14 de agosto de 2015

Antevisão da Liga NOS 2015/ 16

 Liga NOS - Embora todos os anos haja esta sensação, esta é definitivamente a Liga portuguesa mais esperada e escaldante dos últimos anos! Jorge Jesus incendiou o defeso ao trocar o Benfica pelo grande rival Sporting, e originou uma avalanche de contratações tanto no clube leonino como, principalmente, no Porto, apostado em sair vitorioso enquanto Lisboa está em chamas. Lopetegui terá mais uma vez um super-plantel numa nova época em que há verdadeiramente 3 candidatos, e cujo desfecho é muito mais difícil de prever do que em qualquer outra ocasião da última década. Os jogadores são os craques mas, especialmente esta temporada, Rui Vitória, Julen Lopetegui e Jorge Jesus têm muito a ganhar e muito a perder. Depois de no Verão passado ter perdido vários jogadores fulcrais, o Benfica perdeu desta vez o cérebro dos últimos 6 anos.. mas ganhou outro cérebro. Sumariamente podemos dizer que lutarão pelo título quem tem o melhor plantel (Porto), quem tem o melhor treinador do futebol português (Sporting) e quem ultimamente tem apresentado maior capacidade e cultura de vitória (Benfica). Ser bicampeão nacional pesa.
    O Top-3 mantém-se um campeonato aparte, mas interessa verificar ainda como decorre a batalha do Minho (Paulo Fonseca deverá ambicioso, pondo o Braga a jogar à grande, e em Guimarães veremos se Armando Evangelista é ou não o homem certo para o lugar), que rendimento Sá Pinto retira de um Belenenses muito prometedor, como se sai o Paços com uma equipa jovem mas cheia de talento, e quem leva a melhor na região autónoma da Madeira, esta época representada por 3 e não apenas as habituais 2 equipas. 

    Até ao final de Agosto haverá reforços, que podem mudar muita coisa e resolver várias indefinições em alguns plantéis. No entanto, considerando os elencos actuais, esta é a nossa previsão: 


 PORTO (1)

    Dos três candidatos ao título, o Porto é aquele que tem o melhor plantel. Se isso se traduzirá em sucesso? Veremos. Enquanto que no Sporting há uma enorme motivação, confiança e euforia, entre dragões - tal como na Luz - paira um clima de apreensão e desconfiança. Pinto da Costa voltou a dar um super-plantel a Lopetegui, mas o treinador espanhol terá que fazer pela vida, controlando-se na sua habitual tendência para inventar demais, e procurando encontrar um 11 base cedo. Os jogos da pré-época permitiram voltar a ver alguns dos problemas que este Porto já tinha no seu processo ofensivo em 2014-15, sendo que desta vez não haverá aquele que era, de longe, o jogador mais influente do Porto: Jackson Martínez. Tal como o colombiano, já não estão no clube Danilo, Óliver, Casemiro e Quaresma.
    Os azuis e brancos conseguiram Iker Casillas (a contratação mais mediática do nosso Futebol) e têm a melhor dupla de laterais (Maxi Pereira herdou o mítico "2") no futebol português. No centro da defesa Maicon e Marcano parecem ser o melhor duo, exigindo-se que Maicon se assuma de vez como o patrão, embora fosse benéfico o clube contratar ainda um grande central. Chegando ao meio-campo, o leque de opções é simplesmente extraordinário: Danilo Pereira (vai crescer tanto de dragão ao peito..), Imbula (parecia impossível vê-lo em Portugal), Rúben Neves (este ano poderá ser verdadeiramente uma das Revelações, com mais minutos), André André (o novo Moutinho), Herrera, Sérgio Oliveira e, porque não, Evandro. Temos a impressão que o mexicano Herrera ainda será vendido, mas Lopetegui só tem que colocar em campo Danilo e Imbula (que poderio na zona nevrálgica!), enquanto que o 3.º médio seria agora Herrera, mas poderá ser André André, Rúben Neves ou o tal médio ofensivo que o clube ainda precisa. Alguém capaz de levar a bola numa bandeja até Aboubakar ou Osvaldo, tendo capacidade de driblar e de último passe, aliando a isso intensidade. Lucas Lima seria esse jogador, Óliver também o poderia ser, mas o clube parece não conseguir garantir os jogadores que quer com esse perfil, havendo ainda bastante curiosidade para perceber que funções terá Bueno na manobra ofensiva da equipa.
    Sem CAN, esta tem tudo para ser a época de Brahimi. O argelino é um dos jogadores com maior qualidade técnica a pisar os nossos relvados e o flanco esquerdo será dele, embora se possa também assumir como médio ofensivo em zonas centrais. Tello e o regressado Varela concorrerão por um lugar, enquanto que na frente Aboubakar é a primeira opção, mas Osvaldo tentará baralhar as contas. Já se sabe que Osvaldo pode ser simultaneamente um dos melhores avançados desta época ou uma bomba-relógio pronta a explodir por um motivo trivial. Imprevisibilidade é o nome do meio do novo camisola 10, um avançado fantástico mas temperamental.
    O Porto tem obrigação de ser campeão, atendendo ao plantel que tem, e de certa forma ter-se-á ficado a rir enquanto Jesus carregou as malas de um rival de Lisboa para o outro. O plantel ainda pode ser melhorado, com uma ou duas contratações, mas na Invicta a maior dúvida é mesmo Julen Lopetegui.

