16 de junho de 2014

Alemanha 4-0 Portugal: Quando tudo corre mal

Alemanha  4 - 0  Portugal (Müller (pen.) 12' 45' 78', Hummels 32')

    A nossa Selecção teve uma estreia para esquecer no Mundial 2014. Frente à Alemanha tudo correu mal, desde a actuação do árbitro Milorad Mazic até à prestação defensiva da equipa das Quinas. Os alemães primaram pela eficácia, viram o seu jogo catalisado em diversos momentos duvidosos e aproveitaram todos os erros - imperdoáveis - que Portugal cometeu.
    Havia poucas dúvidas na equipa que Paulo Bento escolheria e surgiram no onze Hugo Almeida e Miguel Veloso em detrimento de Hélder Postiga/ Éder e William. Löw apostou no sistema de 4 centrais como era expectável (Boateng e Höwedes adaptados), com um miolo composto por Lahm, Khedira e Kroos e uma frente bastante móvel em que Götze sempre teve a esquerda como referência, havendo permuta posicional entre Müller e Özil. Portugal até começou melhor, embora o jogo tenha tido um início bastante morno, e criou 2 oportunidades - Hugo Almeida em boa posição fez um autêntico passe (faltou pé direito) para Neuer e Ronaldo, após uma excelente recuperação de Veloso, disparou de pé esquerdo para Neuer defender. Aos 9 minutos Pepe não teve a noção do posicionamento de Rui Patrício e complicou a vida ao guarda-redes, sendo que o guardião acabou por provocar enorme aperto aos corações dos portugueses com um pontapé disparatado que quase deu golo de Khedira num remate de primeira. Poucos minutos depois, o árbitro sérvio surgiu pela 1.ª vez no encontro. Götze e João Pereira disputaram o espaço na grande área portuguesa, numa bola dividida, só que Götze optou por se deixar cair. Penalty forçadíssimo, que Thomas Müller não falhou. A reacção de Portugal até não foi má, através de um excelente remate de Nani e aos 28' surgiu uma boa notícia: Hugo Almeida teve que sair, optando (bem) Paulo Bento por Éder. Ainda assim, a segurança da Alemanha continuava alicerçada nas boas exibições de Lahm e Kroos e Portugal nunca se deu bem com a forma como Özil e Müller deambulavam entre si. Götze quase fez o 2-0 num remate que originou um canto e precisamente nesse canto, cobrado por Kroos, Hummels saltou mais alto e perante uma defesa passiva e ampliou a vantagem. Péssima abordagem da defesa portuguesa, e os erros pagam-se caros perante boas equipas. Tudo corria mal e tudo continuou a correr mal - Coentrão desperdiçou um lance em que procurou assistir Ronaldo, também influenciado provavelmente por se achar em fora-de-jogo e aos 37' Portugal ficou reduzido a 10. Pepe embrulhou-se com Müller, encostou a sua cabeça à do alemão e o árbitro, que podia ter resolvido o desaguisado com um amarelo para cada lado, optou por mostrar apenas o vermelho a Pepe. É certo que Pepe se pôs a jeito, foi imaturo e não devia ter feito o que fez, mas já vimos situações idênticas resolvidas de forma muito mais branda. O autêntico pesadelo português ainda iria para o intervalo com números piores, uma vez que depois de um passe de Kroos, Bruno Alves não conseguiu resolver um lance e permitiu o bis de Müller.
    A 2.ª parte foi bastante diferente. A Alemanha geriu o jogo, a bola e a sua condição física e Portugal procurou o golo de honra. Paulo Bento, para compensar a ausência de Pepe, trocou Veloso (gostamos mais de William mas por acaso hoje até estava a jogar bem) por Ricardo Costa, e foi obrigado a fazer uma substituição depois de outro contratempo. Coentrão lesionou-se e oxalá que a sua lesão não seja grave. Até ao final houve poucos momentos, destacando-se um penalty por assinalar sobre Éder (não foi um penalty claro mas considerando o critério de um árbitro que marcou o penalty sobre Götze e expulsou Pepe, seria claramente), o 4-0 num hat-trick de Thomas Müller (falha de Patrício), terminando tudo numa boa defesa de Neuer a um livre portentoso de Ronaldo, impedindo o tento de honra.

    Portugal viveu um autêntico pesadelo e terá que se recompor. Hoje a Alemanha era naturalmente favorita mas pedia-se mais. É certo que Mazic teve impacto no jogo mas Portugal cometeu também erros que não poderia ter cometido. A somar a isto tudo houve ainda a lesão de Coentrão, que esperemos que não se estenda prejudicando outros jogos, considerando a importância que o lateral do Real Madrid tem no jogo português.
    A nossa Selecção está habituada a viver no limite, a perder tudo para depois conquistar tudo. A ter que lutar até ao último minuto de cada fase de grupos por isso os jogos frente aos EUA e ao Gana serão naturalmente duas finais. A goleada foi surpreendente, esperava-se mais de Portugal mas vamos acreditar na nossa Selecção!


Barba Por Fazer do Jogo: Thomas Müller (Alemanha)
Outros Destaques: Neuer, Hummels, Lahm, Kroos; João Moutinho

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