dos actores que teve - melhor Ensemble do Ano, que culmina nas 4 nomeações nas categorias de interpretação. Mais humano, mais terrestre que Django. Nas nossas opções juntamos ainda alguns outsiders - o francês "Rust and Bone", o melhor filme de ficção científica do ano "Looper", "The Perks of Being a Wallflower" e achamos que "The Dark Knight Rises" merecia uma nomeação como distinção do trabalho de C. Nolan na trilogia. Menções honrosas para Amour, Lincoln e Les Misérables.
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Melhor Realizador: Steven Spielberg (Lincoln), Ang Lee (Life of Pi), Michael Haneke (Amour), David O. Russell (Silver Linings Playbook), Benh Zeitlin (Beasts of the Southern Wild)

Barba Por Fazer: Quentin Tarantino (Django Unchained), David O. Russell (Silver Linings Playbook), Stephen Chbosky (The Perks of Being a Wallflower), Ang Lee (Life of Pi), Kathryn Bigelow (Zero Dark Thirty)

    Pelos mesmos motivos da escolha de filme, considerámos que Tarantino foi "rei" na 7.ª Arte este ano. Enorme trabalho também de David O. Russell e depois numa segunda linha, grandes trabalhos de Chbosky, Ang Lee e Bigelow. Também não nomearíamos Ben Affleck porque o realizador/ actor tem muito mais talento para realizar do que demonstrou em Argo. Michael Haneke e Rian Johnson seriam escolhas se houvesse mais cadeiras para todos se sentarem.
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Melhor Actor Principal: Daniel Day-Lewis (Lincoln), Bradley Cooper (Silver Linings Playbook), Hugh Jackman (Les Misérables), Denzel Washington (Flight), Joaquin Phoenix (The Master)

Barba Por Fazer: Daniel Day-Lewis (Lincoln), Bradley Cooper (Silver Linings Playbook), Matthias Schoenaerts (Rust and Bone), John Hawkes (The Sessions), Jean-Louis Trintignant (Amour)

    Embora Bradley Cooper tenha um desempenho mais "do nosso género", Daniel Day-Lewis fez um papel para entrar para a História. E isso chega para o destacar como justo vencedor na categoria de melhor actor, tanto na realidade como para nós. De resto, não nomearíamos os restantes 3, privilegiando sim o outsider Matthias Schoenaerts, John Hawkes e o senhor Jean-Louis Trintignant. O jovem Logan Lerman sofreu o síndrome das Testemunhas de Jeová... ficou à porta. E atrás dele, em fila indiana, o Wolverine, Jamie Foxx, Denzel Washington e Joaquin Phoenix.
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Melhor Actriz Principal: Jennifer Lawrence (Silver Linings Playbook), Emmanuelle Riva (Amour), Jessica Chastain (Zero Dark Thirty), Naomi Watts (The Impossible), Quvenzhané Wallis (Beasts of the Southern Wild)

Barba Por Fazer: Jennifer Lawrence (Silver Linings Playbook), Emmanuelle Riva (Amour), Jessica Chastain (Zero Dark Thirty), Marion Cotillard (Rust and Bone), Quvenzhané Wallis (Beasts of the Southern Wild)

    Nas senhoras, entregamos a vitória a Jennifer Lawrence com a grande interpretação em Silver Linings Playbook. Contudo, o papel de Emmanuelle Riva em Amour também merece grande destaque. Assim sendo, se a vencedora recair na velhinha será inteiramente justo na mesma. Depois destes dois grandes papéis, estão outros dois não tão relevantes mas dignos de estarem entre os nomeados - Jessica Chastain em Zero Dark Thirty e Marion Cotillard em Rust and Bone que, por sua vez, não está nomeada. É uma pena... Tal como foi uma pena vê-la sem pernas...Por fim, destacamos nomeada mais nova de sempre - Quvenzhané Wallis. Porquê? Porque tem um nome muito mais legível e pronunciável do que todas as outras e porque a haver mais uma nomeada seria a Naomi Watts e ela não fez um grande papel e praticamente só levou com terra e cenas.
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Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz (Django Unchained), Robert DeNiro (Silver Linings Playbook), Tommy Lee Jones (Lincoln), Alan Arkin (Argo), Philip Seymour Hoffman (The Master)