Atenção a: Yacine Brahimi, Giannelli Imbula, Danilo Pereira, Vincent Aboubakar, Rúben Neves


 BENFICA (2)

   «O campeão é sempre o favorito» - Uma frase que se tornou um cliché no mundo do futebol, mas que não espelha a realidade. Este ano, o Benfica parte atrás da equipa do Porto, tendo até agora um plantel inferior e várias feridas ainda por sarar. Os encarnados perderam o treinador e o vice-capitão para cada um dos rivais, tendo essas perdas um grande impacto anímico sobre a equipa da Luz. À instabilidade inicial juntou-se a má preparação da pré-época, sob a orientação de Rui Vitória. O novo técnico dos encarnados ainda não mostrou melhorias no jogo e os adeptos já começam a desesperar. A única coisa que se pede é que o Benfica assuma o jogo e isso não se verificou em praticamente nenhum dos jogos que o clube já efectuou.
    Olhando concretamente para o plantel, é imperial que a ida ao mercado se verifique mesmo. É urgente a contratação de um lateral esquerdo e ainda de um médio que preencha a função 8, um jogador com as características que tanto faltam a este Benfica. Mitroglou e Raúl Jiménez são duas contratações muito importantes para o plantel. O grego é um avançado mais posicional, enquanto que o mexicano é um avançado mais móvel e que muito provavelmente casará melhor com Jonas, daí termos dado destaque a esta dupla. Se houver um aumento de qualidade no jogo do Benfica e a equipa conseguir estabilizar métodos de jogo, criando rotinas, esta pode ser uma dupla tão goleadora quanto Jonas e Lima. Nico Gaitán é o melhor jogador do Benfica e o momento menos bom do clube poderia agravar-se ainda mais com a sua saída. Isto porque o argentino é quem assume o ataque das águias, tendo o condão de desequilibrar e inventar lances através da sua magia singular. Há poucos em Portugal como Gaitán, um jogador de Top mundial.
    Na defesa, onde Luisão-Jardel se mantêm no centro, embora Lisandro possa quiçá beliscar a titularidade de Jardel, falta evidentemente um lateral esquerdo de qualidade. Na direita, Nélson Semedo tem tudo para ser um dos destaques positivos deste Benfica. O jovem já mostrou a sua qualidade no jogo contra o Sporting e se foi aposta num jogo de elevada importância como o da Supertaça, deverá ser aposta na Liga (embora deva depender dos jogos em questão). O jovem lateral já mostrou a sua grande disponibilidade física nos sectores mais recuados e a sua habilidade para desequilibrar no último terço. Faz lembrar os tempos áureos de Nélson (tempos esses que duraram meia época), mas com um futuro bem mais promissor. Andreas Samaris terá neste ano a companhia do compatriota Mitroglou e na nossa opinião será esta a sua época de afirmação no clube, como temos vindo a insistir. O médio tem sido um dos elementos com maior preponderância no plantel das águias e Rui Vitória parece confiar muito nas capacidades do grego, vendo-o até como um dos 3 primeiros capitães. Pizzi renderá mais se for usado no flanco ou como 3.º médio e Carcela deu boas indicações na pré-época. Não podemos não nos referir ou menosprezar a possível contratação de Meli. Confirmando-se, e afirmando-se o argentino no plantel encarnado, poderá ser um dos jogadores mais influentes deste Benfica. Com uma disponibilidade física imensa e com um grande espírito de sacrifício, poderá tornar-se um caso sério com algumas correcções de Rui Vitória e progressivo conhecimento da realidade portuguesa.
    O Benfica parte atrás do Porto. Parte fragilizado, com um plantel em construção e ainda com ideias por assimilar do novo técnico. Apesar de prevermos uma Liga bastante competitiva entre os 3 grandes, acreditamos que o Benfica ficará em 2.º, acreditando que o futebol do bicampeão apresentará vistosas melhorias sob a batuta de Rui Vitória.

Atenção a: Jonas, Nico Gaitán, Raúl Jiménez, Nélson Semedo, Andreas Samaris

 SPORTING (3)

