Balanço Final - Liga NOS 18/ 19

A análise detalhada ao campeonato em que houve um antes e um depois de Bruno Lage. Em 2018/ 2019 houve Reconquista.

Prémios BPF Liga NOS 2018/ 19

Portugal viu um médio carregar sozinho o Sporting, assistiu ao nascer de um prodígio, ao renascer de um suiço, sagrando-se campeão quem teve um maestro e um velocista.

Balanço Final - Premier League 18/ 19

Na melhor Liga do mundo, foram 98 contra 97 pontos. Entre citizens e reds, entre Bernardo Silva e van Dijk, ninguém merecia perder.

Os Filmes mais Aguardados de 2019

Em 2019, Scorsese reúne a velha guarda toda, Brad Pitt será duplo de Leonardo DiCaprio, Greta Gerwig comanda um elenco feminino de luxo, Waititi será Hitler, e Joaquin Phoenix enlouquecerá debaixo da maquilhagem já usada por Nicholson ou Ledger.

21 Novas Séries a Não Perder em 2019

Renasce The Twilight Zone, Ryan Murphy muda-se para a Netflix, o Disney+ arranca com uma série Star Wars e há ainda projectos de topo na HBO e no FX.

22 de julho de 2017

Crítica: Dunkirk

Realizador: Christopher Nolan
Argumento: Christopher Nolan
Elenco: Fionn Whitehead, Tom Hardy, Mark Rylance, Harry Styles, Cillian Murphy, Aneurin Barnard, Jack Lowden, Kenneth Branagh 
Classificação IMDb: 8.9 | Metascore: 94 | RottenTomatoes: 92%
Classificação Barba Por Fazer: 84


    Podemos começar assim: se só tiverem oportunidade de ir ver um filme ao cinema até ao final de 2017, Dunkirk é a melhor escolha que podem fazer (embora Blade Runner 2049 também "exija" claramente ser visto num grande ecrã). O novo filme de Christopher Nolan - que não é o melhor do visionário realizador, mas é o melhor da Sétima Arte desde os últimos óscares, uma pole position que não acreditamos que mantenha quando chegarmos a Março de 2018 - é uma experiência imersiva e uma obra audiovisual monumental e poderosa. Trata-se de um daqueles casos em que a diferença entre vê-lo numa sala de cinema (convençam as vossas carteiras, tem mesmo que ser em IMAX) ou noutra plataforma minimalista é simplesmente abismal.

    Contexto: em plena Segunda Guerra Mundial, os soldados ingleses ficam encurralados na praia de Dunkirk, à medida que o inimigo se aproxima. A operação Dínamo, na sequência de uma gigante derrota militar, é pois um quase-milagre e uma tremenda vitória humana. Para relatar o desespero de 400 mil homens e a coragem de muitos civis e soldados, Christopher Nolan dividiu a acção em três segmentos interligados. Em terra, e num período com duração de uma semana, Tommy (Fionn Whitehead) multiplica-se em esforços para sobreviver e escapar do núcelo de pânico, num palco vulnerável e caótico. Ao lado de Alex (Harry Styles) e Gibson (Aneurin Barnard) o segmento terrestre de Tommy é uma jornada de tentativa e erro, de juventude à deriva. No mar, num período com a duração de 1 dia, o civil Mr. Dawson (Mark Rylance) parte de barco com o seu filho e um amigo deste com o intuito de resgatar o máximo de soldados presos no terror. Finalmente, no ar e com a duração de uma hora, um trio de pilotos de spitfires, entre os quais Farrier (Tom Hardy), voa em auxílio das forças aliadas, atentos aos luftwaffes inimigos e numa corrida contra o tempo com o combustível a escassear.
    As três dimensões (terra, mar e ar, com durações de uma semana, um dia e uma hora respectivamente) são contadas ao mesmo tempo - sim, Nolan não consegue não brincar com o tempo e com a linearidade narativa - e interligam-se a certo ponto.
    Não é exagerado dizer que Dunkirk é um terceiro Acto que se prolonga, tornando-se todo o filme. Também por isso Nolan o considera o seu filme mais experimental desde Memento. Desde o primeiro minuto, é uma experiência enervante, carregada de adrenalina e que praticamente não abranda em termos rítimicos, e tudo contribui para nos fazer estar lá, lado a lado com os soldados, contagiados pela ansiedade, pela intensidade visceral, asfixiados e mergulhados no caos. É habitual os filmes do realizador de Inception, Interstellar e The Dark Knight serem concebidos com uma precisão e ousadia que desafia o nosso cérebro, e por vezes criticados por não conseguirem apontar ao coração (ou emoção), mas desta vez o grande alvo são mesmo os nossos nervos, procurando uma submersão que faça o espectador reagir e percepcionar tudo quase irracional e involuntariamente.

    Pontuado pelo tiquetaque do relógio de bolso de Nolan (Zimmer já teve bandas sonoras mais fortes ou com composições mais memoráveis, mas volta a produzir o efeito pretendido) e recuperando uma certa obsessão do realizador com a água (embora neste caso apoiado pela História), Dunkirk é tudo menos um filme de guerra tradicional. Nolan, aliás, descreve-o como um thriller carregado de suspense, e é na verdade um filme de sobrevivência. Foge a parâmetros clássicos no género como a extensa duração para nos fazer mergulhar na realidade, com ritmos diferentes, ou a presença de cenas sangrentas, e arrisca mesmo ao nem colocar no ecrã as forças alemãs. Decisão que se compreende, porque não precisamos de ver algo para o temer.
    Como acima dissemos, não é o melhor filme de Christopher Nolan, mas é parcialmente o filme menos Nolan de Nolan. Ou seja: tem pouco diálogo e muito pouca exposição (problemas apontados pelos mais picuinhas a Inception e Interstellar), e talvez por isso os críticos estejam a morrer de amores por ele. E não faz sentido compará-lo com grandes nomes da guerra como Saving Private Ryan, The Thin Red Line, Apocalpyse Now ou Platoon. Dunkirk é uma espécie diferente.

    Na ilustração daquilo que um soldado pode fazer pelo seu país, e o que o seu país (leia-se, os heróis invisíveis do dia-a-dia para quem ajudar é um dever e um instinto) pode fazer pelos seus, torna-se difícil respirar. Fortemente influenciado por The Wages of Fear e pelo batimento cardíaco de projectos recentes como Mad Max: Fury Road ou Gravity, Nolan - o homem anti-CGI capaz de rebentar orçamentos em efeitos práticos e recriações fiéis - volta a brilhar na execução, apoiado na Fotografia de Hoyte van Hoytema. Quando Christopher Nolan pensa em algo e não sabe como fazer essa ideia passar do guião para o ecrã, é aí que sabe estar perante um desafio que merece ser explorado, e mais tarde ultrapassado.
    De resto, e antes de fazermos um balanço final, uma palavra para o casting. Todo o elenco corresponde (bem-vindo ao mundo dos actores, Harry Styles) e foi inteligente a utilização de "desconhecidos" no segmento em terra. Fionn Whitehead e Mark Rylance comunicam o que se pede deles, mas é Tom Hardy que merece os principais elogios. Condenado a viver atrás de uma máscara, o actor britânico consegue ser, no cockpit e tendo quase só os olhos para actuar, o principal veículo de emoções do filme.

