18 de abril de 2011

Reclusos no país das burocracias

Fonte: TVI24
    Pois é, meus amigos… Já não se pode fazer greve de fome à vontade quando se está preso. Agora há que preencher um formulário para dar início à greve e este tem que ser aceite por um funcionário do respectivo estabelecimento prisional.

    Até num simples acto de protesto existe burocracia. Não quer comer, preenche o papelinho. Senão, nada feito. Isto não é a república das bananas! Há que apresentar formalmente os seus argumentos para poder levar avante a sua greve de fome. E mesmo assim, há que ver aceite o pedido por um funcionário da prisão.

    Sou só eu a pensar que isto pode dar origem a subornos? A decisão está nas mãos de um funcionário. Para ele é muito fácil negar algo. Assim sendo, o recluso suborna o guarda com um favor (não sejam perversos, por favor) para avançar com a greve de fome. Uma situação que pode acontecer ou apenas um pensamento parvo da minha pessoa.

    O recluso, uma vez o pedido aceite, vai continuar a receber as refeições na cela e cabe-lhe dizer  se quer ou não continuar com a greve de fome. Não bastava ele estar a passar “fominha” por algo que ele acha que merece e ainda o fazem sofrer fazendo pirraça com bifes guarnecidos com batatas fritas e um ovo estrelado? A isso eu chamo tortura! Ninguém merece ser alvo de pirraça com comida. É um acto completamente vil da parte de quem o pratica…

     Outra medida a ser tomada é separar o praticante da greve dos outros reclusos. Porquê? Não sei. Também deve ser taxada de doença como alguns rotulam a homossexualidade. “Vamos é separar o “gajo” dos outros senão ele pega-lhes! Fia-te na virgem e não corras!” – Presumo que tenha sido isto que pensaram. Caso contrário, não percebo. Na verdade, também não percebo que alguém pense assim. Mas neste país vale tudo e vê-se de tudo que já não me surpreendo com nada.

    Esta medida, apesar de ser assim um pouco… parva, pode ser útil para alguns casos. É um bom escape ao parceiro de cela com segundas intenções. Não sei os regulamentos das prisões do estado de “New York”, mas dava bastante jeito ao Renato Seabra. Sempre dormia e tomava banho um pouco mais descansado. A não ser que ele não se importe com a balbúrdia que se vai passar na sua cela. Aí é uma questão do recluso preferir entre umas dores de barriga ou umas dores à retaguarda. Assim sendo, vários poderão ser aqueles que seguirão a máxima: “Não como para não ser comido” - agora sim, podem ser perversos.

    Mais uma burocracia completamente dispensável neste país, mas que pode dar jeito a alguns. Na selva, há que jogar com todos os trunfos. TM

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