    Esta é a primeira vez nos últimos anos largos em que o Sporting pode efectivamente ser campeão. Mesmo tendo ido buscar o "cérebro" do Benfica, o Sporting parte atrás de Benfica e Porto. Nas últimas épocas houve um bom contributo de grandes treinadores (Leonardo Jardim e Marco Silva) mas os leões não se conseguiram impor em definitivo. Agora com Jorge Jesus, tudo poderá ser diferente, mas o facto da equipa ter sido verdadeiramente reforçada é um aspecto a ter em conta para que isso se justifique. O Sporting, até agora, conseguiu segurar as suas pérolas (João Mário, Slimani, faltando resolver o caso Carrillo), reforçando o seu plantel dentro do que é exequível. A aposta em Bryan Ruiz e Teo Gutiérrez é um significativo upgrade em relação a anos anteriores e ambos poderão contribuir para um Sporting mais consistente e menos perdulário no ataque. A organização defensiva era um relativo problema dos leões, mas Jesus, progressivamente mais competente e experiente com o decorrer dos anos, traz consigo melhorias a esse nível. Todos os processos no sector mais defensivo são quase uma obsessão do técnico. Naldo ainda tem que provar a sua qualidade, João Pereira necessita de mostrar o quão maduro diz estar, mas Paulo Oliveira e Jefferson (atenção às suas assistências e bolas paradas) podem muito bem ser destaques desta equipa em crescendo do Sporting.
    João Mário deverá ser um dos jogadores mais importantes na 'Era Jesus'. Um jogador com um elevado QI futebolístico e que tanto tem a qualidade de vir atrás buscar jogo, como também tem a qualidade de o levar para a frente. Poderá ser um dos leões cujo rendimento aumentará com Jesus. Mas é de André Carrillo que se esperam as melhores coisas. O peruano tem vindo a crescer no clube de Alvalade e, apesar de no último ano já ter sido mais constante, todos os adeptos de futebol crêem que o extremo pode dar ainda mais ao Sporting. Este pode muito bem ser o ano da explosão de Carrillo, tendo em conta o estilo de jogo e a forma de trabalhar de Jorge Jesus. Slimani será uma pedra fundamental no ataque verde e branco sendo o artilheiro de serviço, enquanto que Bryan Ruiz (o jogador que Jesus diz "saber tudo") será o maestro do ataque, como já deu para perceber neste jogo da Supertaça. Por fim, destacamos ainda William Carvalho. Depois de uma primeira época sensacional, o trinco do Sporting desceu bastante de forma na última época. Não fez uma época má - pelo contrário -, mas habituou-nos a um nível muito elevado na sua época de estreia de leão ao peito. Acreditamos veementemente na sua explosão este ano onde evoluirá exponencialmente com Jorge Jesus. A posição 6 é uma das mais e melhor trabalhadas pelo técnico e isso beneficiará tanto o Sporting, como a Selecção Portuguesa.
    Prevê-se uma autêntica guerra, taco a taco, entre Porto, Benfica e Sporting, mas ainda assim em termos de expectativas os leões partem atrás dos rivais. Jesus brilhou no seu 1.º ano de águia ao peito, com um plantel bastante mais valioso do que aquele que encontra neste Sporting, mas não se pode ignorar algo: o Sporting é, entre os 3 grandes, a equipa que mais rapidamente assimilou as ideias do treinador, e para já aquela que apresenta maior equilíbrio e pressiona melhor.

Atenção a: André Carrillo, Islam Slimani, João Mário, Bryan Ruiz, William Carvalho



 BRAGA (4)

    Paulo Fonseca pode não ser o melhor aluno a Geografia, mas é bom treinador. O homem que falhou ao leme do Porto voltou a resultar na Mata Real e abraça, justamente, um projecto mais ambicioso. O Braga perdeu alguns jogadores importantes como Éder, Zé Luís, Pardo e Rúben Micael, mas Fonseca tem disponível um grupo de jogadores com potencial. Matheus e Kritciuk (na Liga só o Porto consegue ter um melhor par - Casillas, Hélton) são dois grandes guarda-redes, e a defesa permanece intocável - Baiano, Aderlan, André Pinto e Djavan - sendo essencial preservar o "patrão" Aderlan Santos. No meio-campo e ataque ver-se-ão esta época bastantes caras novas, e Fonseca terá que conseguir que alguns jogadores jovens se adaptem rápido, numa equipa que deverá alternar entre o habitual 4-3-3 e um 4-4-2 como gente grande, clássico ou losango, pelo menos olhando para os avançados que o Braga tem/ quer ter.
    Rafa e o ex-Barça B Román serão os grandes desequilibradores da equipa, com a sua criatividade a poder resolver muitos jogos. No miolo Alef sucede ao companheiro de sub-20 Danilo, e havendo Mauro, Tiba e Luiz Carlos, a novidade da pré-época foi a confiança que Fonseca parece depositar no montenegrino Nikola Vukcević. Chegando ao ataque, há várias figuras para actuar nos flancos - Pedro Santos, o veterano Alan, os já referidos Rafa e Román e ainda Fábio Martins e William Pottker (temos alguma curiosidade para ver o "Hulk" Pottker em acção). Para marcar golos, António Salvador contratou Rodrigo Pinho, Crislan, Rui Fonte (emprestado, e caso mantenha as lesões longe, a enfrentar uma época muito importante) e Stojilković, mas Nélson Oliveira parece ser também um desejo do clube bracarense. Os dois avançados brasileiros têm qualidade técnica e veia goleadora, mas a contratação de Nélson Oliveira (ao desligar-se contratualmente do Benfica ficaria muito mais "solto" e estaria certamente determinado a provar o seu valor, do zero) daria outra qualidade ao ataque do Braga, que se caracterizará sempre por bastante mobilidade e bom entendimento dos homens da frente. O Braga está longe do nível do Top-3, mas este defeso amealhou bom dinheiro e deve procurar reforçar o seu estatuto de 4.ª equipa, enquanto procura sucesso nas taças.

