12 de maio de 2014

Crítica: The Lego Movie


A CAMINHO DOS ÓSCARES 2015 
Realizador: Phil Lord, Christopher Miller
Argumento: Dan Hageman, Kevin Hageman, Phil Lord, Christopher Miller
Elenco: Chris Pratt, Elizabeth Banks, Morgan Freeman, Will Ferell, Will Arnett, Alison Brie, Jonah Hill, Liam Neeson
Classificação IMDb: 7.8 | Metascore: 83 | RottenTomatoes: 96%
Classificação Barba Por Fazer: 75


    Vou ser sincero. Quando vi o filme dos Legos tão bem aceite e criticado pela generalidade das audiências pensei 2 coisas: ou soltaram os fanáticos por Lego e eles desataram a votar e a apreciar positivamente o filme; ou então os 5 milhões de dinamarqueses tomaram o IMDb como refém, pé ante pé, e originaram o hype (candidata a palavra da moda?) dos pequenos bonecos amarelos no grande ecrã. Uma coisa é certa, confesso que - ainda para mais tendo em conta que já tinha visto o trailer e não tinha propriamente perdido a cabeça de curiosidade - fiquei com alguma vontade de perceber se havia ou não razões para gostar da aventura no cinema de uns dos mais marcantes e bem sucedidos brinquedos de todos os tempos. E para todas as idades.
    Reparem, a sinopse resumidamente é a seguinte. Emmet (Chris Pratt) é um lego vulgar, um construtor rotinado para seguir as regras e nada criativo. Certo dia, e graças a uma profecia do velho e sábio Vitruvius (Morgan Freeman), Emmet percebe que o seu destino é ser o "construtor mestre" e que só ele poderá salvar o universo Lego dos terríveis planos do Sr. Negócios (Will Ferell). Percebem agora porque é que eu fiquei de pé atrás?
    Após ver o filme, e sem querer desvendar demasiado, porque ser spoiler neste filme faz com que o espectador não o veja da mesma forma, ou pelo menos não seja envolvido e impactado na mesma medida, posso dizer que estamos perante o único filme de animação que nos últimos anos se conseguiu aproximar da mística de Toy Story. 'The Lego Movie' recupera a magia do acto de brincar, a criatividade de criar e acima de tudo projecta a oposição entre a mente fértil e sem limites de uma criança, capaz de "fugir" às regras de construção dos legos e inovar, e a postura de um fã de Lego mais velho, para o qual os Legos se tornam construções sagradas, imaculadas, uma cidade para ser contemplada, absorvida unicamente pelo olhar, criada para estar quieta.
    'The Lego Movie' vale pelo seu fim. E terá sequela. Vale a pena resistir àqueles primeiros instantes em que nos perguntamos "mas porque raio é que eu estou a ver estes legos a falar e a fazerem coisas tão estúpidas?!", porque no fim tudo faz sentido. E tudo com algumas vozes inconfundíveis, como Morgan Freeman a personificar um velho sábio, Will Arnett a dar voz a Batman (um dos sucessos do mundo Lego) e também alguns nomes como Liam Neeson ou Jonah Hill.

    Construir e criar implica também destruir, inovar, mudar. Desarrumar para fazer melhor ou pior, fazer diferente. 'The Lego Movie' ensina-nos isso e muito mais. É sobre o destino do universo Lego, sobre pais e filhos. Há legos para todas as idades e, por isso mesmo, estamos perante um filme também para todas as idades. Um bom argumento - mistura de comédia, acção, aventura e saudosismo - de Phil Lord e Christopher Miller, e muito obrigado a Ole Kirk Christiansen por em 1932 ter ajudado a potenciar a imaginação de qualquer um de nós. Peça a peça, pessoa a pessoa.

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