Barba Por Fazer: Christoph Waltz (Django Unchained), Garrett Hedlund (On the Road), Robert DeNiro (Silver Linings Playbook), Sam Rockwell (Seven Psychopaths), Leonardo DiCaprio (Django Unchained)

    Foi um ano bastante rico a nível de actores secundários. Christoph Waltz, mais que ninguém, merece a distinção. Muito do que Django é deve-se a ele. Os restantes 4 lugares das nossas escolhas entregámo-los ao imprevisível e vivo papel de Garret Hedlund em "On The Road", ao pai Roberto, ao engraçado papel de Sam Rockwell em 7 psicopatas e a outro actor coadjuvante de Django - Leonardo DiCaprio. À porta poder-se-ia dizer que ficaram Seymour Hoffman, Ezra Miller e Javier Bardem. Para nomear o Arkin, nomeávamo-nos a nós, sinceramente.
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Melhor Actriz Secundária: Anne Hathaway (Les Misérables), Sally Field (Lincoln), Helen Hunt (The Sessions), Jacki Weaver (Silver Linings Playbook), Amy Adams (The Master)

Barba Por Fazer: Anne Hathaway (Les Misérables), Emma Watson (The Perks of Being a Wallflower), Helen Hunt (The Sessions), Amy Adams (The Master), Jacki Weaver (Silver Linings Playbook)

    Ao contrário da categoria anterior, aqui não houve tão grande qualidade este ano. A actriz secundária do ano para nós é Anne Hathaway. Cortou o cabelinho, cantou com garra e também limpa o nosso óscar (salvo seja...). Vai para a Broadway Ana, vai para a Broadway! Relativamente à Academia apenas extraditámos a mulher de Lincoln e trouxemos a Emma Watson. Não Helen Hunt, teres-te despido toda não foi suficiente. E consideraríamos a Jacki Weaver melhor actriz se não estivesse com cara de quem está aflita para ir fazer chichi o filme todo.
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Melhor Argumento Original: Django Unchained, Amour, Zero Dark Thirty, Moonrise Kingdom, Flight

Barba Por Fazer: Django Unchained, Zero Dark Thirty, Amour, Looper, Seven Psychopaths
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Melhor Argumento Adaptado: Argo, Lincoln, Silver Linings Playbook, Life of Pi, Beasts of the Southern Wild

Barba Por Fazer: Silver Linings Playbook, Life of Pi, The Perks of Being a Wallflower, Lincoln, Rust and Bone
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Melhor Filme de Animação: Frankenweenie, Brave, Wreck-it Ralph, The Pirates!, ParaNorman

Barba Por Fazer: Brave, Wreck-it Ralph, Frankenweenie, ParaNorman, The Pirates!
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Melhor Música: "Skyfall" (Skyfall), "Pi's Lullaby" (Life of Pi), "Suddenly" (Les Misérables), "Before My Time" (Chasing Ice), "Everybody Needs a Best Friend" (Ted)

Barba Por Fazer: "Skyfall" (Skyfall), "What Did That to You" (Django Unchained), "Buffalo" (Silver Linings Playbook), "Heroes" (The Perks of Being a Wallflower), "Wiseman" (Django Unchained)
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Melhor Banda Sonora: Life of Pi, Lincoln, Argo, Skyfall, Anna Karenina

Barba Por Fazer: Django Unchained, Silver Linings Playbook, Life of Pi, The Perks of Being a Wallflower, Skyfall

    A classe de 007 com Adele e companhia, o exotismo e fantasia de Life of Pi, o rock alternativo dos anos 90 em The Perks of Being a Wallflower merecem nomeações, mas inferiores aos dois principais colossos (também nesta categoria). Silver Linings Playbook tem um maior conjunto de músicas de compositor criteriosamente colocadas ao longo do filme, mas a reunião que a edição sonora de Django conseguiu, com grandes artistas e incrivelmente adequadas à acção e ao factor-paleta do filme.
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Previsíveis vencedores:
(entre parênteses ficam aqueles que, embora menos prováveis, têm ainda aspirações)