Atenção a: Joan Ángel Román, Rafa, Aderlan Santos, Rui Fonte, Matheus

 BELENENSES (5)

    É inevitável olhar para a evolução que o Belenenses levou desde 2010 - ano em que desceu para a II Liga, enfrentando tempos bastante difíceis. Um histórico português em que muitos adeptos perderam a esperança de voltar a ver nos grandes palcos da Primeira Liga. Depois de um primeiro ano na Segunda Liga francamente mau, em 2011/12 notou-se uma melhoria exibicional, mas que continuava a deixar os seus adeptos e simpatizantes algo preocupados. Contudo, em 2012/13 deu-se a subida à Primeira Liga e verificou-se uma subida gradual de rendimento. No primeiro ano não foram além do 14.º lugar (um lugar acima da linha d'água), mas no ano seguinte justificaram porque é que não mereciam descer - uma época extraordinária dos azuis do Restelo face ao plantel que Lito Vidigal e Jorge Simão tiveram, com muitos jogadores portugueses, acabando mesmo por assegurar a entrada na Liga Europa com um 6.º lugar.
    Este ano, com Ricardo Sá Pinto no comando, os Belenenses têm uma equipa 100% portuguesa. Com a contratação de alguns bons valores como o experiente Tonel, os jovens Geraldes (por empréstimo do Sporting) e João Amorim para as laterais ou até João Vilela (boa aquisição, resgatado ao Gil Vicente). A juntar a todos estes jogadores de qualidade, chegou também Rúben Pinto (finalmente desligado do Benfica, e esperamos que esta seja a época de afirmação do jovem médio, com exibições de qualidade como as que fazia pelo Benfica B) e André Sousa, o ex-Académico de Viseu que garantirá uma equipa sempre equilibrada. Ainda assim, é de Miguel Rosa de quem se espera mais nesta equipa lusitana. Aos 26 anos é a alma do clube lisboeta. Entrega-se sempre de uma forma apaixonada ao jogo e dá tudo por tudo em cada lance. Quando o jogo está difícil, é nele que os adeptos depositam toda a sua esperança. Carlos Martins, já mais rotinado que na época passada, é outro dos jogadores a ter em conta. O médio espalha classe pelo meio-campo e pode resolver qualquer jogo à lei da bomba como tanto gosta. Por fim, acreditando nós que Sturgeon dará o salto para fora do país, é em Dálcio que confiamos uma maior evolução. O jovem jogador emprestado pelo Benfica já mostrou a sua qualidade na época passada e julgamos que este será o seu ano de afirmação no clube. O meio-campo merecia um avançado doutro estatuto, estando neste momento o lugar entregue a Camará ou Betinho. Postiga, Marreco e Rubio foram tentativas falhadas, e Nélson Oliveira seria - tal como para o Braga - uma opção muito interessante.
    Ricardo Sá Pinto já mostrou que aspira a voos mais altos ao derrotar o IFK Goteborg na 3.ª Pré-Eliminatória da Liga Europa e o 5.º lugar nesta Liga NOS é bem possível de almejar. Os azuis do Restelo podem aproveitar o revés que equipas como Vitória de Guimarães e Rio Ave sofreram e colocar-se logo atrás dos 4 grandes portugueses, com futebol positivo e um plantel que sabe cantar o hino.

Atenção a: Miguel Rosa, Dálcio, Carlos Martins, Rúben Pinto, André Sousa

 VIT. GUIMARÃES (6)

    Entre 2011 e 2015, o trabalho de Rui Vitória no clube da cidade-berço foi extraordinário. O agora treinador do Benfica fez, ano após ano, omeletes sem ovos, conseguindo sucesso (6.º lugar em 2011/ 12, vitória na Taça de Portugal em 2012/ 13, 5.º lugar na época passada) ao mesmo tempo que enfrentou o desafio de reconstruir a sua equipa sistematicamente, promovendo jovens valores e recorrendo à equipa B. O Vitória aposta tanto na sua segunda equipa que desta vez da B vem.. o treinador. Armando Evangelista tem em mãos uma tarefa difícil, e temos dúvidas que tenha mãos para o projecto. Já falhou o acesso à Liga Europa, isto depois do plantel ser desenhado para competir em várias frentes, mas a ausência de competições europeias pode ajudar a manter o foco na Liga. Se a evangelização da cidade de Guimarães (e os adeptos do clube são muito exigentes) não correr bem, parece-nos que a classificação final do clube será tanto mais alta quanto mais cedo houver um novo treinador ("qual" é outra história).
    Da temporada passada para esta o clube perdeu, para além do treinador, duas peças de grande importância: André André e Bernard. Os principais reforços até agora foram Tozé (mereceu a aposta), Licá (um passo atrás necessário), Montoya (tem qualidade técnica), Otávio (novamente emprestado), Bruno Gaspar a título definitivo e Henrique Dourado (2.º melhor marcador do Brasileirão 2014). O avançado brasileiro é uma aposta forte para fazer golos, partindo como favorito para ganhar a titularidade a Tomané e aos jovens Ricardo Gomes e Vigário. Já os flancos serão disputados por Ricardo Valente, Alex e Licá. Seria importante segurar Josué Sá, mantendo-o em dupla com João Afonso, e no meio-campo Bruno Alves (aposta forte de Evangelista, que o conhece da B) está a demorar a dar boa resposta, embora o tridente Cafú, Montoya e Tozé (os últimos dois podem cumprir o papel de médio mais adiantado ou até jogar no flanco) não fosse também garantia da intensidade e disciplina necessárias. A equipa ganharia ao ter um médio como João Teixeira, e depois de Douglas e Assis dividirem o tempo de jogo na baliza em 2014-15, resgatar José Sá ao Marítimo não era mal pensado. Um médio é possível que chegue, um novo guarda-redes não.