    No seu todo, deve-se elogiar a experiência que Dunkirk é para o espectador (será incomparável vê-lo, depois, na televisão), brilhantemente editado e apoiado numa sonoridade do outro mundo, que poderá ser dolorosa ou incómoda para alguns espectadores. Podemos questionar algumas opções: a utilidade da morte de uma personagem no barco; o facto do penúltimo plano não ser o plano de fecho do filme; e o clímax que, se for entendido como a chegada dos barcos, sabe a pouco, mas se for a intersecção dos 3 segmentos tem de facto impacto. Mas compreendemos as escolhas que têm sido mais contestadas. Desde os pouco frequentes diálogos ao escasso desenvolvimento de personagens. Porque Dunkirk não é sobre personagens, é sobre Dunkirk em si. E na guerra não há nomes, não há conversas de circunstâncias; há um batimento cardíaco acelerado que só serena quando por fim está em casa.
    O Cinema ganhou momentos épicos - o encadeamento de salvamentos, explosivo e graficamente impressionante naquele limite entre água e fogo, ou o navio atingido pelo submarino e subsequente afogamento até surgir a luz - e Dunkirk, como quase todos os filmes de Nolan, merece ser visto uma segunda vez. Não pela sua narrativa não-linear (mais fácil de acompanhar do que noutros casos) mas porque uma 2.ª experiência garantiria um maior distanciamento e, por isso, uma maior capacidade para apreciar certos traços (a profunda beleza dos planos, ou a brutal edição e mixagem de som).
   
    Em Dunkirk não se celebra a guerra, celebra-se a coragem dos homens comuns do passado. Capaz de colocar no ecrã o medo puro, a aflição e a claustrofobia, mostra-nos que, na guerra, sobreviver é suficiente. E é o que chega para termos, como é Dunkirk, uma história para contar.

17 de julho de 2017

Revisão: 'Better Call Saul' (3.ª Temporada)

Criado por
Vince Gilligan, Peter Gould

Elenco
Bob Odenkirk, Jonathan Banks, Rhea Seehorn, Michael McKean, Giancarlo Esposito, Michael Mando, Patrick Fabian, Mark Margolis

Canal: AMC

Classificação IMDb: 8.7 | Metascore: 87 | RottenTomatoes: 97%
Classificação Barba Por Fazer: 94


- Abaixo podem encontrar Spoilers - 

A História:


    Uma obra-prima paciente. Falar de Better Call Saul é falar da melhor série de 2017, a série que ensina todas as outras como dosear a exposição feita, aquela que valoriza e respeita os espectadores, possibilitando-nos descobrir, estudar e desenhar as personagens. O diálogo serve depois como confirmação, quando praticamente tudo já foi dito, contado por uma cinematografia ímpar.
     Quem diria que o comic relief de Breaking Bad, o manhoso e cartoonizado Saul Goodman, viria a ter uma série com tamanho peso e intensidade dramática?! Mas o desafio, mais do que atingido por Vince Gilligan e Peter Gould, era esse - num mar cinzento entre o que é certo e errado, Better Call Saul põe a nu Jimmy McGill (Bob Odenkirk), o homem de carne e osso atrás da máscara ou caricatura que conhecemos há muitos anos atrás, num futuro que nunca conseguiremos esquecer.
    Com confiança e o apoio da AMC, a tragédia tem avançado em ritmo lento - um estudo de personagem que torna tudo mais doloroso agora, e potencialmente explosivo nas últimas temporadas - e é indiscutível que esta terceira temporada é melhor do que a segunda, que por sua vez foi superior à primeira. Assim é que se quer: evolução.
    Curiosamente, o ritmo (crítica frequente por parte da audiência) fora já um defeito apontado às temporadas iniciais de Breaking Bad, esquecido depois quando a história de Walter White e Jesse Pinkman explodiu de vez. O génio de Vince Gilligan e Peter Gould (foi ele que escreveu em Breaking Bad o episódio da temporada 2 que apresentou Saul Goodman, intitulado precisamente "Better Call Saul") está na perfeita sintonia entre as duas séries. A questão de partida é essencialmente a mesma: até que ponto podemos nós fugir àquilo que somos, à nossa verdadeira natureza? Entre 2008 e 2013 vimos Walter White a acordar o seu pior lado num contexto difícil, e agora assistimos a Jimmy a tentar fazer tudo bem, a lutar contra os instintos que o irão conduzir até Saul.

    Através de uma espécie de narrativa em "panela de pressão", Better Call Saul parece escrito por cirurgiões. E a contenção e suave atenção aos pormenores reflecte o seu universo de personagens: Walter White e Jesse Pinkman eram sinónimos de impulsividade, enquanto que Jimmy McGill, Mike, Chuck, Kim e Gus são ponderados, meticulosos e calculistas.
    Nesta temporada, que tem um bónus chamado Gus Fring (Giancarlo Esposito), tudo brilha mediante desequilíbrios e consequências há muito anunciadas. O confronto de titãs entre os irmãos Jimmy e Chuck (Michael McKean), batimento cardíaco da série, dita o ponto sem retorno; durante 10 episódios, os irmãos McGill afastam-se cada vez mais, ao mesmo tempo que Kim (Rhe Seehorn) é levada ao limite das suas capacidades, e Mike (Jonathan Banks) se aproxima do submundo dos cartéis. Não restam grandes dúvidas de que poderíamos passar horas a ver Mike "a fazer coisas" (sequências praticamente sem diálogos mas orgásmicas do ponto de vista visual e narrativo), e é sempre simpático revisitar a bíblia de personagens da série que originou este spin-off - Don Eladio, Krazy-8, Lydia ou Juan Bolsa.

    Better Call Saul não parece ainda ter os Emmy do seu lado, mas a crítica começa a aperceber-se de que Vince Gilligan vai conseguir fazê-lo outra vez. E, neste caso, devemos estar gratos aos críticos e à AMC, por segurarem uma série com baixos ratings em termos de audiências.
    Comparando as duas séries à terceira temporada, Better Call Saul está ao nível de Breaking Bad. Tem menos momentos chocantes e frases emblemáticas dignas de t-shirts ou posters, mas compensa noutros capítulos.
    
    
A Personagem: Chuck McGill (Michael McKean).
    Criminoso, quase merecedor de boicote, os Emmy não terem nomeado o actor que devia inclusive vencer a categoria de Melhor Actor Secundário numa série de Drama.
    Falar de Better Call Saul é falar da fotografia das invejas e frustrações de dois irmãos. O mais novo que só quer sentir-se aceite e ter a aprovação do outro, numa construção de um anti-herói que faz tudo errado pelos motivos certos; e Chuck é quase o oposto, incrivelmente devoto à justiça e à lei, mas desprezível do ponto de vista moral e pessoal.
    Uma coisa é certa: nesta temporada 3, Chuck não deixa nada por dizer. É em grande parte graças ao trabalho de Michael McKean que "Chicanery" e "Lantern" são os dois melhores episódios da temporada e também dos melhores este ano considerando toda a televisão. O homem com hipersensibilidade a electricidade é uma das melhores representações de doença mental de sempre, e consegue ser o antagonista perfeito: quer naquele longo monólogo em tribunal, quer no seu colapso a esburacar irracional e de forma imparável toda a casa, quer naquele final seco, finalizado à distância.
    Depois, nesta season Nacho ganha importância, Howard torna-se menos vazio, e Kim (o nosso destaque na temporada 2) continua no seu trajecto com destino imprevisível. Palavra final para Bob Odenkirk, um actor que parece melhor a cada episódio que passa.


