9 de setembro de 2013

Crítica: The Kings of Summer

Realizador: Jordan Vogt-Roberts
Argumento: Chris Galletta
Elenco: Nick Robinson, Gabriel Basso, Moises Arias, Nick Offerman, Alison Brie
Classificação IMDb: 7.2 | Metascore: 61 | RottenTomatoes: 76%
Classificação Barba Por Fazer: 75

    E ei-lo "The Kings of Summer", um filme que não terá o devido crédito nos próximos meses. Podia-se juntar o velhinho "Stand by Me", "Bridge to Terabithia" e "Into the Wild", acrescentando-lhe umas quantas colheres de sopa de humor e teríamos a fórmula que originou este filme. The Kings of Summer conta, sumariamente, a história de 3 rapazes frustrados e fartos das suas vidas - reflexo da vida que os pais querem para eles - e que procuram então num Verão fugir e construir uma casa autónoma no meio da floresta. Em território selvagem e prometendo viver do que o bosque lhes der, decidem então ser os próprios comandantes dos seus destinos.
    Joe (Nick Robinson), Patrick (Gabriel Basso) e Biaggio (Moises Arias) compõem então o trio - os dois primeiros os melhores amigos e Biaggio um peculiar e pequeno ser humano, responsável na sua maioria pela classificação de Comédia a esta comédia dramática. Naturalmente, o desaparecimento dos 3 rapazes para uma área escondida e isolada da floresta deixa os pais em sobressalto sem saberem onde eles estão e, na floresta, o trio vai procurando subsistir com as suas próprias regras, mantendo-se coesos até divulgarem o seu esconderijo à rapariga de que Joe gosta. É melhor não desenvolver mais as coisas porque depois isto torna-se spoiler.

    Típico filme de Sundance (por onde andaram nos últimos anos "Like Crazy", "Half Nelson ou "Beasts of the Southern Wild"), integrou mesmo este ano a lista de nomeados do festival, tendo acabado por ganhar "Fruitvale Station" - o que aumenta as expectativas para o filme com Michael B. Jordan como protagonista. The Kings of Summer passará provavelmente ao lado de muita gente, mas é um filme com alma, bem realizado e bem interpretado. Simples mas fácil de se gostar. Com uma boa banda sonora por trás, estes reis e senhores do seu próprio destino conduzem-nos numa comédia que se vai tornando mais séria com o evoluir da história.

    Devemos ficar atentos à carreira de Nick Robinson. O protagonista do filme, com trejeitos de James Franco e Jack O'Connell nas suas expressões, revela potencial para outros voos no futuro, enquanto que Moises Arias, do alto do seu 1,55m, confere claramente um.. "efeito Galifianakis", chamemos-lhe assim, pelos seus bizarros e inesperados momentos. E Alison Brie, de Mad Men, ajuda a tornar a tela um bocadinho mais bonita.
    Às vezes é bom que filmes como "The Kings of Summer" fiquem mais escondidos, porque aqui está um exemplo de algo que nunca poderia ser mainstream, e normalmente na grande maioria de produção artística, as coisas tornam-se mais nossas e aconchegadas quando não são massificadas. É um bom filme, com o humor cáustico dado pela personagem de Biaggio, pelos pais de Patrick e pelo pai de Joe, interpretado por Nick Offerman (homem habituado a estas andanças a nível de comédia), mas com a capacidade bem trabalhada de se tornar diferente e emocional. Quem sabe se alguns de vocês não gostariam de na adolescência ter uma casa vossa e dos vossos amigos no meio da floresta, e andar pela Natureza a senti-la e experimentar liberdade, numa rebeldia justificada.

5 comentários:

  1. Crítica incrível, quando terminei de ver o filme, pensei. The kings of summers está para nova geração assim como Into the Wild foi para minha.

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  2. Obrigado. Into the Wild é para os 2 bloggers do Barba Por Fazer um dos filmes preferidos de ambos, por isso 'The Kings of Summer' não alcança esse estatuto. No entanto, concordo perfeitamente que pode muito bem ser o Into the Wild da nova geração. Continua a ler as nossas críticas e a dar feedback sempre que puderes, é sempre bom ver que alguém lê, que se revê e comenta.

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  3. Muito boa a crítica. Ainda não assisti ao filme, contudo ao ver a comparação ao "Into The Wild" aumentou ainda mais minha vontade de assistir. "In to the Wild" representa muito para mim, um fugere urbem que eu gostaria de ter coragem de ir atrás!

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  4. Exatamente como eu o analisei. Me lembrou também de "As vantagens de ser invisível", achei bem competente e leve. Sem clichês e honesto.

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  5. Faltou mencionar a muito bem explorada pelo diretor "Barba por fazer" dos personagens Joe e Patrick, ela alude-nos para a tentativa de fuga à vida selvagem, e assim, emancipação para a vida adulta. Diferentemente do que os garotos esperavam: tornar-se livres e reis de seus destinos, percebem que há mais frustração na vida adulta (traição, solidão, ciúmes, trabalho, ...) do que imaginavam. Ao meu ver a "barba por fazer" revela-nos o limítrofe entre as brincadeiras na "Toy's house" e as situações a se enfrentar na vida adulta.

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