27 de fevereiro de 2012

Vencedores Óscares 2012

A 84ª noite de Óscares da Academia não foi certamente a mais surpreendente e entusiasmante dos últimos anos, mas valeu a pena acompanhar. Como sempre. 

The Artist e Hugo, que eram os filmes mais nomeados com 10 e 11 nomeações respectivamente, saíram como os mais galardoados. Ambos conseguiram 5 óscares mas, para a História, The Artist fica marcado como o grande vencedor da edição dos Óscares de 2012. O filme de Michel Hazanavicius recolheu tantos óscares como o de Scorsese, mas em categorias de muito maior relevo. Nas 4 principais categorias (Melhor Filme, Realizador, Actor Principal e Actriz Principal), The Artist conseguiu 3 dos seus 5 óscares, o que mostra o peso que conseguiu ter na cerimónia. Para além desses, venceu ainda nas categorias de melhor banda sonora e melhor figurino. Já Hugo, venceu em 5 categorias técnicas – Melhor Fotografia, Melhor Direcção Artística, Melhor Edição de Som, Melhor Mistura de Som e Melhores Efeitos Visuais.

    No tapetezito vermelho foi quase mais do mesmo. As habituais perguntas dos invisuais jornalistas sobre os vestidos e fatos marcaram presença. Porém... Sasha Baron Cohen apresentou-se como Ditactor (personagem do seu mais recente filme). Sasha estava acompanhado de duas belas soldadas e por uma urna que supostamente continha as cinzas do ex-ditador da Coreia do Norte. Eis que Sasha despeja as cinzas de forma propositada (fingindo que não) sobre Ryan Seacrest, apresentador do canal E!, sujando assim seu fato rico. Os seguranças actuaram de imediato e Sasha acabou por ser expulso da cerimónia, enquanto que Ryan era limpo por homens... muitos homens munidos de super-escovas.
    De resto, quase tudo normal... tirando os apartes de Antonio Banderas se ter esquecido da marca do fato tendo assim que consultar a sua etiqueta e de Chris Rock ter respondido brilhantemente que estava a ser vestido pela Fubu.
    De salientar que Michelle Williams tinha um ar menos debilitado do que no ano passado (sendo que aquele seu cabelo faz com que pareça sempre um pouco debilitada); Emma Stone estava extremamente vestida e tinha um enorme laçarote ao pescoço dando a sensação que era um presente... mas compensava sensualmente com seu olhar "tão, tão, tão... sei lá..."; por fim, Clooney e a lutadora de wrestling Stacy Keibler não transpareciam ser um casal verdadeiro.

    Billy Crystal conduziu a cerimónia normalmente. Não foi extraordinário, mas também não foi mau. Começou horrivelmente sendo beijado por George Clooney na boca (não está isento de culpas porque colaborou no "chocho" de 1/2 segundos) numa paródia ao filme The Descendents. Depois riu-se de todas as suas piadas. Nós não nos costumamos rir das nossas próprias piadas porque já achámos piada nos nossos pequenos cérebros... mas Billy ria-se... sobretudo nas que não tinham grande piada. A cerimónia podia ter sido melhor conduzida, mas não foi má. Um satisfaz para ti Bill Cristal (é assim que nós o tratamos... pessoalmente).
    Uma cerimónia que teve, como é hábito, alguns actores como apresentadores das categorias. Destacamos Robert Downey Jr. que proporcionou um momento cómico com o seu alter-ego; Jennifer Lopez e Cameron Diaz decidiram exibir seus salientes traseiros; Chris Rock com seu crescido cabelo largou algumas piadas sobre os filmes de animação e em menos de um minuto destronou todas as piadas do Bill Cristal; Emma Stone também proporcionou um bom momento com Ben Stiller; Will Ferrell e Zach Galifianakis tiveram que fazer suas macacadas (embora fosse somente necessário Zach Galifianakis aparecer para nos fazer rir); por fim, destaco Milla Jovovich que tentou seduzir todos os homens (e algumas mulheres) com o seu olhar enquanto discursava. Nós pelo menos sentimos que ela nos tentou seduzir...

