Garganta Cinéfila

Juno (2007)

Realizador: Jason Reitman

Elenco: Ellen Page, Michael Cera, Jennifer Garner e Jason Bateman

Classificação IMDb: 7.8

             

Quinta-feira é, como sempre, sinónimo de Garganta Cinéfila. Desta vez falo-vos dum filme que pode ser classificado em comédia, drama ou romance: Juno.

Juno MacGuff (Ellen Page) é uma rapariga de 16 anos que engravida do seu colega de turma Bleeker (Michael Cera). O filme aborda esta gravidez na adolescência, o apoio da família, a relação com Bleeker, a opção de abortar e a hipótese de Juno dar o seu filho a um casal incapaz de ter filhos, o qual vai progressivamente conhecendo, tornando-se mais próxima do seu quotidiano. A precoce gravidez de Juno fá-la enfrentar vários testes (para além do teste de gravidez claro) e situações que irão pô-la à prova e levá-la a ter que demonstrar uma maturidade e mentalidade invulgares para a sua tenra idade. 

Realizado por Jason Reitman (o mesmo de “Thank You for Smoking” e “Up in the Air), que desde cedo caiu nas graças da Academia, “Juno” foi nomeado em 2008 para melhor filme, melhor realizador e melhor actriz principal (Ellen Page), embora tenha ganho apenas na 4ª categoria para que estava nomeado: Melhor Argumento Original, escrito por Diablo Cody. É de facto um filme com um argumento muito bem construído, criativo, contemporâneo e com uma banda sonora em que a qualidade é elevada e homogénea, com músicas de Barry Louis Polisar, Cat Power, Sonic Youth, The Velvet Underground entre outros. Um dos grandes destaques musicais acaba por ser a música com que o filme termina, “Anyone Else But You” dos Moldy Peaches, interpretada por Ellen Page e Michael Cera. Uma nota final precisamente para estes dois actores. Dois jovens actores de uma nova geração que se têm conseguido afirmar com papéis bastante sólidos e personagens invulgares. Sinceramente, Ellen Page merecia o óscar de melhor actriz pelo seu papel neste filme. É a minha humilde opinião. É um grande elogio que faço à rapariga, mas a personagem de Ellen Page é uma das melhores interpretações femininas que já tive oportunidade de ver. 

Um filme que faz bem ver e que dispõe bem. É, de certa forma, um filme simples. Mas às vezes em coisas simples encontramos mais sobre a vida e sobre nós do que esperaríamos à partida. MP

   

Citações do filme:

“Wait... No! I mean, can't we just, like, kick this old school? Like, I have the baby, put it in a basket and send it your way, like, Moses and the reeds?”

“You should've gone to China, you know, 'cause I hear they give away babies like free iPods. You know, they pretty much just put them in those t-shirt guns and shoot them out at sporting events.”

“Juno MacGuff: No... I mean for real. 'Cause you're, like, the coolest person I've ever met, and you don't even have to try, you know... Paulie Bleeker: I try really hard, actually.”

“As far as boyfriends go, Paulie Bleeker is totally boss. He is the cheese to my macaroni. And, I know that people are supposed to fall in love before they reproduce, but... I guess normalcy isn't really our style”

“Mac MacGuff: I thought you were the kind of girl who knew when to say when. Juno MacGuff: I don't know what kind of girl I am.”

“Mac MacGuff: Hey, big puffy version of June bug. Where you been? Juno MacGuff: Oh, just out dealing with things way beyond my maturity level.”

"I just need to know that it's possible that two people can stay happy together forever."

Trailer Aqui

Once (2006)

Realizador: John Carney

Elenco: Glen Hansard, Markéta Irglová, Hugh Walsh

Classificação IMDb: 8.0

             

                Hoje dou-vos a conhecer um filme com um baixíssimo orçamento. Um filme de que nada se esperava. Um filme de origem Irlandesa. “Once”. É um drama sem grandes dramas, por assim dizer. Uma excelente realização de John Carney que foi bem-sucedida nos EUA, sendo um sucesso de bilheteira.

                Tudo se passa nas ruas de Dublin onde Glen Hansard, o actor principal, canta as suas próprias músicas para conseguir algum dinheiro. É nestas mesmas ruas que Glen encontra uma imigrante checa, por mero acaso, que fica encantada com as melodias e entra assim na sua vida. A relação entre os dois vai evoluindo através da interacção musical, sem ambos darem por isso. Começam a compor músicas sentimentais e um potencial romance começava a adivinhar-se. Mas nem sempre o “querer” supera o “dever” e o “ter que”, como tal, encontram algumas dificuldades pelo meio.

                A banda sonora do filme é fantástica. Todas as músicas foram criadas por Glen e Markéta com a excepção de uma. Todo o filme gira à volta da música e do talento dos intérpretes principais que merecem ser enaltecidos.

                Este filme prova que nem sempre a quantidade de euros investidos num filme resulta em qualidade. Repito: com um baixíssimo orçamento, John Carney, fez um filme muito bom. Simples e muito agradável. TM  

Citações do filme:

“Girl: How come you don't play during daytime? I see you here everyday.
Guy: During the daytime people would want to hear songs that they know, just songs that they recognize. I play these songs at night or I wouldn't make any money. People wouldn't listen.
Girl: I listen.”

“Guy: [song finishes] Well, what do you think? Do you like it? It's just a demo, you know...
Guy’s Dad: It's fucking brilliant.
Guy: Really?
Guy’s Dad: Fantastic stuff. That'll be a hit, no question.”

Trailer Aqui