1 de abril de 2014

Bayern, United, Barcelona e Atlético adiam decisões para a 2.ª mão

  Champions League - Jogaram-se hoje os primeiros 90 minutos de 4 dias de quartos-de-final que prometem e muito. Nos jogos de hoje, os "favoritos" Barcelona e Bayern não conseguiram vencer, terminando ambos os jogos com 1-1 no marcador. David Moyes conseguiu o resultado da época ao alcançar um empate frente a Guardiola, enquanto que na visita do Atlético à Catalunha, um grande golo de Diego tornou-se o momento desta noite milionária.

Barcelona  1 - 1  Atlético Madrid (Neymar 71'; Diego 56')

    O confronto desta noite - e da eliminatória - pôs frente a frente 1.º e 2.º classificados da liga espanhola. Se no sumário da eliminatória se poderia colocar o Barcelona favorito numa distribuição percentual de 51/49, era pelo menos esperado que o Barça vencesse o jogo da 1.ª mão em sua casa. Em todo o caso, no lançamento do jogo poder-se-ia imaginar um jogo com poucos golos - tal a qualidade defensiva e robustez do meio-campo do Atlético - e Messi era o candidato maior a marcar golos uma vez que o Atlético foi até hoje a sua "presa" preferida.
    A 1.ª parte teve muito pouca história com as 2 formações - que se conhecem de trás para a frente - a não quererem arriscar muito e o meio-campo do Atlético (Tiago e Gabi gigantes) a sugar o jogo. Os destaques, infelizmente, dos primeiros 45' acabaram por ser as substituições forçadas. Piqué teve que sair logo aos 11 minutos após queda aparatosa (Bartra, no entanto, esteve impecável) e Diego Costa deu lugar a Diego depois de uma lesão muscular. O super-avançado do Atlético estava em dúvida para esta noite e veremos qual será a extensão da lesão, que pode ter influência na 2.ª mão, já daqui a 1 semana.
    Nos segundos 45 as duas equipas entraram com maior intensidade, mas o Atlético mantinha fechados os caminhos para a sua baliza, obrigando o Barcelona a apostar - erradamente e em desespero - num jogo mais directo em alguns momentos, com Messi a tentar "pegar" no jogo atrás e Iniesta a espalhar magia como mais ninguém. Foi portanto num período em que o Barcelona tinha ligeira supremacia que o Atlético inaugurou o marcador. Diego (o médio ex-portista) rematou um míssil de muito longe que só terminou no ângulo da baliza de Pinto. Um golo enorme, um momento mágico impossível de evitar pela defesa blaugrana. Os últimos 30 minutos foram de uma velocidade e intensidade estonteantes! O Barcelona viu-se obrigado a acelerar e começou a incomodar Courtois, com o guardião belga a evitar com grandes defesas o golo de Busquets e Iniesta. E foi precisamente Iniesta que descobriu a fórmula do 1-1. Com um passe de génio, o médio espanhol (um dos jogadores que devia ter ganho uma Bola de Ouro nos últimos anos e que agora já nunca a ganhará) colocou Neymar em excelente posição e o brasileiro rematou de primeira, fazendo o empate. O final de jogo foi emotivo, com muitas faltas (especialmente por parte do Atlético), Tiago numa perfeição posicional constante e Messi teve nos seus pés o último grande momento do jogo: num livre directo, o estádio cantou por ele, mas acabou por ser Courtois a negar um golo que parecia destinado a acontecer.

    Em Camp Nou, o 1-1 foi justo. O Barcelona teve, como não poderia deixar de ser, uma posse de bola exorbitante mas faltou criatividade junto à baliza de Courtois. Messi não conseguiu aparecer (por mérito de Godín-Miranda) e ficou sempre a ideia de que Martino devia ter começado o jogo com Alexis titular e Neymar no lado esquerdo. O Atlético deu tudo, como sempre, tem na sua baliza o melhor guarda-redes jovem do mundo (seguido de Ter Stegen, Oblak e De Gea) e com a exibição que Tiago rubricou hoje dá pena que já tenha renunciado à Selecção. Diego conseguiu o melhor momento, e Iniesta acumulou infindáveis pormenores de classe e técnica. Daqui a 1 semana há Atlético-Barcelona, sendo que a presença ou não de Diego Costa poderá ter grande impacto no desenrolar da eliminatória.

