28 de maio de 2014

Barba no Mundial: Os Nossos 23 (Inglaterra)

    Depois de termos dado um saltinho à América do Sul voltamos à Europa para não mais sair dela. A penúltima selecção escolhida por nós é a que - para nós - reúne um dos melhores grupos de jogadores a nível qualitativo. A Inglaterra mostrou na qualificação ter um ataque demolidor ficando apenas atrás da Alemanha e da Holanda em número de golos marcados. Travou uma batalha complicada no apuramento com a Ucrânia, mas não perdeu nenhum embate cedendo apenas 8 pontos em 4 empates. 
    O conjunto das Terras de Sua Majestade está integrado no grupo D - o denominado grupo da morte. Vai ter que se apresentar na plenitude das suas capacidades para abalroar a concorrência. Terá que ser mais forte que Suarez e companhia e que os astutos italianos e ainda não vacilar perante a Costa Rica - que certamente quererá estragar a festa a um tubarão para sair com orgulho da prova, já que corre por fora. No total, são 5 as nossas diferenças perante a lista de Roy Hodgson. Na nossa opinião damos mais justiça à convocatória inglesa, embora contrariamente a outros seleccionadores possamos dizer que Hodgson premiou o factor rendimento ao longo da época, para além de beneficiar do facto de ter indo introduzindo alguns elementos (arriscando merecidamente em alguns jogadores bastante jovens) ao longo da qualificação. Aqui ficam os nossos 23:


A Convocatória


    Na baliza surge logo a primeira alteração. Para Hodgson, Ruddy do Norwich City ficou em contenção preferindo levar consigo Foster do West Brom. Ruddy foi um dos melhores guardiões ingleses na Premier League, mesmo com a descida de divisão do clube inglês e por isso não poderíamos deixá-lo de fora. Contudo, seria o nosso terceiro guardião já que a baliza está entregue a Joe Hart. Apesar de não ter tido uma época brilhante como outras, é dono e senhor do seu lugar. Forster do Celtic é a nossa segunda escolha. Muito constante nas suas exibições e bastante seguro.


    No sector defensivo as mudanças são um pouco mais. No lado esquerdo é impossível haverem dúvidas. Baines e Shaw foram esta época os dois melhores laterais esquerdos da Premier League e até mesmo dos melhores do mundo. No fundo, não queremos mal à Selecção Inglesa. Por essa mesma questão, não levaríamos Glen Johnson ao Brasil. Um jogador que prejudicou imenso o seu clube nas últimas partidas e que se revelou um dos piores jogadores do Liverpool no final das contas. Fica assim na nossa lista de contenção com Curtis Davies, combativo central do Hull. Com a baixa de Kyle Walker (seria o nosso titular) por lesão e considerando que Micah Richards teve um ano nulo, somos obrigados a recorrer a Phil Jones como alternativa ao lateral direito titular (já realizou alguns jogos no Manchester United nessa posição, cumprindo o seu dever) que seria Joel Ward. É como que um premiar pelas suas belas exibições no Crystal Palace deste jogador polivalente, que alternou entre lateral direito, esquerdo e médio centro.
    No centro da defesa, Cahill será o jogador mais importante. Será o pilar desta equipa em termos defensivos como o foi no Chelsea. Fortíssimo no jogo aéreo, no posicionamento e na marcação. Jagielka estará ao seu lado depois de mais uma boa época ao serviço dos Toffees. Por fim, dois jogadores que Roy Hodgson preferiu deixar quer de fora do Mundial, quer da lista de contenção. Caulker merecia a chamada à Selecção Inglesa por tudo o que fez pelo Cardiff. Foi um verdadeiro monstro a nível defensivo e fez tudo o que podia fazer ao seu alcance para segurar os galeses. O último jogador para a defesa é Shawcross, apesar de não ter feito uma época tão destacante como nos tem habituado, é um jogador competente em todos os jogos que entra.


