26 de janeiro de 2014

Porto segue para as meias da Taça da Liga com penalty no último minuto; Sporting eliminado

Foi uma noite de reviravoltas e muitas emoções no Estádios de Porto e Penafiel. Porto e Sporting, em igualdade pontual no Grupo B da competição, pretendiam hoje ver quem marcava mais golos para conquistar o 1.º lugar e receber o Benfica nas meias-finais da competição. Ambos estiveram surpreendentemente a perder e acabou por ser uma grande penalidade polémica no último minuto no Dragão a ditar o final da história. Nota para o facto dos jogos terem começado a horas diferentes, o que nunca poderia acontecer, tendo o jogo do Porto começado mais tarde.

Porto  3 - 2  Marítimo (Jackson Martínez 20, Carlos Eduardo 86', Josué (pen.) 90+5'; João Diogo 21', Artur 35')

    Foi um Porto já sem El Comandante Lucho que se apresentou hoje no Dragão, à partida com vantagem de 1 golo marcado no duelo com o Sporting, e com um Marítimo desfalcado pela frente. A equipa de Pedro Martins não contou com Sami, Héldon e Derley (os dois últimos que são "só" os 2 melhores marcadores da liga a seguir a Montero e Jackson) mas mostrou que tem um plantel com muita qualidade, embora sem nervos de aço. Paulo Fonseca colocou a equipa na máxima força e o jogo começou muito aberto, com o Porto a procurar o golo e o Marítimo a trabalhar magnificamente a sua saída de jogo, com triangulações bem desenhadas. Que pés têm Artur e Danilo Dias! O 1.º golo da partida foi então da equipa portista. Carlos Eduardo levou a bola até Jackson, o colombiano deu de calcanhar para Defour e o belga viu o guardião insolar negar-lhe o golo. Wellington defendeu, no entanto, para o lado, surgindo a todo o gás Jackson na recarga. A festa durou pouco porque no minuto seguinte foi Fidélis a testar Fabiano e o lateral-direito João Diogo a empatar tudo na recarga. Estava o Sporting a perder em Penafiel e o Porto deixava-se empatar em casa. Mas o caso piorou para os dragões. Ao minuto 35 o Marítimo chegou mesmo à vantagem numa boa jogada ofensiva. Danilo Dias voltou a pôr toda a sua qualidade em campo, cruzou, Weeks simulou e deixou a bola chegar ao capitão Artur que, com um bom remate em arco, bateu Fabiano. Até ao apito do intervalo de Manuel Mota o Marítimo até voltou a ameaçar a baliza de Fabiano, enquanto que o Porto se manteve desnorteado, com mais bola, mas sem qualidade.
    A 2.ª parte manteve patente a falta de qualidade e de processos que Paulo Fonseca já deveria ter instaurado neste Porto e a equipa de Pedro Martins continuou a defender bem, sabendo transitar. Aos 57' ficou uma grande penalidade por marcar sobre Carlos Eduardo (Wellington não cometeu qualquer falta, mas Igor Rossi empurrou ostensivamente o camisola 20 do Porto). No Dragão ia-se ficando a saber certamente do avolumar da vantagem sportinguista e Ricardo Quaresma quase empatou o jogo num bom remate de longe, com o pé esquerdo. Seguiram-se então vários minutos onde ao Marítimo faltou frieza para "matar" o jogo - Danilo Dias teve um lance capital nos pés, e Brígido entrou com a corda toda. Quando já pouco o fazia prever, Carlos Eduardo acabou por relançar o jogo. Josué marcou um canto do lado esquerdo e o médio brasileiro surgiu isolado ao 2.º poste cabeceando para o empate. O público do Dragão galvanizou-se e acreditou na passagem - que estava a 1 golo de distância - e a polémica acabou por chegar no último instante. Ghilas foi incomodado (digamos assim) por Igor Rossi no momento em que se preparava para rematar isolado. Houve contacto mas não pareceu suficientemente intenso para motivar a queda do argelino. Com nervos de aço, Josué converteu a grande penalidade aos 90+5 e carimbou a passagem do Porto para as meias.

    O Porto voltou a apresentar mau futebol e acabou por seguir em frente fruto de um penalty forçado (em todo o caso tinha ficado por marcar um sobre Carlos Eduardo) e da incapacidade do Marítimo em segurar o resultado nos minutos finais. Danilo Dias - que foi um dos destaques da liga em 2011/ 2012 - e Artur foram autênticos maestros em campo. No Porto, Josué ficou intimamente ligado ao resultado, ao marcar o canto do golo de Carlos Eduardo e ao converter o penalty no último minuto. Enquanto que Danilo (entristece ver um jogador que podia ser um excelente médio fazer hoje uma exibição má a lateral, onde tem sido ainda assim um dos melhores em Portugal) ia pondo em causa o valor pago por ele, Carlos Eduardo e Quaresma foram os únicos a conseguir emprestar algum talento ao ataque portista. O Porto seguiu em frente, mas tem muito a melhorar e veremos se Paulo Fonseca consegue ou não uma evolução que parece sistematicamente adiada. Curioso o êxtase portista no clímax da vitória numa competição tantas vezes desprezada na casa portista.

