7 de junho de 2011

Do Céu ao Inferno (29 de Maio a 5 de Junho)

 
 
 
Na última semana, tivemos em Portugal um vulcão de eleições legislativas, que entrou em erupção passado domingo. Pedro Passos Coelho, secretário-geral do Partido Social Democrata, tornou-se novo primeiro-ministro, conseguindo o último grande resultado desde a eleição de Durão Barroso (não tão bom como o dessa altura), alcançando uma diferença de 10,58 pontos percentuais para o Partido Socialista e melhorando 9,52% desde as eleições de 2009 (em que a candidata era Manuela Ferreira Leite). A outra grande vitória destas Legislativas, foi do CDS-PP. Com o já politicamente maduro Paulo Portas ao leme, o CDS chegou aos 11,74%. Não foram os 14% que o partido acreditava internamente conseguir, mas sempre conseguiu tantos deputados na Assembleia como CDU e Bloco juntos.

Enquanto toda a gente aguardava pelas 20h para saber os resultados das sondagens à boca das urnas (toda a gente não propriamente, tendo em conta a abstenção) pôde-se assistir a uma extraordinária final do Roland Garros. O espanhol esquerdino Rafael Nadal, de 25 anos, mantém-se como nº1 do ATP e defendeu esse estatuto frente àquele que é por muitos considerado o melhor tenista de sempre – Roger Federer. Nadal venceu pelos parciais de 7-5 (em que esteve a perder por 5-2), 7-6 (3), 5-7 e 6-1, alcançando o 10º troféu em Grand Slams da carreira. A resistência, estofo físico e mental do espanhol, e também a maior juventude, revelaram-se essenciais para a vitória de Nadal.
            
             Por fim, uma palavra para o Sporting Clube de Portugal. A direcção de Godinho Lopes, com os homens fortes para o futebol Carlos Freitas e Luís Duque parecem estar a fazer um bom trabalho ao recuperar o clube, relançando-o para uma próxima época promissora. Depois de Domingos Paciência e Alberto Rodríguez, o Sporting contratou o promissor avançado holandês Ricky van Wolfswinkel. O holandês tem tudo para ser um dos destaques da nossa liga em 2011-2012.



O 1º destaque negativo desde “Inferno” é, de certo modo, positivo. É um destaque negativo por ser uma derrota para ele, mas é positivo por ser uma vitória para todos nós. José Sócrates deixou finalmente o barco. Após chocar contra sucessivos icebergues graças à sua má gestão, arrogância e desonestidade, os portugueses finalmente abriram os olhos e acabaram com o crédito dado à política fácil e mentirosa de José Sócrates. O “engenheiro” lança-se assim ao mar exclusivamente da sua vida pessoal.

Um destaque verdadeiramente negativo foi a abstenção das eleições – 41,13%. É verdade que este número deveria contar com menos cerca de 10 valores, visto que essas pessoas já estão mortas. Carlos Castro já não vota, Portugal. De qualquer modo, é uma vergonha e uma falta de sentido patriótico que os portugueses, num momento singular da sua História, não cumpram o seu direito (e dever) cívico. Os portugueses adoram saber que votar é um direito que têm. Mas odeiam vê-lo como um dever. Parece-me pertinente uma alteração na Constituição Portuguesa, passando o voto a ser obrigatório.

Francisco Louçã e o Bloco de Esquerda foram também grandes derrotados nestas eleições legislativas. O Bloco provocou a queda do Governo com uma moção de censura, sabendo que isso levaria a eleições antecipadas e à inevitável entrada do FMI. No entanto, depois não assinou o acordo com a troika. Toda esta esquizofrenia política do Bloco traduziu-se numa descida de 9,82% em 2009 para 5,19% no passado domingo, passando a ter metade dos deputados que tinha. Um passo ou dois atrás no crescimento do Bloco de Esquerda que parecia estar a emergir no panorama político nacional.

Por fim, temos Garcia Pereira… Outra vez. Qual a razão? Existe muito. Está e existir muito, pelo menos nas ruas de Lisboa. Imensa publicidade de Garcia Pereira a sorrir. Um sorriso feio.

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