O Episódio: 05 'Chicanery' | 10 'Lantern'.
    "Witness", "Fall" e "Sabrosito" facilmente seriam o destaque-mor noutras séries. E é fascinante acompanhar os elaborados planos de Mike nos episódios iniciais - seja a forma como passa de perseguido a perseguidor, à criativa utilização de um par de ténis. De resto, Better Call Saul é a série em que há trocas de medicamentos impróprias para cardíacos e em que um simples atravessar do corredor de congelados no supermercado vira desafio.
    Por não sermos capazes de escolher um, optamos por um empate técnico entre "Chicanery" e "Lantern", quinto e décimo episódios respectivamente.
    Em ambos Michael McKean atira a série para um patamar de obra-prima. "Chicanery" torna-se extraordinário pela intervenção final de Chuck, que perde a postura e revela tudo o que vai dentro dele, perante um irmão mais novo magoado por o magoar.
    Por fim, "Lantern" oferece alguma redenção a Jimmy (o "golpe" da velhote no penúltimo episódio é dos mais difíceis de assistir), lança Kim numa nova trajectória, incerta, mas volta a ter em Chuck o seu principal destaque. Quer no que diz a Jimmy, quer na forma como se afunda na sua solidão e loucura, desesperado até nos deixar num silêncio escaldante.


O Futuro: 
    É apenas uma questão de tempo, de contexto e de acontecimentos até que Jimmy perca qualquer noção de consciência e qualquer centro moral. Não faz sentido esperarmos por um momento específico que identifique a transformação de Jimmy para Saul. Saul Goodman está lá, e esteve sempre.
    A quarta temporada está confirmada, e Better Call Saul deve ter 5 (no máximo 6). Logo veremos como os autores estão a pensar chegar ao Cinnabon a preto e branco - vamos saltar toda a fase Breaking Bad, ou vamos ver alguns momentos de Saul Goodman enquanto Walter White andava a estragar a vida de toda a gente? -, mas para já sabemos que há muita culpa por explorar daqui a um ano.
    É fácil perceber que Mike será a porta de Jimmy para o mundo de Gus e Nacho, mas é verdadeiramente intrigante aquilo que Gilligan e Gould estão a pensar fazer com Kim.

Re-Raise de Bruno de Carvalho

Deve-se elogiar o presente defeso do Sporting. Os leões foram obrigados a arrancar os trabalhos mais cedo, por força do Play-off de acesso à Liga dos Campeões, e tem sido evidente a preocupação de oferecer a Jorge Jesus um plantel de qualidade.
    Várias aquisições têm créditos firmados, outras muito potencial, e outras ainda levantam alguns pontos de interrogação. No entanto, uma coisa é certa - vão sair jogadores fundamentais.

    Depois do Porto e do Benfica, olhamos para o outro lado da Segunda Circular para continuar a nossa construção especulativa dos plantéis dos 3 grandes na nova temporada. Estes plantéis visam ser um ponto de equilíbrio entre o que achamos provável acontecer neste defeso, e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para que cada clube atinja os objectivos a que se propõe. Os plantéis que aqui verão serão - uns mais do que outros - ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os seus perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na hora de tomar decisões.

    Rui Patrício, William Carvalho, Adrien, Gelson Martins e Bas Dost serão os jogadores do Sporting com mais mercado. Destes, apostamos que 3 acabem por abandonar o clube. Quem? Vejamos. Os clubes que Rui Patrício "quer", não o querem, e não seria inteligente o Sporting abdicar do internacional português de 29 anos, numa fase em que cada vez mais fica a sensação de que poderá fazer toda a carreira num só clube. Bas Dost lutou com Messi até ao final da época 16/ 17 pela Bota de Ouro, mas a não ser que um clube do meio da tabela da Premier League perca a cabeça pelo holandês, o avançado de 1,96m deve continuar. E este raciocínio conduz-nos aos três jogadores que apostamos que irão sair: William, Adrien e Gelson. No caso de Gelson, uma eventual saída poderá fazer dele a maior transferência da História do clube, mas a maior baixa para os leões será mesmo perder Adrien.
    No entanto, há que olhar em frente. Acompanhem-nos por isso nesta análise ao possível futuro do Sporting Clube de Portugal.


O Plantel

Guarda-Redes: Rui Patrício, Beto, Azbe Jug

    A única certeza de Jorge Jesus. Com a baliza pode estar descansado. É bastante improvável que Rui Patrício saia neste defeso (a probabilidade era muito grande após o Euro, não tanto agora) por isso o técnico português pouco ou nada tem a temer. Jug não aparenta ter a qualidade necessária para envergar a camisola verde e branca, mas serve como 3.ª opção. Já o internacional português Beto é um excelente nº 2, apesar de não estar muito contente com a fraca utilização. É improvável que Beto saia, mas a exigir mais minutos (o que é normal para um guarda-redes da sua qualidade) o Sporting encontra em terreno nacional excelentes alternativas a Rui Patrício por um valor acessível, havendo ainda o jovem Pedro Silva (idealmente, será emprestado a um clube onde seja titular).

Defesas: Baiano (Braga)Cristiano Piccini (Real Bétis); Sebastián Coates, André Pinto (Braga), Jérémy Mathieu (Barcelona), Merih Demiral; Fábio Coentrão (Real Madrid), Jonathan Silva

    Um ponto fraco que Jorge Jesus está a reforçar à sua maneira. Pediu um esforço por Mathieu e exigiu Fábio Coentrão. Ambos já se encontram sob seu comando. O primeiro vem do Barcelona, o segundo vem do Real Madrid, com uma forma física duvidosa, mas com carimbo de campeão nacional. Coates será certamente titular, e ao que tudo indica será Mathieu o seu parceiro. André Pinto e Demiral são outras opções para o centro da defesa, já que um dos melhores centrais do clube (Paulo Oliveira) ruma ao Eibar. Jonathan Silva será o concorrente de Coentrão, e terá a sua oportunidade se o caxineiro não conseguir ultrapassar os problemas das últimas épocas (lesões e confiança). Caso contrário, Coentrão pode ser uma das figuras deste Sporting. No lado direito, com a chegada de Piccini, há a dúvida sobre Schelotto. Apesar das recentes declarações do seu empresário de que o jogador está de pedra e cal no Sporting, a sua permanência não é certa. Assim sendo, apostaríamos nas boas relações que o Sporting tem com o SC Braga para que Baiano fosse a concorrência de Piccini. Experiente e um jogador que dá profundidade como Jorge Jesus gosta.

Médios: Anderson Esiti (Gent), Radosav Petrovic, Battaglia (Braga), Bruno Fernandes (Sampdoria), Francisco Geraldes, Mattheus (Estoril)

    Caso William Carvalho rume a outras paragens, Petrovic, Battaglia e Palhinha são os jogadores do clube que o podem substituir. No nosso entender, João Palhinha poderia voltar a "rodar", e recrutar o gigante Anderson Esiti ao Gent, nigeriano que há poucas temporadas jogava no Estoril, poderia significar uma sucessão perfeita para William. Menor qualidade de passe e na saída de bola, mas talvez maior capacidade de asfixiar, recuperar, reagir.
    Já com 3 reforços confirmados para este sector, a saída de Adrien parece estar a ser acautelada com o ingresso de Bruno Fernandes, o melhor reforço do Sporting até ao momento. O capitão dos nossos sub-21 vai acrescentar muita qualidade, jogue onde jogar, e pode carregar este Sporting em 2017/ 18. Depois, connosco Francisco Geraldes teria oportunidades de sobra para mostrar o seu virtuosismo técnico e inteligência em campo; e Mattheus é um bom jogador para ter no plantel, pela visão de jogo que tem. Poucos jogadores pensaram o jogo tão bem como o brasileiro na segunda metade da temporada passada. 