    O meio campo inglês emana qualidade por todos os lados. Mais uma vez quisemos deixar uma mensagem forte e assim deixamos Frank Lampard de fora do Mundial. Já não é o mesmo jogador de épocas anteriores e apesar de poder ser importante por ser um dos veteranos, a sua coexistência com Steven Gerrard no centro do terreno sempre se revelou infelizmente impossível a nível táctico, e estaria a tapar a entrada de um jogador mais capaz. Nomeadamente Gareth Barry, que foi um dos jogadores importantes neste Everton actual. A ser um verdadeiro apaziguador no jogo dos Toffees e a ser muito útil no meio campo. Steven Gerrard é a estrela da equipa. O verdadeiro capitão desta Selecção, que mostrou este ano ao serviço do Liverpool estar numa forma brilhante, é o elemento chave do conjunto de Roy Hodgson. Perfeito a incentivar a equipa e a serenar quando necessário, para além de um exímio marcador de bolas paradas. Wilshere e Henderson são outros dois jogadores com temporadas esplêndidas ao serviço dos seus clubes. Wilshere apresentou-se numa forma incrível ao transportar o jogo dos Gunners sendo apenas parado por uma lesão. Henderson, do Liverpool, conseguiu ter uma época de afirmação no clube onde foi um brilhante recuperador de bolas e fulcral - por vezes - no último passe. Como jogador vagabundo não poderíamos ter outro que não Adam Lallana. O médio do Southampton levará ao Brasil toda a magia que tem nos pés para transportar todas as assistências e golos que fez na Premier League para o Campeonato do Mundo. Será um dos melhores jogadores da Selecção, caso seja titular como merece (pode acontecer Hodgson colocar Wilshere e Henderson à frente de Gerrard, e aí Sterling e Lallana disputariam um lugar na ala) e terá certamente o valor do seu passe inflacionado após o Mundial. Por isso mesmo, seria inteligente Liverpool, Manchester United, Tottenham ou outros candidatos garantirem-no antes da competição. Na lista de contenção deixamos mais um jogador que viu o seu clube descer de divisão, mas que foi extremamente importante no mesmo - Sidwell.
    Com a impossibilidade de levar Walcott e Townsend por motivo de lesão, não tivemos assim tantas escolhas como queríamos para extremos. Para dar profundidade a este ataque é inevitável levar um dos melhores extremos da Premier League. Aos 19 anos, Raheem Sterling fará o seu primeiro Mundial após na presente temporada ter explodido no Liverpool. Para incutir alguma velocidade e técnica, levamos ainda Chamberlain. Não teve uma época fantástica muito devido às lesões, mas quando esteve em acção foi exemplar, para além de poder ter a sua utilidade como interior. Milner será um jogador útil quer na asa, quer no miolo do terreno. É um todo-o-terreno e a sua força e raça poderão ser importantes em alguns jogos. Por fim, um dos jogadores revelação desta época - Ross Barkley. O jovem jogador inglês mostrou um pouco daquilo que é capaz de fazer e desde já merece tanto a nossa confiança, como a de Roy Hodgson. Sabemos que é capaz de muito mais, mas o que mostrou esta época foi notável. Explosivo e com remate fácil, Barkley poderá ser usado como trunfo em algumas partidas. Assim sendo, Adam Johnson e Puncheon ficaram de fora.


    Por fim, no ataque ficámos com as escolhas um pouco reduzidas. Tendo nós preferido levar mais um defesa, Welbeck fica de fora das nossas contas. A verdade é que mesmo que não levássemos um 8º defesa, o avançado do United não teria toda a nossa confiança no ataque. Com a impossibilidade de levar aquele que foi um dos melhores avançados ingleses - Jay Rodriguez - optámos pelos 3 avançados que Roy Hodgson leva ao Brasil para além do abordado Welbeck. Rooney será o avançado móvel e crucial nos resultados dos ingleses. Tem no Brasil a sua última hipótese de deixar a sua marca num Mundial jogando no auge das suas características, ele que nunca marcou 1 golo num Mundial. Por isso mesmo queríamos ver Rooney na frente, porque tendo Wayne como elemento mais avançado sabemos automaticamente que a equipa pressionará a partir da frente, e Rooney merece que a equipa também jogue para ele, sacrificando-se menos do que muitas vezes o obrigam, estando próximo da baliza para marcar golos. Sturridge tanto pode jogar no lugar de Rooney, como numa das asas. Em qualquer lugar que jogue, será importantíssimo ao espalhar o pânico com as suas mudanças de velocidade e o seu faro de golo. Por fim, um jogador mais posicional. Um pinheiro que tanto pode fazer golos como servir os companheiros através do jogo aéreo - Ricky Lambert. Lambert que tem a curiosidade de ter marcado todos os 34 penalties que teve nos últimos anos ao serviço do Southampton. Tanto ele como Baines (nos últimos 4 anos teve 100% de eficácia da marca dos 10 metros) poderiam ser úteis para a Inglaterra deitar por terra o fantasma das grandes penalidades.

O Onze

    No que toca ao nosso onze ideal, este não deverá ser muito diferente ao do técnico inglês. Joe Hart será o nº1 e será o nosso guarda-redes.
    No sector defensivo, apenas Ward é tido como a nossa aposta pessoal, sendo que os restantes três deverão ser os escolhidos de Roy Hodgson: Jagielka e Cahill no centro da defesa e Baines a dar profundidade na esquerda.
    O meio campo é muito forte. Apostamos em Gerrard como elemento mais recuado e em Wilshere ou Henderson como recuperadores de bola e distribuidores de jogo, dependendo dos jogos em questão. Wilshere é melhor jogador, mas Henderson fez uma época superior e estará mais rotinado e confiante. Numa posição mais ofensiva, Adam Lallana teria toda a liberdade para fazer o que quisesse com o esférico. Um jogador vagabundo como anteriormente dissemos (aquele impacto que Fábregas tinha na Espanha de 2008 com Aragonés) e que será crucial nos momentos de desequilíbrio ofensivos. Cria espaços, explora os espaços, dribla, surge entre linhas e é cáustico na forma como surge em triangulações junto aos flancos.
    No ataque, apostamos na dupla dos Reds Sturridge e Sterling para desequilibrar e em Rooney para ser o finalizador nato que também sabe combinar com o seu meio-campo, vindo buscar jogo. Um avançado completo, portanto.

Terminamos assim mais uma rubrica d'Os Nossos 23 e terminamos a nossa jornada no próximo dia 30 com a Selecção Portuguesa que promete algumas surpresas da nossa parte. Estejam atentos!

0 comentários:

Enviar um comentário