A Caminho dos Óscares

My Week with Marilyn

Realizador: Simon Curtis

Argumento: Adrian Hodges, Colin Clark

Elenco: Michelle Williams, Eddie Redmayne, Kenneth Branagh

Classificação IMDb: 7.4

Nomeado para dois óscares (Melhor Actriz Principal e Melhor Actor Secundário), “My Week with Marilyn” baseia-se nas histórias, reveladas por Colin Clark (interpretado por Eddie Redmayne) e relatadas no livro com o nome do filme, e ainda na obra “The Prince, the Showgirl and Me”. Adrian Hodges tratou de adaptar a história, que teve Simon Curtis na realização. O filme acompanha a visão de Colin Clark sobre o tempo em que trabalhou como assistente de realização nas filmagens de “The Prince and the Showgirl”, que tinha como protagonistas Marilyn Monroe (Michelle Williams) e Sir Laurence Olivier (Kenneth Branagh). Na época, e enquanto o escritor recém-casado com Marilyn, Arthur Miller, deixa o Reino Unido, Marilyn Monroe e o jovem Colin Clark, de 23 anos, passam uma semana juntos. Na altura, Marilyn Monroe estava no seu apogeu enquanto actriz, mulher e sex symbol e, perante os seus problemas pessoais, distúrbios e dúvidas existenciais, é em Colin Clark que a actriz passa a confiar. 

      A difícil personalidade, o temperamento instável, a insegurança e a postura sedutora de Marilyn Monroe estão presentes neste filme, numa personagem bem interpretada por Michelle Williams, justamente nomeada para melhor actriz principal. Sem dúvida a pedir atenções de óscar, talvez só batida por Rooney Mara, mas o óscar deverá ser entregue a Meryl Streep ou Viola Davis. A história é interessante e, já agora, para quem é fã de Harry Potter pode matar saudades de Emma Watson neste filme, bem como de uma mulherzinha chamada Zoë Wanamaker, que fez de Madame Hooch num dos primeiros filmes da saga.
      A título de curiosidade, acrescento que, apesar de o papel ter sido brilhantemente trabalhado por Michelle Williams, a primeira escolha para interpretar Marilyn era Scarlett Johansson. E que bem entregue que ficava… Já agora, Scarlett foi também pensada para a personagem Lisbeth Salander (interpretada por Rooney Mara em “The Girl with the Dragon Tattoo) mas o realizador David Fincher, na altura, rejeitou Scarlett por ser “sexy demais”. Subscrevo.

Albert Nobbs

Realizador: Rodrigo García

Argumento: Glenn Close, John Banville, George Moore, Gabriella Prekop, István Szabó

Elenco: Glenn Close, Mia Wasikowska, Aaron Johnson, Janet McTeer

Classificação IMDb: 6.6

“Albert Nobbs” não é propriamente o meu tipo de filme. Não é uma história totalmente desinteressante, mas não me fez mais feliz ver o filme. Nomeado para 3 óscares (melhor actriz principal, melhor actriz secundária e melhor maquilhagem), “Albert Nobbs” conta-nos a história duma mulher que vive assumindo a identidade de um homem para ter trabalho na sociedade irlandesa do séc. XIX. Albert (Glenn Close) trabalha num hotel, é extremamente devoto ao seu trabalho, mantendo um low profile no dia-a-dia e juntando dinheiro para, um dia, ter uma loja. A chegada de Hubert Page (Janet McTeer), sim, outro homem que na realidade era uma mulher, abala a rotineira vida de Albert, expondo o seu segredo perante Hubert e passando a pensar que poderia formar uma família. É aí que entra Helen Dawes (Mia Wasikowska), que Albert tenta conquistar para casar consigo e trabalhar consigo na loja que quer comprar. Só que, veja-se bem, Helen quer namorar… Com um homem, que é… um homem. Chocante, eu sei. Os desenvolvimentos disto tudo depois vocês vêem. 

       “Albert Nobbs” é acima de tudo uma história que mostra até onde tinham de ir algumas mulheres na Irlanda do séc. XIX para conseguir a sua emancipação e que conta com uma boa interpretação de Glenn Close. Relativamente a Janet McTeer realmente ninguém suspeitaria que ela era uma mulher, visto que tem 1,85m. Mas não está “à altura” dum óscar. Incha Janet! Até perdeste uns centímetros com esta. Quem merece uma palavrinha é a jovem Mia Wasikowska, conhecida por ter sido em 2010 a Alice no País das Maravilhas, que, depois de bons papéis em The Kids Are All Right ou Restless volta a manter o nível. Ela que entrará em “Wettest County”, filme que estreará no cinema este ano e que conta no elenco com, para além de Mia, Tom Hardy, Gary Oldman, Jessica Chastain, Shia LaBeouf e Guy Pearce. Enfim, “Albert Nobbs” é um filme que se se passasse no séc. XXI seria um polémico filme de travestis, mas como se passa na Irlanda do séc. XIX é um filme em que corajosas mulheres procuram a emancipação vestindo-se e vivendo-se como homens e casando com outras mulheres vestidas de mulheres. Já lhe ouvi chamar muita coisa. Ah, a Janet McTeer, a tal senhora de 1,85m, mostra os seus seios neste filme. Aviso que é coisa para ocupar o ecrã inteiro. Tenham cuidado. MP

Amanhã lançaremos um artigo com a antevisão completa dos Óscares, cuja cerimónia será transmitida na madrugada de domingo para segunda-feira.