Extremos/ Médios Ofensivos: Iuri Medeiros, Daniel Podence, Bruno César, Marcos Acuña (Racing)

    Acreditando que se perde Gelson Martins, por bom dinheiro, este seria para nós o momento indicado para apostar tudo em Iuri Medeiros. O nosso extremo-direito preferencial merece a confiança de tudo e todos depois de extraordinárias temporadas no Moreirense e Boavista.
    Podence continuará a evoluir, entre o flanco e a posição de segundo avançado; Bruno César é um utilitário pronto para jogar onde Jesus quiser; e com Bryan Ruiz cada vez mais perto da porta de saída, o clube leonino deve virar-se para Marcos Acuña. Acreditamos que o esquerdino de 25 anos se vá adaptar rapidamente ao esquema de JJ, e que se afirme como um dos pilares do ataque leonino. Pity Martínez (contratar ambos parece-nos demais, até porque retiraria espaço a Iuri e Podence) tem na verdade outro pedigree e é um jogador mais entusiasmante, mas o Sporting fica bem servido com Acuña.

Avançados: Bas Dost, Seydou Doumbia (Roma), Alan Ruiz, Gelson Dala

    Alan Ruiz continua, determinado em dar sequência à sua promissora recta final de 16/ 17, e o rendimento do angolano Gelson Dala na equipa B justifica claramente a promoção ao plantel principal, podendo surpreender.
    No entanto, Jorge Jesus não terá outra coisa na cabeça que não seja a conjugação e dinâmica de Doumbia e Dost na frente. Dost ainda pode sair, mas parece-nos absolutamente obrigatório que continue, e caso JJ consiga afinar os movimentos dos dois goleadores (tarefa que pode ser complicada num primeiro momento), este Sporting pode fazer muitos estragos...


O que muda? Não é fácil dizer, uma vez que ainda não se sabe ao certo quais serão os craques a abandonar o clube. Deduzindo que saem William, Adrien e Gelson, continuando Rui Patrício entre os postes e Bas Dost a golear os adversários, mudará sem dúvida a defesa.
    De Schelotto, Coates, Rúben Semedo e Zeegelaar, este novo Sporting só deve manter Coates no onze titular, e mesmo no plantel. Idealmente, e em boas condições, Fábio Coentrão será peça-chave deste Sporting, mas temos sérias dúvidas que consiga voltar ao nível de há uns anos. Garantido é que Jesus irá privilegiar Coates-Mathieu no centro.
    Depois, quem tem Dost-Doumbia molda-se em função disso, embora fosse inteligente o Sporting também trabalhar uma variante táctica que conjugasse por exemplo Bruno Fernandes e Geraldes à frente do trinco titular. Com Iuri Medeiros de um lado e Acuña do outro, as defesas teriam ou terão muito trabalho.
    Uma das curiosidades adicionais será perceber se o 3-4-2-1 já testado nesta pré-temporada é para experimentar com maior ou menor frequência.


A Formação: Devem sair vários jogadores formados no clube (nos 5 jogadores com mais mercado, 4 são made in Alcochete), e é importante que Jesus mantenha Francisco Geraldes, Iuri Medeiros e Daniel Podence no plantel. Quanto a nós, sobretudo os dois primeiros, até teriam um papel de relevo a cumprir.
    Depois, é impossível ignorar um talento como Diogo Brás, um virtuoso que em circunstâncias ideais acabará promovido de forma precoce à primeira equipa, embora tenha somente 17 anos. Da mesma casta, Bernardo Sousa também deve ser acompanhado bem de perto.
    Entre os mais crescidos, o guardião Pedro Silva, o gigante Ronaldo Tavares e Matheus Pereira são casos claros em que um empréstimo pode ser benéfico. Dar uma época completa de equipa B a Pedro Marques e Daniel Bragança também parece o adequado nesta fase.

16 de julho de 2017

Fair-Play e Segundas Oportunidades

Entre os três grandes, o Porto foi o único a mudar de treinador. Rui Vitória e Jorge Jesus continuam, mas Nuno Espírito Santo fez as malas e deixou o cacifo livre para o sempre bélico Sérgio Conceição. Se o ex-Nantes foi ou não a primeira escolha de Pinto da Costa, pouco interessa agora, o homem que marcou 3 golos a Oliver Kahn é o treinador deste Porto 2017/ 18.
    Curiosamente, o único dos 3 a mudar de treinador, é também aquele que menos jogadores está a recrutar. Mas já lá vamos.
    Depois do Benfica damos continuidade ao ciclo de previsão/ sugestão da constituição dos três principais candidatos ao título no futebol português. Esta construção especulativa visa ser um ponto de equilíbrio entre o que achamos provável acontecer neste defeso, e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para que cada clube atinja os objectivos a que se propõe. Os plantéis que aqui verão serão - uns mais do que outros - ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os seus perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na hora de tomar decisões.
 
    Apertado pelo fair-play financeiro (e, já agora, pelo bruto ordenado de Iker Casillas), o Porto já vendeu dois talentos da casa, André Silva e Rúben Neves. Uma venda angustiante, para nós, no caso do médio-centro, que ruma ao Championship quando ainda podia ter uma história bem diferente para escrever no Dragão, saltando depois para um clube de acordo com a sua qualidade. Sérgio Conceição tem em estágio diversos jogadores, e a verdade é que com os regressos de vários emprestados (Ricardo Pereira e Aboubakar, nomeadamente) o plantel não precisa assim de tantas afinações. Haja capacidade para tirar tudo deste elenco.


O Plantel

Guarda-Redes: Iker Casillas, Vaná (Feirense), João Costa

    Sabor agridoce para os dirigentes do clube da cidade invicta. Iker Casillas accionou o ano de opção que tinha pendente com o Porto, o que faz com que os dragões tenham que suportar o seu salário principesco. É uma mais-valia para Sérgio Conceição, e uma menos-valia para os cofres de um clube apertado a nível financeiro. Na sombra do espanhol estará o reforço Vaná (o Porto não conseguiu esquecer a sua monumental exibição no Dragão ao serviço do Feirense), e ainda João Costa. A chegada de Vaná pode originar a saída de José Sá ou de Costa, mas apostamos que os dragões abdiquem do barbudo Sá, com a baliza a médio-prazo a ser disputada por Vaná e Costa (mas outro costa, Diogo).

