7 de julho de 2015

Chelsea, Man. City, Arsenal e Man. United 2015/ 16: Cirurgia em Londres, Natal em Manchester

Há aproximadamente 1 mês passámos os olhos sobre o possível lançamento da temporada de 2015/ 16 nos "3 grandes" do futebol português, e dois dias atrás deixámos a nossa previsão/ sugestão para Tottenham, Liverpool e Southampton, três grandes equipas inglesas que participarão na Liga Europa.
    Como sempre, a projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável ainda acontecer neste Verão e as contratações que sugeríamos rumo aos objectivos de cada equipa. Todos os plantéis destas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação mas construídos com o conhecimento que temos das equipas e tentando ir ao encontro dos perfis de jogadores que cada equipa precisa, respeitando de certo modo a polícia de contratação/ prospecção de cada emblema no processo de tomada de decisão.
    O campeão Chelsea e os rivais Manchester City, Arsenal e Manchester United prometem um defeso interessante. As exorbitantes receitas da Premier League geram sempre fortes possibilidades de investimento e nomes sonantes associados às equipas das terras de Sua Majestade. Neste Verão de 2015 a postura terá que ser diferente: o Chelsea, sobretudo, e também o Arsenal precisam apenas de contratar de forma cirúrgica. No caso dos blues a revalidação do título é a prioridade mas Mourinho quererá um Chelsea mais próximo do patamar de Barcelona, Bayern e Real Madrid no panorama europeu. O Arsenal de Wenger já garantiu Cech e parece ter finalmente a capacidade de segurar os seus principais jogadores, parecendo estar cada vez mais perto do que é preciso para se intrometer a sério na corrida pelo troféu principal do futebol inglês. Se no caso dos rivais londrinos as contratações devem ser minuciosas, os rivais de Manchester - principalmente o United - deverão acabar por abordar este mercado em força, com várias contratações. Por isso mesmo, haverá cirurgia em Londres, e em Manchester os adeptos terão o Natal antecipado.

