3 de maio de 2011

World Wide Wedding

Na passada sexta-feira houve boda real. O cada-vez-mais-calvo príncipe William casou-se com Kate Middleton (rapariga de middle class, mas milionária). Gostava de viver em terras britânicas. Tendo em conta que lá a classe média tem pessoas milionárias, acho que não me importava de ser um inglês pobre.
Já fui a alguns casamentos. Há sempre momentos bonitos. Muitos convidados, família e amigos, copo de água, canapés, pessoas a chorar de emoção, danças, declarações de amor eterno, alianças, etc. No entanto, nos casamentos a que fui não verifiquei a existência de pessoas em redor da Igreja com os noivos tatuados nos dentes. Primeiro, nem sabia que se tatuavam dentes. Segundo, os humanos estão-se a tornar cada vez mais estranhos.

Tentei não acompanhar muito do casamento porque achei que não ia contribuir para o meu intelecto. Mas uma coisa compreendi. Um casamento em Inglaterra não é uma união entre duas pessoas. É sim uma competição de chapéus. Outra coisa que eu também compreendi foi como foi inteligente convidar a Victoria Beckham. Poupa-se logo na comida. Ela vai lá, não papa nada e ainda ganham com o presente de casamento da família Beckham. Gostava sinceramente de saber o que teria a lista de compras. No caso, acho que o Harry (não é o Potter) podia ter levado um computador, ia ao WikiLeaks e os convidados trocavam segredos políticos entre si, em tom jocoso.
Também reparei que alguns sites acompanharam o acontecimento com grande rigor. “Casamento Real: ao minuto” – acompanhar um casamento é como acompanhar um jogo do FC Porto, já se sabe como acabam ambos. Mentira, a Kate podia dizer não. Mas no Dragão o “padre” não deixa o Porto perder.

            O casamento foi, acima de tudo, um negócio da China para a coroa inglesa. É verdade que a segurança não foi de certeza barata e que a empresa em questão terá com certeza cobrado mais do que os honorários usuais da PROSEGUR, é verdade que os vestidos são caros, o catering também deve ter sido a atirar para o caro. Mas vejamos a esperteza saloia dos ingleses. Como tornar um casamento real em lucro elevado? Simples. A venda de direitos televisivos para todas as televisões do mundo bastava. Paravam por ali e já tinham o casamento pago. Mas não, casamento é uma vez na vida portanto vamos lá fazer uma pipa de massa com isto! Alguma boa ideia? A rainha do alto do seu 1,63m topou logo que havia ali hipótese para bom esquema. Então, dá-se o feriado aos ingleses e deixa-se que eles nos dêem lucro com o Merchandising deste dia. Toda a gente tinha uma bandeirinha do Reino Unido, um chapéu ou uma simples caneca. Houve quem armasse a tenda 1 semana antes do casamento nos arredores da Igreja. É louvável. Nos concertos dos Tokio Hotel é pior, mas penso que a importância dos acontecimentos não é directamente proporcional ao tempo de espera das pessoas. Mas podemos sim estabelecer uma relação de proporcionalidade directa entre o tempo que as pessoas esperam e o seu grau de estupidez pura.

             Por fim, e porque não quero roubar protagonismo à Caras ou à Flash, fazendo um artigo mais completo que elas, deixo um reparo ao príncipe William. Então o William teve a brilhante ideia de não usar aliança, fugindo aos tempos modernos. Terá pensado: “Sim, assim continuo a andar por aí pelos bares e ruas a galar as solteiras e a caçar umas. Nem suspeitarão que sou casado. Sou tão safadão.” Portanto querias, William, mostrar o teu dedo anelar todo nu, achando que isso te bastava para o teu objectivo. Relembro-te apenas duma coisa em que falhaste: todo o mundo viu o casamento. Portanto, as raparigas são capazes de saber que estás casado. Da próxima vez, casa-te em Las Vegas.
Ah! Uma curiosidade matemática. Se todos os convidados para o casamento fossem casais (e juntando o príncipe Harry e a irmã da Kate como um casal) estranhamente estariam na cerimónia mais homens que mulheres. Parece estranho, não é? Mas basta dizer isto: Elton John + 1.

Ps: Na imagem, podemos constatar que Kate Middleton, a agora Duquesa de Cambridge, não perdeu tempo após o término da cerimónia e foi logo às “jóias da coroa”. MP

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