21 de janeiro de 2016

Crítica: Trumbo

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2016
Realizador: Jay Roach
Argumento: John McNamara, Bruce Cook
Elenco: Bryan Cranston, Diane Lane, Helen Mirren, Michael Stuhlbarg, Louis C. K., Elle Fanning, John Goodman
Classificação IMDb: 7.5 | Metascore: 60 | RottenTomatoes: 74%
Classificação Barba Por Fazer: 74


    29 de Setembro de 2013. Diz-vos alguma coisa? Foi o dia em que 'Breaking Bad' teve o seu derradeiro episódio Felina, da quinta temporada. Dois anos e qualquer coisa, Bryan Cranston - vencedor de 4 Emmys e de 1 Globo de Ouro como Walter White - consegue a sua primeira nomeação para um óscar.

    'Trumbo', mais valorizado pelos Screen Actor Guild Awards e pelos Globos do que pela Academia, pareceu desde a nascença um projecto com selo de óscares. A seu favor: o Cinema estar mortinho por abraçar um actor que marcou a televisão entre 2008 e 2013 (e para sempre), e a personalidade em si - Dalton Trumbo.
    Um argumentista que, por ser associado ao comunismo, viu-se obrigado a assumir um pseudónimo ou a dar crédito a outros argumentistas, na escrita dos seus Argumentos, dois deles - 'The Brave One' e 'Roman Holiday' - vencedores de óscares.

    O conceito, uma hipótese da Academia e Hollywood fazerem justiça indirectamente em relação a uma figura altamente prejudicada, e o facto de ter Cranston como protagonista, chegava e sobrava à priori para 'Trumbo' orbitar as conversas sobre Óscares. É justo e genuíno o que 'Trumbo' faz pelos argumentistas, glorificando alguém que preferiu tornar-se um fantasma a abandonar a sua paixão e vocação, e é bom conhecer o homem que levava a máquina de escrever para o banho. Alguém que esteve numa lista negra (Hollywood Blacklist), fortemente oprimido por figuras incontornáveis da época como John Wayne e Hedda Hopper (Helen Mirren), com a sua liberdade roubada e punida (cumpriu inclusive pena de prisão) por ter uma ideologia política que muitos entendiam como errada.

    Sem ser um filme incrível, 'Trumbo' tem o mérito de fazer justiça. Embora com menor qualidade neste caso, procura alcançar o que 'The Imitation Game' conseguiu há um ano atrás, e é um daqueles bocadinhos de História e Cultura que, como 'Bridge of Spies', é sempre bom ter presente.
    Bryan Cranston está entre os 5 nomeados para Melhor Actor, naquele que vai ser O Ano de Leonardo DiCaprio, graças a um papel exigente mas alicerçado numa personagem forte por si só, com um discurso final "à oscares". Para nós, fãs incondicionais de 'Breaking Bad' e de Walter White, é muito difícil que qualquer outra coisa não pareça um passo atrás; a seu tempo, em vésperas dos Óscares, diremos de nossa justiça no que toca aos actores que nomearíamos - a Academia optou por DiCaprio, Fassbender, Redmayne, Damon e Cranston, mas é importante não ignorar grandes prestações como as de Michael B. Jordan, o pequeno Abraham Attah ou Michael Caine. E ainda não víamos tudo o que queríamos.

0 comentários:

Enviar um comentário