7 de maio de 2015

Crítica: Kingsman - The Secret Service

Realizador: Matthew Vaughn
Argumento: Matthew Vaughn, Jane Goldman, Mark Millar, Dave Gibbons
Elenco: Colin Firth, Taron Egerton, Samuel L. Jackson, Michael Caine, Mark Strong, Sofia Boutella, Sophie Cookson
Classificação IMDb: 7.7 | Metascore: 58 | RottenTomatoes: 74%
Classificação Barba Por Fazer: 73

    Cá está uma das boas surpresas cinematográficas recentes. Matthew Vaughn, o homem que realizou 'Kick-Ass' e 'X-Men: First Class', pegou na Banda Desenhada de 2012 "The Secret Service", de Mark Millar e Dave Gibbons, e conseguiu algo inédito, improvável e estranho. Imaginem um casamento entre 007, Kick-Ass e The Hunger Games.. Difícil de imaginar o resultado, certo? Kingsman apresenta-se como um possível resultado dessa experiência a três.
    Os filmes de espionagem são um género praticamente monopolizado por James Bond e por isso mesmo muitas outras tentativas morrem na praia. No entanto, a capacidade de atrair Colin Firth, Samuel L. Jackson, Michael Caine e Mark Strong deixava antever o sucesso do projecto.
    Pois bem, Vaughn contou com a colaboração da sua já frequente colega argumentista Jane Goldman, edificaram-se algumas alterações relativamente à banda desenhada, e os Kingsman ganharam vida. Harry "Galahad" Hart (Colin Firth) e o jovem Gary "Eggsy" Unwin (Taron Egerton) são os protagonistas, ligados pelo facto do pai de Eggsy ter sido camarada de Galahad, morrendo a sacrificar-se para salvar a sua equipa. Iniciando-se em 1997, o filme salta dezassete anos depois de um breve começo, e no presente há dois pontos essenciais: o plano levado a cabo pelo vilão, bilionário e filantropo Richmond Valentine (Samuel L. Jackson) e o recrutamento, depois da morte do agente Lancelot, de um novo membro jovem para os Kingsman. Praticamente reduzidos a três elementos - "Merlin" (Mark Strong), "Galahad" e Arthur (Michael Caine), sendo o último o líder da organização - os Kingsman testam novos candidatos para uma vaga de agente, com a lista a encurtar-se progressivamente ao longo de uma série de testes. Eggsy torna-se a aposta forte de Galahad, embora se distinga, para o bem e para o mal, da concorrência.
    Acima de tudo, é um filme com estilo. Um ponto de encontro entre a classe de Galahad, um gentleman (ou devo dizer um kingsman?) de fato e gravata e guarda-chuva em punho, e o look descontraído e arruaceiro num bom sentido de Eggsy. A agradável surpresa que é o resultado final preza-se principalmente com o facto de o próprio filme não sair das vinhetas em diversos momentos, trabalhando bem o conceito Kingsman e funcionando por via das suas personagens: Gazelle (Sofia Boutella) é uma espécie de cruzamento entre Michonne e Pistorius, e Samuel L. Jackson encaixa perfeitamente na pele de vilão fiel à sua ideologia demente. O bom trabalho de Matthew Vaughn e da sua equipa deixa em aberto a construção de um franchise, justificando-se pelo menos uma sequela dado o excelente Box Office; e para além dos actores reputados, ficam na retina os novatos Taron Egerton (um dos principais newcomers desde os últimos Óscares) e Sophie Cookson, cujas carreiras - sobretudo do primeiro - têm tudo para disparar a partir daqui.
    Vejam 'Kingsman: The Secret Service', um filme capaz de fazer o mais teimoso dos homens passar a querer usar guarda-chuva, com product placement da Adidas e McDonald's, e com uma cena que ascende directamente ao estatuto de uma das melhores da temporada da 7.ª Arte. Aqueles minutos de Colin Firth na igreja, imparável ao som da "Free Bird" dos Lynyrd Skynyrd, são qualquer coisa..

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