15 de outubro de 2013

Crítica: Don Jon

Realizador: Joseph Gordon-Levitt
Argumento: Joseph Gordon-Levitt
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Scarlett Johansson, Julianne Moore, Tony Danza, Brie Larson, Rob Brown
Classificação IMDb: 6.6 | Metascore: 66 | RottenTomatoes: 81%
Classificação Barba Por Fazer: 72

     Joseph Gordon-Levitt certo dia pensou: já sei, vou escrever e realizar um filme sobre um gajo viciado em pornografia, que conquista uma rapariga em cada noite e que certa noite sobe a fasquia e consegue a Scarlett Johansson. Querido Pai Natal,  venho por este meio oferecer a minha alma em troca de um trabalho assim, se faz favor.
    ‘Don Jon’ é portanto uma das comédias que chegou recentemente às salas de cinema em Portugal – como ouvimos Jon (Joseph Gordon-Levitt) dizer no trailer “There’s only a few things I really care about in life. My body, my pad, my ride, my family, my church, my boys, my girls, my porn” – provavelmente a melhor maneira de resumir o filme e a dimensão psicológica da personagem no momento zero. Ah, o filme é para maiores de 16 porque há alguns trechos de clips pornográficos embora tenham sido cortadas várias cenas mais explícitas da primeira versão.
    É uma comédia que procura ter algum conteúdo emocionalmente genuíno, uma mensagem. O Jon é uma personagem interessante, um rapaz rotineiro que preza os momentos em família, as idas à igreja, o tempo no ginásio, as saídas com os seus amigos, a limpeza e os seus momentos sexuais – no quarto ou em frente ao portátil. Até ao dia em que conhece Barbara Sugarman (Scarlett Johansson), com tudo no sítio fisicamente, mas demasiado autocentrada e egoísta para saber estar numa relação equilibrada. Este é o momento em que o meu diabinho do ombro esquerdo me diz "E então, pá? É a Scarlett, porra!". Jon mantém-se no entanto adicto à pornografia que consome – por segundo ele ser a única altura em que se perde e esquece tudo à volta – enquanto que uma outra personagem feminina, Esther (Julianne Moore) o vai ensinando que o amor é sim cada um perder-se no outro.
    E pronto, passado este estranhíssimo momento Dr. Phil ou Marta Crawford, digo-vos que o filme é 1h30 de bom entretenimento. É uma comédia engraçada, uma boa estreia na realização/escrita para Gordon-Levitt, que certamente ainda conseguirá subir mais degraus. Gordon-Levitt pensou em entregar o papel de Jon ao amigo Channing Tatum, mas acabou por ser ele próprio a desempenhá-lo (quiçá na altura em que Scarlett aceitou o papel que ele escreveu propositadamente com ela em mente, como já confessou).
    Por fim, Joseph, eu sei que a Julianne Moore é tua amiga, e 19 anos mais velha, mas podias ter escolhido outra mulher para contrapor com a Scarlett. Uma Minka Kelly, Gemma Arterton ou Imogen Poots, sei lá, uma Rachel Hurd-Wood se a condição era ser ruiva ou uma Winona Ryder se o objectivo era ser mais velha que tu. Ah, e não precisas de ir tanto ao ginásio Joseph, quem te viu em 500 Days of Summer no elevador com a Zooey Deschanel e quem te vê agora… Para já só o veremos em 2014 no segundo Sin City. 

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