Atenção a: Henrique Dourado, Ricardo Valente, Alex, Tozé, Licá

 PAÇOS FERREIRA (7)

    Jorge Simão herdou a equipa de Paulo Fonseca e este Paços, jovem e talentoso, é uma equipa bastante portuguesa e que promete entusiasmar. Na Capital do Móvel, os reforços têm sido muito bem escolhidos - Roniel foi emprestado pelo Porto, Fábio Cardoso e Pelé pelo Benfica, Marafona e Christian foram resgatados a outras equipas da Liga NOS, e chegaram vários jogadores da Segunda Liga. Falar do Paços ao longo da época será, em princípio, falar de uma equipa com futebol positivo. Marafona e Defendi disputarão a baliza, do quarteto Marco Baixinho, Fábio Cardoso, Miguel Vieira e Ricardo sairá a dupla de centrais privilegiada, e João Góis deve ser o lateral-direito depois da sua boa época no Chaves. Do lado esquerdo, Hélder Lopes continua no clube e, mantendo-se, a sua titularidade é inquestionável. As chegadas de Pelé (já conhece Jorge Simão) e Christian deverão tornar o meio-campo pacense bastante completo, enquanto que no ataque Cícero promete complicar a vida a Bruno Moreira, havendo ainda a opção Edson Farias. Romeu, Roniel, Manuel José, Vasco Rocha e Minhoca, de quem se espera maior consistência, serão outras das opções ao dispor do treinador ex-Belenenses, e temos altas expectativas para acompanhar a época de Diogo Jota. O miúdo de 18 anos, lançado por Paulo Fonseca, é uma lufada de ar fresco no futebol português e poderá ser uma das Revelações desta Liga. Na senda de Jota, Andrezinho poderá dar os primeiros passos a sério neste campeonato e, globalmente, parece-nos que o Paços ainda tentará garantir um ou dois excedentários dos grandes (Nuno Santos seria ouro sobre azul).

Atenção a: Diogo Jota, Pelé, Cícero, Christian, João Góis

 NACIONAL (8)

    Ninguém duvida que o eloquente dicionário de nome Manuel Machado é hoje em dia um dos treinadores mais experimentados do futebol português. O arqui-inimigo de Jorge Jesus conhece a realidade e, não sendo um revolucionário ou alguém que coloque as equipas a jogar um futebol muito atractivo, consegue normalmente resultados, construindo equipas sérias e eficazes. Este Nacional perdeu várias figuras influentes (Marco Matias, Lucas João, Tiago Rodrigues, Marçal e Christian) mas o clube de Rui Alves já nos habituou a saber substituir e dar boa resposta às suas perdas. O avançado Soares deve emergir esta época como o melhor marcador da equipa, secundado num dos flancos pelo ágil Salvador Agra, um extremo que teoricamente pode crescer muito sob a orientação de Manuel Machado. O holandês Cas Peters fez uma boa pré-época mas acabou estranhamente dispensado pelo clube e, por isso mesmo, achamos que ainda deverá chegar um extremo para o 11, embora o jovem João Camacho tenha valor. Gottardi, Zainadine, Ali Ghazal e os irmãos Aurélio continuam no clube, podendo Sequeira ser o herdeiro de Marçal como já fora em alguns jogos de 2014-15, enquanto que no meio-campo os recém-chegados Zezinho e Nenê Bonilha terão que demonstrar ser verdadeiros reforços para o sector que tudo liga. Manuel Machado precisa de 1 extremo e de 1 médio mas, de qualquer modo, a sua equipa deverá terminar sempre entre a 7.ª e a 10.ª posição.

Atenção a: Soares, Salvador Agra, João Aurélio, Nenê Bonilha, Sequeira

 MARÍTIMO (9)

    Depois do 9.º lugar na época passada, imaginamos que o Marítimo de Ivo Vieira possa conhecer igual ou semelhante destino na tabela esta temporada. A equipa insular reúne um elenco interessante, mas depende muito do seu melhor jogador: o portentoso avançado Moussa Marega. O jogador do Mali deixou muito boas indicações na 2.ª metade da época passada, contratado para substituir Maazou, e a sua continuidade é fundamental. No entanto, não nos surpreendia que ainda fosse alvo de cobiça até ao fecho de mercado ou no defeso de Janeiro. Marega é capaz de colocar a equipa noutro patamar, apoiado pela consistência que Tiago Rodrigues (grande médio, exímio marcador de bolas paradas, emprestado desta vez ao rival do Nacional) e Gevorg Ghazaryan irão dar ao miolo. Na baliza, depois de Wellington e Salin disputarem a titularidade em 2014-15, o mais inteligente seria apostar em José Sá depois daquele fantástico Euro Sub-21; João Diogo e Rúben Ferreira são laterais preponderantes na equipa, e após as saídas de Bauer e Igor Rossi, Deyvison (ex-Tondela) e Dirceu poderão formar o novo coração da defesa. Figuras como Alex Soares, Fransérgio ou Lynneeker tornam o plantel mais amplo, embora pareçam faltar soluções para os extremos (António Xavier e Edgar Costa partem na frente, podendo Éber Bessa aparecer mais esta época), parecendo-nos importante que os extremos surjam com mais frequência na ficha de jogo, ajudando mais Marega.

