29 de maio de 2015

Porto 2015/ 16: Fé em Lopetegui e nos Milhões

A Liga NOS 2014/ 15 acabou, e nós já estamos a olhar para o futuro. Com o objectivo de projectar a constituição dos 3 "grandes", desenhámos um ponto de equilíbrio entre o que é provável acontecer neste Verão e as medidas (ou contratações) que sugeríamos que Porto, Sporting e Benfica encontrassem para tentarem ir de encontro aos seus objectivos. Os plantéis que encontrarem nestas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação, mas construídos com base nos anos de futebol que já levamos, conhecendo as equipas e os perfis de contratação/ prospecção tidos em conta na sua tomada de decisão.
    Comecemos pelo Porto. Contrariamente ao que era expectável, Lopetegui é por esta altura o treinador dos 3 grandes que parece ter o lugar mais garantido (Marco Silva por assuntos mal resolvidos com Bruno de Carvalho; e Jesus porque ou renova ou ruma a um clube que tenha ambições legítimas na Champions). Depois de um ano com 0 (zero) títulos, o Porto deverá voltar a investir forte neste Verão. Até ver já chegaram à Invicta o espanhol Alberto Bueno a custo zero, e Sérgio Oliveira regressou à casa de partida depois de uma época positiva na Mata Real. Abaixo apresentamos a nossa sugestão de plantel para os azuis-e-brancos, imaginando que Jackson Martínez e Alex Sandro poderão fazer companhia a Danilo como elementos transaccionados, com os dragões a arrumarem ainda a casa ao tentarem vender o falhanço Adrián López e elementos secundários como Quintero, Evandro, Reyes, José Ángel, Andrés e eventualmente Fabiano.

O Plantel


Guarda-Redes: Mattia Perin (Génova), Hélton, Ricardo
    Em teoria é impensável o Porto conseguir o italiano Perin. No entanto, há um ano atrás também ninguém acharia que os dragões conseguiriam ter Adrián e Tello no seu plantel, e o emblema da cidade Invicta também já gastou muito com Danilo ou Hulk... É praticamente dado adquirido que Fabiano será um dos jogadores "queimados" na viragem de época, e assim surgem dois cenários: Hélton titular, resultando daí a chamada do promissor Gudiño como 3.º guarda-redes; ou a contratação de um GR que dê garantias. A única certeza é mesmo o valor do guarda-redes do Génova, que ascenderia imediatamente ao estatuto de principal contratação do clube. Com Perin na baliza, Hélton (essencial para transmitir ao grupo o que é o Porto) e Ricardo seriam as restantes opções.


Defesas: Mayke (Cruzeiro), Ricardo Pereira; Maicon, João Afonso (Vit. Guimarães), Marcano, Martins Indi; Alex Telles (Galatasaray), Rafa
    Danilo já saiu, e Alex Sandro talvez também o faça. Assim, o Porto terá que encontrar os seus substitutos e sugerimos dois compatriotas - Mayke, do Cruzeiro, e Alex Telles do Galatasaray. Tanto um como outro manteriam a dinâmica habitual do Porto, com Ricardo Pereira e o jovem Rafa a servirem como segundas escolhas nas laterais. Para o centro da defesa têm surgido nomes como Rudiger e Mbemba, mas juntaríamos ao trio Maicon, Marcano e Martins Indi uma revelação desta edição da Liga - o vimaranense João Afonso. Saindo por exemplo Martins Indi seria perfeitamente razoável a contratação de Rudiger ou Mbemba. 


Médios: Rúben Neves, Casemiro (Real Madrid), Herrera, Carlos Eduardo, Sérgio Oliveira (Paços Ferreira), André André (Vit. Guimarães)
    É aqui que o FC Porto necessita de trabalhar no mercado. Não necessita de contratar novos jogadores, mas necessita de agarrar os que este ano integraram o plantel. Nomeadamente Casemiro e Óliver. Casemiro já está a ser negociado e até pode ser um negócio mais fácil do que o de Óliver, já que o Real Madrid pretende fazer um encaixe com o médio brasileiro. Já Óliver será mais complicado devido à boa época que fez de dragão ao peito. Tudo dependerá de Simeone ou do próprio Atlético de Madrid. Dependerá se Simeone quererá dar uma oportunidade à jovem promessa e - em caso negativo - também dependerá se o clube que detém o passe do jogador quiser emprestá-lo de novo ou efectuar a venda a título definitivo (provavelmente por valores impensáveis para os cofres dos dragões). Caso Óliver não fique mesmo, só aí é que Sérgio Oliveira poderá ter algum espaço na pré-época. Isto também supondo que o vimaranense André André também se juntará ao plantel azul e branco. Os media vão insistindo num negócio fechado e nós também achamos que aquele que foi um dos jogadores sensação de 2014/15 irá mesmo para o clube onde o seu pai jogou durante 11 anos e onde exerce a função de olheiro actualmente. Carlos Eduardo vem bastante cotado do Nice de França onde fez uma excelente temporada e onde foi o 13.º melhor marcador da Liga com 10 golos. É mais um a acrescentar valor ao meio-campo portista. Evandro perderá certamente espaço no ano vindouro, enquanto que Rúben Neves e Herrera serão ainda mais influentes.

