28 de abril de 2012

Marítimo 0 - 2 Porto

O Porto venceu há pouco o Marítimo nos Barreiros num jogo que se esperava difícil para os dragões e que acabou por ser mesmo. No entanto, com alguma sorte e 2 penaltys (bem assinalados), a equipa de Vítor Pereira conseguiu somar os 3 pontos e, agora sim, parece quase impossível que o Porto não se sagre campeão. O Porto pode até sagrar-se campeão amanhã, caso o Benfica não vença. Mas como ninguém quer que isso aconteça, o Porto-Sporting do próximo fim-de-semana terá carácter (não total, mas muito) decisivo.

   
    Para o jogo de hoje, Vítor Pereira não lançou um onze óbvio, no que ao ataque diz respeito. Na defesa, o internamente castigado Álvaro Pereira (não acredito que para o ano esteja no Porto) deu lugar ao jovem Alex Sandro; no meio-campo voltou Fernando, que é peça-chave neste Porto e em todos os "Portos" dos últimos anos; no ataque o Vítor deixou o austríaco de 5 metros no banco e colocou um trio mais móvel (James-Hulk-Varela) que colocava em Hulk peso e responsabilidade no rumo do jogo azul e branco.
    Do lado do Marítimo, para quê jogar com Peçanha, João Guilherme e Benachour, não é Pedro Martins? Para quê? Vamos pôr mas é o Salin, o Robson e o João Luiz. Agora a sério, as escolhas de Pedro Martins no meio-campo e ataque perceberam-se mas, sobretudo deixar o central João Guilherme no banco, foi mal jogado.

    O jogou começou a um ritmo não muito acelerado, no apertado campo dos Barreiros, e durante os primeiros 15 minutos quando o jogo ganhava algum interesse era sempre por obra e graça do Givanildo Vieira de Souza (Hulk). Sem grande história para contar até então, foi precisamente após um quarto de hora jogado que Fidelis, após um canto, decidiu agredir a bola com o seu punho. Sem grande lógica, optou por saltar e (claramente sem querer, coitado) desviou a bola com a sua mão. Penalty assinalado e, na conversão, Hulk não vacilou.
    Depois, o jogo voltou a baixar o ritmo e a ficar monótono. Moutinho e Lucho iam tentando orquestrar o jogo portista, o Marítimo procurava responder cautelosamente, mas até ao intervalo apenas um remate de James, que Salin defendeu bem, merece destaque. Considerando que, ao intervalo, julgo que o Marítimo não tinha feito nenhum remate e que o penalty fora (estúpido mas) bem assinalado, o resultado era justo.

    No recomeço do jogo, o Marítimo melhorou. Mas muito devagarinho. Héldon e Benachour trouxeram outra qualidade e irreverência ao jogo e o Marítimo foi crescendo. Primeiro Fidelis teve um bom lance individual. Depois o Porto respondeu - grande passe de Lucho e Hulk falhou na cara de Salin. E depois, mais Marítimo numa altura em que a equipa insular encostava o Porto no seu meio-campo. Benachour ficou a centímetros de empatar e depois Héldon cabeceou para uma boa defesa de Hélton. O Héldon e o Hélton, que curioso momento, só faltava lá o Hélmon e o Hélson, que estupidez, peço desculpa.

Até ao final, as abordagens dos treinadores eram totalmente inversas. Se Pedro Martins retirava o central Roberge e colocava o avançado Pouga, o Vítor optava por tirar James e Lucho e colocar Defour e Rolando. Mas a verdade é que quando o Porto se vê aflito, normalmente caiem coisas do céu. Primeiro até foi o inverso que aconteceu. Hulk serviu Lucho e este, com a baliza aberta, optou por mandar uma bola para o céu. Mas depois, o Porto conseguiu o seu lance habitual. Djalma ia para a baliza, esbarrou em Rafael Miranda e o árbitro assinalou prontamente o penalty. Mais provocado do que cometido. Hulk, mais uma vez não vacilou. O lance típico do Porto, golo marcado a 11 metros da baliza e com assistência dum jogador de amarelo. 

    Foi um jogo com pouca história, não muito interessante, mas no qual o Porto foi justo vencedor. O Marítimo bem procurou responder quando ainda estava 0-1, mas faltou clarividência e a sorte que o Porto teve no jogo. Está na altura de começar a aceitar mesmo que o Porto se vai sagrar campeão o que não é bom para o futebol português porque não me lembro do último campeão nacional que praticava tão mal futebol. Até o Boavista do Jaime Pacheco, entre os dentes e costelas partidos que provocava, jogava mais à bola.

    Destaque hoje para Hulk, inevitavelmente. Nos momentos decisivos desta época, o brasileiro disse presente e o Porto só existiu hoje quando ele apareceu. De resto, destaque para Fernando e Moutinho e, no Marítimo, para a boa entrada de Benachour e o bom jogo de Sami. Fidelis, apesar de ter cometido uma grande penalidade estúpida e ter lançado o Porto no jogo sem o Porto saber bem como, não fez um mau jogo.

A seu tempo faremos um post comentando em jeito de balanço este ano de futebol em Portugal. MP



Marítimo 0 - 2 Porto

Marítimo: Salin; Briguel, Robson, Roberge (Pouga), Rúben Ferreira; Rafael Miranda, Olberdam, João Luiz (Héldon); Sami, Danilo Dias (Benachour), Fidelis.
Treinador: Pedro Martins

Porto: Hélton; Sapunaru, Maicon, Otamendi, Alex Sandro; Fernando, Lucho González (Rolando), João Moutinho; Varela (Djalma), James Rodríguez (Defour), Hulk.
Treinador: Vítor Pereira

Golos: 0-1 16’ Hulk (pen.); 0-2 89’ Hulk (pen.)

Melhor em campo "Barba Por Fazer": Hulk.

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