Atenção a: Moussa Marega, Tiago Rodrigues, António Xavier, Gevorg Ghazaryan, Alex Soares


 RIO AVE (10)

    Voltando ao continente, o Rio Ave é uma verdadeira incógnita. Tem um treinador de qualidade, mas a verdade é que o seu plantel sofre dalguma indefinição. Tanto Hassan como Ukra, e até Marcelo, ainda não é certo que fiquem e perdê-los significaria um forte golpe para Pedro Martins. Especialmente o extremo que era uma das figuras mais importantes do ataque vila-condense. Ainda assim, as aquisições de Heldon e Kayembe podem vir a ser importantes no ataque. Pedro Paulo parece ser aposta do técnico português para a equipa principal, mas só o tempo dirá o que o brasileiro vindo do Atlético Paranaense poderá dar ao ataque do Rio Ave. Na defesa, é imperial que se arranje um substituto à altura de Tiago Pinto. Confirmando-se o regresso de Edimar à equipa de Vila do Conde, serão muito boas notícias para a saúde defensiva da mesma. Juntando-se a continuidade de Marcelo, a consistência defensiva poderá ser maior e idêntica há de 2 anos atrás. Yazalde será mais um a contribuir para a qualidade ofensiva, que é o ponto forte deste Rio Ave de Pedro Martins. No miolo, será necessário Pedro Moreira e Renan Bressan afirmarem-se como capazes de coordenar toda a equipa.
    Não auguramos uma melhoria significativa, mas sim uma manutenção daquilo que foi o Rio Ave no ano passado. Acreditamos que ficará a meio da tabela e que não será capaz de chegar perto da Europa, mas também não esperamos minimamente ver os vila-condenses em risco de descer.

Atenção a: Marcelo, Héldon, Kayembe, Pedro Paulo, Yazalde

 ESTORIL (11)

    Este Estoril está longe de ter a qualidade de jogo da equipa que Marco Silva orientava. Se o Rio Ave é uma incógnita, o Estoril ainda será mais. Com várias entradas de jogadores não tão reconhecidos no que toca à sua qualidade, é em "chuta-chuta" que se colocam todas as aspirações do Estoril Praia. Bruno César está de volta a Portugal e depois de ter deixado o Benfica (onde era aposta de Jorge Jesus) por uma aventura arábica, volta pela mão do presidente Alexandre Faria. É sem dúvida uma das contratações mais sonantes do defeso em Portugal e é inevitável que se peçam coisas boas de "chuta-chuta". É uma contratação de peso... a todos os níveis. Falando no presidente canarinho, o mesmo afirmou que a porta estará aberta quer para entradas, quer para saídas. Isto porque se fala bastante na saída de Sebá para o Olympiakos de Marco Silva. O extremo tem mostrado elevada qualidade e seria um dos melhores reforços do Estoril caso se mantivesse no plantel. Gerso e Léo Bonatini também poderão destacar-se no ataque estorilista, enquanto que Anderson Esiti será o pêndulo do meio campo. Perspectiva-se uma boa época do nigeriano.
    Será uma luta difícil para o Estoril que, depois de José Couceiro não ter resultado, manteve Fabiano Soares no leme, embora o treinador ainda tenha que provar o seu valor. O pós-Marco Silva previa-se uma fase sempre ingrata. Somando tudo, Alexandre Faria continua a garantir que o grande objectivo do Estoril é a manutenção. O que achamos bastante legítimo.

Atenção a: Bruno César, Gerso, Léo Bonatini, Sebá, Anderson Esiti


 AROUCA (12)

    O antepenúltimo classificado de 2014/ 15 está mais forte. Pedro Emanuel abandonou o clube de Aveiro em direcção ao Chipre, mas a Direcção garantiu um treinador mais capaz: Lito Vidigal, o principal responsável pelo 6.º lugar do Belenenses na época transacta. Havia muito a melhorar no plantel, mas Lito terá um elenco luso-brasileiro que pode realizar um bom campeonato. Bracalli assumirá a baliza, na defesa Borja López (emprestado pelo Mónaco) e os laterais Jaílson e Lucas Lima são verdadeiros reforços, enquanto que no meio-campo Lito Vidigal já tinha boas opções com rendimento regular - David Simão, Artur, Nuno Coelho (médio defensivo ou central) e Pintassilgo -, sendo bem possível que Lito retire muito mais de Nildo Petrolina. A este miolo, para além do brasileiro Karl, chegou também Nuno Valente, do Braga B, uma das melhores contratações do clube, podendo ser uma agradável surpresa no principal escalão. No ataque, para além de Roberto Rodrigo, os brasileiros Maurides (irmão de Maicon, central do Porto) e Leandro tentarão garantir golos, e esperamos que o novo camisola 11, Ivo Rodrigues, aproveite este empréstimo para crescer. Para além do jovem craque do Porto, garantir por empréstimo outro extremo dos grandes (fazer regressar Iuri Medeiros, que não quer ser emprestado ao Moreirense, era o ideal) poderia muito bem elevar este Arouca a outro patamar.

