18 de fevereiro de 2014

Champions: Barça vence jogo grande, PSG esmaga

Esta noite jogaram-se os primeiros 2 jogos da 1.ª mão dos oitavos de final da prova milionária, a UEFA Champions League. Assistimos a 2 jogos bem diferentes, um deles entre City e Barcelona no qual se esperava equilíbrio entre duas equipas bem distintas embora com uma qualidade com bola igualável por poucos, enquanto que na Alemanha a esmagadora diferença qualitativa entre Leverkusen e PSG traduziu-se... no resultado.

 Manchester City 0 - 2 Barcelona  (Messi (pen.) 54', Dani Alves 90')

    Qualquer pessoa que goste de futebol terá ficado contente quando o sorteio dos oitavos ditou um Manchester City-Barcelona. Ok, Pellegrini deve gostar de futebol e não ficou contente. Adiante. Esta noite no Etihad Stadium, em Manchester, encontraram-se 2 das melhores equipas do planeta na actualidade. Poder-se-ia inclusive dizer que, muito provavelmente, juntamente com o Real Madrid e (todos estes três) abaixo do Bayern, formam o quarteto das equipas mais poderosas no panorama actual. Para o jogo de hoje Pellegrini colocou em campo um onze inteligente. Soltou David Silva no apoio a Negredo, deixou Kolarov avançado no flanco esquerdo para conter as subidas de Dani Alves e voltou a ter Fernandinho ao lado de Yaya Touré. Na teoria havia capacidade para ombrear com o Barcelona, na prática não.
    O Barça tomou conta do jogo a partir do apito inicial e perto do quarto de hora de jogo contava aproximadamente 75% de posse de bola. Com um Yaya Touré inexplicavelmente tímido (parece ter estranho defrontar a ex-equipa) mas David Silva a querer bater-se com os amigos de La Roja, foi precisamente o criativo espanhol a construir o 1.º lance de perigo aos 19'. Silva isolou Negredo entre os centrais e o avançado ficou perto de marcar. Sucederam-se alguns minutos que acabaram por ser o melhor período do City no jogo. Embora longe da intensidade e criatividade habituais, com mudanças de velocidade em bloco e muita troca de bola de 1.ª, o City galvanizou-se e criou algum perigo, tendo Valdés (nem sempre da forma mais ortodoxa) servido para as encomendas. O marcador chegou ao intervalo a zeros, num jogo abaixo das expectativas.
    O 2.º tempo iniciou-se novamente com o Barça a fazer o meio-campo do City correr. Os blaugrana encostaram o City e acomodaram-se no meio-campo da equipa da casa e foram ganhando progressivamente o controlo do jogo ao cavar um fosso entre o duplo pivô (Fernandinho-Yaya) e a dupla mais solta (Silva & Negredo). Aos 54' o tabuleiro pendeu finalmente para um dos lados: Lionel Messi ficou isolado e, no caminho para a baliza, foi travado por Demichelis na grande área. Conclusão: Demichelis expulso e golo de Messi da marca de grande penalidade. O Manchester City acusou o golo, parecendo acreditar ainda menos e revelando mais uma vez pouca força europeia, embora Nasri tenha entrado bem no jogo. O médio francês entrou juntamente com Lescott, substituindo Navas e Kolarov - o City voltou a ter 2 centrais, passo a ter Nasri com a mesma garra de Silva no ataque, mas perdeu o "polícia" de Dani Alves e mais tarde veio a pagar por isso. Dani Alves passou a ser o denominador comum a todos os momentos de perigo do Barça: criou um lance para Xavi, ficou a milímetros de marcar numa incursão individual, e do outro lado o City só ameaçava quando Nasri ou Silva colocavam alguma velocidade, mas mal apoiados.
    Aos 90 minutos o Barcelona sentenciou muito provavelmente a eliminatória. Dani Alves aventurou-se mais uma vez pela direita, combinou bem com o compatriota Neymar e finalizou sem problemas.

    Ainda não é este ano que o Manchester City dá o passo em frente a nível europeu, sendo que em Barcelona os catalães deverão voltar a dominar. Hoje Agüero fez muita falta, uma vez que seria o jogador perfeito para colocar a defesa do Barcelona em sentido e Yaya Touré - embora tenha estado em campo - não pareceu, tal a falta de intensidade que apresentou, comparativamente com o que é habitual em si. Clichy fez um jogo péssimo e apenas Zabaleta, Silva, Nasri e Kompany (Messi não fez mais por mérito seu) tiveram nota positiva. O Barcelona foi dono da bola, teve o jogo na mão a partir da expulsão de Demichelis e viu Dani Alves crescer a partir da saída de Kolarov. O vagabundo Fábregas (tacticamente Martino deixa-o percorrer caminhos onde jogava na Espanha de Aragonés) poderá ser importante na 2.ª mão e quando se tem jogadores como Iniesta e Messi tudo é mais simples.

