26 de fevereiro de 2012

Sporting 1 - 0 Rio Ave

O Sporting apresentou-se em Alvalade com um onze sensivelmente melhor do que nos últimos jogos. Na baliza, a ausência (por opção de Sá Pinto) de Rui Patrício deu aso à titularidade de Marcelo Boeck (um dos 4 melhores guarda-redes da liga portuguesa no ano passado, pelo Marítimo), Carriço manteve-se a trinco, Matías foi o sacrificado para Elias e Schaars terem a seu cargo a o equilíbrio e dinâmica de meio-campo, com um trio de ataque que, em forma, tem muita qualidade e potencial – Izmailov, Diego Capel e Wolfswinkel. O Rio Ave apresentou-se com dois laterais fracos (por Zé Gomes e Tiago Pinto não poderem jogar), um meio-campo batalhador e dois alas rápidos no apoio ao avançado João Tomás, numa disposição relativamente semelhante à que o Legia apresentou em Alvalade.

       O Rio Ave até entrou melhor no jogo, conseguindo colocar a bola perto da baliza do Sporting, mas nunca com grande perigo. A primeira grande oportunidade foi mesmo de Insúa, aos 5 minutos, que falhou o remate após bom cruzamento largo de Diego Capel. Depois apareceu de novo o Rio Ave, a espaços, quando conseguia roubar a bola ao Sporting, conseguindo rematar primeiro por João Tomás e depois por Tarantini, ambos bastante por cima. 
       Aos 18 minutos, percebeu-se que Éder Monteiro não é dotado de grande inteligência. Falha de comunicação tremenda (palavra muito usada por Futre), e Éder faz um atraso para o seu guarda-redes, cabeceando a bola… a cerca de 1 metro de Huanderson. Acabou por acertar em Huanderson, que estava fora da área e jogou a bola com… a cabeça. O árbitro achou que tinha sido com a mão, amarelou Huanderson, marcou livre e Polga rematou bem, mas ligeiramente ao lado. Aos 34 minutos novo lance de perigo, com um bom remate forte do irrequieto Diego Capel.
      No minuto a seguir a bola chega a Izmailov, o russo domina, apercebendo-se do fora-de-jogo de Capel, temporiza, faz um “nó” a dois jogadores do Rio Ave e remata forte para o meio da baliza. Huanderson franga, também pela espontaneidade e efeito do remate. Um bom golo de Izmailov, apenas não tão bom pelo facto de ser um remate que um guarda-redes normal defenderia. Mas Izmailov já merecia um golo, para ganhar confiança. Passados quatro minutos, após bom cruzamento de Vítor Gomes, João Tomás remata de primeira e deixa a bola a poucos centímetros da baliza de Marcelo Boeck. Durante toda a 1ª parte o Sporting teve claramente mais bola, apresentou em alguns momentos a dinâmica ao nível de transições, troca de bola e triangulações e pressão que se viram há uns meses em Alvalade e o haitiano Jean Sony (provavelmente ainda a recalcar o desastre do Haiti, que piada de mau gosto) fez questão de fazer faltas quase sempre que apareceu no jogo. Aos 45 minutos o 1-0 justificava-se e traduzia bem o que fora a 1ª parte.

