5 de julho de 2015

Tottenham, Liverpool e Southampton 2015/ 16: Investir para Crescer

    Após termos deixado as nossas sugestões sobre os "3 grandes", emigramos para terras de Sua Majestade onde fazemos a nossa análise ao possível plantel dos 3 clubes que se apuraram para a Liga Europa.
    Como sempre, a projecção destes plantéis visa ser um ponto de equilíbrio entre o que é provável ainda acontecer neste Verão e as contratações que sugeríamos rumo aos objectivos de cada equipa. Todos os plantéis destas rubricas são ficcionais, fruto da nossa imaginação mas construídos com o conhecimento que temos das equipas e tentando ir ao encontro dos perfis de jogadores que cada equipa precisa, respeitando de certo modo a polícia de contratação/ prospecção de cada emblema no processo de tomada de decisão.
    É certo e sabido que a concorrência na Premier League é muita, porém, há um clube que não merece constar abaixo dos 4 primeiros derivado à sua história. Falamos do Liverpool. O clube da cidade dos Beatles é um histórico adormecido e este ano precisa novamente de se reerguer. O título perdido em 2013/14 e a saída de Suárez fizeram-se sentir nesta última época, pelo que o clube necessita de arrumar a casa, no primeiro ano pós-Gerrard. Já o Tottenham tem sido um clube com um elevado investimento em jogadores, mas tem contratado com muito pouco critério pelo que nos foi difícil prever como será o mercado do clube londrino. Ainda assim, espera-se um mercado bem agitado para os comandados de Pochettino. Por fim, iremos passar os olhos pelo clube sensação da última época: Southampton. Os Saints perderão certamente mais algumas pérolas da sua equipa, mas queremos crer que não sofrerá um ataque tão intenso dos tubarões neste defeso. O segredo para novo ano de sucesso passará pela manutenção de grande parte da equipa, colmatando algumas saídas importantes com aquisições também elas de peso.

Tottenham
  • Guarda-Redes: Hugo Lloris, Michel Vorm, Luke McGee
  • Defesas: Kieran Trippier (Burnley), Kyle Walker; Jan Vertonghen, Federico Fazio, Kevin Wimmer (Colónia), Eric Dier; Danny Rose, Ben Davies
  • Médios: Ryan Mason, Nabil Bentaleb, Dele Alli, James McCarthy (Everton), João Moutinho (Mónaco), Christian Eriksen
  • Extremos: Andros Townsend, Nacer Chadli, Erik Lamela, Yannick Bolasie (Crystal Palace)
  • Avançados: Harry Kane, Andriy Yarmolenko (Dínamo Kiev), Saido Berahino (West Brom)
    Começando pelo quinto classificado da época transacta, os Spurs não são propriamente regrados no que toca a contratações. Não há um perfil a ser seguido e essa poderá ser uma das razões do não-sucesso da equipa londrina face ao elevado investimento que faz. E esse factor dificultou-nos um pouco a vida no que toca à previsão/ sugestão de jogadores para reforçar o grupo de Mauricio Pochettino. 
    Na baliza não há necessidade alguma de reforçar o que quer que seja. Lloris é um dos melhores guardiões da actualidade e tem a titularidade facilmente assegurada. E se porventura acontecer algum azar ao guardião francês, Michel Vorm dá a tranquilidade necessária para que a ausência de Lloris não se faça notar. Para terceiro guardião, é provável que fique o jovem Luke McGee.
    No sector defensivo foram asseguradas as contratações de Trippier ao Burnley e de Wimmer ao Colónia. Pelo que não são necessárias mais alterações. Kyle Walker deverá manter a titularidade, a não ser que o clube londrino aposte forte no lateral-direito ex-Burnley. Wimmer tem vindo a crescer no Colónia e vem aumentar a concorrência no eixo defensivo onde já constam o ex-leão Eric Dier, Vertonghen e Federico Fazio. Caso o alegado interesse em Alderweireld se materialize em algo mais, um destes centrais terá que sair. Do lado esquerdo também não há razões para mexer já que tanto Rose como Ben Davies apresentam qualidades suficientes para o sector mais recuado do corredor esquerdo.
    Nós defendemos a ideia que o Tottenham necessita de um jogador mais dinâmico no meio-campo que possa transportar o jogo à já elevada qualidade ofensiva. Só Eriksen não chega e o dinamarquês até se exibe melhor do lado esquerdo do ataque. Assim sendo, sugerimos um investimento em João Moutinho. Um campeonato que assenta na perfeição à qualidade de João Moutinho e que representaria uma automática melhoria no futebol dos Spurs. Faltando algum músculo ao meio campo, sugerimos James McCarthy que até tem sido ligado ao interesse do Tottenham nos últimos dias e também porque está de saída do Everton. Bentaleb e Mason continuariam a ser opções válidas no meio campo, mas nunca poderiam ser peças fulcrais no onze se o clube quer almejar algo mais que a Liga Europa. Dele Alli também pode ficar no plantel já que se destacou bastante ao serviço dos MK Dons na última época. Por fim, Eriksen seria sempre a referência mais ofensiva do meio campo ou então - como referimos anteriormente - jogaria do lado esquerdo do ataque onde costuma render mais.
    Chegando ao ataque é imperial a chegada de um extremo de qualidade inegável. E como a nossa primeira sugestão era o mais recente reforço do Sevilha Konoplyanka, aconselhamos a compra de Yannick Bolasie para se juntar aos restantes Townsend, Chadli e Lamela. Bolasie acrescentaria aquilo que nenhum destes tem em igual proporção - explosão, poder físico e muita técnica. Por fim, há que juntar mais qualidade ao lote de avançados e o clube não criar uma dependência de Harry Kane como teve outrora de Bale. Na nossa opinião chegou o fim da linha para Soldado e Adebayor e está na hora de renovar as restantes opções. Yarmolenko seria uma boa opção para o ataque, dando características diferentes das de Kane, e sendo capaz de actuar tanto como segundo avançado como no flanco; e Berahino vinha renascer o avançado móvel que os Spurs costumavam ter sempre no banco para agitar jogos mais fechados. Uma espécie de Jermain Defoe.

