8 de agosto de 2015

Manchester United ganha à Ferguson, Chelsea arranca em falso

No primeiro dia da nova época em Inglaterra, houve de tudo um pouco. O Manchester United ganhou à la Ferguson, o Chelsea não conseguiu bater o Swansea em casa, o Leicester espalhou bom futebol diante do Sunderland e as 3 equipas recém-promovidas deixaram diferentes imagens: o Watford mereceu o ponto em casa do Everton, e a haver um vencedor esse seria a equipa de Quique Flores; o Bournemouth deixou-se afectar pelo nervosismo da estreia no escalão principal, e o Norwich foi derrotado em casa por um Crystal Palace bastante superior.
    
    A Premier League arrancou às 12h45 com um Manchester United-Tottenham no qual recuámos no tempo. A vitória por 1-0 pareceu, pelo conjunto do jogo, uma vitória dos tempos de Sir Alex Ferguson - a defesa dos red devils transcendeu-se em alguns momentos, o meio-campo manteve-se sempre concentrado e intenso, e a sorte esteve do lado da equipa comandada por van Gaal. Com Harry Kane a envergar agora a camisola 10, foi Eriksen o primeiro a criar perigo no jogo num chapéu quase perfeito. Em Old Trafford, a equipa da casa só conseguiu mexer com o encontro quando Mata ou Depay apareciam, mas o golo da vitória foi mesmo.. um auto-golo. Num contra-ataque bem executado, quando Rooney se preparava para introduzir a bola na baliza defendida por Vorm, Kyle Walker desarmou o colega de Selecção, fazendo a bola rolar até ao fundo das redes. O United precisou de sofrer e viu Romero (que na 1.ª parte provocou alguns calafrios) ser decisivo com uma mão cheia de intervenções, mas o 1-0 manteve-se até ao fim. O técnico holandês terá tirado notas positivas: o italiano Matteo Darmian foi a melhor unidade em campo, ganhando todos os duelos individuais a defender, Smalling e Blind mandaram na defesa, Shaw esteve ao nível de 2013/ 14 e no meio-campo Schneiderlin-Carrick deu bons resultados, embora a entrada de Schweinsteiger, depois de um ou dois disparates, tenha demonstrado rapidamente a importância que o alemão pode ter. Para Mauricio Pochettino, o jogo terá servido também como uma demonstração que os spurs necessitam de facto de reforços até ao fim de Agosto.

    O Chelsea, campeão em título, foi o último a entrar em campo este Sábado. Os blues eram favoritos contra o Swansea (na época passada perdeu por 4-2 e 5-0 os dois jogos contra a equipa de Mourinho) mas o jogo ditou um 2-2 incontestável. Os blues, com Diego Costa no 11, começaram o jogo a ganhar com um livre de Oscar, mas o empate chegou com o ganês André Ayew (muito perspicaz o toque com que desviou a bola de Terry antes de rematar) a ter impacto imediato na Premier League. A "estrelinha" de campeão parecia estar com o Chelsea porque 1 minuto depois do golo de Ayew, um cruzamento de Willian foi desviado por Fernández e traiu Fabianski. Com 2-1 ao intervalo, o Chelsea jogou mais de 30 minutos na 2.ª parte com apenas 10 - Courtois viu vermelho directo ao impedir Gomis de progredir para a baliza, e o próprio Gomis converteu o penalty com Begovic na baliza. Até ao final manteve-se o empate, com os últimos 15 minutos a serem Hazard contra o mundo, num jogo em que o belga, Diego Costa e Fàbregas estiveram apagados e Willian, sempre em alta rotação, foi a melhor unidade de um Chelsea descaracterizado (a defesa, onde Terry foi muitas vezes bombeiro e Ivanovic muitas vezes incendiário, acumulou erros). Noventa minutos de enorme carácter do Swansea - que no arranque da época passada ganhara em Old Trafford -, com o capitão Ashley Williams a ser uma autêntica parede, e Ayew a confirmar a rápida adaptação esperada.

    Espectacular poderia ser a palavra escolhida para caracterizar o nível que o Leicester City apresentou no primeiro jogo da nova época. Agora orientados pelo italiano Ranieri, os foxes ganharam 4-2, mas estiveram a vencer por 3-0. Albrighton (2 assistências e 1 golo) foi uma das figuras e ofereceu a Jamie Vardy o primeiro. Daí por diante, Mahrez tomou conta do jogo. O argelino fez o 2-0, novamente após cruzamento de Albrighton, e aumentou para três convertendo uma grande penalidade cometida sobre si. Com uma fluidez impressionante, alicerçada no quarteto Albrighton, Mahrez, Vardy e Okazaki, o Leicester poderia ter marcado mais, com Mahrez e Vardy a criarem muito perigo. Na 2.ª parte o Sunderland reduziu pelo experiente Defoe (boa assistência de Adam Johnson), dando a início a um conjunto de 11 minutos com três golos. Após o 3-1, o Leicester reagiu com Albrighton a coroar uma excelente exibição, e Fletcher fez o 4-2 final assistido pelo estreante Lens. Ficou a ideia que a este Leicester falta principalmente um grande médio, mas a confiança está em alta.
    O Watford de Quique Flores empatou 2-2 em Goodison Park, mas esteve sempre na frente do marcador. O mexicano Layún marcou aos 14 minutos e a vantagem perdurou durante muito tempo até Ross Barkley marcar um dos golos da jornada aos 76'. Um remate de meia distância potente e indefensável para Gomes. Nos dez minutos finais, Ighalo demonstrou o porquê de ter um rácio incrível de minutos/golo, mas Koné ditou o 2-2 final. As restantes equipas recém-promovidas apresentaram-se abaixo. O Bournemouth entrou nervoso na Premier League e demorou 20 minutos a conseguir entrar no jogo. Os cherries tiveram mais posse mas não controlaram o jogo, Ritchie agarrou-se demasiado à bola, e Gestede deu a vitória ao Aston Villa, num jogo pouco emotivo. Já o Norwich recebeu o Crystal Palace mas as diferenças ficaram expressas no resultado - Zaha, Delaney e Cabaye marcaram para a equipa de Pardew, Redmond marcou o tento de honra no regresso do Norwich ao principal escalão.

0 comentários:

Enviar um comentário