Carlos Brito, querendo mostrar-se fotogénico.
       A 2ª parte, muito sinceramente, foi uma seca. Em 45 minutos de futebol, registaram-se 2 momentos de perigo dos leões. Uma boa combinação entre Diego Capel e Elias, que resultou num remate do brasileiro ao lado, e uma falha de Wolfswinkel após cruzamento na direita do então entrado Pereirinha. O Rio Ave também cheirou o golo, logo no início da segunda parte por Christian Atsu e depois, numa fase final da partida, por Atsu novamente e depois por Anselmo, que tinha obrigação de fazer melhor. E agora digo-vos: Anselmo não é um indivíduo qualquer! Anselmo é um ser humano que já jogou um desporto com TM. Futebol? Poderia ser, mas não. Anselmo jogou Paintball com o meu caro colega de blog. São coisas que o universo proporciona. 
Mas deixando o Anselmo e o seu amor pelo paintball de parte, e voltando ao jogo, tenho que confessar que honestamente estive quase a adormecer na segunda parte. Porém… quando os meus olhos estavam quase a fechar-se, acordei sobressaltado por cânticos anti-benfiquistas. No êxtase da vitória consumada sportinguista, alguns adeptos (assobiados por outros, vá lá) decidiram começar a cantar “Benfica é merda”. É uma teoria desenvolvida por nós já há alguns tempos: quando adeptos sportinguistas ou portistas estão quase a atingir o orgasmo futebolístico e sentem a vitória como sua, decidem ofender o Benfica. Fica-lhes mal as palavras que usam, mas não se pode condenar o cuidado que têm em deixar o Benfica presente em todo o lado. O Benfica, por sua vez, quando está a ganhar e feliz, grita... Imagina-se... Por si próprio. Vá-se lá perceber.

     Um dos destaques do jogo, para mim, foi Elias. O médio brasileiro fez uma exibição de enorme entrega, aparecendo como importante ligação entre a defesa e o ataque, pressionando sempre a bom nível e recuperando muitas bolas. O Elias de hoje foi claramente o Elias que existiu até Novembro em Alvalade; Polga foi hoje o marcador de livres directos e até não esteve muito mal; Xandão manteve-se seguro na defesa, sem complicar; Wolfswinkel movimentou-se bem, mas continua um fantasma; o regresso de Diego Capel à titularidade trouxe claramente outra dinâmica e velocidade à equipa, é claramente um jogador de grande importância na equipa; Daniel Carriço, a meu ver, está muito melhor como trinco do que nos últimos 2 anos como defesa central. Às vezes um jogador cresce (até na sua posição de origem) depois de pisar outros terrenos. Talvez Carriço se torne melhor central, depois de uns tempos como trinco, onde tem mais bola e tem que batalhar mais e estar concentrado 100% do tempo.
     O jogo de hoje mostrou que Izmailov ainda não está no seu melhor, mas é importante que vá ganhando confiança e que jogue, porque meio Izmailov chega bem para muitas equipas. Hoje, não foi extraordinário, mas foi decisivo pelo que fez – o único golo do jogo. Lance bem construído, remate forte e cheio de efeito, que apanhou Huanderson distraído. Izmailov, hoje, o homem do jogo.
     No Rio Ave, o meio-campo manteve-se batalhador, Gaspar fez uma boa exibição no comando da defesa e o maior dinamizador do ataque foi sem dúvida alguma o jovem Christian Atsu. O jovem ganês emprestado pelo Porto tem um grande futuro pela frente. Tem tudo para dar certo – velocidade, finalização, objectividade e a mentalidade certa.


O Sporting ganha 3 pontos que o mantêm na luta com o Marítimo pelo 4º lugar e fica à espera duma eventual quebra do Braga no derby do Minho. Destaque para Sá Pinto que, apesar de não ter tido ainda nenhum jogo de grande dificuldade, soma 1 empate na Polónia e 3 vitórias caseiras consecutivas, todas por 1-0. Quanto ao Rio Ave, mantêm-se na luta pela manutenção – está em 11º mas está a 3 pontos do último classificado. MP


Sporting 1 - 0 Rio Ave

Sporting: Marcelo Boeck; João Pereira, A. Polga, Xandão, Insúa; Carriço, Elias, Schaars (André Santos); Izmailov (Evaldo), Diego Capel (Pereirinha), Wolfswinkel.
Treinador: Ricardo Sá Pinto

Rio Ave: Huanderson; Jean Sony, Gaspar, Éder Monteiro, André Dias; A. Vilas Boas, Vítor Gomes (Braga), Tarantini; Christian Atsu, Yazalde (Mendes), João Tomás (Anselmo).
Treinador: Carlos Brito

Golos: 1-0 35’ Izmailov;

Melhor em campo "Barba Por Fazer": Izmailov. 

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