27 de novembro de 2014

Crítica: The Hunger Games: Mockingjay - Part 1

Realizador: Francis Lawrence
Argumento: Peter Craig, Danny Strong, Suzanne Collins
Elenco: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson, Liam Hemsworth, Woody Harrelson, Julianne Moore, Philip Seymour Hoffman, , Donald Sutherland, Natalie Dormer
Classificação IMDb: 6.7 | Metascore: 64 | RottenTomatoes: 65%
Classificação Barba Por Fazer: 68

    A Parte I do capítulo final da trilogia The Hunger Games chegou às salas de cinema portuguesa no passado dia 20, proporcionando lotações esgotadas e uma sensação de "porque é que isto não tem 4 horas e resolve-se já tudo de uma vez e o filme é muito mais marcante?!". A resposta é simples, e todos a sabemos de cor e salteado, para fazer render o p€ixe. É esse o problema destes filmes divididos em duas partes: com o fim de Harry Potter ficou de certa forma a mesma sensação, de que estivemos a assistir aos preparativos para a apoteose adiada; com Twilight não podemos dizer que isso tenha acontecido porque tudo era genericamente assim a atirar para o mau. O caso mais recente terá sido a diferença entre The Lord of the Rings e The Hobbit: no 1.º caso cada livro proporcionou adequadamente um filme épico, no 2.º caso não se justificava a divisão em 3 partes (o segundo filme já teve o impacto próximo de LOTR e o último, a estrear em Dezembro, não vai desiludir os mais e os menos fanáticos, mas do primeiro filme não se pôde dizer o mesmo, até por uma questão de gestão de expectativas).
    Mas voltemos a estes Jogos da Fome. Na Parte I desta "Revolta" encontramos Katniss Everdeen (Jennifer Lawrence, que já não precisa de quaisquer apresentações) a tentar recuperar dos 75os Jogos da Fome, onde se viu separada de Peeta Mellark (Josh Hutcherson), e conduzida até ao Distrito 13. Lá, onde os Rebeldes começam a reunir forças com vista à revolução, Katniss reencontra-se com Gale (Liam Hemsworth), a mãe e a irmã, e conhece a líder do Distrito - Alma Coin (Julianne Moore) -, sempre auxiliada por Plutarch Heavensbee (Philip Seymour Hoffman). Durante as 2 horas de filme acompanhamos Katniss a compreender que os Rebeldes precisam dela, precisam do mimo-gaio que inspire A Revolta, sendo gravadas diversas promos por uma equipa liderada por Cressida (Natalie Dormer, actriz de Game of Thrones) que comuniquem aos vários distritos a força do Distrito 13. No lado oposto vemos a degradação de Peeta Mellark, e um "resgate" final (bastante "consentido") dos Rebeldes com vista a motivar Katniss.
    Para quem leu o livro era mais ou menos dedutível que a Parte I poderia acabar onde acabou. No entanto, fica aguçado o apetite para a interpretação de Josh Hutcherson como Peeta Mellark no derradeiro filme da saga (a obra de Suzanne Collins torna Peeta a personagem mais interessante de acompanhar, embora muitos fãs poderão preferir Katniss ou Haymitch). Diz-se na gíria popular a expressão "primeiro estranha-se e depois entranha-se" - um fenómeno que acontece ao longo da odisseia 'Interstellar' por exemplo, e que poderia também acontecer neste caso se tudo fosse de uma assentada. Porque é impossível não ficar a sensação: quero a segunda parte.. agora.

    Até agora 'The Hunger Games: Mockingjay - Part 1' foi provavelmente avaliado pela Crítica abaixo do seu real valor mas o problema central é mesmo o facto de nestes casos a avaliação dever surgir só após o capítulo final. O palco está montado, a magia e a revolta acontece efectivamente em 2015. Em todo o caso várias notas: mais uma boa interpretação de Jennifer Lawrence (ao ser um blockbuster o papel tem automaticamente maior projecção mediática mas menor propensão para prémios como teve em 'Silver Linings Playbook' ou 'American Hustle'; neste caso não o merecia, mas não há dúvidas que Jennifer é Katniss, da cabeça aos pés); praticamente todas as falas de Woody Harrelson como Haymitch acrescentam valor à acção; potente a forma como Lawrence dá voz ao poema ('The Hanging Tree') que o seu pai lhe cantara; os minutos finais do filme deixam antever o quanto se entregou a este papel Josh Hutcherson, embora pudesse ser interessante na Parte II assistir-se, num flashback, à sua evolução de Peeta até àquele ponto.

    Em Novembro de 2015 teremos a aventura final de Katniss Everdeen. Certamente mais um recordista de bilheteiras, que vai encher mais o olho e a alma do que a Parte I, e que manterá Jennifer Lawrence como um dos maiores ícones do Cinema actual. Quanto a Jennifer, e depois de um ano em que ela nos deu tanto (sim, isto é um piada que contém nudez), poderão esperá-la de regresso às listas de nomeados apenas nos Óscares de 2016, no seu próximo trabalho com David O. Russell, intitulado 'Joy'.

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