Chelsea

  • Guarda-Redes: Thibaut Courtois, Asmir Begovic (Stoke), Jamal Blackman
  • Defesas: Branislav Ivanovic; Gary Cahill, John Terry, Kurt Zouma, Tomas Kaláš; César Azpilicueta, Fábio Coentrão (Real Madrid)
  • Médios: Nemanja Matić, Ruben Loftus-Cheek, Ramires, Césc Fàbregas, Oscar
  • Extremos: Eden Hazard, Willian, Juan Cuadrado, Antoine Griezmann (Atlético Madrid), Bertrand Traoré
  • Avançados: Diego Costa, Radamel Falcao (Mónaco), Aleksandar Mitrović (Anderlecht), Isaiah Brown
   Será mais ou menos consensual que o Chelsea precisa de mexer pouco no seu plantel. Na antevisão de 2014/ 15 considerámos sempre a equipa de Mourinho o principal favorito e o tempo comprovou que ninguém foi tão consistente quanto os blues, tendo Hazard, Diego Costa, Fàbregas, Matic e Terry como algumas das figuras numa equipa que se valorizou pelo seu todo. Desta vez, parece-nos que Mourinho deverá aperfeiçoar o seu plantel com algumas adições de qualidade média-alta, que sirvam de alternativas ao 11, e provavelmente com apenas uma ou duas contratações "bombásticas".
    Entre os postes saiu Cech, com 11 anos de casa, e é provável que o bósnio Begovic seja o seu sucessor. Abramovich e Mourinho poderão apostar num veterano (Green, por exemplo) mas é mais provável que volte a existir um duo de fortes guarda-redes. No entanto, preferíamos ver Begovic a assumir-se como titular de outra equipa. Na defesa não haverá muito a fazer. O Chelsea é a melhor defesa num campeonato onde as defesas não costumam brilhar e por isso, acreditando nós que Filipe Luís será vendido, Fábio Coentrão (um dos poucos bons laterais-esquerdos que não vive uma situação ideal no seu clube) poderia substituí-lo. A imprensa já relacionou também Abdul Rahman Baba e Alex Sandro com o campeão inglês. No centro da defesa o trio Terry, Cahill e Zouma parece chegar e por isso, e uma vez que o jovem dinamarquês Christensen deve ser emprestado, Mourinho tem duas opções: ou contrata um central jovem de elevada qualidade e começa já a preparar a sucessão do capitão John Terry, ou preenche o lote de centrais com um elemento como Kaláš.
    No meio-campo Matić e Fàbregas estão de pedra e cal, Ramires parece estar em vias de renovar, e só Oscar não tem o lugar 100% certo. Em Espanha dão conta de uma proposta do Chelsea de 50 Milhões + Oscar por Paul Pogba, e o médio francês seria o reforço-chave para o Chelsea crescer em termos europeus (um meio-campo com Matić, Pogba e Fàbregas roçava a perfeição). Entendendo nós que é mais provável Pogba comprometer-se com o Barcelona, é possível que Mourinho acabe por contratar outro médio de menor cotação ou apostar em Loftus-Cheek. Para as alas já há Hazard, Willian e Cuadrado, e estamos em crer que Bertrand Traoré (emprestado ao Vitesse em 14/ 15) terá uma oportunidade na pré-época. Ainda assim, Mourinho certamente quererá adicionar um jogador que possa actuar na faixa e atrás do avançado, e que seja garantia de golos: Antoine Griezmann seria o target ideal.
    Na frente há Diego Costa, Radamel Falcao chegará por empréstimo para que Mourinho tente retirar dele o que van Gaal não conseguiu e, para além de um jovem como Isaiah Brown ou Solanke dever integrar o plantel, caso Loïc Rémy saia é muito provável que Mourinho queira um avançado de média reputação: alguém do género de Mitrović ou Enner Valencia, dependendo do perfil que Mourinho entender necessário. A forma como José Mourinho irá gerir a formação do Chelsea nos próximos anos é um ponto de elevado interesse, porque para além dos referidos Loftus-Cheek, Brown, Solanke ou Christensen há ainda nomes como Boga e Musonda.


Manchester City

  • Guarda-Redes: Joe Hart, Willy Caballero, Angus Gunn
  • Defesas: Pablo Zabaleta; Nicolás Otamendi (Valência), Vincent Kompany, Eliaquim Mangala, Martín Demichelis; Aleksandar Kolarov, Gaël Clichy
  • Médios: Fernandinho, Fernando, Charles Aránguiz (Internacional), Fabian Delph (Aston Villa), Yaya Touré
  • Extremos/ Médios Ofensivos: David Silva, Raheem Sterling (Liverpool), Samir Nasri, Isco (Real Madrid)
  • Avançados: Kun Agüero, Wilfried Bony, Stevan Jovetić, Kelechi Iheanacho
    Quando o Manchester City fracassa, o Manchester City investe. A equação tem sido simples nos últimos anos, embora se deva dizer que para além do bom trabalho de Abramovich no Chelsea, o Manchester City e o PSG terão sido na última década os dois "clubes do petróleo" melhor geridos e que têm garantido resultados de forma sustentada. É evidente que o City contratará vários jogadores neste Verão, embora já tenha havido uma surpresa - a permanência de Pellegrini (talvez por Guardiola ter ficado em Munique e tanto Klopp como Ancelotti terem feito uma pausa). Olhando para o plantel dos citizens, a baliza não precisa de reforços, mas na defesa não se pode dizer o mesmo, uma vez que foi um dos sectores mais fracos nesta temporada. No nosso entender, a contratação de um central (Otamendi tem o perfil City) é fundamental, e não seria mal pensado garantir também Darmian, apontado ao Manchester United, um lateral capaz de jogar nos dois lados.
    No meio-campo a permanência de Yaya Touré foi uma excelente notícia e quem conta com David Silva tem sempre garantida criatividade e uma boa ligação com Agüero. Pogba é um dos alvos do City mas parece-nos que a contratação de médios como Aránguiz (compatriota do técnico Pellegrini) e Delph (daria outra qualidade e critério, e não só pulmão, ao sector intermédio recuado) chegariam, podendo depois o clube apostar forte em criativos - Raheem Sterling e Isco. Sterling quer sair do Liverpool e, ficando em Inglaterra, só o conseguimos ver no City; e quanto a Isco seria um reencontro com Pellegrini depois de Málaga. O clube de Manchester parece querer apontar forças para Kevin De Bruyne e, concretizando-se, seria uma das melhores contratações do defeso no futebol europeu.
    Na frente não nos surpreendia que Jovetić e Džeko fossem ambos negociados, e nesse caso até poderia chegar outro avançado. Mas mantendo o avançado montenegrino e claro, Agüero (melhor marcador da Premier League 2014/ 15) e Bony, não era preciso mais. E é preciso ter em conta que o City tem alguns bons valores a aparecer como Iheanacho, Barker, Byrne e Ambrose.