Barba Por Fazer do Jogo: Thibaut Courtois (Atlético Madrid)
Outros Destaques: Andrés Iniesta, Busquets, Neymar; Tiago, Gabi, Godín, Miranda, Diego

Manchester United  1 - 1  Bayern Munique (Vidic 58'; Schweinsteiger 67')

    Em Old Trafford viveu-se mais uma mágica noite europeia. O Manchester United de David Moyes, equipa qualitativamente anos-luz abaixo deste Bayern de Guardiola, não só sobreviveu como esteve a ganhar e viajará para a Alemanha com um 1-1 na 1.ª mão. Os jogadores do colosso inglês (que este ano tem andado pelas ruas da amargura) fizeram um jogo à imagem do passado de Old Trafford e na segunda mão não haverá Schweinsteiger e Javi Martínez do lado bávaro.
    Moyes não surpreendeu hoje na escolha do seu onze inicial, enquanto que Guardiola deixou Götze no banco, jogador que parecia talhado para este jogo. Com a lesão de Evra, Büttner teve um frente a frente com Robben, mas o jogador holandês acabou por não conseguir fazer golo nos vários lances que construiu.
    O jogo começou com um Bayern a querer resolver cedo, com Robben em todo o lado e a procurar o golo insistentemente. De Gea segurou o United, e a equipa inglesa começou a crescer devagarinho, ainda que sempre a sujeitar-se ao controlo do jogo e da bola por parte dos alemães. Aos 38' Wayne Rooney (provavelmente o melhor em campo, tal a forma como assumiu o United) lançou a corrida de Welbeck, o avançado desenvencilhou-se do defesa e, apenas com Neuer pela frente, tentou um desnecessário chapéu, negado pelo guarda-redes. Uma grande oportunidade desperdiçada. Para os segundos 45 Moyes lançou Kagawa (uma substituição inteligente, face ao terror que o japonês representava para o Bayern quando jogava no Dortmund) e o Manchester United chegou ao golo aos 58 minutos. Wayne Rooney cobrou exemplarmente um canto e Vidic, com um excelente movimento na área, cabeceou para o delírio dos red devils. A épica vantagem (épica pela esmagadora diferença entre as equipas esta época, obviamente não pelo seu brilhante histórico comum) durou apenas 9 minutos, uma vez que aos 67' foi a vez do Bayern ditar o resultado final numa excelente jogada colectiva. Robben transportou jogo, soltou para Rafinha, o lateral cruzou, Mandzukic amorteceu e Schweinsteiger colocou a bola no ângulo.
    O final da partida teve mais emoção do que lances merecedores de destaque, sendo que Javi Martínez e Schweinsteiger (o alemão viu o segundo amarelo ao derrubar Rooney na génese de um contra-ataque) falharão a 2.ª mão em Munique.

    O Bayern mantém-se como grande favorito para seguir em frente, mas ao contrário do que muita gente poderia achar o Manchester United conseguiu hoje resistir. Fellaini (sobretudo ele) e Carrick foram essenciais, Vidic fez um bom jogo e, nos visitantes, Alaba e Schweinsteiger estiveram bem, e faltou o golo de Robben (jogador que se poderia imaginar à partida que seria o jogador-chave da eliminatória) nas inúmeras ocasiões que criou. Wayne Rooney foi o principal destaque e mostrou que em Old Trafford ainda mora uma equipa que merece respeito. Em Inglaterra e na Europa.

Barba Por Fazer do Jogo: Wayne Rooney (Manchester United)
Outros Destaques: Vidic, Fellaini; Alaba, Robben, Schweinsteiger

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