Atenção a: Ivo Rodrigues, Nuno Valente, Nildo Petrolina, Maurides, Borja López

 BOAVISTA (13)

    Uma verdadeira supresa da Liga NOS 2014/ 15. Petit foi dado como morto antes do combate e provou que o Boavista está bem vivo. Jogou com as armas que tinha e foi conquistando um lugar cada vez mais confortável na Primeira Liga. O histórico português voltou aos palcos que merece e este ano perspectiva-se que garantam de novo a manutenção. O segredo estará todo na defesa. Se no ano passado mostraram que essa foi a sua grande arma, este ano essa arma ganhou ainda mais força. Com as entradas do bem conhecido Paulo Vinícius (ex-jogador do Braga) e do mundialista Samuel Inkoom, o Boavista tem tudo para assegurar a manutenção, fiel à sua ideia de jogo defensiva e apoiado no rigor e no plano físico. Uma equipa em parte à imagem de Petit. A juntar aos dois novos defesas, Afonso Figueiredo continua no plantel dos axadrezados e será certamente um jogador que mostrará novamente a sua qualidade, enquanto que o central Henrique pode ressuscitar depois de não render tanto desde os tempos do Feirense. Na frente, Uche Nwofor é o novo homem-golo, que terá como missão transformar as poucas oportunidades de golo... em golo. Para isso terá também a ajuda de Zé Manuel que no ano transacto acabou por fazer boas exibições ao serviço dos axadrezados.
    Não será fácil para o Boavista assegurar de novo a manutenção, mas com todo o trabalho que Petit e toda a sua equipa técnica demonstraram na temporada anterior, é legítimo que a equipa do Norte volte a agarrar a manutenção já que reforçaram (e bem) o seu ponto forte - a defesa.

Atenção a: Uche Nwofor, Samuel Inkoom, Afonso Figueiredo, Paulo Vinícius, Zé Manuel


 MOREIRENSE (14)

    Em Moreira de Cónegos a chave tem sido a muito boa organização defensiva, característica das equipas de Miguel Leal. Contudo, no ano que se avizinha, a aposta no mercado dos adversários do Moreirense tem sido muita e o clube nortenho tem ficado um pouco aquém no defeso. Ainda assim, fizeram algumas contratações interessantes que podem muito bem aumentar a qualidade de jogo da equipa de Miguel Leal - um dos bons treinadores portugueses. Luís Carlos será uma interessante aquisição vinda do Korona Kielce da Polónia, mas terá ainda a companhia do irrequieto Emmanuel Boateng que se transferiu do Rio Ave. A sua irreverência poderá ser uma das peças-chave deste ataque. Vítor Gomes será o novo patrão do meio campo depois do melhor jogador da equipa de Moreira de Cónegos ter abandonado o clube para ingressar no AEK. Falamos de André Simões. Rámon Cardozo terá que recuar dois anos atrás e provar a qualidade que mostrou nesse ano no Setúbal, enquanto que Pierre Sagna - depois de ter feito uma boa época no Chaves - será uma mais-valia na defesa. Temos ainda alguma curiosidade para acompanhar a evolução dos jovens Caleb Gomina e Ohemeng.
    O Moreirense tem como ponto forte a boa organização defensiva, mas a verdade é que comparativamente com outras equipas, não parece ter os mesmos argumentos.

Atenção a: Luís Carlos, Rámon Cardozo, Vítor Gomes, Emmanuel Boateng, Pierre Sagna

 TONDELA (15)

    O campeão da Segunda Liga 2014/ 15 perdeu o treinador Quim Machado e o seu goleador Tozé Marreco. Mas há vida depois de Marreco. O antigo capitão do Benfica, Vítor Paneira, que levou o Varzim à Segunda Liga, é o novo treinador e o projecto tem pernas para andar. O Tondela soube atacar o mercado e garantir um plantel equilibrado e maduro - jogadores com experiência de primeiro escalão como Markus Berger, Kaká, Luís Tinoco, Bruno Nascimento e principalmente Luís Alberto, chegaram para garantir uma equipa sólida e experiente na hora de defender. Raphael Guzzo, promessa benfiquista que esteve em destaque no Mundial Sub-20, uma das 3 águias emprestadas ao clube, parece poder acrescentar as características que faltavam a este plantel - uma espécie de Ruben Amorim rejuvenescido, trabalhador, sendo capaz de equilibrar mas tendo também chegada à área. Na frente, Nathan Júnior e Piojo tentarão fazer esquecer Tozé Marreco, e o conjunto de opções ao dispor de Paneira para os flancos é interessante - o Benfica emprestou Jhon Murillo e Romário Baldé, o Braga emprestou Dolly Menga e há ainda Wagner e Luís Machado.
    Ao contrário do União da Madeira (no qual a importância de Vítor Oliveira era esmagadora), o Tondela tem boas hipóteses de garantir a manutenção, e Paneira terá um misto de experiência e juventude sob as suas ordens, podendo 2015/ 16 ser uma época de boas indicações para figuras até aqui desconhecidas como Murillo, Nathan Júnior, Luís Machado, Lucas Souza, Edu Machado ou Bruno Monteiro. A fórmula é a de quem quer ficar: um treinador capaz, uma defesa experiente, um meio-campo musculado e um ataque dinâmico.