Defesas: Ricardo Pereira, Diogo Dalot; Felipe, Diogo Queirós, Iván Marcano, Pedro Henrique (Vit. Guimarães); Alex Telles, Rafa Soares

    Ao contrário de Benfica e Sporting, o Porto mantém a sua dupla de centrais titulares na época passada. Felipe e Marcano continuam no coração da defesa azul-e-branca, eles que formaram a melhor dupla do futebol português, e esse bónus não deve ser ignorado. Martins Indi não ficará, Reyes ainda pode ser o 3.º central deste Porto, mas para ocasionalmente fazer descansar a dupla titular sugeríamos a promoção do jovem Diogo Queirós para quarto central, e a aquisição de um central como Pedrão, do Vitória, uma vez que também Boly já seguiu para novo destino.
    Layún é um grande jogador, mas pode também valer uma boa compensação financeira ao clube. O lado esquerdo está muitíssimo bem entregue a Alex Telles, podendo Rafa Soares evoluir no Dragão depois de bom rendimento no Rio Ave; do lado oposto, achamos que o melhor era deixar Maxi Pereira ir à sua vida, confiando o lugar a duas das novidades mais entusiasmantes deste Porto de Sérgio Conceição - Ricardo Pereira e Diogo Dalot. O ex-Nice tem claramente pretendentes mas pode ser peça-chave nesta temporada, valorizando-se sobremaneira, e podendo inclusive funcionar em parelha com Dalot, dada a sua polivalência (em França jogou a lateral, direito e esquerdo, e extremo). Já Dalot, é muito acima da média para a idade, e merece o patamar de equipa A.

Médios: Danilo Pereira, Mikel Agu, Sérgio Oliveira, André André, Óliver, Ótavio

    No miolo, Danilo é a chave. Apesar de ter propostas, os azuis e brancos têm que fazer um esforço para manter o médio. Será peça fundamental na táctica de Sérgio Conceição e terá Mikel Agu (boa época no V. Setúbal) como sua alternativa. Sérgio Oliveira pode ganhar espaço com uma eventual saída de Hector Herrera. O mexicano é classificado como transferível, mas a verdade é que ainda não chegaram propostas pelo jogador. Os dirigentes portistas ambicionam fazer 20M na sua venda para melhorar a situação financeira do clube.
    André André deverá ter um papel de relevo com Conceição. O português tem a identidade do clube e foi claramente um talento desperdiçado nas mãos de Nuno Espírito Santo. Já Óliver e Ótavio tratarão de criar oportunidades e fazer este Porto jogar. São os dois jogadores mais criativos no meio-campo e podem ser peças fundamentais. Conceição tem que saber aproveitar estes diamantes.

Extremos: Jesús Corona, Marega, Yacine Brahimi, Hernâni, Galeno

    Entre algumas dúvidas, é certo que Sérgio Conceição travou a saída de todos estes jogadores. O técnico português considera que todos eles têm algo a dar ao clube e que fazem parte do seu projecto para reerguer o mesmo. Brahimi e Corona não podem sair deste Porto, e faz sentido que Conceição lhes tenha trancado a porta. Hernâni e Marega, destaques no Vit. Guimarães, têm finalmente a sua oportunidade na equipa principal do Porto. Veremos se não terminam novamente emprestados ou vendidos, mas a verdade é que têm talento para dar e vender, e a raça para convencer o novo técnico. Por fim, Galeno é o talento vindo da equipa B que tem dado nas vistas e deverá mesmo ficar nos quadros da equipa principal. O jovem tem-se mostrado na pré-época com bons pormenores e a probabilidade de ficar é alta.

Avançados: Soares, Vincent Aboubakar, Welthon (Paços Ferreira)

    Não é líquido se o Porto irá jogar em 4-3-3 ou 4-4-2, mas convém Conceição ter jogadores para poder actuar nos dois modelos. O estado de graça de Soares no Dragão perdeu algum gás na recta final da época passada, André Silva rumou ao AC Milan, mas felizmente para os dragões o camaronês Aboubakar não teve qualquer problema em voltar atrás com as suas palavras ("Voltar ao Porto? Jamais!"). Focado no clube, o avançado que na temporada passada actuou no Besiktas pode ser um dos grandes reforços deste Porto. Depois, e uma vez que achamos que o melhor para Rui Pedro seria um empréstimo a um clube da Liga NOS, contratar Welthon ao Paços podia ser uma boa jogada. Com Soares, Aboubakar e Welthon, os azuis e brancos teriam sempre goleadores para agitar o jogo, e muito poderio físico.


O que muda? Se nos casos de Benfica e Sporting haverá uma ideia de continuidade, por muito que os jogadores mudem, no Porto Sérgio Conceição pode mudar muito. O principal objectivo dos dragões para a nova temporada é dotar a equipa de capacidade ou fibra para não vacilar nos momentos-chave. "Ser Porto" não é uma frase para ser dita nas conferências de imprensa, entre rabiscos imperceptíveis; é sim algo que se vê em campo, com jogadores que - contagiados pelo técnico, se o seu perfil competitivo assim o exigir - não se escondam, assumam e lutem. Os jogadores já lá estão, precisam agora de ser potenciados ao máximo.
    O tridente defensivo (Casillas, Felipe e Marcano) permanece, e na defesa, no nosso entender, só mexíamos na posição de lateral-direito. Mais à frente, só aceitamos a venda de Rúben Neves se tal significar que o Porto irá ser capaz de segurar Danilo Pereira, o melhor elemento do clube em 2016/ 17. Vender ambos, seria... parvo.
    Caso Sérgio Conceição consiga fazer explodir Óliver Torres, o espanhol pode marcar a temporada em Portugal, e não nos podemos esquecer que foi ao serviço deste treinador que Otávio brilhou em Guimarães.
    Como referimos na secção dos avançados, não é linear se o novo treinador irá privilegiar o 4-3-3 ou o 4-4-2, pelo que a pré-época irá ajudar a definir isso. No entanto, com os nossos três escolhidos (Soares, Aboubakar e Welthon), seria certamente difícil para os adversários lidarem com qualquer dupla: Soares-Aboubakar, Aboubakar-Welthon ou Soares-Welthon.


A Formação: Sérgio Conceição, caso permaneça no banco portista nas próximas épocas, terá a oportunidade de estrear uma fornada de qualidade. André Silva e Rúben Neves são dois casos de relativo sucesso (podiam ter rendido mais desportivamente, sobretudo Neves), e a política de aposta na prata da casa deve continuar pontualmente.
    No plantel que propomos, incluimos Diogo Dalot, Diogo Queirós e Rafa Soares. Casos bem diferentes. Destes três, Dalot seria porventura aquele que viria a ter mais minutos, embora Rafa seja o que já está habituado ao patamar da I Liga.
    No entanto, é importante que o Porto saiba gerir vários dossiers e proporcionar o patamar e desafio certo nos momentos certos aos seus potenciais craques. É importante que Rui Pedro, sobretudo se Aboubakar ficar mesmo, seja emprestado para ter uma época inteira a jogar 90 minutos todos os fins-de-semana; e não é exagero entregar já a baliza do Porto B a Diogo Costa.
    Diogo Leite, Romário Baró e Afonso Sousa são miúdos para monitorizar com atenção, e Rui Pires e Bruno Costa elementos que podem beneficiar com uma experiência noutro clube.

15 de julho de 2017

Assunto: Pentacampeão?