Melhor Filme: Argo
Melhor Realizador: Steven Spielberg (Ang Lee)
Melhor Actor: Daniel Day-Lewis
Melhor Actriz: Jennifer Lawrence | Emmanuelle Riva
Melhor Actor Secundário: Christoph Waltz | Robert DeNiro
(Tommy Lee Jones)
Melhor Actriz Secundária: Anne Hathaway

Melhor Argumento Original: Django Unchained
Melhor Argumento Adaptado: Lincoln | Argo | Silver Linings Playbook

Melhor Direcção Artística: Life of Pi (Les Misérables, Anna Karenina)
Melhor Fotografia: Life of Pi
Melhor Figurino: Anna Karenina | Les Misérables
Melhor Montagem/ Edição: Argo
(Zero Dark Thirty)
Melhor Caracterização: Les Misérables (The Hobbit)
Melhor Banda Sonora: Life of Pi (Lincoln, Argo)
Melhor Mistura de Som: Skyfall  | Les Misérables
Melhor Edição de Som: Zero Dark Thirty | Life of Pi
Melhores Efeitos Visuais: Life of Pi | The Hobbit
Melhor Música: "Skyfall" - Skyfall
Melhor Filme de Animação: Frankenweenie | Brave | Wreck-it Ralph
Melhor Filme Estrangeiro: Amour
Melhor Documentário: Searching For Sugar Man

Melhor Curta-Metragem: Curfew
Melhor Documentário (Curta): Mondays at Racine
Melhor Curta de Animação: Paperman (Adam and Dog)

Conclusões:
Não haverá um grande vencedor nem grandes derrotados. Para haver um grande vencedor era preciso Lincoln vencer o óscar de melhor filme (o que não é impossivel, visto que é o 2.º com mais hipóteses, mas Argo perfila-se como o maior candidato) ou a Academia dar a Silver Linings Playbook mais crédito do que toda a gente está à espera. O que não é propriamente esperado. Amour intrometeu-se na corrida e nunca se sabe o que pode conseguir, com Riva, Haneke e o filme na corrida a 3 categorias principais. Emmanuelle Riva parece ser a única com legítimas aspirações a algo.
Maiores dúvidas: Lawrence ou Riva (actriz); actor secundário – Waltz, DeNiro ou Lee Jones; argumento adaptado Lincoln, Argo ou Silver Linings Playbook.

    Lincoln e Life of Pi somam 12 e 11 nomeações respectivamente. Lincoln embora ganhe uma fatia pequena acabará por à partida arrecadar 2 estatuetas muito importantes (Melhor Realizador e Melhor Actor, Spielberg e Dia-Luís) se não conseguir inclusive o de argumento adaptado - que discute com Argo e Silver Linings Playbook -, Life of Pi dever-se-á limitar às categorias técnicas, onde até pode conseguir uns quatro óscares.
    A verdade é que supostamente não haverá um enorme vencedor da noite, porque nas 8 principais categorias (filme, realizador, 4 actores e 2 argumentos) pode muito bem ficará quase tudo disperso. Lincoln deve conseguir uns 2/3 óscares nestas 8, Argo a principal, Django 1 ou 2, e Silver Linings Playbook a mesma coisa. Todos estes números dependentes uns dos outros claro. Anne Hathaway intromete-se com a sua praticamente garantida vitória enquanto actriz secundária em Les Misérables e Emmanuelle Riva pode muito bem dizer a Jennifer Lawrence que velhos são os trapos. Caso ela o diga, um de nós aqui está para consolar a Jennifer Laurência.

