11 de fevereiro de 2012

Marítimo 2 - 0 Sporting

     Para mim o jogo começou e o Sporting já estava a perder. Porquê? Porque Choramingos colocou Pereirinha a titular. Pereirinha não tinha lugar em nenhuma equipa da Liga ZON Sagres, a meu ver. Não consigo compreender esta insistência no jogador. 
     
     O jogo começou com um Marítimo motivado e a entrar bem, usando como sua principal arma, como seria de esperar, a velocidade do seu trio atacante. Pedro Martins (é bom treinador, não há dúvida), não podendo utilizar Pouga neste jogo, optou por Héldon. E fê-lo bem. Os primeiros minutos do jogo mostraram um Sporting que queria dominar o adversário e então colocou a sua defesa bastante subida. Quando o Benfica joga com a defesa subida, existe o Garay que é rápido, ou existia antes o David Luiz (que saudades!) para fazer as dobras a uma bola “metida nas costas”; o Real joga com a defesa subida e tem Pepe, um central rápido; o Sporting jogar com uma defesa subida é… suicídio. Onyewu e Xandão são tudo menos rápidos. Para quem aprecia a triologia "Senhor dos Anéis", é como ver dois Ents a fugir de Isengard. E o próprio Rinaudo, pivô defensivo, também não é muito rápido, se baixasse para junto dos centrais (coisa que não faz, provavelmente por ordens de Choramingos). 
     
     O Marítimo foi ameaçando o golo, com jogadas rápidas, geralmente fruto de bons passes de Roberto Sousa ou Benachour. Até ao 1º golo do jogo, ainda há que destacar uma entrada a roçar o bárbaro por parte de Onyewu. O golo acabou por aparecer aos 21 minutos. Um minuto antes do golo Rui Patrício fez uma extraordinária defesa a um livre directo. Passado um minuto, remate forte de Benachour e o Patrício, com algum azar à mistura, acabou por deixar a bola entrar na baliza após defesa incompleta. Seguiram-se minutos onde o Marítimo se manteve confiante, com boa troca de bola a meio campo, mas quase sempre inconsequente. Até ao intervalo, o Sporting nunca encontrou uma fórmula para desconstruir o Marítimo, criando perigo real apenas num lance de Arias (apostando nele, pode dar um jogador interessante). Outra coisa que reparei foi na habilidade que o Sporting tem para fazer faltas no limite entre o que é a grande área e o que não é. Os jogadores leoninos conseguem fazer faltas no centímetro antes da linha da sua grande área, como foram as faltas de Onyewu e Carrillo. É arte.

     Ao intervalo Choramingos mexeu na equipa. Colocou em campo Schaars e Izmailov (a meu ver, em forma, são os dois melhores jogadores do plantel), tirou Pereirinha (“Normal..”) e tirou Carrillo, que não estava a produzir muito, mas que, não tendo ainda para mais Diego Capel disponível, seria o único jogador capaz de desequilibrar numa ala. Não percebi muito bem a saída dele. O Sporting ganhou meio-campo, como seria expectável com as substituições, conseguindo trocar mais a bola e começando a encostar o Marítimo a nível físico e não em lances de perigo. E precisamente quando o Sporting começava a tomar conta do jogo, o Marítimo fez mais uma jogada rápida, que culminou com o golo do brasileiro Danilo Dias. A partir desse 2-0, adivinhava-se o que iria acontecer. O Marítimo optou (legitimamente) por defender o resultado e não se opôs à ordem natural das coisas que era, e foi, o Sporting ter mais bola. Infelizmente para o Sporting e para os seus adeptos, a equipa não conseguiu produzir lances de perigo real. Matías foi o único a pegar no jogo, não houve flancos (Carrillo tinha saído ao intervalo), Izmailov não apareceu, Wolfswinkel continua uma sombra do avançado motivado e oportunista que era em Outubro/ Novembro e a defesa ainda apanhou um susto no penúltimo minuto do jogo, em que o Marítimo quase chegava ao 3-0 por Rafael Miranda, após bom trabalho de Sami, mais uma vez a ganhar o espaço nas costas da defesa verde e branca.

      O Marítimo consegue, assim, este ano ganhar tanto na 1ª volta como na 2ª ao Sporting, iguala o Sporting com 32 pontos, ficando em 4º lugar, para já. O Sporting vê o Braga distanciar-se nesta jornada, distando neste momento 8 pontos. Na próxima jornada, o Sporting recebe o Paços de Ferreira. Relativamente ao Marítimo, tem que se aplaudir a forma de jogar da equipa da Madeira. Pedro Martins está a fazer um excelente trabalho e Danilo Dias, um dos melhores jogadores do campeonato até agora, certamente não estará no Marítimo na próxima época.
     Faz-me bastante confusão ver um plantel que tem Schaars, Elias, Insúa, Diego Capel, Carrillo, etc. não conseguir produzir futebol digno da dimensão e História do clube onde esses jogadores estão integrados. E mais do que tudo, o que não percebo é a apatia, a falta de garra, a aceitação de que este isto é o que conseguem. Eu não sou sportinguista e juro que se vestisse aquela camisola (já para não falar de salários) esforçava-me certamente muito mais do que muitos daqueles jogadores.

Continuo sem perceber muita coisa que Choramingos faz. Complica às vezes em opções tão simples. E não lhe fica nada bem ofender os seus jogadores quando eles não acertam na baliza.
Mas quem tem a pá e está a cavar o buraco não sou eu. Paciência… MP


Marítimo 2 - 0 Sporting


Marítimo: Peçanha; Briguel, João Guilherme, Roberge, Luís Olim; Rafael Miranda, Roberto Sousa, Benachour (João Luiz); Sami, Danilo Dias (Robson), Héldon (Fábio Felício).
Treinador: Pedro Martins

Sporting: Rui Patrício; Arias, Onyewu, Xandão, Insúa; Rinaudo (Seba Ribas), Elias, Matías Fernández; Pereirinha (Schaars), Carrillo (Izmailov), Wolfswinkel.
Treinador: Domingos Paciência


Golos: 1-0 21’ Benachour; 2-0 60’ Danilo Dias.

Melhor em campo "Barba Por Fazer": Danilo Dias.

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