   Noutros destaques a nível de vencedores, o argumento de Midnight in Paris foi justamente reconhecido como o melhor argumento original, enquanto que The Descendants venceu Hugo na categoria de melhor argumento adaptado. Christopher Plummer, aos 82 anos, conseguiu como já era esperado o óscar de melhor actor secundário e Octavia Spencer o de melhor actriz secundária, pela interpretação em The Help. Uma das grandes dúvidas era entre Viola Davis e Meryl Streep mas a Dama de Ferro, à 17ª nomeação, conseguiu ganhar este braço de ferro e, assim, o seu 3º óscar (2º como melhor actriz principal). Destaque ainda para a banda This Will Destroy You, que têm a música “The Mighty Rio Grande” – que integra a banda sonora de Moneyball – e tiveram um destaque do tamanho do mundo ao ter a sua música como pano de fundo do vídeo final, onde se apresentavam os 9 filmes nomeados para a maior categoria.

   Para nós, acabou por nos surpreender a vitória de The Girl with the Dragon Tattoo para Melhor Montagem, mas ficou bem entregue, e também a vitória de Hugo nos Melhores Efeitos Visuais, onde fomos um pouco macacos na previsão. Como podem ter visto no nosso artigo de antevisão desta edição dos Óscares, não concordámos com muitas das nomeações e demos a nossa opinião sobre quem deveria estar nomeado mas, no meio dessas discordâncias, aceitamos que de facto, dos nomeados, The Artist mereceu ser distinguido como o filme do Ano e o que marca o cinema neste ano, sucedendo a The King’s Speech.

Vencedores da noite:

Melhor Filme: The Artist
Melhor Realizador: Michel Hazanavicius (The Artist)
Melhor Actor Principal: Jean Dujardin (The Artist)
Melhor Actriz Principal: Meryl Streep (The Iron Lady)
Melhor Argumento Original: Midnight in Paris
Melhor Argumento Adaptado: The Descendants
Melhor Direcção Artística: Hugo
Melhor Fotografia: Hugo
Melhor Figurino: The Artist
Melhor Montagem: The Girl with the Dragon Tattoo
Melhor Caracterização: The Iron Lady
Melhor Banda Sonora: The Artist
Melhor Mistura de Som: Hugo
Melhor Edição de Som: Hugo
Melhores Efeitos Visuais: Hugo
Melhor Música: “Man or Muppet” (The Muppets)
Melhor Filme de Animação: Rango
Melhor Filme Estrangeiro: A Separation
Melhor Documentário: Undefeated
Melhor Curta-Metragem: The Shore
Melhor Curta-Metragem (Animação): The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore
Melhor Documentário (Curta-Metragem): Saving Face

Extras: A Glenn Close fica mais credível como homem do que como mulher (apesar de nunca ficar totalmente credível); a Angelina Jolie tem que comer e não é... um pouco. É muito. Não sei se se trata de um método para adaptar um dos seus filhos à nova vida, mas o seu visual parecido à Noiva Cadáver é triste. Muito triste; Tudo na Janet McTeer é exageradamente grande; Brian Grazer, que pôs toda a cerimónia "de pé" tem um cabelo... diferente (ver aqui); O iraniano que ganhou o galardão referente ao "Melhor Filme Estrangeiro" tinha uma super-pêra e nós não conseguimos perceber se o seu discurso era em iraniano, inglês ou um dialecto só seu; Octavia Spencer (vencedora do Óscar de melhor actriz secundária) assediou Christian Bale (apresentamos aqui a nossa solidariedade para com um dos nossos actores preferidos); pudemos constatar que os acrobatas do Cirque du Soleil não possuem muita coisa... desde os genitais a alguns ossos; tendo visto o filme "Warrior", chorávamos cada vez que víamos a cara de Nick Nolte... Brincadeira. Nós não possuímos lágrimas. Mas a cara de Nick dava-nos alguma pena; Jean Dujardin começou bem o seu discurso ao dizer "Eu amo o vosso país" para ser bem aceite (o que possuiu alguma piada) e depois... teve um momento de esquizofrenia em francês. Sempre achámos que os franceses não fechavam muito bem o tampo e Dujardin fez questão de confirmar isso no fim do seu discurso onde parecia que a qualquer momento iria soltar um "Por Tutatis!" (Asterix); também reparámos que quando iam homens em grupo receber o galardão acabavam por proporcionar algumas cenas nada másculas... ou se tocavam imenso ou, no caso dos franceses, se beijavam imenso. Mas no fim do discurso deviam cair em si e mandavam sempre um beijo ou uma declaração às suas companheiras.


Despedimo-nos dos óscares até para o ano, e iremos acompanhar a seu tempo a 85ª edição como fizemos nesta. Até lá iremos continuar a recomendar filmes quando e como nos der na "tola".

MP. TM.

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