Liverpool

  • Guarda-Redes: Simon Mignolet, Ádám Bogdán (Bolton), Brad Jones
  • Defesas: Nathaniel Clyne (Southampton), Joe Gomez (Charlton); Dejan Lovren, Martin Skrtel, Mamadou Sakho, Kolo Touré; Alberto Moreno, Jon Flanagan
  • Médios: Jordan Henderson, Joe Allen, Emre Can, Jordan Rossiter, James Milner (Manchester City), Coutinho
  • Extremos: Jordon Ibe, Adam Lallana, Harry Wilson, Roberto Firmino (Hoffenheim)
  • Avançados: Daniel Sturridge, Christian Benteke (Aston Villa), Danny Ings (Burnley), Divock Origi
    Chegando à cidade dos Beatles, o Liverpool necessita de limpar a casa e reforçar a equipa (mesmo tendo em conta que gastou milhões e milhões em reforços na época passada). Um ano péssimo para o Liverpool que se ressentiu da perda do título em 2013/14 e que agora começa uma nova era já sem o eterno capitão Steven Gerrard.
    Para a baliza a mais recente contratação foi a do húngaro Ádám Bogdán. O guardião ex-Bolton esteve em grande na Championship e foi a salvação do seu clube na grande maioria dos jogos evitando assim um cenário ainda mais catastrófico para o Bolton. A completar, Mignolet continuará a ser o titular, e Brad Jones fica assim relegado para 3ª opção.
    A defesa necessitava de uma limpeza. E apesar de Kolo Touré ter continuado de vermelho, Glen Johnson lá arredou pé de Anfield Road. Com Manquillo a voltar ao clube de origem, os reds reforçaram-se com o melhor lateral direito da EPL - Nathaniel Clyne - e com a jovem promessa Joe Gomez (capaz de jogar a central e lateral). Lovren e Skrtel devem continuar a ser a dupla de centrais e na esquerda Flanagan poderá ser a opção a seguir a Moreno. Caso a lesão de Flanagan seja para durar, só aí fará sentido atacar o mercado e encontrar uma alternativa económica (o campeão europeu de sub-21, Augustinsson, já foi associado aos reds).
    Perdendo a referência Steven Gerrard, o Liverpool tem em Henderson o novo comandante do meio-campo - de resto, como já tem vindo a mostrar essa sua apetência. Joe Allen e Rossiter poderão ser as segundas opções (e bastante válidas), enquanto que Can deverá deixar definitivamente a posição de lateral direito e surgir onde rende melhor - no centro do terreno. Por fim, tanto a nova contratação James Milner como Coutinho podem ser opções para o meio campo, como também têm qualidade para jogar nas alas, tornando o Liverpool de Rodgers uma equipa flexível em termos tácticos.
    E pelo indicador que acabámos de dar, não é necessária a contratação de mais ninguém para o leque de médios e extremos, mesmo que Lazar Markovic saia do plantel (o que é bastante provável). Assim sendo, Ibe e Lallana continuarão a ser duas das referências atacantes do clube sendo que agora terão a companhia de Roberto Firmino que foi recentemente contratado ao Hoffenheim por um preço exorbitante atendendo ao que o jogador mostrou até agora. O craque brasileiro foi uma das contratações mais caras de um mercado super-inflaccionado mas promete fazer a diferença em Anfield. Sturridge provavelmente perderá o início do campeonato face à sua lesão pelo que o Liverpool necessitará de se reforçar com um avançado que dê garantias. Sendo que a sensação do Burnley e promessa britânica Danny Ings já assinou, mas não tem o poder para ser a referência ofensiva dos reds, sugerimos a compra de Benteke. Tinha meio mundo atrás de si, mas de repente deixou de ter interessados... Um avançado de classe mundial que dá garantias na ausência de Sturridge (coisa que faltou neste último ano). E não é com Balotelli que o Liverpool chega ao Top-4...