Arsenal

  • Guarda-Redes: Petr Čech (Chelsea), Wojciech Szczęsny, Damián Martínez
  • Defesas: Mathieu Debuchy, Héctor Bellerín; Laurent Koscielny, Gabriel Paulista, Ezequiel Garay (Zenit), Callum Chambers; Abdul Rahman Baba (Augsburg), Kieran Gibbs
  • Médios: William Carvalho (Sporting), Francis Coquelin, Jack Wilshere, Santi Cazorla, Tomáš Rosický, Aaron Ramsey, Alex Oxlade-Chamberlain, Mesut Özil, Dan Crowley
  • Extremos/ Avançados: Alexis Sánchez, Danny Welbeck, Theo Walcott, Olivier Giroud, Karim Benzema (Real Madrid)
    Hoje em dia, lesões aparte, o Arsenal tem um dos melhores conjuntos de médios a nível mundial. A chegada de um trinco e eventualmente de Arturo Vidal elevaria esse sector para um patamar de excelência absoluta. Mas comecemos pela baliza. Petr Čech, uma oportunidade demasiado boa para não se considerar, atravessou Londres e a sua chegada deve precipitar a venda de Ospina (muito bom guarda-redes, embora não um dos melhores do mundo; com mercado no pós-Copa América e a merecer ser titular), ficando o polaco Szczęsny como suplente. Do lado direito da defesa a dificuldade será escolher entre Debuchy e Bellerín, mas no lado esquerdo vender Monreal e contratar Abdul Rahman Baba serviria para que a posição estivesse entregue durante os próximos anos a um jogador de enorme potencial. Jordan Amavi, mais barato e igualmente bom, seria outra opção. No centro da defesa continua a faltar um central especial, que poderia ser Garay, e uma parceria entre o argentino e Koscielny tinha tudo para resultar.
    No meio-campo nuclear já há Coquelin, Wilshere e até Rosicky, com Arteta sem razão de permanecer. E depois há elementos que podem actuar no meio-campo e na ala como Cazorla, Özil, Ramsey e Chamberlain. O que é que falta aqui? Um trinco seguro (William Carvalho) que faça a equipa respirar e caso haja a possibilidade de contratar o chileno Arturo Vidal, Wenger não dirá que não. No Chile dão o negócio como certo, mas caso o Real Madrid se intrometa, é provável que Vidal vista de branco em 2015/ 16. No meio de tanta qualidade é difícil que o miúdo-prodígio Crowley tenha espaço para se mostrar, mas como as lesões são uma constante no Arsenal, nunca se sabe.
    Mantendo-se Alexis, Welbeck (parece até estar a mais), Walcott e Giroud, fica a faltar apenas uma referência ofensiva. Jackson Martínez teria sido a melhor opção em termos de preço/ qualidade mas, caso Rafa Benítez queira fazer de Cristiano Ronaldo o 9 em Madrid, a janela de oportunidade Benzema seria o cenário perfeito. Provável? Não propriamente.


