9 de dezembro de 2014

Crítica: Wish I Was Here

Realizador: Zach Braff
Argumento: Adam J. Braff, Zach Braff
Elenco: Zach Braff, Joey King, Kate Hudson, Mandy Patinkin
Classificação IMDb: 6.7 | Metascore: 43 | RottenTomatoes: 44%
Classificação Barba Por Fazer: 69

    Vamos falar de Zach Braff, senhoras e senhores. Mais do que um actor, realizador ou argumentista, Braff vem-se confirmando como um pensador. Passo a explicar. Depois do sucesso silencioso de 'Garden State', o protagonista da série Scrubs voltou a experimentar pegar na câmara, idealizou 'Wish I Was Here' com o seu irmão Adam e meteram mãos à obra para conseguir um dos melhores indie de 2014. Não está ao nível do anterior 'Garden State' mas acaba por ser talvez o filme que mereça destaque entre vários "primos" como 'The Skeleton Twins' (bons papéis de Kristen Wiig e Ben Hader como irmãos) ou 'Obvious Child' (a lançar a actriz Jenny Slate). 'Wish I Was Here' reforça várias coisas: Zach Braff é um pensador sobre a condição humana, gosta de combinar comédias com momentos sérios e de carácter dramático, e geralmente consegue juntar aos seus filmes boas bandas sonoras. Se outrora contou com Natalie Portman e Peter Sarsgaard, desta vez teve Kate Hudson e Mandy Patinkin no projecto; parte sempre de personagens com dúvidas, com problemas, e tenta retirar conclusões.
    Em 'Wish I Was Here' Zach Braff interpreta o protagonista - Aidan Bloom, um actor desempregado casado com Sarah (Kate Hudson) e com 2 filhos, Grace (Joey King) e Tucker (Pierce Gagnon). Zach, naquilo que se poderá considerar uma crise existencial, tenta encontrar respostas para o seu futuro, enquanto o mundo à sua volta se revela uma encruzilhada. Os filhos são obrigados a ter aulas em casa, o seu pai (Mandy Patinkin) enfrenta um cancro, e o seu irmão (Josh Gad, o Steve Wozniak em 'Jobs') é uma ilha à deriva. Com muito para corrigir, Aidan procura encontrar o caminho para todos à sua volta e, em último lugar, para si.
    É certo que o filme tem os seus momentos estranhos, mas assim também é a cabeça de Zach Braff, e ele não tem medo de nos contar uma história, mais uma vez, à sua maneira. Braff volta a revelar-se um criativo (sem descurar a sua relativa capacidade como actor era interessante no futuro vê-lo a realizar um filme que não o contivesse como elemento-chave), e entre os vários desempenhos talvez o maior destaque seja mesmo a jovem actriz Joey King. Uma promessa que entrou recentemente na excelente série Fargo (embora já tivesse entrado em coisas como 'Crazy Stupid Love' ou 'The Conjuring') e que tem aqui um desempenho, com maior protagonismo, que a torna merecedora de atenção no futuro.

    Zach Braff não é um Woody Allen, tal como ninguém nunca será. Mas tem o seu estilo próprio, uma assinatura que continua a ser afinada. 'Wish I Was Here' não é um passo atrás, é mais uma etapa do caminho de um realizador/ argumentista/ actor que, a continuar assim, arrisca-se a conseguir algo de valor significativo na próxima década com um projecto em que tudo saia bem.

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