Barba Por Fazer do Jogo: Danilo Dias (Marítimo)
Outros Destaques: Josué, Carlos Eduardo, Quaresma; João Diogo, Artur

Penafiel  1 - 3  Sporting (Aldair 19; Carlos Mané 45', Wilson Eduardo 68', Adrien (pen.) 81')

    Em Penafiel o Sporting sabia que tinha que conseguir melhor resultado que o Porto ou conseguir mais golos marcados que os dragões. Os primeiros minutos mostraram um Penafiel muitíssimo personalizado, com a lição bem estudada (impressionante a pressão sobre o portador da bola, sobretudo quando Vítor a recebia) e a uma intensidade que deixava antever algo: aqueles jogadores não iam aguentar muito tempo com aquele fulgor. O Sporting foi mantendo mais bola, sem criar grande perigo, e ao minuto 19 aconteceu o momento mais bonito do jogo. No ataque do Penafiel a bola sobrou para a entrada da área e Aldair, jovem português de origem guineense, encheu o pé e rematou uma bomba que só terminou no ângulo da baliza de Marcelo Boeck (o guarda-redes ainda lhe tocou, mas não havia hipótese de defesa).
    O caso estava mal parado para o Sporting mas as coisas não corriam bem no campo do rival, onde o Porto também perdia por 2-1. William Carvalho foi o primeiro a deixar patente a sua indignação com um remate para boa defesa de Coelho, e o Sporting ia melhorando a sua exibição com a irreverência de Mané e a qualidade da dupla W.Carvalho-Adrien. Fundamentais, como sempre. Leonardo Jardim acabou mesmo por retirar Vítor - muito apagado e completamente anulado - e colocou Wilson Eduardo, tendo o Sporting chegado ao empate em cima do intervalo. Depois de um livre, William Carvalho ficou com a bola e cruzou certinho para a cabeça do jovem Mané. Tal como frente ao Marítimo, o jovem português voltou a ter impacto.
    A segunda parte não foi rica em momentos, mas os que teve foram chave. O Penafiel baixou a sua intensidade e capacidade de pressionar, e o Sporting manteve-se coeso e próximo do golo. A vantagem e reviravolta no marcador acabou por acontecer quando Carrillo cruzou a partir do flanco esquerdo e Wilson Eduardo rematou para o golo. Fredy Montero ainda viu Coelho acrescentar uma boa defesa às suas estatísticas, mas o Sporting acabou mesmo por voltar a marcar - Eric Dier foi derrubado e Adrien Silva não falhou na conversão da grande penalidade. O jogo terminou com o Sporting qualificado, mas já no pós-jogo foi quando os leões ficaram a saber da grande penalidade assinalada e convertida por Josué, afastando os leões da competição. Bastante infeliz e de alguma incompetência o facto das entidades directivas do clube desconhecerem os regulamentos, achando que mesmo com a vitória do Porto por 3-2 eram os leões a seguir em frente.

    O Sporting não seguiu em frente porque: sofreu um golaço de Aldair, marcou menos golos que o Porto, não conseguiu finalizar nenhuma das inúmeras oportunidades que teve no Sporting-Porto. Acaba por ser por culpa própria e com muita amargura que os leões saem da Taça da Liga, onde seria bem interessante assistir a um Sporting-Benfica, mas não devendo ficar para a História o penalty sobre Ghilas como o momento que afastou o Sporting da competição (uma vez que houve outro sobre Carlos Eduardo não-assinalado). Outrora os leões tiveram razões de queixa válidas desta competição, e tantas vezes já o Porto foi ajudado mas desta vez houve de facto ajuda na Hora H, mas sem justificar queixas considerando a arbitragem de Manuel Mota no seu todo. Razões de queixa por parte dos leões merece sem dúvida alguma o facto dos 2 jogos terem arrancado a horas diferentes, o que certamente ajudou a desvirtuar a verdade desportiva.

    Quanto ao jogo, Carlos Mané voltou a marcar e a ser importante. Não é um daqueles jovens cujo ADN seria suficiente para falar por si, mas tendo confiança por parte do clube/ adeptos/ equipa técnica nele e minutos pode-se tornar num jogador interessante. Destaque ainda para o golo de Aldair e para a dupla William Carvalho e Adrien, como sempre basilares no futebol leonino.
    
Barba Por Fazer do Jogo: Carlos Mané (Sporting)
Outros Destaques: Aldair; William Carvalho, Adrien, Wilson Eduardo

0 comentários:

Enviar um comentário