Extremos: Quaresma, Hernâni, Tello, Brahimi
    Se olharmos para a época que passou, constatamos que a maior lacuna do Porto não é nem de perto, nem de longe nos extremos. Aí os azuis e brancos investiram bem e não necessitam de cometer outras loucuras para haver maior quantidade de bons jogadores. Tello fica por mais um ano no Dragão - embora seja emprestado, já que o Porto não quis fazer qualquer proposta pelo jovem espanhol - e a continuar a boa forma em que esteve antes de se lesionar, será um caso sério. Brahimi necessitará de brilhar mais no campeonato e não só nas competições europeias para ajudar a sua equipa a conquistar de novo o título. Quaresma é uma incógnita. É e sempre será uma mais valia para a equipa, mas a relação que tem com Lopetegui não é a melhor... Pelo que o internacional português pode equacionar sair do clube do coração para jogar com mais regularidade. E nesse caso, aconselharíamos Dorlan Pabón. O extremo do Monterrey é um jogador com perfil à Porto - explosivo, com faro de golo e pontapé forte -, é colombiano (um mercado que agrada ao clube nortenho) e fez uma época impressionante ao marcar 22 golos na Liga Mexicana, acabando por ser o melhor marcador. Por fim, Hernâni é a última peça do puzzle e certamente que terá mais oportunidades este ano.

Avançados: Aboubakar, Rafael Borré (Deportivo Cali), Alberto Bueno (Rayo Vallecano)
    O melhor marcador, Jackson Martínez, viajará para um campeonato de topo e o Porto precisa de mostrar que há vida depois de Jackson. A tendência dos dragões é ter um jogador-alvo na frente, capaz de jogar bem de costas e conjugar o físico com a técnica, com explosividade e finalização. Nesse sentido, Aboubakar deve tornar-se o titular, mas os vice-campeões nacionais já contrataram Alberto Bueno (marcar 17 golos na Liga BBVA não é para todos). Bueno vem para ser importante no Porto 15/ 16, e olhando para o futuro considerávamos inteligente os dragões garantirem o colombiano Rafael Borré, avançado que defrontará Portugal no Mundial sub-20. Borré, embora não seja o tipo de avançado que o Porto prioriza, tem futebol dos pés à cabeça, teria que ser garantido antes da competição na Nova Zelândia, e cresceria num clube onde os seus compatriotas James, Falcao, Jackson e Guarín foram bem-sucedidos.


O que muda? Embora os adeptos torçam um pouco o nariz, é Lopetegui que continuará à frente do comando técnico do Porto. Tendo em conta o historial do clube, o espanhol está a ter uma oportunidade que muitos outros não tiveram, pelo que entrará na próxima época com uma pressão enorme em que a margem de erro é zero. Uma boa campanha na Champions não apaga o que se fez no campeonato com um plantel de enorme qualidade. O objectivo máximo da época 2015/16 do Porto passará pelo campeonato, já que Pinto da Costa não irá admitir que o título de campeão nacional fuja aos dragões 3 anos consecutivos.
    A aposta na manutenção de Lopetegui foi ousada, mas certamente que o clube quererá instaurar um clima de estabilidade. Manter treinador e algumas peças fulcrais da equipa para que o trabalho deste ano não tenha sido em vão. Ainda assim, os dragões irão perder peças importantes da equipa e tudo dependerá de quais os jogadores que Lopetegui pedirá para os substituir (nomeadamente Jackson Martínez, Danilo e Alex Sandro). Apesar do campeonato ser a aposta principal, na Champions, os dirigentes do clube também quererão fazer uma boa campanha até para poder reaver algum do dinheiro que será investido durante o mercado de Verão.
    O esquema de jogo dos dragões causa alguma curiosidade. O 4-3-3 clássico é quase uma marca registada há anos no Dragão, mas a contratação de Alberto Bueno (jogador que rende mais nas costas do ponta-de-lança, mas não num esquema com 3 médios como o do Porto) pediria uma reformulação que talvez aconteça, mas por parte do jogador vindo do Rayo.


A Formação: Serão os dragões a resposta para o problema de avançados na Selecção Nacional? Embora o Benfica tenha sido o clube que melhor tem trabalhado as camadas jovens nos últimos anos, o Porto tem evoluído (retirar Moreto Cassamá ao Sporting, por exemplo, muito contribuiu para isso). Nesta época de 2015/ 16 é especialmente importante que o Porto empreste André Silva (potencial figura dos nossos sub-20 juntamente com Rony Lopes e Gonçalo Guedes) a um clube da Liga NOS, bem como Gonçalo Paciência. De resto, relativamente a jogadores como Podstawski ou Ruben Macedo não é assim tão certo se nesta fase ganhariam mais em serem emprestados nos mesmos moldes ou em ficarem debaixo da asa do dragão na equipa B. Equipa B essa onde começa a fazer sentido que Rui Pedro e Moreto Cassamá, ainda muito jovens com 17 anos, comecem a dar os primeiros passos no futebol profissional.

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