Quatro vezes campeão nacional. Haja mais bruxos ou menos bruxos, dentro das quatro linhas o Benfica, dois anos entregue a Jorge Jesus e dois anos entregue a Rui Vitória, tem provado ser a melhor equipa em Portugal.
    Os encarnados conseguiram em 2016/ 17 um tetracampeonato nunca antes conquistado, e 2017/ 18 marca por isso novo desafio: alcançar o "penta", algo que só o Porto conseguiu (por uma vez) na História do futebol português.
    De gola abotoada nos novos equipamentos, as águias vivem um período de estabilidade. É mais fácil trabalhar quando se ganha, é mais fácil integrar novos jogadores quando se ganha, e é mais fácil lançar novos valores quando se ganha.
    Tal como nos últimos anos, damos hoje início no Barba Por Fazer à nossa construção especulativa dos plantéis dos 3 grandes na nova temporada. Estes plantéis visam ser um ponto de equilíbrio entre o que achamos provável acontecer neste defeso, e as medidas (ou contratações) que sugeríamos para que cada clube atinja os objectivos a que se propõe. Os plantéis que aqui verão serão - uns mais do que outros - ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os seus perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na hora de tomar decisões.
    No Benfica, já saíram Ederson, Victor Lindelöf e Nélson Semedo. Há vários jogadores com situação indefinida (casos de Grimaldo, Samaris, Eliseu, Mitroglou e Jiménez), mas na sua maioria das situações o Benfica parece já ter acauteladas as suas perdas com reforços que já moravam no Seixal. É um dado adquirido que Rui Vitória vai ser obrigado a reinventar a sua defesa, órfã de um guarda-redes e de um defesa central que podem muito bem marcar a próxima década no futebol europeu, e de uma locomotiva que se vai passar a divertir em campo ao lado de Messi e Iniesta.
    A pré-época do Benfica ajudará RV a decidir várias coisas, parecendo-nos fundamental preservar a ligação Pizzi-Jonas, e começar a cozinhar uma variante táctica em termos de modelo, para que o Benfica comece a preparar o pós-Jonas, num esquema que permita encaixar os principais talentos da formação.


O Plantel

Guarda-Redes: Júlio César, Predrag Rajković (Maccabi Tel Aviv), Bruno Varela (Vit. Setúbal)

    Mais um ano em que o clube da Luz vê um dos seus guardiões bebés partir. Ederson - o melhor Guarda-Redes da Liga NOS 2016/17 - sai da equipa de Rui Vitória para ser orientado por Pep Guardiola no Manchester City. A lógica diz que este ano, salvo algo anormal, a baliza voltará a ser protegida pelo imperador Júlio César. LFV já resgatou Bruno Varela após boa época no V. Setúbal, mas deve ser gerido como Ederson, debaixo da asa da águia. Para fechar a baliza, apontamos para um guardião promissor e não muito dispendioso. Predrag Rajković, jogador dos quadros do Maccabi Tel Aviv, tem sido apontado como um dos guarda-redes mais promissores mundialmente, muito à imagem do que havia sido Jan Oblak. Gorado o negócio André Moreira, o sérvio desperdiçado no futebol israelita seria a nossa prioridade para garantir a sucessão de Júlio César a médio-prazo.

Defesas: Pedro Pereira, André Almeida; Jardel, Lisandro López, Jardel, Rúben Dias, Branimir Kalaica; Aléx Grimaldo, Ailton (Estoril)

    Esta é talvez a zona mais sensível do clube encarnado, e a pré-época servirá para perceber se as posições de lateral-direito e central precisam ou não de reforços. Nélson Semedo e Lindelöf seguiram para os tubarões Barcelona e Manchester United mas, ao que tudo indica, o clube encarnado vai resolver estes dois "problemas" com a prata da casa. Algo que leva os adeptos a colocar a mão na cabeça. No entanto, se olharmos para trás, estes dois titulares que agora foram vendidos têm carimbo made in Seixal e na altura também se duvidou da sua qualidade para envergar a camisola das águias. Assim sendo, nas próximas semanas veremos se há ou não motivos para alarme. A mentalidade de campeão não se perdeu na Luz, mas pode haver necessidade de ir ao mercado. É necessário trabalho, mas toda a estrutura técnica certificar-se-á de desenvolver os jogadores até atingirem todo o seu potencial.
    Na direita, André Almeida partirá na frente enquanto que o repescado Pedro Pereira terá que fazer pela vida para roubar o lugar ao tetra-campeão. No centro do terreno, Luisão fará o seu último ano como jogador e Jardel parece estar de volta. A melhor notícia deste sector. Lisandro subiu um lugar na hierarquia de centrais, enquanto que Rúben Dias e Kalaica lutarão para integrar a equipa principal. No entanto, admitimos que uma dupla Rúben Dias-Jardel tem boa pinta. No lado esquerdo, Grimaldo será o titular absoluto (os adeptos do clube da Luz bem podem agradecer a sua lesão, caso contrário sairia de certeza). Embora o mais provável é que o plano B continue a ser Eliseu (e o lateral tem cumprido quando chamado), nós apostaríamos em Ailton como alternativa. As negociações parecem estar paradas, mas acreditamos que era uma mais-valia e uma agradável surpresa para o clube encarnado.

Médios: Ljubomir Fejsa, Pedro Rodrigues, Pizzi, André Horta, João Carvalho, Filip Krovinović (Rio Ave)

    Quem tem medo, compra um cão. Quem quer ser campeão, compra um Fejsa. O trinco sérvio do Benfica é um jogador sem igual e, caso esteja disponível durante pelo menos 80% da época, será muito complicado os rivais roubarem o título ao Benfica. Aos 28 anos, Fejsa ainda pode servir o Benfica durante algum tempo, mas não é a Samaris ou Filipe Augusto (jogadores que, no nosso entender, devem ser vendidos) que deveria estar entregue a missão de poupar o sérvio. Pedro "Pêpê" Rodrigues demonstrou ao serviço do Benfica B que está mais do que pronto para dar o salto para a equipa principal, oferecendo à posição 6 valências diferentes. Da formação, Florentino é o jogador mais parecido com Fejsa, mas é Pêpê que vemos ter já capacidade para cumprir bastantes minutos na nova época.
    É indiscutível que o 4-4-2 do Benfica pede um box-to-box como Enzo Pérez ou Renato Sanches (Gedson Fernandes é o jogador nos quadros dos encarnados mais próximo desse perfil), mas é também indiscutível que Pizzi foi o Melhor Jogador do último campeonato. Justamente distinguido, aliás, pela Liga. Mediante o máximo rendimento em terrenos interiores, Rui Vitória não deverá abdicar do seu maestro a 8, e essa é uma opção que apoiamos. No entanto, se em muitos jogos da Liga NOS Pizzi pode continuar a jogar num meio-campo a dois, esperamos ver em 2017/ 18 um Benfica a surgir em campo com 3 médios, podendo Pizzi ser o médio de ligação ou o jogador mais adiantado. Praticamente esquecido no final da época, fazemos votos para que André Horta volte a ser frequentemente utilizado pelo treinador, podendo ser um dos jogadores a beneficiar mais com a passagem para um 4-2-3-1 ou 4-3-3.
    Esta nova solução poderá abrir espaço para uma maior competitividade no sector intermédio, e João Carvalho terá uma palavra a dizer na pré-época. O criativo, que marcou um golo importantíssimo no último campeonato ao serviço do Vit. Setúbal, tem técnica e classe para dar e vender, mas precisa de mostrar que consegue ser regular e estar sempre presente e vivo no jogo. Quem não duvidamos minimamente que conseguirá ser tudo isso é o reforço Filip Krovinović. O croata ex-Rio Ave tem o que é preciso para deliciar o Estádio da Luz. Acreditem, vai crescer muito e surpreender de águia ao peito.