Southampton


  • Guarda-Redes: Fraser Forster, Maarten Stekelenburg (Fulham), Paulo Gazzaniga
  • Defesas: Cédric Soares (Sporting), Jason McCarthy; José Fonte, Toby Alderweireld (Atlético Madrid), Maya Yoshida, Florin Gardoș; Ryan Bertrand, Matt Targett
  • Médios: Victor Wanyama, Steven Davis, James Ward-Prowse, Harrison Reed, Jordy Clasie (Feyenoord), Yohan Cabaye (PSG)
  • Extremos: Jay Rodriguez, Dušan Tadić, Eljero Elia (Werder Bremen), Sadio Mané
  • Avançados: Shane Long, Graziano Pellè, Charlie Austin (QPR)
    A equipa de Ronald Koeman foi a sensação - mais uma vez - da última época. Conseguiu garantir a Liga Europa (porque o Aston Villa perdeu a final da Taça de Inglaterra frente ao Arsenal) mesmo depois de ter sido atacado pelos "tubarões" que haviam levado quase todas as suas pérolas. Este ano é inevitável que aconteça o mesmo, mas um ataque não tão violento. É provável que - para além de Clyne - percam aquela que é talvez a pérola mais preciosa actualmente: Morgan Schneiderlin. O francês tem sido fortemente associado a um interesse do Manchester United e a vontade do jogador também é a de dar o devido salto, que é mais que merecido.
    Com Fraser Forster ainda em dúvida para o início do campeonato, os Saints precaveram-se com a contratação de Maarten Stekelenburg ao Fulham. Um dos grandes contras da época transacta foi a falta de qualidade na baliza após a lesão de Forster. Nem Gazzaniga, nem Kelvin Davis tinham a qualidade necessária para este nível de competição.
    No sector mais recuado, para além da aquisição do ex-leão Cédric Soares que vem colmatar a saída de Nathaniel Clyne, os dirigentes do clube deveriam assegurar a manutenção de Toby Alderweireld já que o belga foi uma das peças-chave deste Southampton. De resto, mais nenhum investimento deve ser feito já que Fonte, Yoshida, Gardos, Bertand e os jovens McCarthy e Targett dão conta do serviço.
    Já no centro do terreno é onde deve ser feito o maior investimento, dando uso aos milhões provenientes dos clubes grandes das brutais receitas anuais da Premier. Com Cabaye a querer sair do PSG e a sonhar novamente com um regresso à Premier League, achamos que o francês era o substituto perfeito do seu compatriota Morgan Schneiderlin e vinha dar mais força ao futebol dos Saints. Ajudando a promover a ligação defesa-ataque, Jordy Clasie era uma solução que faria todo o sentido. Um jogador que só aumentaria a qualidade do futebol de Koeman e que o próprio conhece muito bem. Dessa forma, Wanyama daria suporte a Cabaye enquanto que Davis, Ward-Prowse, Reed e Clasie iriam rodar entre si como de resto Koeman fez na última época.
    Para o ataque sugerimos uma manutenção e uma contratação. Eljero Elia veio acrescentar outra dinâmica ao ataque e por isso mesmo achamos que é uma mais-valia nos comandados de Ronald Koeman. Assim sendo, era imperial que o clube assegurasse a sua manutenção quer via empréstimo, quer por compra definitiva, estando já identificado com a cultura do clube, com o que o treinador quer de si e com os seus colegas de equipa. A contratação que falamos é a de Charlie Austin. Perdido na Championship face à descida do QPR, Austin tem que transitar para a EPL de alguma forma. Apesar de acharmos que será um alvo provável dos milhões do Crystal Palace, Newcastle ou de uma equipa de menor valia (Leicester, WBA ou Aston Villa), acreditamos que faria todo o sentido integrar o clube de Ralph Krueger. O matador-nato que traria certamente uma concorrência saudável para Graziano Pellè (que claramente necessita de alguém que ameace o seu lugar para ser mais constante nas suas exibições). Para além de Tadić, Mané e Long serem outras três peças fundamentais, é em Jay Rodriguez que depositamos as nossas esperanças para a nova época. Depois de ter passado uma época praticamente inteira lesionado, está na hora do craque se reerguer e voltar a mostrar o valor que tem. Será certamente um dos melhores reforços para os Saints de Ronald Koeman. Imaginem um ataque com Rodriguez e Mané nos flancos.. Promete!

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