Vermelho por Palavras

E ao fim de muito tempo de namoro, o Real Madrid conseguiu finalmente levar Coentrão para a cama. Ou terá sido o contrário?! Opto pela perspectiva mais provável: terá havido uma forte acção por parte do elemento de mediação Jorge Mendes, nunca satisfeito com o dinheiro que já possui na sua caixa-forte. Já não bastava ter no Real Madrid José Mourinho, Cristiano Ronaldo, Pepe, Ricardo Carvalho e Di Maria e agora levou também para lá o Fábio. No Benfica é agente de Roderick, Nélson Oliveira e Fábio Faria, portanto duvido que algum benfiquista se junte tão cedo aos merengues. Mas também se houver interesse do Real em algum jogador, o Super Jorge torna-se logo agente do jogador, é o que vale. Jorge Mendes – o homem que não dorme.

Entretanto no Benfica obviamente fala-se mais de entradas do que de saídas. Com a saída de Coentrão pela cláusula (30 Milhões de euros), o Benfica aplicou 5,5 milhões dessa quantia em metade do passe de Ezequiel Garay, defesa central argentino do Real Madrid. O que terá sido um razoável negócio (não vou muito com a cara de Garay, mas torcerei para que seja o melhor central do mundo), mas que é um pouco parvo. É como fazer pouco de toda a gente. Ou aliás, uma birra de Vieira. Luís Filipe disse que Coentrão só saía pela cláusula. O Real não a queria pagar e terá chegado à proposta de 25 Milhões + Garay pelo passe do esquerdino português. Mas Vieira terá insistido que Coentrão só saía pela cláusula. Então o Real Madrid, na sua elevadíssima experiência e inteligência em negociações, aceitou pagar a cláusula, tendo o Benfica que comprar depois meio Garay. Se 50% de Garay fosse mesmo metade de Garay, não sei se preferia que o Benfica contratasse as pernas/pés ou o tronco/cabeça do central argentino. Mas pronto, por muito valorizado que seja hoje em dia o jogo de cabeça dum central, sem pernas ele não teria impulsão. E optando pelas pernas/pés ao menos não faria penaltys por mão na bola, e poderia disputar lances no ar com o pequeno Moutinho. Mas tudo isto faz com que Coentrão tenha saído, na verdade, por 24,5 milhões. Vieira prefere dizer que terá sido por 30 – 5,5. Assim sempre pode dizer que algum jogador saiu pela cláusula. Vieira, Vieira, sempre a ver navios a passar.

Fonte: Henricartoon - SAPO

Na Luz outra notícia é a chegada de Mika. Não, não é o cantor. Esse poderia ter chegado na época em que a camisola secundária do Benfica era cor-de-rosa (que nunca voltes camisola feia!). Mas o Benfica contratou, então, Mika (ou Michael), um jovem guarda-redes do União de Leiria que será, à partida, o titular da selecção sub-20 nacional no Mundial que se aproxima. Mika tem até agora apenas 5 jogos na Liga ZON Sagres, mas lembro-me de ver o jogo dele contra o Sporting (que acabou 0-0 em Alvalade) e na altura pensar “Siim senhooor, está aqui um guarda-redes com futuro” mas depois pensei “não necessariamente, quantos guarda-redes não saiem também de alvalade com a baliza inviolável?”. Tenho que me deixar disto de picar o Sporting. Mas é inevitável. E estou a aproveitar agora porque acho que eles este ano vêm mais fortes (isto é o chamado dar uma no cravo e outra na ferradura). Um dos motivos da entrada de Mika (os acontecimentos podem até não ter relação directa) terá sido a saída de Moreira, para o Swansea City, clube que ascendeu esta época à Premier League. Compreendo a decisão de Moreira de rumar a um clube onde irá jogar e a uma liga muito interessante. Mas tenho pena, foram 12 anos de casa e por mim teriam ficado no plantel Artur, Moreira e Mika. Em jeito de tributo, nunca esquecerei 2 jogos de Moreira pelo Benfica. Um deles em Alvalade, no qual defendeu tudo o que podia, tendo depois Geovanni (o “soneca”) marcado um grande golo de longe, que originou uma entrada em campo algo esquizofrénica e estranha dos adeptos do Sporting, muito chateados por estarem a perder. Mas acima de tudo, lembro-me dum Rosenborg-Benfica, que pouca gente se lembrará, mas que terá sido certamente um dos melhores jogos que já vi dum guarda-redes. Um guarda-redes prejudicado pelas lesões que teve, mas a quem deixo o meu sincero obrigado enquanto benfiquista. 

Deixo uma palavra ao Nice, o clube francês que o Benfica iria defrontar amanhã. Não gosto nada quando se combina algo, e a outra parte se “corta” mesmo em cima da hora. Mas isto é corriqueiro entre amigos, namorados, não entre clubes de futebol. E o pior é quando a outra parte se “corta” e não avisa. Pensam que nós adivinhamos que eles não irão aparecer. Chama-se desrespeito. Felizmente, neste caso, houve a comunicação social que passou a notícia de que o Nice teria cancelado o jogo com o Benfica no seu site, mas não tinha informado o Benfica. Devem pensar que os dirigentes do Benfica estão sempre no site do Nice a fazer “refresh”. E pronto, e assim o Benfica está agora “à pressão” a tentar arranjar uma adversário. É como quando se combina uma futebolada com os amigos, o campo já está alugado mas o adversário desiste antes da hora. E aí, ou arranjamos rapidamente novos adversários ou ficamos, como se diz na gíria, a arder (não pensem na Sónia Brazão, não pensem na Sónia Brazão, não pensem na Sónia Brazão).

Esta semana não vou falar de Porto nem de Sporting. No Porto cada vez que vejo o Vítor Pereira imagino-os a grelhar bifanas nos treinos; o Sporting comprou Bojinov, jogador que a minha namorada descobriu que trocando as letras dá Bon Jovi. É apenas uma curiosidade e uma oportunidade de mostrar a forma inteligente e perspicaz como ela encara as palavras.

Por fim, falo-vos de Diego Costa. Quem é Diego Costa? Alguns saberão já que é jogador do Atlético Madrid. O que muitos não saberão é que o jogador terá chegado 3 dias atrasado à pré-época do Atlético e utilizou como desculpa “perdi o telemóvel”. Vou passar a atrasar-me uma semana para algo dando depois a desculpa “epá, nunca mais encontrava a pasta de dentes”. Este caso do Diego Costa lembrou-me o Liedson, quando se barricava no Brasil e dizia que só voltava quando lhe aumentassem o ordenado. O Liedson realmente era mais espertinho, um pequeno Mussolini o “levezinho”. MP