10 de abril de 2011

Mas que “Grande Alma” Ghandi !

Cresci lendo que o indiano Mohandas Karamchand Gandhi fora um idealista da paz, da não-violência, uma Madre Teresa de Calcutá mas com uma pintinha na testa. Passou a ser conhecido por Mahatma Gandhi, querendo “Mahatma” significar “Grande Alma”. Gandhi foi mesmo fonte de inspiração para, mais tarde, Martin Luther King Jr. e Nelson Mandela, na luta pela verdade e contra o racismo.
                É precisamente com o nome “Great Soul” (Mahatma, portanto) que foi publicada recentemente uma biografia, escrita pelo antigo editor-executivo do “The New York Times”, com um conjunto de novas revelações que em nada vêm apoiar a tese dessas tão grandes qualidades humanas daquele que foi, em 1930, a “Pessoa do Ano” para a revista Time.
                Ora então diz o livro que o tão aclamado e respeitado Gandhi manteve um caso amoroso com um arquitecto e desportista alemão judeu (talvez este tenha tido o seu lugar na “Lista de Schindler”) de nome Hermann Kallenbach. Ora, que o Herman tinha tendências homossexuais já todos sabíamos, agora o Gandhi… Mas não sou homófobo, não apoio mas também não condeno, portanto até aí penso que não há grande problema. Mas Gandhi, essa “Grande Alma”, tinha tendões de Aquiles graves. Conta também este recente livro que o precursor da independência indiana mantinha também carícias nocturnas com diversas adolescentes que moravam com ele, inclusive com uma das suas sobrinhas. Pedofilia já me faz alguma confusão Gandhi, repudio. E nesta matéria, ao contrário de tantas outras neste Blog, garanto que não está aqui presente qualquer tipo de ironia possível.
                Mas mais uma vez, Gandhi não ficava por aqui. O homem que foi esteve na base de princípios usados, mais tarde, por Luther King e Mandela, era também racista. Parece não bater certo realmente, mas é o chamado “Abre Olhos”. Enquanto estava na África do Sul, Gandhi terá dito “Fomos mandados para uma prisão destinada a ‘kaffirs’ (pessoas de raça negra). Entendemos que não nos classifiquem como brancos, mas porem-nos ao mesmo nível dos nativos parece-me demasiado. Os ‘kaffirs’ não são civilizados”.
Caso para dizer que a História está constantemente a ser reescrita e que, tratando-se estes factos de factos absolutamente verídicos, há claramente almas bem maiores.
                Na crítica ao livro, o “The Wall Street Journal” descreve este Gandhi dado a conhecer no séc. XXI como “um tarado sexual, politicamente incompetente, louco fanático, racista implacável e um incessante auto-propagandista, professando o seu amor pela Humanidade enquanto conceito mas desprezando as pessoas como indivíduos”. Gandhi era, portanto, um político. MP

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