17 de novembro de 2011

Tenho a Barba Por Fazer, e estes Filmes Deves Ver

                  Como referido na passada 2ª feira, sempre que virmos algum filme que nos pareça merecedor de promoção não hesitaremos em sugeri-lo. A nova ideologia do blog leva-nos a ir menos ao baú e mais à actualidade, apreciando e criticando os filmes que virmos, e sugerindo a longo prazo através da divulgação de trailers filmes com data de estreia mais distante. Para já, aqui ficam 3 filmes a não perder:


Pearl Jam Twenty

Realizador: Cameron Crowe
Elenco: Eddie Vedder, Stone Gossard, Jeff Ament, Mike McCready, Matt Cameron
Classificação IMDb: 8.6

“Pearl Jam Twenty” é um documentário de música que visa celebrar os 20 anos de carreira da banda de Seattle. Está certo. Mas é muito mais do que isso. “PJ20” é fruto do trabalho de Cameron Crowe, o realizador de “Almost Famous” que, se nesse filme se baseou em factos verídicos e na sua própria vida para criar a história, desta vez bastou-lhe ser sincero, ter tido a sorte de trabalhar para a “Rolling Stone” na época e filmar puro e duro a evolução do mundo grunge e daquela que será muito provavelmente a melhor banda da actualidade. Este documentário musical mostra-nos os primórdios dos Pearl Jam, ainda assinando pelo nome de Mother Love Bone (apenas com Jeff Ament e Stone Gossard), a morte do vocalista Andy Wood e a procura do seu substituto – que viria a ser Eddie Vedder – e a chegada à banda de Mike McCready (um dos melhores guitarristas do actual panorama musical) e do baterista Matt Cameron (que em 10 dias aprendeu a tocar 80 músicas da banda). Cameron Crowe consegue reunir os melhores testemunhos ao longo de 20 anos de música, acompanhando parcerias com Chris Cornell (Temple of the Dog), momentos marcantes como a morte de Kurt Cobain ou a “guerra” com a Ticketmaster para que os bilhetes não fossem tão caros. O filme tem a habilidade de mostrar o amadurecimento de Eddie Vedder e da banda em si com o passar do tempo. “Pearl Jam Twenty” mostra uma banda única, original e que tem vindo a procurar ser sempre fiel a si mesma e incapaz de se deixar influenciar. A banda sonora, claro está, não era difícil ser do melhor e reúne momentos como a composição de “Daughter” num autocarro, “Black” cantada num dos melhores Unplugged da História da MTV, “Alive” cantada tanto em 1990 como em 2004, uma “Crown of Thorns” dedicada a Andy Wood, recalcando memórias de 10 anos, uma “Better Man” cantada por um majestoso público e tantas outras músicas mostrando por vezes o real motivo/ inspiração da letra. Os testemunhos de Kurt Cobain, Neil Young, Chris Cornell, Bob Dylan e do próprio Cameron Crowe, entre outros, para além dos membros da banda enriquecem esta prova viva do valor incalculável da banda que começou em Seattle e cujos membros iniciais, quando ouviram pela primeira vez a voz de Eddie Vedder, se interrogaram se seria possível aquela voz ser real.
Lamentavelmente “Pearl Jam Twenty” não figura, até ver, nos documentários que se avizinham como candidatos a óscar. Mas de certa forma ainda bem que assim o é porque, citando o desprezo da banda ao receber um Grammy, “Este prémio não tem significado nenhum (…) um prémio por arte? É ridículo”. Uma banda que, passem os anos que se passarem, manter-se-á eternamente “Alive”.

 
50/ 50

Realizador: Jonathan Levine
Argumento: Will Reiser
Elenco: Joseph Gordon-Levitt, Seth Rogen, Anna Kendrick, Bryce Dallas Howard, Anjelica Huston
Classificação IMDb: 8.4

50/ 50 é um dos bons filmes que anda a circular actualmente nas salas de cinema nacionais (estreou a 3 de Novembro cá) e, inspirando-se numa história verdadeira, é uma comédia com momentos sérios centrada num jovem de 27 anos a quem é diagnosticado cancro. O filme faz-nos acompanhar Adam (Joseph Gordon-Levitt) nas várias fases por que passa um doente: Choque, Negação, Resistência e Aceitação.
Jonathan Levine, com um bom argumento de Will Reiser, explora a relação e a sua importância de várias pessoas próximas de Adam durante a sua doença: o seu melhor amigo (Seth Rogen, grande responsável pela classificação do filme enquanto comédia), a psicóloga (Anna Kendrick), a namorada (Bryce Dallas Howard) e a mãe (Anjelica Huston).
Joseph Gordon-Levitt, que a nível de odds poder-se-ia dizer que tem tanta probabilidade de ser nomeado para melhor actor principal como Ryan Gosling no filme que irei referir abaixo, confirma-se como um dos mais consistentes actores da actualidade, juntando a “500 Days of Summer”, “Hesher” e “Inception” (os 3 principais destaques) mais um filme para o currículo. Currículo esse que brevemente terá também o último Batman de Christopher Nolan (“The Dark Knight Rises”), “Lincoln” e, sobretudo, um dos filmes mais esperados de 2012 – “Django Unchained” – que juntará à realização de Quentin Tarantino, um elenco com Leonardo DiCaprio, Jamie Foxx, Samuel L. Jackson, Christoph Waltz e, como já referi, Joseph Gordon-Levitt. 
50/ 50 é sem margem para dúvidas um dos melhores filmes de 2011, deixando (e bem) Eddie Vedder e os Pearl Jam fechar o filme, acompanhando os créditos, com “Yellow Ledbetter”.


The Ides of March

Realizador: George Clooney
Argumento: George Clooney, Grant Heslov & Beau Willimon
Elenco: Ryan Gosling, George Clooney, Philip Seymour Hoffman, Paul Giamatti, Evan Rachel Wood, Marisa Tomei
Classificação IMDb: 7.5

Filme realizado por Clooney, produzido por DiCaprio e interpretado por Gosling e Clooney = expectative elevada. A equação parece-me simples.
“The Ides of March” é um bom filme político que tem como figura central Stephen Meyers (Ryan Gosling), um dos elementos principais da campanha para a presidência do governador Mike Morris (George Clooney). O filme aborda os jogos de bastidores e de interesses no mundo político norte-americano, tendo sempre presentes a noção de ambição e de poder e as suas consequências.
O destaque do filme vai para Ryan Gosling (que com “The Ides of March” e “Drive” vai-se consolidando como um dos melhores actores da sua geração). Talvez o fim do filme soe a algo estranho para o espectador mas julgo que algumas frases da personagem de Gosling ao longo do filme como “I have to believe in the cause” fazem-nos compreender o que se iria passar se o filme tivesse mais 5 minutos.
Nos bastidores de Hollywood consta que “The Ides of March” apenas tem condições para ser nomeado para melhor banda sonora (que não é nada do outro mundo), deixando Ryan Gosling à porta dos nomeados para melhor actor principal e George Clooney, Grant Heslov e Beau Willimon com uma percentagem um pouco mais favorável, ainda que que a nomeação seja improvável, para melhor argumento adaptado. Em suma, um bom filme político a solidificar Gosling como um dos mais promissores actores actuais e Clooney como realizador. MP

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