16 de agosto de 2014

Ramsey e Eric Dier decisivos, Swansea estraga a festa de van Gaal

  Premier League - A liga inglesa arrancou hoje e o seu primeiro dia da temporada 2014/ 15 ficou marcado pelas surpresas do costume. Em 7 jogos, só o Arsenal conseguiu ganhar em casa, registando-se 4 vitórias de visitantes (Swansea, Hull, Aston Villa e Tottenham) e dois empates a duas bolas, em jogos característicos da Premier League.

    Foi o último jogo do dia, e quase deu empate. O Arsenal recebeu o Crystal Palace e teve que suar para conseguir garantir 3 preciosos pontos. Aaron Ramsey, autêntico talismã, foi decisivo. Esperava-se uma exibição bastantes furos acima mas o Arsenal demonstrou pouco ritmo e uma troca de bola na sua maioria das vezes previsível. A equipa de Wenger pareceu ficar surpreendida com a postura do Palace, talvez esperando que a equipa aparecesse combalida pela saída de Tony Pulis, e o 1.º golo foi mesmo do órfão Crystal Palace. Num canto, Hangeland fugiu ao bloqueio de Alexis e saltou perante um passivo Koscielny, ganhando o lance com o seu poderio e experiência e fazendo o 0-1. Tudo mal na abordagem dos gunners. Vendo-se a perder o Arsenal foi atrás do resultado e Koscielny vingou-se de Hangeland, empatando o jogo numa bola parada exemplarmente cobrada por Alexis Sánchez e através de um cabeceamento que não era simples de executar. Na 2.ª parte o Arsenal foi superior mas, entre momentos trapalhões e outros em que pareceu que os jogadores queriam entrar com a bola pela baliza dentro, o 1-1 foi-se mantendo até final. Aos 90' chegou então o 2-1 com Aaron Ramsey a aparecer no sítio certo no momento certo, dando 3 pontos ao Arsenal no primeiro jogo da época, aproveitando ainda os deslizes de Manchester United e Everton.

    Old Trafford foi o palco do jogo de abertura da época. A estreia de Louis van Gaal no comando do Manchester United não foi feliz e o Swansea conseguiu uma justa vitória fruto de uma excelente organização, eficácia e de um islandês que se transfigura quando tem a camisola dos swans vestida. Esperávamos uma entrada a ganhar do United mas, tal como temíamos, o jogo comprovou que é complicado aspirar a algo quando uma defesa é composta por Smalling, Phil Jones e o ainda inexperiente Blackett. O treinador holandês não contou com van Persie mas ficou bem claro que, caso queira estar no Top-4, são necessários reforços (2 defesas e 1 ou 2 médios, podendo um deles ser interior e o outro ala, são essenciais). Em termos de jogo faltou intensidade e criatividade aos red devils para ultrapassar uma defesa magnificamente liderada por Ashley Williams. O Swansea silenciou o "teatro dos sonhos" aos 27' com o coreano Ki a finalizar, assistido por Sigurdsson, mas o Manchester United conseguiu responder na 2.ª parte - após canto bem cobrado por Mata, Phil Jones desviou e o capitão Wayne Rooney marcou num remate acrobático. Rooney ainda fez um livre directo bater no poste com estrondo, mas maior estrondo teve o 1-2. O equatoriano Jefferson Montero (que tinha acrescentado velocidade e qualidade ao jogo ao entrar) e Routledge cozinharam o golo, com Gylfi Sigurdsson a tornar-se o homem do jogo da 1.ª partida da época.
    O recém-promovido Leicester e o Everton defrontaram-se num jogo que aguardávamos com expectativa, por entender este Leicester City como prometedor, e o 2-2 final demonstrou o que o jogo foi. McGeady inaugurou o marcador aos 20' num lance em que Kasper Schmeichel abordou mal, mas o reforço Ulloa empatou tudo logo depois. O Everton recuperou a vantagem com Naismith a marcar após boa jogada com Pienaar e Baines, mas a 2.ª parte seria totalmente diferente. Praticamente só houve Leicester durante 45 minutos, Mahrez desequilibrou com a sua qualidade individual em situações de 1 para 1, e o 2-2 chegou aos 86 minutos, colocando alguma justiça no marcador, com Chris Wood a levar os adeptos ao delírio no regresso ao principal escalão. Não terá sido mau para o Everton este ponto conquistado porque Gareth Barry ainda poderia ter sido expulso mas foi poupado ao 2.º cartão amarelo após travar uma perigosa transição, e Schlupp desperdiçou uma oportunidade clamorosa.

    O West Ham-Tottenham teria à partida vantagem dos spurs mas olhando para a defesa que Pochettino apresentou no início do jogo (Naughton, Kaboul, Dier, Rose), todas as previsões podiam cair por terra. Foi um jogo frenético e emocionante! O Tottenham fez por sobreviver no começo e, depois de Naughton ser expulso, valeu-lhe Mark Noble ter atirado uma grande penalidade ao lado. A defesa e Lloris mantiveram o Tottenham no jogo, e passou a estar tudo igual quando Collins foi também ele expulso deixando um 10 para 10 em campo. O 0-0 parecia inevitável mas o ex-leão Eric Dier decidiu o jogo aos 90'. Assistência de Harry Kane e golo de Eric Dier - uma configuração improvável.. O central inglês regressa ao seu país da melhor forma e este golo pode ajudá-lo a manter a titularidade (idealmente a defesa do Tottenham teria Walker, Vertonghen, outro central e Ben Davies).
    Já no WBA-Sunderland assistiu-se a um clássico jogo de Premier League. Um grande golo de Cattermole do meio da rua colocou o Sunderland a ganhar, mas o principal destaque do jogo empatou de grande penalidade - o jovem Saido Berahino tem tudo para ser a estrela de uma equipa que à partida não parece reunir um elenco muito forte. Precisamente Berahino fez o 2-1, encostando um cruzamento de Gardner (que se estreou hoje precisamente contra a equipa que serviu 3 épocas), mas o 2-2 foi o resultado final com Patrick van Aanholt a dar a Sebastian Larsson um golo muito festejado.
    Surpreendentes foram as vitórias de Hull City e Aston Villa em casa de QPR e Stoke City, respectivamente. No primeiro caso, era expectável que o jogo fosse mais fechado considerando os esquemas tácticos de Hull e QPR e o encaixe dos mesmos, e confirmou-se. O Hull conseguiu estragar a festa do Queens Park Rangers e um golo de James Chester após canto decidiu o encontro. Charlie Austin, o goleador do QPR, ainda teve a oportunidade de empatar nos seus pés mas vacilou na grande penalidade, com McGregor a brilhar a defender. O Aston Villa, ainda sem Benteke, arrancou uma excelente vitória no terreno de um Stoke que parecia favorito. Bojan, Arnautovic e Diouf tiveram uma tarde de pouca inspiração e acabou por ser o austríaco Weimann a fazer a diferença - má abordagem da defesa do Stoke, Weimann atirou para golo e, embora Begovic quase tenha defendido com os seus bons reflexos, a bola entrou mesmo valendo 3 pontos.

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