Extremos: Andrija Živković, Diogo Gonçalves, André Carrillo, Rafa, Franco Cervi

    Sabemos que é bastante provável que Salvio continue no plantel, mas à imagem da gestão do dossier Samaris, vemos o argentino como um activo transferível. Rui Vitória adora-o, mas a conjugação de 2 factores (oferecer soluções limitadas ao ataque e o facto de estar a "tapar" a evolução de outros elementos) leva-nos a priorizar outros craques.
    Por diversas razões, os extremos do Benfica desiludiram em 2016/ 17. Cervi terá sido o mais competente, mas nem ele esteve particularmente incrível. No entanto, 2017/ 18 tem tudo para ser o ano de Zivkovic e Rafa. É a eles que o Benfica deveria entregar a direita e a esquerda, respectivamente. No fundo, são quase reforços.
    Depois, há ainda Carrillo e Cervi e, da equipa B, Diogo Gonçalves merece fazer parte dos quadros sendo um jogador objectivo, goleador, e que pode também jogar como segundo avançado. Em suma, Diogo Gonçalves junta-se a 4 extremos que esperamos que se exibam todos a um nível superior à época anterior.

Avançados: Jonas, Raúl Jiménez, Haris Seferović (Eintracht Frankfurt)

    O ataque está bem composto. Contudo, com maior quantidade/qualidade no meio-campo, é provável que um dos avançados saia até ao fecho do mercado. Jonas é a estrela da equipa e a saída, a ser consumada, será de Raúl ou Mitroglou. Com a pouca sorte de Raúl no que toca a lesões (indispensável, ainda assim, para a consagração do tetra), quem terá mais procura no mercado será o grego. A entrada de Seferovic convida a que um dos dois saia (o próprio estilo de jogo do suíço é mais parecido ao grego, embora seja quase um híbrido entre ambos) e se Vieira quer rebentar o recorde de vendas com Jiménez, esta não é a altura ideal para a sua venda. Raúl ainda não explodiu de águia ao peito. Com estes 3 os encarnados podem estar mais do que tranquilos no que a golos diz respeito. Seferovic já fez o gosto ao pé no primeiro teste da pré-época e mostrou bons apontamentos.


O que muda? Sem Ederson, Lindelöf e Nélson Semedo, terá que mudar a defesa. De Ederson-Semedo-Luisão-Lindelöf-Grimaldo, os campeões nacionais passarão em teoria para Júlio César-A.Almeida-Luisão-Jardel-Grimaldo. O guardião veterano leva vantagem sobre a concorrência, na direita o faz-tudo André Almeida só não será titular se Pedro Pereira subir muito o seu nível actual, e no centro da defesa o regresso da dupla Luisão-Jardel é um cenário que vemos com bons olhos. Para nós, sem Lindelöf, Jardel é o central nº 1 deste Benfica, esteja ele em condições físicas. Luisão (bem melhor na segunda metade de 2016/ 17 do que na primeira, na qual esteve mal) é o capitão, mas veremos que impacto tem a sua lesão nas contas desta pré-época.
    De resto, o Benfica deverá continuar muito dependente das suas (valiosas) individualidades, sendo Rui Vitória um técnico que dá bastante liberdade no processo ofensivo, notando-se bastante mais "dedo" do treinador na defesa do que no ataque, e um excelente líder de homens, contagiando o balneário com a sua tranquilidade e confiança.
    Como já dissemos, é obrigatório que o Benfica comece a trabalhar uma alternativa ao estanque 4-4-2. A passagem para um 4-3-3 ou 4-2-3-1 pode estar no horizonte, que permita no futuro integrar talentos como Florentino, Gedson, João Félix ou Tiago Dantas e mais cedo do que isso Pêpê, João Carvalho e Krovinović. Jonas já tem 33 anos, e importa por isso identificar soluções para que as águias não sofram tanto quando o craque brasileiro disser adeus.
    Para além dos cinco projectos que destacamos no capítulo abaixo A Formação, temos particular curiosidade para ver como Heriberto aproveitará a oportunidade de se mostrar na pré-época, fase essencial também para perceber o que podem dar Chrien, Arango e Willock


A Formação: Respeitando a lógica de minutos disputados pela equipa B vigente no Seixal, Pêpê, Diogo Gonçalves e Rúben Dias estão preparados para 1) integrar o plantel ou 2) "rodarem" na I Liga. No entanto, acreditamos que os três agarrem a oportunidade na equipa principal, podendo essa política de empréstimos beneficiar por exemplo Heriberto, Ferro ou Guga (não tivesse este tanto azar com as lesões).
    João Carvalho e Kalaica também podem fazer parte deste Benfica versão 2017/ 18, surgindo o central croata em competição com Rúben Dias por uma vaga. O português é nesta fase mais jogador, mas caso nenhum sobressaia na pré-temporada, estamos convencidos que Rúben Dias aproveitaria melhor um empréstimo do que Kalaica.
   De olhos postos no futuro, Hélder deverá ter no Benfica B um esqueleto com 5 jogadores-chave - Florentino e Gedson no miolo, jogadores que não tarda nada estão a dar o salto, João Félix (um dez que tem agora à sua frente Krovinovic e João Carvalho), o sempre imprevisível Jota e o matador Zé Gomes. Menção especial para o goleador: Zé Gomes desiludiu em 2016/ 17, mas aos 18 anos o que o avançado encarnado mais precisa é aceitar que o seu patamar neste momento é a equipa B, provando com muitos golos na II Liga que merece ser promovido.
    Deixemos pois crescer outros talentos como Úmaro Embaló, Tiago Dantas, Pedro Álvaro, Nuno Cunha e Filipe Soares. A atenção à concorrência pode compensar a médio-prazo - Alex Pinto foi resgatado ao Vit. Guimarães, e o juvenil Tiago Gouveia roubado ao rival Sporting.

12 de julho de 2017

Emmys Barba Por Fazer 2017: Nomeados

São revelados amanhã os nomeados para a grande noite da indústria televisiva. A International Academy of Television Arts & Sciences dará a conhecer os escolhidos nas mais diversas categorias, anunciados por Anna Chlumsky e Shemar Moore. A cerimónia está marcada para o dia 17 de Setembro.
    Tal como temos feito nos últimos anos com os óscares, as séries já mereciam um tratamento especial também. Assim, hoje apresentamos aqueles que seriam - de acordo com os critérios de ilegibilidade (que afastam, por exemplo, Game of Thrones e Tatiana Maslany) - os nossos nomeados depois de mais um ano em grande.

    Entre tantos destaques possíveis, o intervalo entre a 68.ª edição e esta (69.ª) deu-nos novas séries originais como Atlanta, The CrownStranger Things, Legion, The Handmaid's Tale, Westworld e Taboo, Fleabag, Patriot e GLOW. Da lista abaixo as séries que surgem com maior número de nomeações são: no Drama, Better Call Saul (9) e The Leftovers (7); na Comédia, Master of None (8) e Atlanta (7); nas mini-séries, The Night Of (9) e Black Mirror (7).
    Na véspera de serem entregues os Emmys revelaremos o nosso escolhido, em cada categoria, que em muitos casos se afastarão das escolhas da Academia de Televisão.

