16 de novembro de 2011

Festivais à Lupa: Vodafone Mexefest

              É normal o consumidor de música português esperar pelo verão pelos grandes festivais com grandes cartazes e infra-estruturas invejáveis (não Optimus Alive, actualmente não podes aceitar este comentário). É normal, também, ver muitos pais a oferecer aos filhos e filhas, pela altura do Natal, a possibilidade de ir ao Rock in Rio ou ao Optimus Alive do ano seguinte, ainda sem se saber que figuras terá o cartaz desta feita. Toda a publicidade e mediatização que estes Senhores festivais conseguem ter (aos quais se pode juntar actualmente o Sudoeste TMN – que mais valia chamar-se Faroeste – nos Big Three festivais portugueses), retira ao consumidor a possibilidade de olhar para outros festivais com nomes menos sonantes e mais desconhecidos do público em geral, mas que nem por isso terão menos qualidade. Nesse sentido, parece importante promover um festival que se realizará nos próximos dias 2 e 3 de Dezembro em Lisboa em vários palcos que espalharão música pela capital portuguesa. Patrocinado pela Vodafone e promovido pela Música no Coração Lda., o Vodafone Mexefest terá apenas à venda um passe para os dois dias, no valor de 40€.
                  
              De uma forma geral, pode-se dizer que o festival decorre na Avenida da Liberdade (daí talvez se justifique o preço de 40€ para bandas e artistas mais desconhecidos). Os palcos são vários: Cinema São Jorge, Casa do Alentejo, Igreja de S. Luís dos Franceses, Restaurante Terraço do Hotel Tivoli, Sociedade de Geografia de Lisboa, Sala SBSR – Estação dos Restauradores e o Teatro Tivoli.
              
              Passando ao que interessa, o CARTAZ. O Vodafone Mexefest junta promissores artistas tanto nacionais como internacionais. Aqui no “Barba Por Fazer” recomendamos 17 artistas/ bandas dos 36 que vão passar pela Avenida da Liberdade, dando maior atenção à nata portuguesa, referindo algumas bandas que já mereciam maior aposta por parte de rádios nacionais e maior atenção por parte do consumidor:
                  
Comecemos pelo material estrangeiro:

Blood Red Shoes
Da América do Norte chegam os canadianos Handsome Furs, um casal electro-pop que apresentará o álbum deste ano: “Sound Kapital”. Também do Canadá, o projecto Foxes in Fiction, fruto da criatividade de Warren Hildebrand, rapaz dos seus 21 anos responsável por toda a música que elabora, gravando todo o seu material sozinho. Dos EUA vem o texano Josh T. Pearson, um homem com um visual próximo de William Fitzsimmons, mas mais desleixado. Com o seu sotaque do sul norte-americano, Josh trará a Portugal o seu álbum de estreia “Last Of The Country Gentlemen” – dando nova dimensão ao folk, com uma guitarra na mão e um Country “modernizado”.

Directamente do Brasil, que descobrimos em 1500, A Banda mais bonita da Cidade vai-se dar a descobrir ao público português. Um indie-rock brasileiro (estranha expressão) carregado de humanidade e músicas reconfortantes criadas pelo numeroso grupo brasileiro.

James Blake
O 3º segmento de artistas estrangeiros neste Vodafone Mexefest que merece destaque é o proveniente do Reino Unido. Dois destaques “nascidos” em Londres e o terceiro em Brighton. Os S.C.U.M, enérgicos e com guitarras eléctricas à rock que se preze trazem o álbum “Again Into Eyes” no qual “Amber Hands” será a música mais esperada por quem conhecer a banda. Também de Londres chega um dos grandes destaques do festival, James Blake, um elemento pop emergente que cruza estilos e que tem sido bem recebido pela crítica musical internacional. Sem dúvida, um dos nomes com mais mercado no Cartaz. Por fim, de Brighton chega uma dupla com potencial – Blood Red Shoes – um rapaz loiro esquisito que toca bateria e uma rapariga gira que toca guitarra. As vozes de Steven Ansell e Laura-Mary Carter combinam bem e, num género situado algures entre o grunge e o punk, parecem ser bem capazes de dar um muito bom concerto na sala SBSR do Metro dos Restauradores.

E como “o que é Nacional é bom”:

doismileoito
Menor será o destaque dado às bandas que temos recomendado ao longo do último ano na rúbrica “Garganta Afinada” – os doismileoito começam a ter finalmente a projecção e a atenção que merecem; Luísa Sobral (longe vão os tempos do Ídolos) tem ganho cada vez maior “estofo”; Old Jerusalem mostrar-se-ão a muita gente que desconhece a capacidade tranquilizadora da banda (muita gente passará a ter muitas destas bandas portuguesas nos seus mp3 depois de dia 3 de Dezembro, seguramente); Os Velhos darão um concerto enérgico à imagem do rock n’ rol português que agora representam, em detrimento do fado de outrora.

PAUS
Nunca referidos ainda por nós, o público em Lisboa terá o prazer de ouvir bom rap português com Os Macacos do Chinês (e isto foi uma rima); You Can’t Win, Charlie Brown que ainda há um mês ou dois estavam a mostrar a Portugal inteiro a sua criatividade e talento no programa “5 para a meia-noite”; Algodão – o novo projecto de Carlos Nobre (aka Pacman) dividirá com certeza opiniões, afinal de contas é música acompanhada pelo ex-vocalista dos Da Weasel a declamar; os 5 amigos que formam a banda Capitão Fausto, ainda sem álbum de estreia lançado e influenciados por Manel Cruz e Radiohead, terão em Lisboa a possibilidade de dar um salto; os maiores destaques das bandas que nunca referimos em “Garganta Afinada” vão para duas bandas: PAUS (que TM já ouve há algum tempo) – uma banda promissora com uma muito interessante componente instrumental – e os Dead Combo (banda de Tó Trips e Pedro Gonçalves, “um de cartola e o outro de fatinho”), já com mais nome, e que irão deixar quem os ouça babado pela mestria da dupla acústica alternativa com guitarras na mão. MP

Vodafone Mexefest: um festival a não perder! (PS: O nome de cada artista/ banda funciona como hiperligação para uma música)

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