5 de maio de 2011

«We got him»

    Na passada quarta-feira, o meu caro amigo MP escreveu sobre a morte de Bin Laden. Abordou uma outra perspectiva da sua morte. Hoje, eu escreverei sobre a operação em si.

    Foi na Situation Room, situada na cave da Casa Branca, que se reuniram Barack Obama e seus principais conselheiros. A operação foi acompanhada pelos elementos da White House em tempo real e… na 1ª pessoa. É verdade… os soldados americanos tinham câmeras incorporadas nos capacetes que permitiam, também, a captação de som. Os elementos da Casa Branca assistiam assim, a algo parecido a um jogo de guerra de FPS. No entanto, como podem ver na imagem, as reacções dos presentes assemelham-se mais a benfiquistas a verem um jogo contra o Porto. Apesar de saberem que são bons, estão num sufoco total porque sabem que a qualquer momento pode acontecer algo inesperado, também chamado de batota. Pessoalmente, tomo a posição de Barack Obama. A posição de “Agora é que vai ser!”.  Nesta posição parece que tudo corre melhor.

    Depois da operação, que envolveu setenta e nove Navy Seals e quatro helicópteros, esteve presente uma certa contradição. A primeira é que uma fonte da CNN afirmou que Osama foi alvejado com dois tiros (no peito e na cabeça) e não com apenas um. Outra, citada pela mesma fonte, indicava que Bin Laden foi abatido sem estar armado, contrariando o comunicado oficial que referia que se Osama não oferecesse resistência teria sido capturado e não morto. Para piorar, houve uma contradição de afirmações por diferentes elementos da administração americana onde, primeiramente, se indicava que uma das vítimas da operação era uma das mulheres do senhor Laden e que tinha servido de escudo e posteriormente se refutou toda afirmação. Negando-se então, que não era mulher do senhor Laden nem que tinha servido de escudo. Ora… está aqui presente uma rebaldaria. Ou mentem todos juntos ou simplesmente se diz a verdade. Na minha opinião, a verdade não se soube na íntegra porque seria dura e iria causar um ainda maior impacto negativo na Al-Qaeda.

    Um factor curioso é que o nome de código de Bin Laden era… Geronimo. Não sei o que pensarão os leitores, mas a mim faz-me lembrar Jerónimo de Sousa, líder do PCP. Assim, se eu fosse soldado, custava-me imenso ouvir: “Mata o Geronimo!” – Pensaria logo num senhor do povo que transmite muita serenidade, bondade e, acima de tudo, um grande benfiquista. Apesar de ter uma posição mais de Direita, não consigo não-gostar de Jerónimo de Sousa e hesitaria imenso no momento de alvejar o Sr. Laden.

    Já morto, a mensagem enviada para a Casa Branca foi: “Geronimo EKIA” (Enemy Killed In Action). John Brennan confidenciou que houve um grande silêncio após o conhecimento da informação, quebrado apenas por Barack Obama: “We got him.” – Foram as palavras proferidas pelo Presidente dos Estados Unidos.

    Seguiu-se a comunicação ao mundo onde, na minha opinião, foi muito infeliz. A notícia foi dada como “Matámos o Bin Laden” – Como se fosse um grande alívio para todos e uma vitória. Pois bem… Preparem-se porque a Al-Qaeda certamente não se vai ficar por aqui. Guerra só gera mais guerra. Sangue só gera mais sangue.

    Concluindo isto, o jogo das escondidas pode acabar. A vencedora é… a Maddie! Muitos dizem que o Wally ainda está em jogo mas eu refuto. Já o encontrei em todos os livros e tinha apenas 7 anos. Considero-o muito tenrinho. Não deu luta. Aqui estão os resultados:

Wally
Saddam Hussein
Bin Laden
Maddie McCann

Faço aqui o meu apelo final: Maddie, se nos estás a ler… rebenta a bolha! Já ganhaste. Torna-se maçador estar à espera que o último apareça… TM

1 comentários:

  1. Para ser sincera não tenho visto muito os noticiários dos últimos dias, por isso o "Garganta Funda" torna-se cada vez mais no meu aliado contra a ignorância. Foi com muito interesse que li este artigo, mas tenho que confessar que a melhor parte é a final, em que a Maddie ganha. Concordo que o Wally já deu o que tinha a dar...

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