Curiosidades (Fonte: RTP): Emmanuelle Riva é a actriz mais velha de sempre nomeada para o óscar de melhor actriz. E, com a breca!, Quvenzhané Wallis é a actriz mais nova de sempre a ser nomeada para a mesma categoria. Silver Linings Playbook tornou-se o 14.º filme a conseguir reunir 4 nomeações nas 4 categorias de interpretação - desde Reds (1981) que isso não acontecia. Day-Lewis deve-se tornar esta noite no único actor a conseguir 3 óscares de melhor actor na estante de sua casa. Spielberg pode-se aproximar na corrida ao recorde de John Ford e Alan Arkin é um dinossauro. Porquê? Porque passaram 46 anos desde a sua primeira nomeação para uma estatueta dourada, o que por si só é um recorde de distância temporal entre a 1.ª e última nomeação. Que fique claro que não estamos com isto a dizer que ele vai bater a bota ou nunca mais fazer um papel de jeito. Não estamos amigo Alan, não estamos.

E aqui fica a curta-metragem de animação "Paperman". Adam and Dog também é uma boa curta (menos genuína e mais profunda) mas aqui fica a Disney com o que melhor sabe fazer:




Fiquem acordados mochos e corujas cinéfilos.
Vestidos a preceito para a cerimónia, TM. MP.

16 de fevereiro de 2013

Garganta Afinada. Top 20 ( nº 83 )

    Sim... Nós sabemos que somos uns humanos maus por falhar com as promessas de mais actividade... O tempo livre não é assim tanto quanto o que desejávamos, mas certamente que faremos tudo para manter este projecto vivo. E agora, mais que nunca, tentaremos aumentar a nossa actividade. No fim de contas... Não estamos a fazer um esforço... Fazê-mo-lo por prazer.
    Posto isto, damo-vos música! Han? Quem é amigo, quem é? Somos nós, pois claro está. Desta vez há uma grande dose de hip-hop (maioritariamente português) no nosso top. É do senso comum que o hip-hop português não é valorizado. Não tem as mesmas condições que uma banda rock ou pop. E isso verifica-se nos festivais de verão. Um rapper português de sucesso tem dificuldade em figurar em cartazes de grandes festivais porque não lhes dão oportunidade. Como diz Sam The Kid: « Acho que se dá mais oportunidades a uma banda de rock alternativo que está ao mesmo nível de popularidade de tocar num festival do que dão a um NBC.» - nada a acrescentar. Por isso mesmo destacamos Mind Da Gap com Sam The Kid, Sir Scratch, NBC e Boss AC. Grandes artistas portugueses que merecem mais, muito mais valor. 
    Macklemore lidera de novo a nossa tabela (isto soou um pouco "Top+"...) pela segunda vez consecutiva. O rapper americano apresenta-se desta vez com uma música sobre um par de ténis algo épica... Afirmação estranha, não é? Oiçam e comprovem. Macklemore que continua a tornar-se mais e mais conhecido, tendo esta música sido a bandeira dos "All-Star Games" da NBA 2013, em Houston. Depois davamo-vos um cheirinho do que vai ser o álbum de estreia de James Arthur - "Faded" espelha bem todo o potencial que James mostrou no X Factor do Reino Unido. Temos também o novo projecto de Carlos Nobre (Pacman) intitulado "Algodão". Um disco que vale certamente a pena ser ouvido... Grandes melodias e letras fortes. Noutro âmbito temos ainda os The XX que cantaram uma música da Beyonce escrita por Frank Ocean... E esta, hein? O resultado foi excelente. Há ainda músicas da banda sonora da série Suits (a incrível voz blues de Lee Fields, Caught A Ghost e Perfume Genius), os Imagine Dragons continuam a crescer - optámos por colocar a hiperligação para um vídeo apenas com a imagem da capa porque o original no qual há lutas de peluches torna-se ligeiramente distractivo... A Rihanna juntou-se ao cantar com mais K's no nome de sempre e, numa banheira interpretou um "Stay" que vale a pena, e duas ex-"Ídolos" - Inês Herédia e Carolina Deslandes - fizeram uma versão sua d'A Pele que Há em Mim de Márcia e JP Simões. 
    Por fim, destacamos Cali e Hugh Rokha que prometem arrasar as pistas de dança por todo o país! Apostámos na música "Tou On" porque tem potencial para ser hit de Verão.
    Gostaram? Querem mais? Estejam atentos, criaturas de Deus (ou apenas criaturas)! Mais virão de onde vieram estas! Sim, isso mesmo, do baú mágico das músicas...



