11 de janeiro de 2015

Crítica: The Imitation Game

A CAMINHO DOS ÓSCARES 2015 
Realizador: Morten Tyldum
Argumento: Graham Moore, Andrew Hodges
Elenco: Benedict Cumberbatch, Keira Knightley, Matthew Goode, Rory Kinnear, Mark Strong, Charles Dance
Classificação IMDb: 8.1 | Metascore: 73 | RottenTomatoes: 90%
Classificação Barba Por Fazer: 80

Às vezes são as pessoas que ninguém faz ideia que fazem as coisas que ninguém poderia imaginar. É desta premissa que parte 'The Imitation Game', o filme sobre o matemático Alan Turing - interpretado por Benedict Cumberbatch -, que estreia nas salas de cinema portuguesas na próxima quinta-feira, dia 15.
    O Jogo da Imitação acumula ingredientes que fazem dele o tipo de filme que Hollywood gosta - é como uma folha da História da II Guerra Mundial que foi rasgada, escondida, e que finalmente vê justiça a ser feita, com uma personalidade controversa e enigmática no centro, interpretada com qualidade por um actor em ascensão.
    Benedict Cumberbatch, que já foi Sherlock Holmes, Smaug, Khan, Julian Assange e que em 2016 entrará no universo Marvel como Dr. Strange, prova mais uma vez o seu valor na pele de Alan Turing, um génio matemático pioneiro na computação e cujo brilhantismo esteve guardado em segredo durante largos anos. Em 'The Imitation Game' a conjugação da realização de Morten Tyldum com o argumento (a adaptar a obra de Andrew Hodges) de Graham Moore e a banda sonora de Alexandre Desplat envolve 3 fases diferentes da vida de Turing - a sua adolescência, o período durante o qual ajudou os serviços secretos britânicos a resolver um enigma nazi que parecia impossível, e uma fase posterior a essa. Durante o período intermédio, o mais importante na acção, testemunhamos a personalidade característica de Turing, incapaz de uma conduta social própria (não é certo, mas é possível que tivesse síndrome de Asperger), lógico e crente nas suas invenções.
    A acompanhar Cumberbatch, o elenco inclui Matthew Goode, Rory Kinnear (Penny Dreadful), Mark Strong e Charles Dance (Game of Thrones) mas é Keira Knightley quem ganha maior preponderância como Joan Clarke, a confidente do homem que teve que viver um duplo segredo: permanecer um herói sem crédito, escondendo também a sua homossexualidade sob pena de ser castigado por aquilo que se consideravam à data tendências indecentes e impróprias.
    Em termos de óscares, 'The Imitation Game' é praticamente uma presença garantida nos nomeados para Melhor Filme, e deve juntar a isso outras indicações como Melhor Argumento Adaptado e Melhor Banda Sonora. Keira Knightley também tem fortes hipóteses de constar entre as actrizes secundárias, embora o seu desempenho seja inferior a Emma Stone ou Patricia Arquette, e Benedict Cumberbatch deverá conseguir a sua 1.ª nomeação para uma estatueta dourada. É notável a ascensão que Cumberbatch, sempre uma presença carismática e mediática do género Jennifer Lawrence, tem tido nos últimos anos. Um magnífico actor que dá corpo e alma a todas as suas personagens.

    Benedict Cumberbatch entra directamente para o espólio das mentes brilhantes do cinema como Alan Turing, o homem que segundo os historiadores fez com que a guerra durasse menos 2 anos e que salvou aproximadamente 14 milhões de vidas. A Rainha Isabel II perdoou-o em 2013, mas a justiça chega a uma maior escala com este 'The Imitation Game'. Afinal de contas, foi uma das personalidades mais marcantes do século XX.

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