Atenção a: Jhon Murillo, Nathan Júnior, Luís Alberto, Raphael Guzzo, Luís Machado


 ACADÉMICA (16)

    A Académica tem Viterbo e o seu bigode no comando. Foi uma equipa que produziu um fraco futebol no ano passado, mas que poderá safar-se à risca da descida. Os estudantes estão longe de apresentarem um futebol vistoso, mas a verdade é que conseguem arrancar muitos empates. E todos esses pontos são preciosos no que toca à manutenção. Ainda assim, este ano terão Gonçalo Paciência. O filho de Domingos chega finalmente ao primeiro escalão e promete aquecer as redes dos adversários. Juntamente com Rui Pedro e Rabiola, os estudantes poderão transformar os empates em vitórias preciosas. O jovem Leandro Silva seguiu os passos de Gonçalo e também vem directamente da equipa secundária do Porto. Será também um elemento interessante para acompanhar. Por fim, Emídio Rafael é o elemento da defesa do qual se espera maior destaque, pelo bom desempenho defensivo e pelo bom apoio que dá ao extremo, podendo ser feliz no clube onde realizou a sua melhor época individual.
    Os reforços não nos parecem suficientes para batalhar contra vários clubes com idênticos objectivos, mas a verdade é que a Académica tem sempre a "estrelinha" do seu lado. Não é improvável a sua descida, mas cremos que a equipa de Viterbo se poderá manter na Liga NOS.

Atenção a: Gonçalo Paciência, Rui Pedro, Emídio Rafael, Leandro Silva, Rabiola

 VIT. SETÚBAL (17)

    "Quem não come alhos, não cheira a eles!" - Foi com esta mítica declaração que António Fiúza, presidente do Gil Vicente, tentou expulsar o Vitória de Setúbal da Liga NOS. Não surtiu efeito, mas pode acontecer que Fiúza tenha que esperar apenas 1 ano para ver o seu desejo realizado. O Vit. Setúbal foi um dos sobreviventes (14.º lugar, a 6 pontos do Gil Vicente) em 2014-15, também pelo nível medíocre que Penafiel e Gil Vicente apresentaram, mas desta vez englobamos a equipa do Sado no conjunto de 3-4 equipas que nos parece poder ter um destino menos feliz. A equipa sadina tem os seus fervorosos adeptos como um ponto a favor, bem como Quim Machado (o treinador que fez subir o Tondela) mas garantir a manutenção será operar um pequeno milagre com um plantel muito longe da qualidade doutros. O guardião Diego Silva, com 36 anos, regressou ao futebol português, bem como o lateral Nuno Pinto; Frederico Venâncio deve assumir-se como o patrão de uma defesa instável, Rúben Semedo veio de Alvalade podendo jogar na defesa ou como trinco, e - para além da renovação do empréstimo do mexicano Dávila, do Chelsea - o Setúbal terá que provar que a sua prospecção nos escalões secundários portugueses foi eficaz. André Claro (Arouca) e Fábio Pacheco (veio com Quim Machado do Tondela e promete ser um excelente 6 nesta equipa) serão porventura os principais reforços, e dos jogadores do CN Seniores João Costa é aquele sobre o qual existem maiores expectativas, tendo também regressado alguns elementos que o clube tinha a rodar. Será em princípio uma equipa para descer ou andar perto disso, mas caso isso não aconteça tratar-se-ia sempre de uma agradável surpresa. 

Atenção a: André Claro, Fábio Pacheco, Frederico Venâncio, Diego Silva, Rúben Semedo


 UNIÃO DA MADEIRA (18)

    É inevitavelmente o elo mais fraco da Liga NOS. O União da Madeira subiu de divisão com muito suor e esforço, agigantado pelo extraordinário trabalho de Vítor Oliveira, mas também com alguma sorte pelo meio já que ficou à frente de um Chaves que se vinha exibindo a bom nível. Sem grandes armas e sem querer entrar em devaneios financeiros, o União da Madeira parte como clube mais modesto - um pouco à imagem do Boavista no ano passado. Com isto não queremos dizer que não terá hipóteses de competir por um lugar na Primeira Liga, até porque o exemplo que demos dos axadrezados foi a prova viva que as surpresas acontecem, e o esforço e o trabalho são sempre recompensados.
    O segundo clube com mais sócios na Madeira, atrás do Marítimo, tem as suas esperanças todas depositadas em Danilo Dias. O brasileiro volta a Portugal e a uma ilha onde anteriormente já foi muito feliz. Depois de boas épocas no Marítimo, o brasileiro volta à primeira liga portuguesa para ingressar no União. Uma contratação fulcral que se junta a um ataque onde já se encontram Kisley e William Soares (bom médio-centro) que serão jogadores certamente a acompanhar. Contudo, é Élio Martins o artilheiro de serviço. Depois de ter marcado 15 golos na Segunda Liga, o avançado português tentará fazer o gosto ao pé na mais alta competição portuguesa. A contribuição de Paulinho na defesa dará uma maior maturidade ao sector defensivo já que o próprio já tem experiência na Liga NOS ao ter jogado pelo Moreirense.
    Como já referimos, o mais espectável é que a equipa madeirense tenha guia de marcha de novo para o segundo escalão, mas tudo é possível no mundo do futebol... Norton de Matos arrisca-se a ser uma das primeiras chicotadas psicológicas.

Atenção a: Danilo Dias, Élio Martins, Kisley, William Soares, Paulinho

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