5 de junho de 2012

Rock in Rio 2012: Dia 2

Rock in Rio 2012: Dia 2

    Dia 2 era impreterivelmente o dia de um grande Senhor da música: Stevie Wonder. Mas como toda a bela tem senão, quem o quisesse ouvir tinha (não obrigatoriamente) que aturar primeiro os The Gift.
    Agora a sério, não odiamos os The Gift, até gostamos dum tema deles que se chama "Primavera" mas apenas não é "Fácil de Entender" se a vocalista é uma mulher ou um homem. Han, e esta? Uma piada em que inserimos o nome de uma música dos The Gift.. Fogo.. 
    Os The Gift, vestidos cada um de sua cor parecendo teletubbies, abriram o Palco Mundo incomparavelmente pior do que tinham feito os Expensive Soul na véspera e a vocalista Sónia Tavares pareceu interessar-se mais, por vezes, em conseguir que as pessoas ligassem para apoiar a Fundação Gil do que cantassem as músicas da banda. Não estiveram mal mas, no nosso entender, não deslumbraram.

    Seguiu-se Joss Stone. E quanto à Joss nós somos suspeitos. Pensando que Joss Stone era um complemento deste dia e não o destaque principal, tal como por exemplo os Evanescence foram no 1º dia do festival, a Joss foi um excelente complemento, e a Amy Lee na altura foi muito fraquinha. Somos suspeitos porquê? É difícil não gostar dum concerto da rapariga. Ela chega, bem disposta e meia hippie, com a voz que tem (uma das melhores vozes femininas da actualidade para nós) e naquela voz que é soul e R&B puros, convence qualquer pessoa que goste de boa música. O sorriso também ajuda. 
    Joss Stone foi a melhor companhia dos espectadores do final de tarde para a noite, actuando durante cerca de 1 hora. Mostrou algumas músicas do seu novo álbum, cantou a sua versão de "You Got the Love" dos Florence + the Machine e deixou os seus êxitos mais consagrados pelos fãs para o fim: "You Had Me" e, a fechar um concerto muito positivo, "Right to be Wrong".

    Estava quase a chegar a vez do Stevie. Mas antes era o Bryan. Não sei se repararam, mas para quem vê Family Guy este dia juntava 2 artistas com nomes parecidos com 2 personagens: Bryan-Brian e Stevie-Stewie. Um pormenor, para perceberem como é que se fazem cartazes. 
    O Bryan, repleto de canções do amor para mostrar, optou por surgir com um penteado idêntico àquele que o C.Ronaldo apresentou frente à Turquia. As opções de Bryan.. E optou também por encher o seu alinhamento (que expressão estranha) dos seus maiores êxitos. Em "(Everything I Do) I Do it For You" todo os humanos presentes no Parque da Bela Vista terão desatado a beijar a pessoa ao lado, mas Bryan Adams ainda brindou o público com os aclamados "Summer of 69" e "Heaven". 
    
    Houve ainda um momento peculiar. Para cantar "When You're Gone", música dele com a spice girl Melanie C, o Bryan decidiu chamar alguém do público para o acompanhar. E entre milhares e milhares de pessoas, o Bryan acertou logo na Vanessa Silva. A Vanessa que participa em musicais do La Féria e que integra vários coros de programas da manhã ou da noite, ou quiçá da tarde também. Enfim, ou uma enorme coincidência (se quisermos todos ser muito inocentes) ou va, foi uma escolha completamente "aleatória e espontânea".

    Até que para o final da noite estava guardado o momento mais esperado: a actuação de Stevie Wonder. Primeiro, as piadas. Porque temos que as fazer, porque lá em cima está referido que este blog contém humor. Ora bem, se eu estivesse com o Stevie, convidava-o para um blind date. Senhor(a) leitor(a), bastante desumano se se riu disto. Depois há quem diga que o Stevie costuma demorar a entrar em palco porque gosta de deixar o público às cegas. É uma cena dele... Aquilo que o Bryan fez de escolher entre "the girl with the black shirt" ou "the girl with the white shirt" para o Stevie não resultava muito bem. E por fim, como um de nós viu uma rapariga referir, que raio de pessoa é que leva um cartaz para o concerto do Stevie?! E não, não acredito que esteja em braile.
    Passadas estas piadas perfeitamente escusadas mas que fizeram o leitor esboçar um sorriso pecaminoso, vamos analisar aquilo que o Stevie representa: talento musical. Nos 30 minutos transmitidos pela Sic Radical, infelizmente para o comum dos mortais, não estavam as músicas que toda a gente quereria ouvir. Stevie começou a engonhar o pessoal naquela de "ah, estes 30 minutos vão passar na tv? Então espera aí, vou engonhar que assim na próxima vem toda a gente ver. E quem veio ver, é que fica com os hits". O Stevie adoptou um alinhamento incrivelmente idêntico àquele que compôs o seu concerto no Rock in Rio 2011, no Brasil, e isso levou ao quê? Levou a que o Stevie cantasse "Garota do Ipanema" e "Você Abusou"... em Portugal. De facto seria estranho ele tocar Amália, mas pronto. É só para deixar aquela referência: geograficamente somos Espanha, linguisticamente somos Brasil.

    Mas o Stevie é o Stevie. E acabou por, para além de brindar o público com êxitos de Marvin Gaye ou Michael Jackson, interpretar alguns temas que não deixam ninguém indiferente: "Superstition", "I Just Called to Say I Love You" ou "Isn't She Lovely" (acompanhado pela filha). Talvez não tenha enchido totalmente as medidas de todos, mas foi um bom concerto, genuíno e a transbordar do talento e musicalidade. Uma Ode à Música, por parte de Stevie Wonder.

MP. TM.

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