Barba Por Fazer do Jogo: Dani Alves (Barcelona)
Outros Destaques: Kompany, Silva; Iniesta, Fábregas, Messi

 Leverkusen 0 - 4 PSG  (Matuidi 3', Ibrahimovic (pen.) 39', 42', Cabaye 88')

    Em Leverkusen era esperada uma vitória fácil do PSG e foi o que aconteceu. Embora este Leverkusen seja 2.º classificado na Bundesliga (apenas e só porque o Dortmund tem sido sucessivamente castigado com lesões de jogadores-chave), era previsível que o PSG - talvez a equipa que após o investimento bruto que fez (e nós aqui no BPF somos tendencialmente contra essas equipas que emergem a partir do nada) mais rapidamente se tornou sólida e uma verdadeira equipa - tivesse uma noite tranquila. Talvez não fosse de esperar, no entanto, tamanha apatia alemã e tamanho poderio e coesão parisiense.
    Foram precisos 3 minutos para o marcador mudar em Leverkusen. A jogada iniciou-se no flanco direito com a bola a ir parar aos pés do pequeno Verratti. Coube então ao italiano descobrir a desmarcação de Matuidi que, sem dificuldades, fez o 1-0. A milionária equipa de França continuou a pressionar alto, com uma exibição perfeita do trio de meio-campo (Motta, Verratti e Matuidi) e Ibrahimovic deu o 1.º sinal de que queria também escrever o seu nome na ficha de jogo aos 11 minutos - Leno não estava na baliza mas um defesa bloqueou o remate do avançado sueco. O jogo amainou a nível de lances de perigo, embora continuasse a deliciar qualquer adepto com a capacidade de Verratti de rodar no meio-campo e fazer alguns passes longos parecerem "canja", enquanto Thiago Motta ia lendo o jogo como ninguém e Lucas ia provando que está cada vez mais "europeu", estando a crescer muito esta época e tornando-se mais completo e concentrado. Nos minutos finais da 1.ª parte, Zlatan resolveu o jogo e a eliminatória. Aos 39' Lavezzi ganhou uma grande penalidade e Ibrahimovic não vacilou fazendo o 2-0. Três minutos depois foi a vez de Matuidi dar a bola ao sueco à entrada da área e Ibrahimovic disparou um míssil que só acabou no canto superior da baliza alemã. Golo incrível, jogador incrível. Ibra chegou assim aos 10 golos em 6 jogos em que esteve envolvido nesta Champions, sendo que Cristiano Ronaldo já tem agora um novo amigo para ultrapassar.
    Para a 2.ª parte o Leverkusen trouxe alguma energia, Reinartz deu alguma qualidade ao meio-campo defensivo germânico, mas Spahic tratou de deixar o jogo ainda mais desequilibrado quando viu o 2.º amarelo. O jogo foi decorrendo, num domínio completo da equipa de Paris e enquanto já alguns adeptos já abandonavam o recinto, Matuidi (justamente ovacionado pelos seus adeptos presentes em Leverkusen) deu o lugar a Cabaye. O médio ex-Newcastle ainda foi a tempo de marcar um bom golo aos 88' fechando o activo. A jogada iniciou-se em Ibrahimovic com o avançado a desmarcar Maxwell no flanco esquerdo. Maxwell cruzou fazendo a bola chegar a Lucas e o brasileiro colocou a bola ao jeito do remate de Yohan Cabaye. Há equipas assim: com Motta, Matuidi e Verratti no onze, mas com Cabaye e Pastore no banco e Cavani ausente.

    O PSG fez um jogo perfeito, dominou em todos os capítulos, e teve a sua força assente em 2 elementos: Zlatan Ibrahimovic e o trio de meio-campo. Thiago Silva foi o patrão da defesa (como é habitual) e na 2.ª mão podemos esperar nova vitória. Seria interessante para o crescimento deste PSG que o sorteio dos quartos de final ditasse um PSG-Real Madrid.

Barba Por Fazer do Jogo: Zlatan Ibrahimovic (PSG)
Outros Destaques: Reinartz; Thiago Silva, Thiago Motta, Matuidi, Verratti

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