Manchester United

  • Guarda-Redes: Jan Oblak (Atlético Madrid), Victor Valdés, Anders Lindegaard
  • Defesas: Matteo Darmian (Torino), Antonio Valencia; Sergio Ramos (Real Madrid), Chris Smalling, Marcos Rojo, Phil Jones; Daley Blind, Luke Shaw
  • Médios: Morgan Schneiderlin (Southampton), Ander Herrera, Marouanne Fellaini, Michael Carrick, Axel Witsel (Zenit)
  • Extremos: Ángel Di María, Juan Mata, Ashley Young, Memphis Depay (PSV)
  • Avançados: Wayne Rooney, Robin van Persie, Enner Valencia (West Ham)

    Na época passada o Manchester United atacou mal o mercado - chegaram a Old Trafford figuras como Di María, Falcao, Shaw, Ander Herrera, Rojo e Blind, mas ficaram por colmatar lacunas evidentes num plantel mal planeado e demasiado balanceado para o ataque. Assim, passado 1 ano, o United precisará outra vez de atacar o mercado com força mas desta vez com maior objectividade.
    David De Gea e Ángel Di María (ainda acreditamos que o argentino terá segunda oportunidade) são os 2 jogadores com mais mercado dos red devils. É possível que ambos saiam, sobretudo De Gea, e caso o melhor guarda-redes da última Premier League se transfira para o Real Madrid, o United poderá apostar em Valdés ou contratar um novo GR: Lloris e Oblak foram dois dos nomes apontados, e achamos que o esloveno encaixava na perfeição. O nosso eleito sairia sempre de uma lista com Oblak, Lloris, Sommer, Rajković e Scuffet.
    Na defesa continua a faltar um lateral-direito de qualidade e um central que se assuma como o "patrão" do sector. Relativamente ao lado direito há 2 hipóteses de reforço, ambas de qualidade - Matteo Darmian e Seamus Coleman. Se Coleman tem a vantagem de já estar identificado com o campeonato, Darmian será libertado mais facilmente pelo Torino. Seja como for, o United ficará bem servido. No centro da defesa garantir Sergio Ramos (mesmo com várias falhas que tem, seria muito feliz em Inglaterra) deve ser encarado como uma prioridade. Pessoalmente optaríamos mais facilmente por Hummels ou Garay, mas o primeiro parece ficar em Dortmund e o segundo não parece constar da lista de van Gaal. No lado esquerdo da defesa, Blind (que também pode jogar a médio) e Shaw chegam e sobram.
    No miolo havendo Ander Herrera, Fellaini e Carrick, acrescentar a concentração, sentido táctico e conhecimento da liga que Schneiderlin já tem, e a classe/ qualidade de transportar jogo que Axel Witsel tem era tudo o que os quartos classificados da última Premier League precisavam para ajudar a fazer render os seus homens mais adiantados. Para o conjunto de extremos/ avançados já chegou Depay, uma contratação brutal, e embora Gaitán tenha sido muito falado ainda nos parece mais provável vê-lo a sair do Benfica para a Liga BBVA do que para o Manchester United. A permanência ou não de Di María é um dos pontos-chave no planeamento da nova época, e achamos que a opção mais sensata seria dar uma 2.ª vida ao extremo argentino. Saindo, De Bruyne (caro, mas adequado ao esquema de van Gaal) justificava loucuras.
    No ataque já há o capitão Wayne Rooney e van Persie (não é certa a sua continuidade) e, como o final da última época demonstrou, Rooney, embora se possa sacrificar jogando atrás do avançado ou a médio-centro, rende mais como avançado centro. O capitão inglês persegue o recorde de Sir Bobby Charlton e tendo-o a ele e a RVP bastaria ao United apostar num perfil diferente, como o de Enner Valencia, mais solto e rápido. Apenas uma sugestão porque não achamos que o United olhará para Valencia (embora vejamos o equatoriano a dar o salto em Inglaterra), mas sim para um avançado mais sonante e dispendioso.

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