28 de junho de 2012

Euro 2012: Obrigado Portugal!


    «Injustiça» - primeira palavra de Cristiano Ronaldo após o penalty batido por Fàbregas e que acaba por caracterizar esta meia-final entre Portugal e Espanha. Mais uma vez vamos para casa injustamente e libertamos o nosso: «Fica para a próxima». Temos tanto azar que já parecemos testemunhas de Geová... ficamos quase sempre à porta. Pode ser que agora nos respeitem mais quanto equipa. Demonstrámos que de fracos nada temos e que nos podemos bater com qualquer super-equipa olhos nos olhos. Obrigado Paulo Bento! Obrigado rapazes!

«Injustiça»
    O jogo foi bastante equilibrado mas Portugal jogava com mais garra do que os espanhóis que apresentavam o seu futebol nojentinho arrancando até alguns assobios da bancada. Os adeptos espanhóis gritavam "olé"... era álcool com certeza. "Olés" esses que me fizeram lembrar o jogo na Luz... Tanto "olé" gritado que acabaram com a saca cheia.
    Miguel Veloso foi o primeiro a criar perigo com um livre directo que assustou Casillas. Portugal não entregava a bola (como fazia Carlos Queiroz) e jogava olhos nos olhos com esta Espanha campeã do Mundo e da Europa. O seu futebol nojentinho e cansativo era respondido com uma pressão enorme por parte dos jogadores portugueses e obrigavam os favoritos de Platini a fazerem maus passes ou a bombearem a bola lá para a frente (coisa nada comum nesta selecção). A Espanha raramente atacava, mas quando o fazia, fazia-nos sofrer do coração. Arbeloa foi o primeiro a rematar um nada por cima da baliza de Patrício após excelente trabalho de Iniesta na esquerda. Iniesta que logo depois quase colocou a bola na gaveta da baliza de Rui Patrício. Mas a Equipa das Quinas mantinha o seu ritmo e após boa recuperação de Moutinho, Ronaldo rematou uns escassos centímetros ao lado e dando-nos alguma ilusão de que tinha entrado.
    Na segunda parte previa-se uma maior pressão dos espanhóis e que jogassem mais rápido. Mas isso não se verificou. Apesar de continuar um jogo equilibrado, continuámos por cima e Hugo Almeida fez logo questão de mandar duas bujas que ameaçaram a baliza de Iker Casillas nos primeiros minutos. A Espanha respondeu aproveitando um dos poucos erros de Miguel Veloso para rematar por intermédio de Xavi. Contudo, a bola morreu nas mãos de Rui Patrício sem grande perigo. Cristiano Ronaldo tinha nos pés a oportunidade de marcar golo num livre directo, Casillas torcia o nariz com receio, mas o livre saiu um palmo por cima. E mesmo a terminar os 90 minutos... podíamos ter acabado com o jogo. Contra-ataque mortífero com 4 portugueses contra 3 espanhóis, Meireles no comando, deu para Cristiano e o capitão atirou de pé esquerdo para fora para nosso desespero. Poderia ter sido o nosso momento...
    Era preciso prolongamento e todos pediam um novo coração. E foi apenas depois do tempo regulamentar que a Espanha se superiorizou. O primeiro lance de perigo deu-nos a todos, portugueses, um mini-ataque cardíaco... Jordi Alba correu que nem um louco, cruzou, Iniesta rematou na cara do golo, mas Rui Patrício faz uma defesa tremenda! Depois um livre de Ramos razou a barra. Parece que Ronaldo anda a  ensinar-lhe umas coisas nos treinos do Real... A Espanha não descurava do nosso meio campo e Jesús Navas obrigou Patrício a nova boa defesa.
Nããããão!
    O nulo obrigava-nos a jogar a lotaria das grandes penalidades. Ronaldo deu umas dicas a Rui Patrício sobre a grande penalidade de Xabi Alonso e a verdade é que o Rui defendeu! Precisávamos que Moutinho marcasse para nos galvanizar animicamente. Porém, infelizmente, João Moutinho partiu com pouca convicção (palavras do próprio) e Casillas adivinhou o lado. Seguiram-se as penalidades de Iniesta, Pepe, Pique, Nani  e Sergio Ramos todas elas concretizadas. Sergio Ramos tinha alguma pressão por ter falhado o seu penalty na Liga dos Campeões, mas para mostrar como estava calmo e confiante, bateu à Panenka... Bruno Alves vinha de cabeça baixa e parecia estar nervoso (completamente normal). Bruno bate em força, mas a bola embate na barra e volta para trás. E para se ver quem tem sorte e quem tem azar, Fàbregas rematou ao poste mas a bola foi lá para dentro.
    Saímos tristes mas de cabeça erguida. Jogámos melhor que os espanhóis na maioria do jogo. Neste Euro, tivemos muito azar com os postes que tanta alegria deram a Michel Platini. Como diria o Custódio: «Parece que o Polvo acertou num dos finalistas, resta ver se acerta no outro...» - Creio que acerta. O Polvo Platini não costuma falhar.
    Desta vez é ingrato destacar alguém porque todos os jogadores se apresentaram a um nível extraordinário. Todos deram tudo em campo e se houverem notas negativas, não são do nosso lado certamente. Os nossos jogadores tinham vindo a dignificar o país da melhor maneira na prova e voltaram a fazer nesta meia-final contra a "super-Espanha" que de "super" nada teve, muito por mérito nosso. Estamos mais que orgulhosos da nossa selecção que superaram as expectativas e até deram a entender que o sonho de vencer o troféu era bem real.

Obrigado Portugal!

Ficha de jogo
Portugal: Rui Patrício; J. Pereira, Pepe, B. Alves, Coentrão; Veloso (Custódio), Meireles (Varela), Moutinho; Nani, Ronaldo, H. Almeida (Nélson Oliveira).
Espanha: Casillas; Arbeloa, Piqué, Sérgio Ramos, Jordi Alba; Busquets, Xabi Alonso, Xavi (Pedro), Iniesta, David Silva (J. Navas); Negredo (Fàbregas).
"Barba Por Fazer" do Jogo: João Moutinho (Portugal).


MP. TM.

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