4 de outubro de 2013

Crítica: Rush

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2014 

Realizador: 
Ron Howard
Argumento: Peter Morgan
Elenco: Chris Hemsworth, Daniel Brühl, Olivia Wilde, Alexandra Maria Lara, Alistair Petrie
Classificação IMDb: 8.1 | Metascore: 75 | RottenTomatoes: 89%
Classificação Barba Por Fazer: 76

    Em 2010 a Fórmula 1 chegou ao grande ecrã numa ode a Ayrton Senna, em forma de documentário. Na altura, a rivalidade Prost-Senna foi explorada. Três anos depois Ron Howard (realizador de ‘Uma Mente Brilhante’, ‘Apollo 13’ ou ‘Cinderella Man’) traz-nos outra rivalidade sobre rodas, a do austríaco Niki Lauda e do britânico James Hunt.
    O filme que está neste momento nos cinemas portugueses leva-nos aos anos 70, numa viagem desde a fórmula 3 onde ambos contactaram pela 1.ª vez até à disputa do título mundial. James Hunt (Chris Hemsworth) era um playboy que gostava do risco, do limite, sendo capaz de tentar ultrapassar pelo espaço no qual mais ninguém se colocaria, enquanto Niki Lauda (Daniel Brühl) um condutor mais rigoroso, profissional, perfeccionista mas, como a história conta, nem por isso menos risk taker.
    Sabemos que um filme tem condições para ser bom quando ouvimos logo no início uma boa frase. Hemsworth, na personagem de James Hunt, diz: the closer you are to death, the more alive you feel. It’s a wonderful way to live. It’s the only way to drive. A partir daí acompanhamos a par e passo as etapas-chave da rivalidade, a vida pessoal de cada um e o acidente que provocou graves queimaduras a Niki Lauda, em Nurburgring.
    Acima de tudo, vemos em ‘Rush’ uma rivalidade que serviu de motivação e catalisador para a performance de dois desportistas e dois homens que encararam o desporto entregando-se a todos os riscos e ultrapassando-os, mas vivendo o desporto de forma diferente. Se em Hunt temos o desportista que dá a pele na pista, mas que vive a vida ao máximo, bebendo e coleccionando mulheres, em Lauda temos o profissional que sabia a importância do treino e que metodicamente geria a sua vida com vista aos melhores resultados na pista.
    Ron Howard volta a ter um bom filme, depois de alguns anos afastado do nível dos seus melhores, Chris Hemsworth tem provavelmente aqui o melhor papel da sua carreira (embora não seja um papel que “puxe” muito) e o destaque do filme é mesmo a interpretação que Daniel Brühl faz de Niki Lauda – por esta altura está bem colocado para a nomeação para melhor actor secundário (embora compita com muitos nomes como Fassbender, Hanks, Cooper, Jared Leto, Goodman, Oyelowo, acrescentando-se mais recentemente como hipótese o papel de James Gandolfini em ‘Enough Said’). Um bom filme, equilibrado na medida em que nos faz respeitar e idolatrar ambos. O filme exalta Lauda, mas as palavras finais de Niki Lauda são uma boa e merecida homenagem a James Hunt.

    A par de ‘Blue Jasmine’ é o melhor filme que surgiu nos cinemas até agora (The Butler está um degrau abaixo), merecendo a ida ao cinema, bem realizado e com um argumento bem pensado por Peter Morgan (envolvido na escrita de ‘Last King of Scotland’ e do desportivo ‘The Damned United’ sobre Brian Clough). Ron Howard e Hemsworth vão-se reencontrar em ‘Heart of the Sea’ em 2014, num filme que conta também com Cilian Murphy e Ben Whishaw, enquanto que Daniel Brühl surgirá em breve em ‘The Fifth Estate’, no qual Benedict Cumberbatch faz de Julian Assange. 

1 comentários:

  1. O tema já me levava a ver este filme. Depois de ler esta crónica, passou a ser obrigatório ver!

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