1. Macklemore X Ryan Lewis - Wings
2. James Arthur - Faded

10 de fevereiro de 2013

A Caminho dos Óscares: The Master | The Sessions

E olha, parece que hoje terminamos de nos alongar sobre os filmes nomeados para as principais categorias dos óscares. Um filme com 3 nomeações (actor, actor secundário e actriz secundária) sobre um alcoólico que volta da II Guerra e que encontra um Mestre, e não é dos sete anões. E depois um filme no qual John Hawkes (não nomeado para óscar) interpreta um homem com poliomielite que, aos 38 anos, quer perder a virgindade e chama então uma terapeuta sexual para o ajudar - ela sim, Helen Hunt, está nomeada.

The Master

Realizador: Paul Thomas Anderson
Argumento: Paul Thomas Anderson
Elenco: Joaquin Phoenix, Philip Seymour Hoffman, Amy Adams
Classificação IMDb: 7.6

Pois bem, o realizador de ‘There Will Be Blood’ e ‘Magnolia’ voltou. Tal como em Magnolia, a história vem toda da sua cabeça. Tal como em Magnolia, entra Seymour Hoffman (agora com papel mais relevante). Foi o último filme indicado em alguma das principais categorias nos Óscares a surgir para o grande público e a história agradará apenas a alguns, e dividirá mais opiniões do que normalmente. The Master é um filme esquisito, embora pareça por vezes que é esquisito só porque sim e que as pessoas que gostarão dele serão aquelas que gostam só de alguns filmes esquisitos e diferentes por serem… esquisitos e diferentes.
    O filme de Paul Thomas Anderson aborda o regresso de Freddie Quell (Joaquin Phoenix) após a 2ª Guerra Mundial, voltando revoltado e com alguns distúrbios (descontrolo nas suas compulsões sexuais, grande agressividade e um alcoolismo incorrigível), não concebendo limites para si e estando perdido. É neste contexto que aleatoriamente conhece Lancaster Dodd (Philip Seymour Hoffman), um carismático líder duma espécie de ceita – A Causa – cujos ideais são futuristas para a época e se baseiam em estudos relacionados com as vidas passadas e em muitas das crenças-base da Cientologia (já houve suspeitas levantadas que a personagem de Seymour Hoffman representava o “pai” da cientologia – L. Ron Hubbard – mas foram negadas). Freddie dedica-se então à Causa e vive bebendo os conhecimentos e as fortes convicções de Lancaster e de todos os que este arrasta consigo. Com A Causa, Freddie ganha um foco, o qual defende por vezes com a sua própria errática agressividade, mas não corrige o seu comportamento e o seu alcoolismo, acabando por se afastar. Lancaster admira Freddie e podem-se considerar personagens totalmente adversos, mas ambos marcantes. Importa ainda falar de Peggy Dodd (Amy Adams), mulher da personagem de Seymour Hoffman, e que acaba por ser parte importante d’A Causa e das decisões do “mestre” Lancaster. A tal coisa dos homens serem a cabeça, mas as mulheres serem o pescoço.
    Retira-se pouco sumo no final do filme, e merecia um desfecho diferente, acabando por ser um filme abaixo de muitos este ano, embora conte com dois bons papéis – interpretados por Joaquin Phoenix e Philip Seymour Hoffman. Tão longe de Johnny Cash ou da sua personagem no Gladiador, Phoenix está completamente transformado, transtornado, enquanto que Seymour Hoffman engrandece a sua personagem, que já de si tinha algum potencial. Não sendo filme de óscar, e daí pelo menos não estar (e bem) nomeado para melhor filme, The Master oferece-nos no entanto uma das cenas do ano no Cinema – num questionário em jeito de “processamento” (técnica de Lancaster Dodd) em que o Mestre Seymour Hoffman faz uma série de perguntas criteriosamente formuladas, às quais Phoenix tem que responder sem piscar os olhos. Phoenix não tem grandes possibilidades na sua categoria (nem sei mesmo se nós o nomearíamos), mas Seymour Hoffman pode criar algumas expectativas – o óscar de melhor actor secundário é neste momento uma incógnita e poderá ir para qualquer um dos nomeados.