E os nomeados para os Emmys Barba Por Fazer 2017 são:


Melhor Série Drama

Nomeados: Better Call Saul . The Leftovers . Mr. Robot . The Crown . Stranger Things . Legion . Rectify

Melhor Actor - Série Drama

Nomeados: Rami Malek, Mr. Robot | Bob Odenkirk, Better Call Saul | Aden Young, Rectify | Justin Theroux, The Leftovers | Dan Stevens, Legion | Tom Hardy, Taboo

Melhor Actriz - Série Drama

Nomeadas: Carrie Coon, The Leftovers | Claire Foy, The Crown | Elisabeth Moss, The Handmaid's Tale | Evan Rachel Wood, Westworld | Keri Russell, The Americans | Michelle Monaghan, The Path

Melhor Actor Secundário - Série Drama

Nomeados: Michael McKean, Better Call Saul | John Lithgow, The Crown | Pip Torrens, The Crown | Anthony Hopkins, Westworld | Jonathan Banks, Better Call Saul | Christopher Eccleston, The Leftovers

Melhor Actriz Secundária - Série Drama

Nomeadas: Aubrey Plaza, Legion | Thandie Newton, Westworld | Grace Cummer, Mr. Robot | Rhea Seehorn, Better Call Saul | Amy Brenneman, The Leftovers | Winona Ryder, Stranger Things

Melhor Série Comédia

Nomeados: Master of None . Atlanta . Veep . Silicon Valley . Patriot . GLOW . Fleabag

Melhor Actor - Série Comédia

Nomeados: Aziz Ansari, Master of None | Donald Glover, Atlanta | William H. Macy, Shameless | Jeffrey Tambor, Transparent | Michael Dornan, Patriot | Rob Delaney, Catastrophe

Melhor Actriz - Série Comédia

Nomeadas: Julia Louis-Dreyfus, Veep | Alison Brie, GLOW | Phoebe Waller-Bridge, Fleabag | Aya Cash, You're the Worst | Sharon Horgan, Catastrophe | Issa Rae, Insecure

Melhor Actor Secundário - Série Comédia

Nomeados: Brian Tyree Henry, Atlanta | Marc Maron, GLOW | Louie Anderson, Baskets | Tony Hale, Veep | Alec Baldwin, SNL | Ty Burrell, Modern Family

Melhor Actriz Secundário - Série Comédia

Nomeadas: Alessandra Mastronardi, Master of None | Zazie Beetz, Atlanta | Anna Chlumsky, Veep | Kate McKinnon, SNL | Judith Light, Transparent | Britney Young, GLOW

Melhor Mini-Série

Nomeados: The Night Of . Black Mirror . Fargo . Big Little Lies . Feud

Melhor Actor - Mini-Série

Nomeados: Riz Ahmed, The Night Of | John Turturro, The Night Of | Benedict Cumberbatch, Sherlock | Jude Law, The Young Pope | Robert De Niro, The Wizard of Lies | Geoffrey Rush, Genius

Melhor Actriz - Mini-Série

Nomeadas: Jessica Lange, Feud | Nicole Kidman, Big Little Lies | Susan Sarandon, Feud | Bryce Dallas Howard, Black Mirror | Mackenzie Davis, Black Mirror | Reese Whiterspoon, Big Little Lies

Melhor Actor Secundário - Mini-Série

Nomeados: Martin Freeman, Sherlock | Toby Jones, Sherlock | Bill Camp, The Night Of | David Thewlis, Fargo | Alexander Skarsgard, Big Little Lies | Michael K. Williams, The Night Of

Melhor Actriz Secundária - Mini-Série

Nomeadas: Mary Elizabeth Winstead, Fargo | Jeannie Berlin, The Night Of | Shailene Woodley, Big Little Lies | Gugu Mbatha-Raw, Black Mirror | Jackie Hoffman, Feud | Judy Davis, Feud


REALIZAÇÃO

Drama

Nomeados:
"Lantern" - Better Call Saul 3.10 - Realizado por: Peter Gould
"Chicanery" - Better Call Saul 3.05 - Realizado por: Daniel Sackheim
"G'Day Melbourne" - The Leftovers 3.04 - Realizado por: Daniel Sackheim
"The Bicameral Mind" - Westworld 1.10 - Realizado por: Jonathan Nolan
"h1dden-pr0cess.axx" - Mr. Robot 2.10 - Realizado por: Sam Esmail
"Chapter 7" - Legion 1.07 - Realizado por: Dennie Gordon

Comédia

Nomeados:
"Amarsi Un Po" - Master of None 2.09 - Realizado por: Aziz Ansari
"B.A.N." - Atlanta 1.07 - Realizado por: Donald Glover
"Live Studio Audience" - GLOW 1.07 - Realizado por: Jesse Peretz
"New York I Love You" - Master of None 2.06 - Realizado por: Alan Yang
"The Jacket" - Atlanta 1.10 - Realizado por: Hiro Murai
"The Thief" - Master of None 2.01 - Realizado por: Aziz Ansari

Mini-Série

Nomeados:
"San Junipero" - Black Mirror 3.04 - Realizado por: Owen Harris
"The Call of the Wild" - The Night Of 1.10 - Realizado por: Steven Zaillian
"The Lying Detective" - Sherlock 4.02 - Realizado por: Nick Hurran
"Who Rules the Land of Denial?" - Fargo 3.08 - Realizado por: Mike Barker
"The Beach" - The Night Of 1.01 - Realizado por: Steven Zaillian
"Playtest" - Black Mirror 3.02 - Realizado por: Dan Trachtenberg


ESCRITA

Drama

Nomeados:
"Chicanery" - Better Call Saul 3.05 - Escrito por: Gordon Smith
"Lantern" - Better Call Saul 3.10 - Escrito por: Gennifer Hutchison
"Certified" - The Leftovers 3.06 - Escrito por: Patrick Somerville, Carly Wray
"h4ndshake.sme" - Mr. Robot 2.07 - Escrito por: Sam Esmail
"A House Divided" - Rectify 4.01 - Escrito por: Ray McKinnon
"h1dden-pr0cess.axx" - Mr. Robot 2.10 - Escrito por: Kor Adana, Randolph Leon

Comédia

Nomeados:
"Amarsi Un Po" - Master of None 2.09 - Escrito por: Aziz Ansari
"Juneteenth" - Atlanta 1.09 - Escrito por: Stefani Robinson
"John's To-Do List 5/18/12" - Patriot 1.04 - Escrito por: Bruce Terris, Darby Kealey
"Thanksgiving" - Master of None 2.08 - Escrito por: Aziz Ansari, Lena Waithe
"New York I Love You" - Master of None 2.06 - Escrito por: Aziz Ansari, Alan Yang, Cord Jefferson
"Episode #1.6" - Fleabag 1.06 - Escrito por: Phoebe Waller-Bridge

Mini-Série

Nomeados:
"The Beach" - The Night Of 1.01 - Escrito por: Richard Price
"The Call of the Wild" - The Night Of 1.10 - Escrito por: Richard PriceSteven Zaillian
"The Lying Detective" - Sherlock 4.02 - Escrito por: Steven Moffat
"You Mean All This Time We Could Have Been Friends?" - Feud 1.08 - Escrito por: Gina Welch
"You Get What You Need" - Big Little Lies 1.07 - Escrito por: David E. Kelley
"Shut Up and Dance" - Black Mirror 3.03 - Escrito por: Charlie Brooker, William Bridges