19 de agosto de 2013

Crítica: Only God Forgives

Realizador: Nicolas Winding Refn
Argumento: Nicolas Winding Refn
Elenco: Ryan Gosling, Kristin Scott Thomas, Vithaya Pansringarm
Classificação IMDb: 5.7 | Metascore: 37 | RottenTomatoes: 41%
Classificação Barba Por Fazer: 62

    Nicolas Winding Refn e Ryan Gosling – a dupla maravilha que surpreendeu em Drive, um filme menos aclamado pela crítica do que deveria ter sido, e com cheiro de que pode tornar-se filme de culto daqui a uns anos. 
    O perigo desta reedição 2 anos depois – principalmente por pouco se conhecer de Winding Refn, para além de Drive só talvez alguns tenham visto "Bronson" – era inevitavelmente o das comparações. Only God Forgives é uma namorada que claramente não faz esquecer a última, um jogador que até dá uns toques mas não é aquele craque que já não é nosso, ou um novo álbum que já não dá para se ouvir vezes e vezes seguidas.

    Por muito que comecemos a ver o filme decididos a pensar que é um filme diferente e que o bom fantasma Drive não nos vai influenciar, é impossível. A personagem de Ryan Gosling (Julian) parece o homem sem nome de Drive, abandonando o seu trabalho de duplo e decidindo rumar a “Only God Forgives” na Tailândia para abrir uma escola de box, na realidade uma fachada para encobrir o tráfico de droga.

    Uma coisa é boa, por um lado, o realizador dinamarquês tem uma impressão digital a realizar. A luz e a música (desta vez a não contribuir de forma tão positiva para o filme, para além do facto de ser tailandesa) são elementos editados sempre com cuidado e inteligência, mas desta vez há um sadismo exagerado. A frieza cruel e o sangue que fazia sentido em Drive, em Only God Forgives parecem exagerados, tal como a existência de um justiceiro (Vithaya Pansringarm) com a sua espada – um travezinho a Kill Bill, de um realizador (Tarantino) cujas comparações ainda por cima deveriam ser contornadas por Nicolas Winding Refn, porque perde no mano a mano.

    A nível de sinopse, Julian é portanto a personagem que já referi, sendo que Kristin Scott Thomas (um bom papel mas curto) é a sua mãe – algum complexo de Édipo à mistura -, que viaja à Tailândia para obrigar Julian a encontrar e matar o responsável pela morte do irmão, e filho preferido da sua mãe. O irmão que fora morto pela personagem de Pansringarm, depois de ter violado e morto uma prostituta menor.
Há boas coisas no filme, no entanto. Seria impossível Ryan Gosling – um dos actores que mais tem evoluído nos últimos anos – não ter alguns momentos que fiquem na cabeça do espectador – um grito, o arrastar de um homem pelo corredor ou o seu rosto em sangue no fim, etc. Talvez seja injusto porque, caso não houvesse Drive, provavelmente a aceitação de Only God Forgives seria melhor.
    A classificação actual de 6.1 por parte da comunidade IMDb é, no entanto, um exagero pela negativa. Não que seja muito superior mas a equação é simples – há coisas boas em Only God Forgives, só que eram melhores em Drive.
    Ryan Gosling voltará em 2014 num filme de Terrence Malick que contará também com Christian Bale, Natalie Portman, Rooney Mara, Michael Fassbender, Cate Blanchett, Holly Hunter e Val Kilmer.

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