20 de janeiro de 2015

Crítica: Unbroken

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2015 
Realizador: Angelina Jolie
Argumento: Joel & Ethan Coen, Richard LaGravenese, William Nicholson, Laura Hillenbrand
Elenco: Jack O'Connell, Takamasa Ishihara, Domnhall Gleeson, Garrett Hedlund, Finn Witrock
Classificação IMDb: 7.2 | Metascore: 59 | RottenTomatoes: 51%
Classificação Barba Por Fazer: 75

    Charles Chaplin, Clint Eastwood, Mel Gibson, Ben Affleck, George Clooney, Sean Penn, Jodie Foster.. A lista podia continuar. Hollywood tem visto actores tornarem-se realizadores, uns com mais e outros com menos sucesso. Angelina Jolie é um nome para levar a sério. A Crítica não parece protegê-la e catalisá-la como a outros mas, depois de entrar com o pé esquerdo em In the Land of Blood and Honey, desta vez a coisa correu bem.
    E correu bem por vários motivos. Em primeiro lugar, a história: 'Unbroken' conta a incrível história de vida de Louis Zamperini, um atleta olímpico e prisioneiro de guerra no Japão durante a II Guerra Mundial. A juntar a este potencial de base, o argumento teve o dedo dos irmãos Coen e Jolie conseguiu reunir o elenco com maior potencial do ano. 
    Jack O'Connell (o 'Cook' da série britânica Skins) dá corpo a Zamperini - falecido em Julho de 2014 - e o filme cruza diferentes momentos da vida do herói norte-americano. A juventude e a progressão até se tornar atleta olímpico, o tempo enquanto serviu a Força Aérea dos EUA e finalmente a difícil sobrevivência em solo nipónico como prisioneiro de guerra. 'Unbroken', ou Invencível como se chama por cá, é um filme com alma e que segue a linhagem de tantas outras películas que evidenciaram o melhor e o pior que a humanidade tem. Com estes dois pólos a medirem forças nos momentos Zamperini/ Watanabe (Takamasa Ishihara). A boa banda sonora de Alexandre Desplat (compositor nomeado para dois Óscares em 2015 pelo seu trabalho em 'The Imitation Game' e 'The Grand Budapest Hotel') dá outra dimensão aos acontecimentos, impressionando a entrega do ponto de vista físico de alguns dos actores, e vários momentos definidores do carácter de Zamperini como quando aceita ser esmurrado para que outro prisioneiro não seja violentamente castigado, quando recusa o conforto e o luxo ao opor-se a mentir sobre a sua pátria, e finalmente naquela imagem de marca - o homem que parece crucificado ao não deixar aquele bloco de madeira cair, e no limite das suas forças não se coíbe de olhar nos olhos o seu maior pesadelo.
    Angelina Jolie conseguiu com 'Unbroken' um descendente de 'Braveheart' ou 'Gladiator'. Inferior a ambos sim, mas meritório. O filme está nomeado para 3 óscares (Fotografia, Edição de Som e Mixagem de Som) mas Jolie até poderia constar entre os Realizadores nomeados. Teve maior valor do que Morten Tyldum ou Bennett Miller, embora tenha tido pelo menos 6 realizadores num nível acima: Nolan, Linklater, Iñárritu, Anderson, Chazelle e Fincher. Quanto ao elenco de 'Unbroken', como dissemos acima é um turbilhão de potencial. Finn Wittrock (o Dandy de American Horror Story: Freak Show), Domnhall Gleeson (futuramente em Star Wars), Garrett Hedlund (nomeado para Melhor Actor Secundário nos Óscares BPF 2013) e há ainda o surpreendente Takamasa Ishihara, músico japonês convertido por Jolie num Watanabe maquiavélico, na sua estreia como actor. 
    Claro que todos os caminhos vão dar a Jack O'Connell. O actor britânico é definitivamente um dos Rookies do Ano, juntando a 'Starred Up' e ''71' o seu trabalho mais exigente e com maior projecção até agora. Até à data era difícil não ver nele James Cook, mas este terá sido o primeiro ano do resto da sua vida, uma vez que já está envolvido em projectos que reúnem nomes como Clooney, Julia Roberts, Christoph Waltz e Judi Dench. E ele merece.

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