10 de fevereiro de 2012

A Caminho dos Óscares

The Girl with the Dragon Tattoo

Realizador: David Fincher
Argumento: Stieg Larsson, Steven Zaillian
Elenco: Rooney Mara, Daniel Craig, Christopher Plummer, Stellan Skarsgard
Classificação IMDb: 8.1

Ora aqui está um filme como deve ser. Antes de mais, faço uma vénia mental a David Fincher. David Fincher é o senhor que realizou FightClub. Só que, para além disso, realizou Seven, The Game, O Estranho Caso de Benjamin Button, A Rede Social e agora – The Girl with the Dragon Tattoo. A Academia acordou tarde para perceber o que valia David Fincher, mas parece que agora o nomeia todos os anos (ele, com o seu trabalho, põe-se a jeito, diga-se). The Girl with the Dragon Tattoo resulta do livro escrito pelo sueco Stieg Larsson, que é o 1º duma triologia (com sequência em The Girl Who Played with Fire e The Girl Who Kicked the Hornets’ Nest). Em sueco este 1º livro da triologia Millenium diz-se “Män som hatar kvinnor” – falar sueco é que está a dar. Este filme acompanha inicialmente Mikael Blomkvist (Daniel Craig), um jornalista supostamente culpado por difamação. O atrevimento de Blomkvist como jornalista de investigação leva a que Henrik Vanger (Christopher Plummer) o contrate para investigar a morte da sua sobrinha Harriet, que desaparecera há 40 anos atrás e que ele tem a certeza que fora assassinada por um membro da sua família. A par com esta investigação, David Fincher foca-se muito em Lisbeth Salander (Rooney Mara), uma hacker socialmente invulgar e desadaptada, nos seus problemas até ser sugerida a Mikael Blomkvist como sua ajudante na investigação em curso. O filme tem alguns pontos em comum com o anteriormente realizado por Fincher, Zodiac, mas nota-se que Fincher cresceu como realizador (para além do facto de esta história ser melhor, mais cativante e bem pensada). A banda sonora ficou a cargo dos mesmos que fizeram a banda sonora de A Rede Social – Trent Reznor e Atticus Ross – que também se começam a habituar a estar nos Óscares. Daniel Craig faz um bom papel, mas nada de transcendente, sendo que o grande destaque do filme vai mesmo para Rooney Mara que, nomeada para melhor actriz, dos desempenhos femininos que vi até agora é claramente a melhor. Acredito que David Fincher passe os outros 2 livros da saga “Millenium” para o grande ecrã. O filme está nomeado para 5 óscares, nas categorias de Melhor Actriz Principal, Melhor Fotografia, Melhor Edição, Melhor Mistura de Som e Melhor Edição de Som. Claramente a faltar a nomeação para Melhor Filme (ver a Árvore da Vida nomeada e este filme não é… estúpido) e para Melhor Argumento Adaptado.


Extremely Loud & Incredibly Close

Realizador: Stephen Daldry
Argumento: Eric Roth, Jonathan Safran Foer
Elenco: Thomas Horn, Tom Hanks, Sandra Bullock, Max von Sydow, Viola Davis
Classificação IMDb: 6.3

Vou começar isto assim: sempre que Stephen Daldry faz um filme, esse filme vai aos Óscares. O que podia ser uma generalização fácil, neste caso é mesmo algo exactamente real. Daldry realizou em 2000 “Billy Elliot” (bom filme, nomeado para melhor realizador e mais 2 categorias), em 2002 realizou “As Horas” (nomeado para 9 óscares, entre os quais melhor filme e melhor realizador, acabou por dar a Nicole Kidman o óscar de melhor actriz principal). Depois esteve uns anos parado, e em 2008 realizou “The Reader” (nomeado para 5 óscares, entre os quais melhor filme e melhor realizador, tendo acabado por conceder a Kate Winslet, justamente seria ela ou Angelina Jolie, o seu único óscar até agora). E agora voltou à carga com Extremely Loud & Incredibly Close, que está nomeado para melhor filme e recebeu ainda a indicação de Max von Sydow como candidato a melhor actor secundário. Pelo pequeno leque de filmes que Daldry já nos proporcionou assistir, podemos constatar que ele ou gosta de crianças protagonistas, ou mulheres. Neste caso, deu a Thomas Horn (14 anos de idade, embora pareça menos, a personagem tem aliás 11 anos) o papel principal. Thomas Horn apareceu em 2010 no programa “Jeopardy”, chamou a atenção e tem neste filme o seu primeiro papel enquanto actor. Uma estreia em grande, à imagem de Hailee Steinfeld n’O Indomável, no ano passado. Extremely Loud & Incredibly Close, baseado numa obra de Jonathan Safran Foer com o mesmo nome, mostra-nos a história dum rapaz especial chamado Oskar Schell (Thomas Horn) que vive em Nova Iorque, com uma maneira muito própria de sentir e ver o mundo e uma forte relação com o seu pai (Tom Hanks) com o qual joga um jogo chamado “Missão de Reconhecimento”. Oscar perde o seu pai no 11 de Setembro, e passado algum tempo descobre um vaso, no armário do seu pai, com um envelope onde estava uma chave. Oscar encara a tentativa de descobrir o que aquela chave abre como a mais importante “Missão de Reconhecimento” que o seu pai lhe deixara. O filme dividiu opiniões da Crítica por parte dela achar que todo o filme não passa dum “estratagema (…) de emoções baratas (…) para ganhar um óscar”. É verdade que, ainda por cima, conta com Tom Hanks (vice-presidente da Academia, o que podia gerar um certo conflito de interesses) mas, a meu ver, o filme merece a nomeação. Mais do que The Tree of Life, Moneyball ou The Help. O livro do autor Jonathan Safran Foer prestava-se a permitir a realização dum bom filme. Bem Stephen Daldry, bastante bem o nomeado para melhor actor secundário Max von Sydow e muito bem o jovem Thomas Horn. Extremely Loud & Incredibly Close mostra que em certos momentos temos que nos agarrar a algo para honrarmos e continuarmos a ter ligação com os que já não estão connosco. A derradeira “Missão de Reconhecimento” de Oskar leva-o a aprender, a crescer e a conseguir as respostas de que precisava. MP

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