The Sessions

Realizador: Ben Lewin
Argumento: Ben Lewin
Elenco: John Hawkes, Helen Hunt, William H. Macy, Moon Bloodgood
Classificação IMDb: 7.4

Até há uns dias, eu não gostava do John Hawkes. Primeiro, porque tinha medo dele. Tive medo dele quando vi os Despojos de Inverno (o primeiro filme a sério de Jennifer Lawrence) e voltei a ter medo dele em Martha Marcy May Marlene. Pronto, eu não tenho medo de nada. Excepto do Fernando Luís (o Inspector Max e Médico de Família), o meu arqui-inimigo!
    Hoje já gosto do John Hawkes e, finalmente, reconheço o talento como actor que o universo cinematográfico já anda a tentar vender há alguns anos. Baseado numa história verídica e inteiramente dedicado e realizado em memória de Mark O’Brien, The Sessions (“Seis Sessões” em português) conta a história dum homem (jornalista e poeta) que na sua infância ficou paralisado fruto de poliomielite, precisando de um ventilador médico (iron lung) para o ajudar a respirar e sobreviver.
    John Hawkes interpreta portanto Mark O’Brien, sendo que o filme explora o momento aos 38 anos em que O’Brien decide que quer perder a sua virgindade. As dúvidas, confissões e apoios são procurados junto do padre Brendan (William H. Macy), acabando O’Brien por recorrer a uma terapeuta sexual, Cheryl Cohen-Greene (Helen Hunt). O filme “vive” da relação entre os dois últimos.
    O filme baseia-se sobretudo na relação de O’Brien com Cheryl, tendo em conta que se baseia precisamente num artigo publicado por O’Brien no jornal The Sun, “On Seeing a Sex Surrogate”. O’Brien era um exemplo, um homem como os outros que encarava bem a sua situação, inseguro e amedrontado aos 38 anos relativamente à componente sexual, mas acreditando em Deus por entender, humoristicamente, que tinha que haver alguém para ele culpar. É um filme com um tema diferente, enriquecido pelo potencial da pessoa Mark O’Brien mas igualmente pelos desempenhos de John Hawkes e Helen Hunt. Pessoas com mais de 40 anos que fantasiaram muito tempo com Helen Hunt, poderão vê-la neste filme nua. Mais do que uma vez. Hunt foi justamente nomeada, mas Hawkes deveria ter sido também nomeado para melhor actor, pese embora este ano seja um ano com boas interpretações masculinas (ao contrário de 2012 – Clooney, Bichir e Oldman estavam todos abaixo deste ano - e tal como 2011 – em que houve bons desempenhos de Eisenberg, James Franco, Firth, Bardem e Jeff Bridges). Embora tenha reunido algumas críticas por abordar o tema de forma demasiado leve, o que até acho que é um dos bónus do filme, a título de curiosidade posso dizer que o actor John Hawkes usou uma bola de futebol por baixo das suas costas para simular a curvatura das costas de O’Brien e treinou veementemente a marcação de números de telefone usando apenas um marcador seguro pela boca.
    Filme diferente, 2 bons actores, descomplexado e humano. Não sendo de todo filme de óscar, a verdade é que é superior a Beasts of the Southern Wild e filmes com o mesmo astral (The Kids Are All Right, por exemplo) já foram nomeados.
    E por fim, deixemos o poeta Mark O’Brien, ter a última palavra, num poema escrito para a sua terapeuta:

“Let me touch you with my words, for my hands are limp as empty gloves.
Let my words stroke your hair, slide down your back, and tickle your belly.
For my hands, white and free flying as bricks, ignore my wishes and stubbornly refuse to carry out my quietest desires.
Let my words enter your mind, bearing torches.
Admit them willingly into your being so that they may caress you gently within.”


E pronto, lá para pertinho de 24 de Fevereiro, indicaremos quem esperamos que ganhe as estatuetas douradas de 2013 e comunicaremos também quais serão os nossos nomeados e vencedores, umas estatuetas douradas muito muito parecidas, mas com... a barba por fazer. MP